sábado, 28 de março de 2015

Leituras do

Domingo de Ramos


1ª Leitura: Is 50,4-7                      Salmo: 22(21)                        2ª Leitura: Fl 2,6-11
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Evangelho:  Mc 14,1-15,47
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Faltavam dois dias para a Páscoa e a festa dos Pães sem fermento. Os sumos sacerdotes e os escribas procuravam um modo de prender Jesus e matá-lo à traição, pois diziam: “Não na festa, para que não haja tumulto entre o povo”. Quando Jesus estava sentado à mesa, em Betânia, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher com um frasco de alabastro cheio de perfume de nardo puro, muito caro. Ela o quebrou e derramou o conteúdo na cabeça de Jesus. Alguns que lá estavam ficaram irritados e comentavam: “Para que este desperdício de perfume? Este perfume poderia ter sido vendido por trezentos denários para dar aos pobres.” E se puseram a censurá-la. Jesus, porém, lhes disse: “Deixai a em paz! Por que a incomodais? Ela praticou uma boa ação para comigo. Os pobres sempre tendes convosco e podeis fazer-lhes o bem quando quiserdes. Mas a mim não tereis sempre. Ela fez o que estava a seu alcance. Com antecedência, ela embalsamou o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo: onde for anunciado o Evangelho, no mundo inteiro, será mencionado também, em sua memória, o que ela fez”. Judas Iscariotes, um dos Doze, foi procurar os sumos sacerdotes para lhes entregar Jesus. Ouvindo isso, eles ficaram contentes e prometeram dar-lhe dinheiro. Judas, então, procurava uma oportunidade para entregá-lo. [...] Jesus enviou então dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: “Ide à cidade. Um homem carregando uma bilha de água virá ao vosso encontro. Segui-o e dizei ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre manda perguntar: Onde está a sala em que posso comer a ceia pascal com os meus discípulos?’ Ele, então, vos mostrará, no andar de cima, uma grande sala, arrumada. Lá fareis os preparativos para nós!” Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como ele tinha dito e prepararam a ceia pascal. Ao anoitecer, Jesus foi para lá com os Doze. [...]

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Reflexão
Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito

Com o Domingo de ramos e da paixão do Senhor tem início a semana santa. A primeira ideia a considerar é que Jesus é o servo obediente de Deus; obediência que o Senhor aprendeu pelo sofrimento. Toda a vida de Jesus é movida pela escuta de Deus, escuta que o sustentou ao longo de toda a sua vida; escuta que fez com que ele não esmorecesse diante da traição, do sofrimento e da morte. 
A segunda consideração nos vem do relato da paixão: Jesus é traído por um dos seus, que partilhou com ele a vida e a fé. Mas não foi somente um que o traiu, mas todos os seus discípulos também o fizeram, pois negar e abandonar é também trair. Não tiveram a coragem de permanecer com o Senhor que eles diziam amar. Pedro, porta-voz do grupo dos discípulos, havia dito que as palavras de Jesus continham a vida eterna que lhes fazia experimentar a força da vida de Deus (cf. Jo 6,67-68). Mas naquele momento de profundo sofrimento para Jesus, não conseguiram permanecer fiéis àquele que era a Palavra encarnada do Pai. Que dor pode ser maior que a traição e o abandono? A espada mais cortante do que a que feriu a orelha do servo do centurião é a traição, pois essa atinge a confiança, o coração. 
Uma terceira consideração é que Jesus é o inocente condenado injustamente à morte. A inveja, segundo Marcos, é o motivo da condenação e morte de Jesus. A inveja não é racional; como toda paixão que afeta o coração do ser humano, ela é irracional. Dominado pela inveja, o ser humano age perversamente buscando eliminar quem quer que seja. Pilatos, diz o evangelho, sabia da inocência de Jesus e do motivo sórdido pelo qual ele foi entregue, mas por razões políticas a sua decisão foi conivente com a injustiça dos que acusaram e entregaram Jesus à morte. Na paixão, Jesus permanece praticamente calado. O silêncio do Senhor denuncia a maldade daqueles que o condenam à morte. O silêncio de Jesus revela também a sua compreensão de que no desfecho dramático da sua existência terrena se realiza o desígnio de Deus. O silêncio é sinal de sua entrega nas mãos do Pai. Jesus sofre, se angustia, mas nem uma coisa nem outra o faz desistir de realizar a vontade de Deus. Ao contrário, do alto da cruz, ele faz a sua entrega definitiva: “Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito”. Do ponto de vista puramente humano, a paixão de Jesus é dolorosa e escandalosa, mas, do ponto de vista teológico, a paixão do Senhor é positiva, pois ela é a manifestação mais completa do imenso amor de Deus pela humanidade.
                                     Pe. Carlos Alberto Contieri, sj 
           Reflexão: paulinas.org.br  Banner: cnbb.org.br  Ilustrações: franciscanos.org.br  
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