Sacramento da Misericórdia
Estamos vivendo
o tempo litúrgico da quaresma, em que continuamente soam em nossos ouvidos o
chamado a um caminho cada vez mais concreto de conversão.
Mudança,
transformação, vida diferente, marcada por um coração capaz de amar sem medida.
Para tomar consciência do que realmente precisa mudar, temos a oportunidade de
celebrar a confissão pessoal das nossas faltas.
Papa Francisco dá o exemplo de humildade |
Na semana
passada o papa Francisco disse: “A confissão não deve ser uma tortura ou um
interrogatório pesado, mas um encontro libertador que manifesta a misericórdia
infinita de Deus. Não esqueçamos nunca, tanto como penitentes que como
confessores: não existe pecado algum que Deus não possa perdoar! Nenhum! Só o
que é subtraído à divina misericórdia não pode ser perdoado, como quem se
subtrai do sol não pode ser iluminado nem aquecido”.
À luz deste
maravilhoso dom de Deus o papa salientou três exigências: viver o sacramento
como meio para educar à misericórdia; deixar-se educar por aquilo que
celebramos; e manter o olhar sobrenatural.
Viver o
sacramento como meio para educar à misericórdia, significa ajudar os nossos
irmãos a fazer experiência de paz e compreensão humana e cristã, reiterando que
a Confissão não deve ser uma "tortura", mas que todos deveriam deixar
o confessionário com a felicidade no coração, com o rosto radiante de
esperança, embora por vezes também molhado pelas lágrimas da conversão e da alegria
que dela deriva.
Ao recordar a
exigência de se deixar educar por aquilo que celebramos, o papa, dirigindo-se
aos confessores, convidou-os a se deixarem educar pelo Sacramento da
Reconciliação, pois por vezes acontece de ouvir confissões que nos edificam,
irmãos e irmãs que vivem uma autêntica comunhão pessoal e eclesial com o Senhor
e um amor sincero para com os irmãos; almas simples, almas de pobres em
espírito, que se abandonam totalmente ao Senhor.
Francisco também
acrescentou: “Quanto podemos aprender da conversão e do arrependimento dos
nossos irmãos! Eles nos encorajam a fazer também nós um exame de consciência:
eu, sacerdote, amo assim o Senhor, que me fez ministro da sua misericórdia? Eu,
confessor, estou disposto para a mudança, a conversão, como este penitente, ao
serviço do qual fui chamado?”
Todos nós fomos
constituídos ministros da reconciliação por pura graça de Deus, gratuitamente e
por o amor, ou melhor, precisamente por misericórdia. Somos ministros da
misericórdia graças à misericórdia de Deus; nunca devemos perder este olhar
sobrenatural, que nos torna realmente humildes, acolhedores e misericordiosos
para com cada irmão e irmã que pede para se confessar”.
No sacramento da
confissão ou penitência, tanto um como outro, somos beneficiados pela graça
misericordiosa de Deus, através do sinal sacramental que é a confissão. Não
existe melhor estado de espírito do que sentir-se perdoado, pois para Deus não
existe pecado que não tenha perdão. E como não recordar uma bela expressão do
papa: “Deus nunca se cansa de perdoar, mas nós nos cansamos de pedir perdão”.
Por isso que Francisco anunciou o “Ano Santo extraordinário da Misericórdia”,
de 08 de dezembro 2015 a 20 de novembro 2016. Anunciar ao mundo que a
misericórdia de Deus é o caminho da paz e da harmonia. Que Deus te abençoe. Uma
abençoada semana para você e sua família!
Dom Anuar
Battisti - Arcebispo de Maringá (PR)
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Fonte: cnbb.org.br radiovaticana.va
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