sábado, 30 de abril de 2022

Reflita com dom Lindomar:

É o Senhor

Há uma convicção longeva em nossa caminhada de fé que Deus só se mostra na sutileza: depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor não estava nele. E depois do fogo houve o murmúrio de uma brisa suave, nela Deus se revelou. (Rs 19,12)

Dom Lindomar

Assim aconteceu nestes dias após a Ressurreição. Primeiro foi Maria Madalena, que instigada pelo grande amor que sentia por Jesus, estava de vigília, chorando no lado de fora do túmulo. Os anjos tentaram acalentá-la, reacender a sua fé, mas não conseguiram. Nem a alta teologia dos anjos a convenceu. A conversa com o presumido jardineiro se conclui quando Jesus pronuncia o nome de Maria. Pronunciou daquele jeito íntimo que quem ouve reconhece logo. Embora não o identificasse por sua aparência, Maria exclamou: Mestre! O reconheceu e o reencontrou. Abraçou-o com tamanha força que não pretendia largá-lo mais.

Também os discípulos de Jesus, dos quais o nome de um nos foi revelado, um certo Cléofas, estavam marchando para fora de Jerusalém, rumo a Emaús, como bem faz questão de nos revelar o evangelista, ficava a 12 quilômetros de distância de Jerusalém. Enquanto se afastavam encontram-se com Jesus, mas não o reconheceram. Jesus lhes explicou a teologia da tradição, a Sagrada Escritura, e o desfeche providente da história de Israel. Embora se sentissem interessados e atentos, isso não foi suficiente para o reconhecerem.

Mas quando se sentaram à mesa com Ele, e Jesus tomou o pão, abençoou e distribuiu entre eles, seus olhos se abriram e eles gritaram: é o Senhor!

No terceiro encontro Jesus está de pé a beira do lago. Uma imagem bonita de um caminhante solitário na madrugada daquele dia.

Um estranho que pede comida, que constata a carência humana em nada ter a oferecer. Uma ordem amorosa que pede para não desanimar e lançar mais uma vez a rede à direita do barco.

Ao recolher os peixes, voltou à memória dos discípulos o modo assertivo e determinado com o qual Jesus sempre havia desenvolvido a sua missão. Voltou à memória como Ele animava os corações, curava os doentes e controlava as forças da natureza, pois, certa vez, ordenou ao mar que se acalmasse e ele se acalmou.

A pesca bem sucedida é o detalhe que faltava, por isso João exclamou, é o Senhor! Isso foi o suficiente para Pedro desnudo se recompor e continuar a Missão, jogando-se ao mar. Um mergulho que não teve volta, porque mesmo sem coragem de perguntar se era Ele, o sabiam e sentiam nos corações que era o Ressuscitado.

Doravante é em nome d’Ele que os discípulos farão milagres. A autoridade do Senhor passou aos discípulos e a nós, até aos dias de hoje. Entretanto para reconhecê-lo precisamos buscar nas sutilezas que estabelecem um laço indelével entre o mestre, nós e os fiéis, a fim de que, a marca do Senhor que vive, seja real para todos aquele que o buscam.

As três exclamações nos Evangelhos desses dias, é uma profissão de fé fundada sobre particularidades da vida que só podem ser descobertas se vividas em comum-unidade e familiaridades com Aquele que não nos chamou de servos, mas de amigos.

              Dom Lindomar Rocha Mota - Bispo de São Luís de Montes Belos (GO)

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sexta-feira, 29 de abril de 2022

Bispos divulgam Mensagem ao Povo Brasileiro:

Fé, esperança
e corajoso compromisso com a vida e o Brasil

A 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou a tradicional Mensagem ao Povo Brasileiro. O texto apresenta “uma mensagem de fé, esperança e corajoso compromisso com a vida e o Brasil”. Os bispos lembraram da solidariedade para a superação da pandemia, agradeceram às famílias e agentes educativos pelo cuidado no campo da educação e dedicaram reflexões sobre a realidade do país, cujo quadro atual “é gravíssimo”. Para os bispos, “o Brasil não vai bem!”.

Diante da complexa e sistêmica crise ética, econômica, social e política, a CNBB espera que os governantes “promovam grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988”.

A mensagem também aborda o processo eleitoral deste ano, envolto “de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança”. Também chama atenção para as ameaças ao pleito, além de reforçar um apelo pela democracia brasileira.

“Conclamamos toda a sociedade brasileira a participar das eleições e a votar com consciência e responsabilidade, escolhendo projetos representados por candidatos e candidatas comprometidos com a defesa integral da vida, defendendo-a em todas as suas etapas, desde a concepção até a morte natural. Que também não negligenciem os direitos humanos e sociais, e nossa casa comum onde a vida se desenvolve”

Ao final do texto, os bispos convidam a todos, particularmente a juventude, “a deixarem-se guiar pela esperança e pelo desejo de uma sociedade justa e fraterna”.

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Confira o texto na íntegra:

P – Nº. 0099/22

MENSAGEM AO POVO BRASILEIRO

59ª. Assembleia Geral da CNBB

“A esperança não decepciona” (Rm 5,5).

Guiados pelo Espírito Santo e impulsionados pela Ressurreição do Senhor, unidos ao Papa Francisco, nós, bispos católicos, em comunhão e unidade, reunidos para a primeira etapa da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, de modo on-line e com a representação de diversos organismos eclesiais, dirigimos ao povo brasileiro uma mensagem de fé, esperança e corajoso compromisso com a vida e o Brasil.

Enche o nosso coração de alegria perceber a explosão de solidariedade, que tem marcado todo o País na luta pela superação do flagelo sanitário e social da COVID-19. A partilha de alimentos, bens e espaços, a assistência a pessoas solitárias e a dedicação incansável dos profissionais de saúde são apenas alguns exemplos de incontáveis ações solidárias. Gestores de saúde e agentes públicos, diante de um cenário de medo e insegurança, foram incansáveis e resilientes. O Sistema Único de Saúde-SUS mostrou sua fundamental importância e eficácia para a proteção social dos brasileiros. A consciência lúcida da necessidade dos cuidados sanitários e da vacinação em massa venceu a negação de soluções apresentadas pela ciência. Contudo, não nos esquecemos da morte de mais de 660.000 pessoas e nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, trazendo ambas em nossas preces.

Agradecemos ainda, de modo particular às famílias e outros agentes educativos, que não se descuidaram da educação das crianças, adolescentes, jovens e adultos, apesar de todas as dificuldades. Com certeza, a pandemia teria consequências ainda mais devastadoras, se não fosse a atuação das famílias, educadores e pessoas de boa vontade, espírito solidário e abnegado. A Campanha da Fraternidade 2022 nos interpela a continuar a luta pela educação integral, inclusiva e de qualidade.

A grave crise sanitária encontrou o nosso País envolto numa complexa e sistêmica crise ética, econômica, social e política, que já nos desafiava bem antes da pandemia, escancarando a desigualdade estrutural enraizada na sociedade brasileira. A COVID-19, antes de ser responsável, acentuou todas essas crises, potencializando-as, especialmente na vida dos mais pobres e marginalizados.

O quadro atual é gravíssimo. O Brasil não vai bem! A fome e a insegurança alimentar são um escândalo para o País, segundo maior exportador de alimentos no mundo, já castigado pela alta taxa de desemprego e informalidade. Assistimos estarrecidos, mas não inertes, os criminosos descuidos com a Terra, nossa casa comum. Num sistema voraz de “exploração e degradação” notam-se a dilapidação dos ecossistemas, o desrespeito com os direitos dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, a perseguição e criminalização de líderes socioambientais, a precarização das ações de combate aos crimes contra o meio ambiente e projetos parlamentares desastrosos contra a casa comum.

Tudo isso desemboca numa violência latente, explícita e crescente em nossa sociedade. A crueldade das guerras, que assistimos pelos meios de comunicação, pode nos deixar anestesiados e desapercebidos do clima de tensão e violência em que vivemos no campo e nas cidades. A liberação e o avanço da mineração em terras indígenas e em outros territórios, a flexibilização da posse e do porte de armas, a legalização do jogo de azar, o feminicídio e a repulsa aos pobres, não contribuem para a civilização do amor e ferem a fraternidade universal.

Diante deste cenário esperamos que os governantes promovam grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988, já tão desfigurada por meio de Projetos de Emendas Constitucionais. Não se permita a perda de direitos dos trabalhadores e dos pobres, grande maioria da população brasileira. A lógica do confronto que ameaça o estado democrático de direito e suas instituições, transforma adversários em inimigos, desmonta conquistas e direitos consolidados, fomenta o ódio nas redes sociais, deteriora o tecido social e desvia o foco dos desafios fundamentais a serem enfrentados.

Nesse contexto, iremos este ano às urnas. O cenário é de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança. Nossas escolhas para o Executivo e o Legislativo determinarão o projeto de nação que desejamos. Urge o exercício da cidadania, com consciente participação política, capaz de promover a “boa política”, como nos diz o Papa Francisco. Necessitamos de uma política salutar, que não se submeta à economia, mas seja capaz de reformar as instituições, coordená-las e dotá-las de bons procedimentos, como as conquistas da Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar 135 de 2010, que afasta do pleito eleitoral candidatos condenados em decisões colegiadas, e da Lei 9.840 de 1999, que criminaliza a compra de votos. Não existe alternativa no campo democrático fora da política com a ativa participação no processo eleitoral.

Tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto. Tumultuar o processo político, fomentar o caos e estimular ações autoritárias não são, em definitivo, projeto de interesse do povo brasileiro. Reiteramos nosso apoio às Instituições da República, particularmente aos servidores públicos, que se dedicam em garantir a transparência e a integridade das eleições.

Duas ameaças merecem atenção especial. A primeira é a manipulação religiosa, protagonizada tanto por alguns políticos como por alguns religiosos, que coloca em prática um projeto de poder sem afinidade com os valores do Evangelho de Jesus Cristo. A autonomia e independência do poder civil em relação ao religioso são valores adquiridos e reconhecidos pela Igreja e fazem parte do patrimônio da civilização ocidental. A segunda é a disseminação das fake news, que através da mentira e do ódio, falseia a realidade. Carregando em si o perigoso potencial de manipular consciências, elas modificam a vontade popular, afrontam a democracia e viabilizam, fraudulentamente, projetos orquestrados de poder. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e o respeito aos resultados nas eleições. A democracia brasileira, ainda em construção, não pode ser colocada em risco.

Conclamamos toda a sociedade brasileira a participar das eleições e a votar com consciência e responsabilidade, escolhendo projetos representados por candidatos e candidatas comprometidos com a defesa integral da vida, defendendo-a em todas as suas etapas, desde a concepção até a morte natural. Que também não negligenciem os direitos humanos e sociais, e nossa casa comum onde a vida se desenvolve. Todos os cristãos somos chamados a preocuparmo-nos com a construção de um mundo melhor, por meio do diálogo e da cultura do encontro, na luta pela justiça e pela paz.

Agradecemos os muitos gestos de solidariedade de nossas comunidades, por ocasião da pandemia e dos desastres ambientais. Encorajamos as organizações e os movimentos sociais a continuarem se unindo em mutirão pela vida, especialmente por terra, teto e trabalho. Convidamos a todos, irmãos e irmãs, particularmente a juventude, a deixarem-se guiar pela esperança e pelo desejo de uma sociedade justa e fraterna. Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, obtenha de Deus as bênçãos para todos nós.

Brasília – DF, 29 de abril de 2022.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo - Arcebispo de Belo Horizonte – MG
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler - Arcebispo de Porto Alegre, RS
1º Vice-Presidente 

Dom Mário Antônio da Silva - Bispo de Roraima, RR
2º Vice-Presidente

Dom Joel Portella Amado - Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ
Secretário-Geral 

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3º Domingo da Páscoa:

Leituras e Reflexão

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1ª Leitura:  At 5,27b-32.40b-41

Leitura dos Atos dos Apóstolos:

Naqueles dias, os guardas levaram os apóstolos e os apresentaram ao Sinédrio. O sumo sacerdote começou a interrogá-los, dizendo:

“Nós tínhamos proibido expressamente que vós ensinásseis em nome de Jesus. Apesar disso, enchestes a cidade de Jerusalém com a vossa doutrina. E ainda nos quereis tornar responsáveis pela morte desse homem!

Então Pedro e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-o numa cruz. Deus, por seu poder, o exaltou, tornando-o Guia Supremo e Salvador, para dar ao povo de Israel a conversão e o perdão dos seus pecados. E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem”.

Então mandaram açoitar os apóstolos e proibiram que eles falassem em nome de Jesus, e depois os soltaram.

Os apóstolos saíram do Conselho, muito contentes, por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus.

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Responsório: Sl 29

- Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes.
- Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes.


- Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes,/ e não deixastes rir de mim meus inimigos!/ Vós tirastes minha alma dos abismos/ e me salvastes, quando estava já morrendo!

- Cantai salmos ao Senhor, povo fiel,/ dai-lhe graças e invocai seu santo nome!/ Pois sua ira dura apenas um momento,/ mas sua bondade permanece a vida inteira;/ se à tarde vem o pranto visitar-nos,/ de manhã vem saudar-nos a alegria.

- Escutai-me, Senhor Deus, tende piedade!/ Sede, Senhor, o meu abrigo protetor!/ Transformastes o meu pranto em uma festa,/ Senhor meu Deus, eternamente hei de louvar-vos!

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2ª Leitura: Ap 5,11-14
Leitura do Livro do Apocalipse de São João:

Eu, João, vi e ouvi a voz de numerosos anjos, que estavam em volta do trono, e dos Seres vivos e dos Anciãos. Eram milhares de milhares, milhões de milhões, e proclamavam em alta voz: “O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória, e o louvor”.

Ouvi também todas as criaturas que estão no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que neles existe, e diziam: “Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro, o louvor e a honra, a glória e o poder para sempre”.

Os quatro Seres vivos respondiam: “Amém”, e os Anciãos se prostraram em adoração daquele que vive para sempre.

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Evangelho: Jo 21, 1-19  (Jo 21,1-19)

Proclamação do Evangelho de São João:

Naquele tempo, Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus.

Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”.

Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”.

Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e achareis”. Lançaram pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”.

Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu.

Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe.

Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos. Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?”

Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”. E disse de novo a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus lhe disse: “Apascenta as minhas ovelhas”. Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?”

Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas.

Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir”. Jesus disse isso, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: “Segue-me”.

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Reflexão do padre Johan Konings:

Cristo na glória e na Igreja

Muitas pessoas dizem acreditar em Jesus, mas não querem comprometer-se com a comunidade da Igreja. Talvez até entrem numa igreja bonita e espaçosa para, ao voltar do serviço, descansar um pouco, mas a Igreja como comunidade não as atrai. Pretendem acreditar e Cristo, mas não querem saber de sua comunidade … Às vezes, vira até caricatura: invocam ajuda de Cristo e de todos os santos para resolver uns probleminhas pessoais, mas não ligam para sua grande obra, a comunidade que ele fundou. Será Jesus apenas um quebra-galho para uso pessoal?

Conforme a liturgia de hoje, Jesus ressuscitado está misteriosamente presente na Igreja. O evangelho conta como Jesus ressuscitado aparece aos apóstolos enquanto estão pescando sem êxito, no lago de Genesaré. Sua presença os faz pescar grande número de peixes grandes – cento e cinqüenta e três, imagem da multidão que, logo nos primeiros anos, aderiu a Cristo na Igreja. Na 1ª leitura ouvimos o atrevido testemunho dos Apóstolos, apesar de proibidos de falar no nome de Jesus. É no testemunho da Igreja que Jesus ressuscitado vive para o mundo. Querer ter Jesus sem a Igreja é como querer transportar água sem balde. E este Jesus é o Senhor glorioso, adorado por todos os santos no céu, como nos mostra o Apocalipse (2ª leitura). Que seja adorado assim também na terra.

Viver como cristão é viver da palavra de Deus em Jesus Cristo. Esta palavra é a instância suprema de nossa vida. “Importa mais obedecer a Deus do que aos homens”, diz Pedro às autoridades de Jerusalém que o querem proibir de anunciar o Cristo ressuscitado (At 5,29).

Ora, a Igreja serve exatamente para guardar viva a palavra de Jesus e a sua presença no meio de nós. A Igreja não serve para si mesma ou para satisfazer a ambição dos padres – como mídia às vezes parece insinuar, não sem culpa dos próprios … A Igreja tampouco serve para construir ricos templos (alguns melhor nunca tivessem sido construídos!). A Igreja existe para dar a todos os seres humanos a oportunidade de conhecer Jesus morto e ressuscitado, de tomar refeição com ele – como os seus primeiros discípulos -, de acolher e cumprir sua palavra, sempre de novo traduzida e explicada conforme as exigências de cada momento. Ela existe para constituir a comunidade que é necessária para que o mandamento e o exemplo de amor deixados por Jesus sejam transmitidos e postos em prática, pois é impossível amar sozinho … A Igreja serve para fazer acontecer, sempre, no mundo, a prática de Jesus – na justiça e no amor eficaz ao próximo. Se ela fizer isso, ela partilhará para sempre a glória que Deus deu ao “Cordeiro”, por ter-se sacrificado por nós. Pois Deus ama o amor que dá a vida pelos outros. E quem faz isso, como Cristo, já vive um pouco o céu. A Igreja serve para nos ajudar nisso.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atua como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella:


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                                            Reflexões e ilustração: franciscanos.org.br        Banner: cnbb.com.br

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Arquidiocese de Pouso Alegre:

Vamos caminhar juntos?
Participe do 1º Sínodo arquidiocesano!

Em 2022, acontece a fase paroquial do 1º Sínodo com grupos nas paróquias da arquidiocese de Pouso Alegre (MG).

Podem participar católicos, cristãos e pessoas de boa vontade que desejam caminhar juntos para que a Igreja seja um caminho de comunhão para a missão.

No final do mês de abril e início do mês de maio, os grupos paroquiais do 1º Sínodo são convidados a realizarem o 1º encontro da fase paroquial.

O objetivo do 1º encontro é: discutir sobre a desafiante realidade da evangelização nas cidades e nas comunidades rurais, tendo em mente os lugares que mais precisam da nossa presença cristã.

No 1º encontro, os grupos devem responder à pergunta: o que aprendemos sobre a evangelização em lugares e situações difíceis, a partir do que foi apresentado sobre nossa arquidiocese e o que foi discutido no grupo?

As respostas dos participantes devem ser enviadas por escrito à equipe paroquial de animação do 1º Sínodo.

Leia o Instrumento de Trabalho do 1º Sínodo, disponibilizado nas secretarias paroquiais.

Caminhe com a arquidiocese! A sua participação é muito importante! Saiba como participar na secretaria da sua paróquia. Informe-se com o padre da sua comunidade.

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Já está em funcionamento
a Secretaria do 1º Sínodo arquidiocesano!

Para tratar de assuntos relacionados ao 1º Sínodo, você pode entrar em contato com a secretaria Lenice Santos. Seguem os contatos:

secretaria.sinodo@hotmail.com ou arquipa.secretaria.sinodo@gmail.com

Telefone: (35)997788792

De 2022 a 2025, a arquidiocese de Pouso Alegre realiza o 1º Sínodo arquidiocesano para escutar católicos, cristãos e pessoas de boa vontade que desejam caminhar juntos para que a Igreja seja um caminho de comunhão para a missão.

Em 2022, acontece a fase paroquial do 1º Sínodo. Você pode participar! Informe-se na secretaria da sua paróquia ou com o padre da sua comunidade.

Caminhe com a arquidiocese! A sua participação é muito importante!

Compartilhe e divulgue!

#arquidiocesepa  #IgrejaCatolica  #PousoAlegre   #SuldeMinas   #1SinodoArquidiocesano

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quarta-feira, 27 de abril de 2022

59ª Assembleia Geral da CNBB:

apresentada a Introdução ao Tema Central,
que será trabalhado nas duas etapas da Assembleia

Na manhã desta quarta-feira, terceiro dia da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o episcopado brasileiro começou a trabalhar sobre o Tema Central: “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão”. A apresentação foi feita pelo arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão para o Tema Central, dom Leomar Antônio Brustolin.

Dom Leomar Antônio 

Partindo do método: “ESCUTAR, DISCERNIR e AGIR”, o grupo analisou o contexto atual, discerniu sobre os sinais dos tempos, os processos sinodais em curso e a importância da comunidade, e indicou pistas de ação, a partir dos desafios.

No contexto atual, dom Leomar apresentou alguns pontos a serem considerados, em vista do discernimento: a pós-pandemia, o pontificado do Papa Francisco, a recepção criativa do Concílio Vaticano II, a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, o processo sinodal 2021-2023, os 15 anos do documento de Aparecida, a realidade das comunidades eclesiais missionárias, o paradigma entre a estrutura jurídica versus a Igreja sinodal e o desafio do clericalismo e das lideranças centralizadoras.

A dimensão do discernir foi apresentada pelo secretário da Comissão para o Tema Central, padre Tiago de Fraga Gomes, que iniciou destacando os “sinais dos tempos”. Segundo o sacerdote, “o discernimento não parte do nada, é preciso olhar para as comunidades e reforçar os processos sinodais que vem acontecendo. Reforçar o que está acontecendo e refletir no que precisa crescer”.

A oportunidade de investir na “escuta atenta” e na participação, de cuidar de tudo o que é humano, com especial atenção às dimensões de maior fragilidade, foram alguns dos quesitos levantados para um efetivo discernimento. Para isso, é necessário considerar que a comunidade é o ambiente sinodal, que precisa sempre ser reforçado, e o lugar da escuta atenta.

Na dimensão do agir, dom Leomar falou dos desafios atuais, destacando que as atuais “Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) 2019-2023″ permanecem atuais e são estruturantes e estáveis. Porém, a sinodalidade remete a um processo de dinamismo, no qual o contexto da Igreja, no pós-pandemia, precisa considerar a acolhida e a escuta. “É preciso repensar o valor da comunidade e renovar a mística do processo, pois o caminho não está pronto. Não se trata de um caminho novo, mas um jeito novo de caminhar frente aos sinais dos tempos que estamos enfrentando”, disse o arcebispo.

Ao final da exposição sobre o tema, dom Leomar, explicou como o tema central será trabalhado nas duas etapas dessa 59ª Assembleia Geral. Nesta que está acontecendo, após essa introdução sobre o Tema Central, serão apresentadas questões para serem trabalhadas em grupos, será realizada a escuta nos Regionais e nos Organismos, e haverá uma plenária e a entrega dos relatórios dos grupos para a Comissão do Tema Central.

Reflexão sobre o tema central nos 19 regionais da CNBB

Parte da sessão da tarde foi dedicada à reflexão entre a relação das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2019-2023) e o Sínodo 2023. O bispo da diocese de Cristalândia (TO), dom Wellington de Queiroz Vieira, motivou o trabalho de grupo com perguntas sobre as Diretrizes da Igreja Evangelizadora da Igreja no Brasil e reforçando a importância da reflexão a Sinodalidade da Igreja.

 Dom Wellington 

Os regionais apresentaram a reflexão em torno a perguntas: “Em que medidas as atuais DGAE contribuem para uma Igreja Sinodal? Que aspectos devem ser mantidos e repensados? Que outros aspectos devem ser considerados?”.

De um modo geral, os regionais confirmaram a importância da continuidade das DGAE para o próximo quadriênio, com ênfase de que elas são já são a expressão da sinodalidade da Igreja no Brasil e que, contudo, precisam ser atualizadas de forma ainda mais participativa e sinodal, incluindo os organismos do povo de Deus em sua elaboração. A missão, apontaram os regionais, precisa ser um elemento central na vida da Igreja.

Os regionais apontaram ainda que a pandemia da Covid-19 foi um impedimento para o aprofundamento e vivência das ideias expressas nas diretrizes e que o aspecto da caridade foi muito vivenciado em razão do avanço do coronavírus. Os regionais também apontaram que elas precisam ser atualizadas à luz do Sínodo 2023, da questão querigmática, da ministerialidade, iniciação à vida cristã, animação bíblica da Pastoral, questão urbana e novos desafios da realidade em vista de um reencantamento dos fiéis à vida comunitária.

Novos passos do aprofundamento

Posteriormente, a Comissão prevê entregar, até o mês de julho, um texto com os destaques da escuta que será realizada. Na segunda etapa da Assembleia Geral, a ser realizada de 29 de agosto a 2 de setembro, em Aparecida (SP), acontecerá o aprofundamento do tema e as indicações para as próximas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, a serem publicadas em 2023.

Dois desafios para a construção de todo esse processo foram apresentados por dom Leomar. “O primeiro é o de fortalecer a comunidade cristã numa sociedade em rápida mudança, que gera comportamentos inéditos e apresenta problemas éticos totalmente novos. O segundo é que não há receitas prontas e nem fórmulas universais diante da complexidade e pluralidade dos contextos atuais”, disse o arcebispo.

                                                                                         Karina Carvalho / CNBB Sul 2

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Papa na catequese desta quarta-feira:

restabelecer a ponte forte entre jovens e idosos

Francisco disse que o Livro de Rute "contém também um valioso ensinamento sobre a aliança das gerações: onde a juventude se mostra capaz de dar novo entusiasmo à idade madura, quando a juventude dá novo entusiasmo aos idosos, a velhice se mostra capaz de reabrir o futuro para a juventude ferida".

O Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre a velhice na Audiência Geral, desta quarta-feira (27/04), realizada na Praça São Pedro. "Noemi, a aliança entre gerações que abre o futuro" foi o tema deste encontro semanal.

A catequese de Francisco foi inspirada no "maravilhoso Livro de Rute, uma preciosidade da Bíblia", que "ilumina a beleza dos laços familiares: gerados pela relação de um casal, mas que vão além do vínculo do casal. Em comparação com o Cântico dos Cânticos, o Livro de Rute é como o outro painel do díptico do amor nupcial. Tão importante como essencial, celebra o poder e a poesia que devem habitar os laços de geração, parentesco, dedicação e fidelidade que envolvem toda a constelação familiar".

Sabemos que os clichés sobre os laços de parentesco criados pelo matrimônio, especialmente entre sogra e nora, falam contra esta perspectiva. Mas, precisamente por esta razão, a palavra de Deus torna-se preciosa. A inspiração da fé pode abrir um horizonte de testemunho que vai contra os preconceitos mais comuns, um horizonte que é precioso para toda a comunidade humana. Convido-os a redescobrir o livro de Rute! Especialmente na meditação sobre o amor e na catequese sobre a família.

A seguir, o Papa disse que "este pequeno livro contém também um valioso ensinamento sobre a aliança das gerações: onde a juventude se mostra capaz de dar novo entusiasmo à idade madura, quando a juventude dá novo entusiasmo aos idosos, a velhice se mostra capaz de reabrir o futuro para a juventude ferida".

"No início, a idosa Noemi, embora movida pelo afeto das noras, viúvas dos seus dois filhos, é pessimista quanto ao seu destino num povo que não é o seu. Ela encoraja afetuosamente as jovens viúvas a regressarem às suas famílias para reconstruírem a própria vida", disse o Papa. "Movida pela dedicação de Rute, Noemi sairá do seu pessimismo e até tomará a iniciativa, abrindo um novo futuro para Rute. Ela instrui e encoraja Rute, a viúva do seu filho, a conquistar-se um novo marido em Israel. Booz, o candidato, mostra a sua nobreza, defendendo Rute dos homens seus empregados. Infelizmente, este é um risco que também se verifica hoje", sublinhou Francisco.

"O novo matrimônio de Rute é celebrado e os mundos são de novo pacificados. As mulheres de Israel dizem a Noemi que Rute, a estrangeira, vale “mais de sete filhos” e que o matrimônio será uma “bênção do Senhor”. Noemi, que era amargurada, dizia que o seu nome era amargura, revive, renasce e na sua velhice conhecerá a alegria de desempenhar um papel na geração de um novo nascimento", disse ainda o Papa, acrescentando:

Vejam quantos “milagres” acompanham a conversão desta idosa! Ela se converte ao compromisso de se tornar disponível, com amor, para o futuro de uma geração ferida pela perda e em risco de abandono. As frentes de recomposição são as mesmas que, de acordo com as probabilidades desenhadas pelos preconceitos do senso comum, deveriam gerar fraturas insuperáveis. Em vez disso, a fé e o amor permitem que sejam superados: a sogra supera o ciúme do próprio filho amando o novo vínculo de Rute; as mulheres de Israel superam a desconfiança em relação ao estrangeiro; a vulnerabilidade da jovem sozinha, perante o poder do homem, reconcilia-se com uma relação cheia de amor e respeito.

"Tudo isso porque a jovem Rute persistiu em ser fiel a um vínculo exposto ao preconceito étnico e religioso", frisou o Papa, que a propósito da sogra disse:

Hoje, a sogra é um personagem mítico, a sogra, não digo que pensamos nela como o diabo, mas sempre se pensa nela de maneira ruim. A sogra é a mãe do seu marido, é a mãe da sua esposa. Pensemos hoje nesse sentimento um pouco impregnado de que a sogra quanto mais longe melhor. Não! Ela é mãe, é idosa. Uma das coisas mais bonitas das avós é ver os netos, quando os filhos têm filhos, elas revivem. Olhem bem a relação que vocês têm com suas sogras e se às vezes são um pouco especiais, elas lhe deram a maternidade do seu cônjuge, lhe deram tudo. Ao menos as faça felizes, que continuem sua velhice com felicidade. E se têm algum defeito que seja corrigido. Digo também a vocês sogras: cuidado com a língua, porque a língua é um dos pecados mais feios das sogras, tenham cuidado.

A seguir, o Papa recomendou aos jovens que conversem "com seus avós, que conversem com os idosos e que os idosos conversem com os jovens". "Devemos restabelecer esta ponte forte, há uma corrente de salvação e felicidade ali. Que o Senhor nos ajude desta forma a crescer em harmonia nas famílias, aquela harmonia construtiva que vai do idoso ao jovem, aquela bela ponte que devemos proteger e conservar", concluiu.

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Papa recorda oitavo ano da canonização de João Paulo II
e clama pelo fim da guerra

No final da Audiência Geral o Papa recordou o aniversário de canonização de João Paulo II e pediu oração incessante pela paz.

Papa beija bandeira da Ucrânia durante Audiência Geral (Vatican Media)
Na audiência geral desta quarta-feira, 27 de abril, ao dar continuidade sobre o tema da velhice, o Papa Francisco falou sobre o relacionamento entre sogra e nora.  Durante as mensagens dirigidas aos diversos grupos linguísticos, o pontífice, ao dirigir-se aos peregrinos de língua polonesa recordou o oitavo ano da canonização de São João Paulo II: “Hoje, no oitavo aniversário da canonização de São João Paulo II, peçamos pela sua intercessão, de sermos testemunhas fieis de Cristo e do seu amor misericordioso no mundo, em família e no trabalho.”

Ao dirigir-se aos peregrinos de língua portuguesa falou sobre o tema da paz, pedindo pelo fim da guerra: “Queridos peregrinos de língua portuguesa: peço-vos que persevereis na oração incessante pela paz. Calem-se as armas, a fim de que aqueles que detém o poder de parar a guerra, escutem o clamor da humanidade inteira por paz! Que Deus vos abençoe.”

O tema da paz também esteve presente na saudação aos peregrinos de língua francesa: “Neste momento difícil em que a humanidade tem sede de paz e fraternidade, é urgente que os laços entre idosos e jovens sejam fecundos e façam com que todos, em seu estado de vida, sejam testemunhas e mediadores das bênçãos de Deus entre os povos.”

                                                                                                  Padre Pedro André, SDB

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terça-feira, 26 de abril de 2022

Coletiva da 59ª AG:

dom Edmar Peron partilha
processo de tradução da 3ª edição do Missal Romano

A tradução da terceira edição típica do Missal Romano para o português foi um dos temas da entrevista coletiva deste segundo dia da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O bispo de Paranaguá (PR) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, dom Edmar Peron, falou aos jornalistas sobre o trabalho da Comissão para a Tradução dos Textos Litúrgicos (Cetel) para oferecer à Igreja no Brasil a versão em Português da última edição do “livro que garante a unidade entre o que a Igreja celebra e crê”. A tarefa da Cetel, segundo o bispo, conta com uma dupla fidelidade na tradução: “ao latim e à língua portuguesa”.

“O Missal garante a unidade porque o celebrar é justamente expressar a fé que nós meditamos continuamente. Ele é o livro que, favorecendo a boa celebração, também favorece a participação ativa, consciente e frutuosa das pessoas”, disse dom Edmar aos jornalistas.

De acordo com o bispo, a terceira edição do Missal Romano tem como referência São João Paulo II, que, ainda como Papa, reuniu o conteúdo que havia sido publicado e determinado desde o pontificado de Paulo VI e o enviou para todas as conferências episcopais, com o objetivo de que fossem traduzidas para as próprias línguas.

“Às vezes imaginamos como se ele fosse um livro de regras, mas muito pelo contrário: as celebrações ficam livres por causa do missal. É um livro que vai ensinar todo mundo a rezar, por que o centro dele é a Oração Eucarística. Ele é um livro, algo concreto, com orações, textos a serem cantados, gestos a serem realizados, para manter a unidade da fé e favorecer a participação”, destacou.

Para que a tradução do latim para o português fosse possível, a Igreja no Brasil contou com a colaboração de especialistas da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel), de modo a não ferir nenhuma das duas línguas, descobrindo as palavras mais adequadas para ajudar e melhorar a maneira de celebrar e de rezar.

“Nesta etapa da Assembleia, os bispos estão sendo consultados sobre as Orações Eucarísticas e, em agosto, na etapa presencial, será realizada a votação. Em seguida, todo o material será enviado para Roma, para que seja aprovado ou não. O que nós tivermos mudado, por exemplo, se acrescentamos um gesto, precisará estar no consentimento de Roma. Então: o que foi modificado precisa de um consentimento, e o que foi traduzido precisa ser confirmado”, esclareceu dom Edmar.

Segundo o prelado, “o missal, assim como a Bíblia, precisa ser meditado, ou seja, o que está escrito precisa ser acolhido. A grande mudança nesta terceira edição é a linguagem, que é mais atual. Nós estamos todos ansiosos para que este processo pós agosto seja o mais rápido possível. Eu ficaria contente se para o Tríduo Pascal do próximo ano nós tivéssemos o Missal em sua terceira edição”, projetou.

O tema está em pauta neste início da tarde. Dom Edmar apresenta aos bispos o trabalho realizado pela Cetel em trecho aberto da Assembleia. Acompanhe:

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