A Igreja deve respirar com os dois pulmões
Cidade do
Vaticano (RV) – O Santo Padre iniciou suas atividades, na manhã desta
sexta-feira, participando, na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano, juntamente
com seus colaboradores da Cúria Romana, da segunda pregação de Quaresma do
Padre Raniero Cantalamessa.
O pregador
oficial da Casa Pontifícia meditou sobre o tema: “Dois pulmões, um só respiro:
Oriente e Ocidente perante o mistério da Trindade”.
Fraternidade e comunhão ... |
O frei
Capuchinho recordou, no início da sua pregação, a recente visita do Papa
Francisco à Turquia, cujo ponto alto foi o seu encontro com o patriarca
ortodoxo Bartolomeu. Um momento inédito, que levou à importante exortação ao
Oriente cristão e o Ocidente latino a “compartilhar plenamente a fé comum”.
Este foi o ponto
de partida que convenceram o pregador da Casa Pontifícia a preparar suas
meditações quaresmais deste ano, atendendo este desejo do Papa, que reflete
também o de toda a cristandade.
Mas, este desejo
não é uma novidade, uma vez que alguns documentos eclesiais exortam a uma
especial atenção às Igrejas orientais e às suas riquezas, como o próprio João
Paulo II, que escreveu: “Acreditamos que a venerável e antiga tradição das
Igrejas orientais é parte integrante do patrimônio da Igreja de Cristo. Os
católicos devem conhecê-las e nutrir-se delas, para favorecer o caminho da
unidade: são mais as coisas que nos unem do que as que nos dividem”.
A ortodoxia e a
Igreja católica compartilham a mesma fé na Trindade, na encarnação do Verbo, em
Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que nos deu o Espírito Santo;
a Igreja é o seu corpo animado pelo Espírito Santo, que a Eucaristia é
"fonte e ápice da vida cristã". Enfim, Maria é a Mãe de Deus.
... no Amor de Cristo |
No passado, as
relações entre a teologia oriental e a teologia latina se caracterizavam por um
notável matiz apologético e polêmico. É hora de inverter essa tendência,
deixando de insistir obsessivamente nas diferenças, baseadas muitas vezes em
uma leitura forçada, quando não deformada, do pensamento do outro; juntar o que
temos em comum e o que nos une em uma única fé.
Logo, os grandes
mistérios da fé são o mistério da Santíssima Trindade, a pessoa de Cristo, a do
Espírito Santo, a doutrina da salvação. A Igreja precisa respirar com dois
pulmões e um só fôlego; precisa acolher plenamente a abordagem da ortodoxia à
Trindade na sua vida interna, isto é, na oração, na contemplação, na liturgia,
na mística; e precisa manter presente a abordagem latina em sua missão
evangelizadora.
A Igreja deve
encontrar o modo de anunciar o mistério de Deus Uno e Trino com categorias apropriadas
e compreensíveis para os homens de cada tempo. Assim fizeram os Padres da
Igreja e os concílios antigos.
Há um ponto em
que estamos unidos e concordes, sem qualquer diferenciação entre Oriente e
Ocidente: é o dever e a necessidade de adorar a Trindade. Adorar é reconhecer
Deus como Deus e nós como criaturas de Deus. É "reconhecer a infinita
diferença entre o Criador e a criatura".
O pregador
Capuchinho concluiu sua meditação recitando a doxologia que, desde a mais
remota antiguidade, é elevada, de modo idêntico, à Trindade do Oriente e do
Ocidente: “Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio,
agora e sempre, nos séculos dos séculos”. (MT)
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Momentos
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Fonte: radiovaticana.va
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