Papa aos idosos:
"Melhor idade" não é hora de parar de remar
Cidade do
Vaticano (RV) – “Como queria uma Igreja que desafia a cultura do descarte com a
alegria transbordante de um novo abraço entre os jovens e os idosos”. Assim, o
Papa terminou sua reflexão da Audiência Geral desta quarta-feira (11/03),
diante de milhares de pessoas na Praça São Pedro.
“A oração dos avós e dos idosos é um grande dom para a Igreja” |
Francisco
retomou suas considerações sobre o valor e a importância do papel dos avós nas
famílias. Afirmou que a “sociedade não está pronta, espiritualmente e
moralmente, a dar pleno valor aos idosos”. Reiterou, contudo, que o Senhor é
garantia de que os anciãos “são uma graça e uma missão” e que não é tempo de
“parar de remar”.
“Este período da
vida é diferente dos demais, não há dúvidas. Uma vez, de fato, não era tão
normal ter tempo à disposição; hoje é muito mais. E até mesmo a espiritualidade
cristã foi pega meio que de surpresa, e se trata então de delinear uma
espiritualidade das pessoas idosas”, disse o Papa.
Cristo dá novo
fôlego
Como exemplo
evangélico de incentivo a não esmorecer, Francisco citou São Lucas quando
descreve a infância de Jesus e a reação dos anciãos Simeão e Ana, “que se
moveram animados pelo Espírito Santo” quando José e Maria levaram Jesus até o
templo. “Eles reconheceram a Criança, e descobriram uma nova força, para uma
nova tarefa: louvar e testemunhar por este Sinal de Deus”, recordou Francisco.
Importância da
oração
“A oração dos
avós e dos idosos é um grande dom para a Igreja”. O Papa garantiu que isto é
uma grande injeção de sabedoria para a humanidade e citou o exemplo do Papa
emérito. “Olhemos a Bento XVI, que escolheu viver na oração e na escuta de Deus
a última parte de sua vida!”.
Francisco,
incluindo-se entre os anciãos, recordou que eles têm a possibilidade de
“interceder diante das expectativas das novas gerações, lembrar os jovens
ambiciosos que a vida sem amor é árida, aos jovens medrosos que a angústia do
futuro pode ser vencida, aos jovens tão apaixonados por si mesmos que há mais
alegria em dar do que em receber”.
Base sólida
“Os avós formam
o 'coral' permanente de um grande santuário espiritual, no qual a oração de
súplica e o canto de louvor alicerçam a comunidade que trabalha e luta no campo
da vida”, refletiu o Papa ao afirmar que a oração “purifica incessantemente o
coração e previne o seu endurecimento por ressentimentos e egoísmos”. Ao
afirmar que a vocação dos idosos é transmitir aos jovens o sentido da fé e da
vida, o Papa lamentou aqueles que se resignaram com o passar dos anos.
“Como é feio o
cinismo de um idoso que perdeu o sentido do testemunho, que despreza os jovens
e não comunica a sabedoria da vida”. E finalizou: “Trago ainda comigo, no meu
breviário, as palavras que minha avó me deu no dia da minha ordenação
sacerdotal”. (RB)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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