quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Entendendo melhor:

Porque jejuar nas sextas-feiras da Quaresma?
Durante a Quaresma – período de preparação para a festa da Páscoa – a Igreja recomenda que os fieis façam jejum e abstinência, principalmente às sextas-feiras. A prática é muito comum durante este tempo litúrgico, mas também no decorrer do ano. Mas porque jejuar nas sextas-feiras quaresmais?
“Para tornar mais verdadeira, autêntica e transparente a nossa vida diante de Deus”, explica o bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Armando Bucciol.
“A finalidade proposta é viver o jejum como renúncia de algo que nos dá prazer imediato e, porém, não é só o aspecto negativo da renúncia, mas impositivo. Eu insisto, o jejum é para tornar mais autentica, transparente e verdadeira conosco mesmo no relacionamento com os ouros e no final com Deus a nossa existência terrena”, explicou
O bispo ressalta ainda que sexta-feira na tradição da Igreja é o dia da morte do Senhor. Portanto, desde os primeiros séculos se tornou um dia litúrgico. Isto é, em que se recordava a morte do Senhor de uma maneira especial.
“O fato de ter um dia de Jejum é para viver juntos como Igreja Universal um gesto que manifeste a nossa busca de uma espiritualidade mais profunda, mais autêntica ligada ao sofrimento de Cristo”, destaca.
De acordo com o Código de Direito Canônico – leis que orientam a Igreja Católica – o jejum é a “forma de penitência que consiste na privação de alimentos”. Para tal prática, a orientação tradicional é que se faça apenas uma refeição completa durante o dia e, caso haja necessidade, pode-se tomar duas outras pequenas refeições, que não sejam iguais em quantidade à habitual.
Segundo dom Armando, a Igreja enriquecida por uma longa história documentada pela Bíblia, fala muitas vezes da necessidade de jejuar. Na Sagrada Escritura, o profeta Isaías insiste que não basta um jejum como obra exterior. É importante jejuar como purificação interior.
“Nós como Igreja temos essa obra durante a Quaresma com o intuito da vivência mais profunda com nós mesmo e com Deus para que a nossa vida se torne mais pura, autêntica e fiel”.
Conforme as orientações da Igreja, o jejum e a abstinência são obrigatórios na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa e estão obrigados ao jejum os que tiverem completado 18 anos até os 59 completos. Os outros podem fazer, mas sem obrigação. Grávidas e doentes estão dispensados do jejum, bem como aqueles que desenvolvem árduo trabalho braçal ou intelectual no dia do jejum.
Sobre a abstinência, o Direito Canônico diz que “consiste na escolha de uma alimentação simples e pobre”. Segundo o documento, a tradição da Igreja indica a abstenção de carne, pelo menos nas sextas-feiras da Quaresma. “Mas poderá ser substituída pela privação de outros alimentos e bebidas, sobretudo os mais requintados e dispendiosos [caros] ou da especial preferência de cada um”, orienta o documento.
Para dom Armando, o jejum quaresmal é um momento para entrar em si mesmos e ver na transparência do mistério de Deus a proposta cristã o que torna a vida mais bela, transparente.
“Quem ganha com o jejum não é Deus, somos nós. São as nossas vidas que se tornam mais verdadeiras em si mesmas. É claro a motivação não é de ordem só estética ou física, mas espiritual. Mas, Deus é aquele que, mais do que todos, procura o nosso bem e a Igreja, fiel a uma longa tradição de espiritualidade, convida seus filhos a fazer renúncias que não são tanto para honrar a Deus, é para tornar o nosso relacionamento com Ele mais puro, rico, belo, mais fiel ao projeto que Ele nos deixou”, finaliza o bispo.
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Papa na Audiência desta quarta-feira:

É pouca a nossa oferta, mas Cristo tem necessidade deste pouco
Na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco falou sobre a "apresentação das oferendas": "O Senhor nos pede, na vida ordinária, boa vontade; nos pede coração aberto, nos pede desejo de ser melhores e para dar-se ele mesmo a nós na Eucaristia, nos pede estas ofertas simbólicas que depois se tornam o Corpo e o Sangue”.

Cidade do Vaticano - A Cruz foi o primeiro altar cristão, e “quando nós nos aproximamos do altar para celebrar a Missa, a nossa memória vai ao altar da Cruz, onde foi feito o primeiro sacrifício”.
Na Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco deu continuidade a sua série de catequeses sobre a Santa Missa, falando sobre a Liturgia Eucarística, em particular, a apresentação das oferendas.
Com a temperatura de -2°C, o tradicional encontro das quartas-feiras realizou-se na Sala Paulo VI.  Como os 12 mil fiéis presentes superavam a capacidade da Sala Paulo VI de 7 mil pessoas, parte deles teve de ser deslocada até a Basílica de São Pedro, de onde acompanharam por um telão. Ao final do encontro, o Papa Francisco foi até eles saudá-los. 
A Liturgia eucarística segue a Liturgia da Palavra, recordou o Santo Padre. "Nela, por meio dos santos sinais, a Igreja torna continuamente presente o Sacrifício da nova aliança sigilada por Jesus no altar da cruz", que "foi o primeiro altar cristão, o da Cruz, e quando nos aproximamos do altar para celebrar a Missa, a nossa memória vai ao altar da Cruz, onde foi feito o primeiro sacrifício”.
O Papa explicou que o sacerdote, na Missa, “representa Cristo, cumpre aquilo que o próprio Senhor fez e confiou aos discípulos na Última Ceia: tomou o pão e o cálice, deu graças, os deu aos seus discípulos, dizendo: “Tomai e comei...bebei: este é o meu corpo... este é o cálice de meu sangue. Fazei isto em memória de mim”.
Obediente ao mandato de Jesus, a Igreja dispôs a Liturgia eucarística “em momentos que correspondem às palavras e aos gestos realizados por Ele, por Jesus, na véspera de sua Paixão. Assim – explicou o Papa – na preparação dos dons são levados ao altar o pão e o vinho, isto é, os elementos que Cristo tomou em suas mãos”.
“Na oração eucarística damos graças a Deus pela obra da redenção e as ofertas se tornam o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo. Seguem a fração do Pão e a Comunhão, mediante a qual revivemos a experiência dos Apóstolos que receberam os dons eucarísticos das mãos do próprio Cristo”.
O primeiro desses gestos de Jesus – observou Francisco - foi tomar o pão e o vinho, o que corresponde, na celebração da Eucaristia, à apresentação das ofertas:
“É bom que sejam os fiéis a apresentar ao sacerdote o pão e o vinho, porque eles significam a oferta espiritual da Igreja ali recolhida pela eucaristia. Não obstante hoje os fiéis não levem mais, como em um tempo, o próprio pão e vinho destinados à Liturgia, todavia o rito da apresentação destes dons conserva o seu valor e significado espiritual”.
“Nos sinais do pão e do vinho o povo fiel deposita a própria oferenda nas mãos do sacerdote, o qual a coloca sobre o altar ou banquete do Senhor, que é o centro de toda a liturgia eucarística”.
Desta forma, no “fruto da terra e do trabalho do homem” é oferecido o compromisso dos fiéis em fazerem de si mesmos, obedientes à palavra de Deus, um “sacrifício agradável a Deus, Pai todo poderoso”, “para o bem de toda a Santa igreja”.
Assim, “a vida dos fiéis, seus sofrimentos, a sua oração, o seu trabalho, são unidos àqueles de Cristo e a sua oferta total, e neste modo assumem um novo valor”:
“É pouca a nossa oferta, mas Cristo tem necessidade deste pouco. O Senhor nos pede pouco, e nos dá tanto. Nos pede pouco: nos pede, na vida ordinária, boa vontade; nos pede coração aberto, nos pede desejo de ser melhores e para dar-se ele mesmo a nós na Eucaristia, nos pede estas ofertas simbólicas que depois se tornam o corpo e o sangue”.
Uma imagem deste movimento oblativo de oração é representada pelo incenso que, consumido no fogo, libera uma fumaça perfumada que sobe:
“Incensar as ofertas, como se faz nos dias de festa, incensar a cruz, o altar, o sacerdote e o povo sacerdotal manifesta visivelmente o vínculo ofertorial  que une todas estas realidade ao sacrifício de Cristo”.
“E não esquecer: existe o altar que é Cristo, mas sempre em referência ao primeiro altar que é a Cruz, e sobre o altar que é Cristo levamos o pouco de nossos dons – o pão e o vinho – que depois se tornarão o muito – Jesus mesmo – que se dá a nós”.
Isto é expresso também na “oração sobre as ofertas”, quando “o sacerdote pede a Deus para aceitar os dons que a Igreja lhe oferece, invocando o fruto da mirável troca entre a nossa pobreza e a sua riqueza.
No pão e no vinho apresentamos a ele a oferta de nossa vida, para que seja transformada pelo Espírito Santo no sacrifício de Cristo e torne com Ele uma única oferta espiritual agradável ao Pai. Enquanto se conclui a preparação dos dons, se dispõe à Oração Eucarística”.
Que a espiritualidade do dom de si, que este momento da Missa nos ensina, possa iluminar os nossos dias, as relações com os outros, as coisas que fazemos, os sofrimentos que encontramos, ajudando-nos a construir a cidade terrena à luz do Evangelho.
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Assista:
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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Papa Francisco na homilia desta manhã:

Nada de ameaças no confessionário, mas o perdão do Pai
O Senhor não se cansa de chamar cada um a mudar de vida, a dar um passo em direção a Ele, a converter-nos, e faz isto com a doçura e a confiança de um pai.
Cidade do Vaticano - Quaresma é um tempo que ajuda à conversão, à reaproximação a Deus, à mudança de nossa vida e esta é uma graça a ser pedida ao Senhor. Este foi o tema da homilia do Papa Francisco na Missa celebrada na manhã desta terça-feira na capela da Casa Santa Marta.
Jesus Chama com doçura e confiança de pai
Inspirando-se no primeiro livro do Profeta Isaías – um verdadeiro “chamado à conversão” – o Papa Francisco mostra qual é a atitude “especial” de Jesus diante de nossos pecados: “não ameaça, mas chama com doçura, dando confiança”.
“Venha, conversemos” são as palavras do Senhor aos chefes de Sodoma e ao povo de Gomorra, a quem – explica o Papa – já indicou “o mal” a ser evitado e o “bem” a ser seguido. Assim faz conosco:
“O Senhor diz: “Venha, Venha e debatamos. Falemos um pouco”. Não nos assusta. É como o pai do filho adolescente que fez uma bobagem e deve repreendê-lo. E sabe que se vai com o bastão a coisa não acabará bem, deve então agir com confiança. O Senhor, nesta passagem, nos chama assim: “Venha. Tomemos um café juntos. Debatamos, discutamos. Não tenha medo, não quero agredi-lo”. E como sabe que o filho pensa: “Mas eu fiz coisas...” – Imediatamente: “Ainda que os seus pecados fossem como escarlate, tornar-se-ão brancos como a neve. Se fossem vermelhos como púrpura, tornar-se-ão como lã”.
Também na confissão nada de ameaças
Como o pai em relação ao filho adolescente, Jesus então, com “um gesto de confiança, aproxima ao perdão e muda o coração”.
Assim fez – recorda Francisco – chamando Zaqueu ou Mateus, e assim faz em nossa vida, nos faz ver “como dar um passo em frente no caminho da conversão”:
“Agradeçamos ao Senhor pela sua bondade. Ele não quer nos agredir e nos condenar. Deu a sua vida por nós e esta é a sua bondade. E sempre busca o modo de chegar ao coração. E quando nós sacerdotes, no lugar do Senhor, devemos ouvir as confissões, também nós devemos ter esta atitude de bondade, como diz o Senhor: “Venham, debatamos, não há problema, o perdão existe”, e não a ameaça, desde o início”.
Ir ao Senhor de coração aberto: é o pai que espera
O Papa conta a este propósito a experiência de um cardeal confessor, que justamente diante do pecado que intui ser “grande”, não se detém muito e segue em frente, continua o diálogo: “E isto abre o coração” – sublinhou o Papa – “e a outra pessoa se sente em paz”.
Assim faz o Senhor conosco. Diz: “venham, debatamos, falemos. Pegue o recibo do perdão, perdão existe”:
“Ajuda-me ver esta atitude do Senhor: o pai com o filho que se acha grande, que se acha crescido e ainda está no meio do caminho. E o Senhor sabe que todos nós estamos na metade do caminho e tantas vezes temos necessidade disto, de ouvir esta palavra: “Mas venha, não se assustes, vem. O perdão existe”. E isto nos encoraja. Ir ao Senhor com o coração aberto: é o pai que nos espera”.
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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Presidente da CNBB lamenta agressividade crescente

“compartilhada e alimentada
por muitos católicos nas redes sociais”
“Escutar a voz de Jesus implica em viver no amor fraterno”. Este é o ponto de partida da reflexão apresentada pelo arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, no folheto O Povo de Deus do último domingo, 25. No texto, dom Sergio lamenta que muitos católicos têm compartilhado e alimentado agressividade nas redes sociais e exorta: “É pecado grave usar o nome de Deus ou qualquer religião para praticar ou justificar a violência”.

Comentando o Evangelho do dia, sobre a Transfiguração do Senhor, dom Sergio destaca o convite do Pai para escutar a voz de Jesus e indica a Quaresma como “tempo especial de conversão em preparação para a Páscoa”, e que deve ser vivido através da caridade, como ensina a Igreja.
A Campanha da Fraternidade (CF) está entre os principais meios de vivência do amor ao próximo na Quaresma, segundo o presidente da CNBB: “Ela é um meio especial para a conversão e a verdadeira caridade”. Para dom Sergio, o lema “Vós sois todos irmãos” pretende contribuir para superar a violência e promover a paz.
O cardeal ressalta que muitas iniciativas podem ser desenvolvidas para alcançar os objetivos da CF deste ano e que cada um pode dar a sua contribuição “para superar a violência e construir a fraternidade e paz nos ambientes em que vive”. Mas lamenta a agressividade crescente “compartilhada e alimentada por muitos católicos nas redes sociais”.
Dom Sergio da Rocha
“Diga não à violência nas redes sociais! Não compartilhe conteúdos ofensivos e desrespeitosos. Não participe de grupos de WhatsApp ou de outras redes sociais que disseminam fofocas, fazem linchamento moral e críticas destrutivas, atingindo até mesmo a Igreja”, conclama. 
Para o cardeal, é lamentável que haja pessoas ou grupos que se dizem cristãos ou católicos recorrendo à violência para fazer valer a sua opinião e interesses: “É pecado grave usar o nome de Deus ou qualquer religião para praticar ou justificar a violência”, exorta.
“Quem escuta a voz de Jesus Cristo não alimenta, nem reproduz a violência disseminada na sociedade. Ao contrário, contribui para a paz, através do respeito e do diálogo, da misericórdia e do perdão. Quem escuta a voz de Jesus testemunha a sua palavra “Vós sois todos irmãos”, jamais tratando o outro que pensa diferente como um inimigo a ser combatido, mas como um irmão a ser amando, se necessário com a correção fraterna e o perdão. A paz é dom de Deus a ser compartilhado nesta Quaresma”, finaliza.
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Papa Francisco na missa desta segunda-feira:

Pedir a graça da vergonha e jamais julgar os outros
O Papa começou a semana celebrando a missa na Casa Santa Marta. Na homilia, comentou o Evangelho de Lucas.
Cidade do Vaticano - Não julgueis e não sereis julgados. Na homilia da Missa celebrada na segunda-feira (26/02) na Casa Santa Marta, o Papa Francisco repete com força este convite de Jesus no Evangelho do dia (Lc 6,36-38).
Ninguém, de fato, poderá fugir do juízo universal: todos seremos julgados. Nesta ótica, a Igreja faz refletir justamente sobre a atitude que temos com o próximo e com Deus.
Em relação ao próximo, nos convida a não julgar, mas a perdoar. “Cada um de nós pode pensar: ‘Mas nunca julgo, eu não faço o juiz”, notou Francisco que convidou, ao invés, a examinar as nossas atitudes: “quantas vezes o argumento das nossas conversas é julgar os outros!”, dizendo “isto não está correto”. “Mas quem o nomeou juiz”, advertiu o Papa: “julgar os outros é algo feio – afirmou – porque o único juiz é o Senhor” que conhece a tendência do homem a julgar os outros:
Nas reuniões que nós temos, um almoço, o que quer que seja, pensemos em duas horas de duração: dessas duas horas, quanto minutos foram usados para julgar os outros? Este é o ‘não’. E qual é o ‘sim’? Sejam misericordiosos. Sejam misericordiosos como o Pai é misericordioso. E mais: sejam generosos. Dai e vos será dado. O que me será dado? Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante. A abundância da generosidade do Senhor, quando nós seremos plenos da abundância da nossa misericórdia em não julgar.
O convite, portanto, é ser misericordiosos com os outros porque do mesmo modo o Senhor será misericordioso conosco. A segunda parte da mensagem da Igreja, hoje, é o convite a ter uma atitude de humildade com Deus, reconhecendo-se pecadores.
E nós sabemos que a justiça de Deus é misericórdia. Mas é preciso dizê-lo: “A Ti convém a justiça; a nós, a vergonha”. E quando se encontra a justiça de Deus com a nossa vergonha, ali está o perdão. Eu creio que pequei contra o Senhor? Eu acredito que o Senhor é justo? Eu acredito que é misericordioso? Eu me vergonho diante de Deus, de ser pecador? Tão simples: a Ti a justiça, a mim a vergonha. E pedir a graça da vergonha.
Por fim, o Papa recordou que na sua língua materna, das pessoas que fazem mal aos outros se diz “sem vergonha”, e reiterou o convite a pedir a graça “de que jamais nos falte a vergonha diante de Deus”.
É uma grande graça, a vergonha. Assim recordamos: a atitude em relação ao próximo, recordar que com a medida com a qual julgo serei julgado. E se digo algo sobre o outro, que seja generosamente, com muita misericórdia. A atitude diante de Deus, este diálogo essencial: “A Ti a justiça, a mim a vergonha”.
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Assista:
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Primeira reunião de 2018 do Papa com os cardeais do C9
O encontro para dar continuidade à reforma da Cúria vai até quarta-feira.
Cidade do VaticanoTeve início na manhã desta segunda-feira (26/02) a 23° reunião do Papa Francisco com os Cardeais Conselheiros (C9).
Trata-se da primeira reunião do C9 neste ano de 2018, sempre de três dias de duração. O Pontífice instituiu este grupo em setembro de 2013, com a tarefa de ajudá-lo “no governo da Igreja universal e estudar um projeto de revisão da Constituição Apostólica Pastor Bonus sobre a Cúria Romana”.
Em recente entrevista ao Vatican News, Dom Marcello Semeraro – secretário do Conselho dos Cardeais – destacou que nesta reunião serão retomadas algumas temáticas sobre os principais dicastérios que já estavam em “fase conclusiva”.
Paradigna da missionariedade
Além disso, o bispo de Albano destacou que “a reforma coloca em movimento” organizações e estruturas, mas “a primeira mudança que precisa se feita - e permanentemente - é uma mudança de mentalidade”. Para o secretário do Conselho dos Cardeais, “o que a reforma da Cúria pretende expressar é, antes de tudo, uma sintonia com aquilo que o Papa escreveu na Exortação Evangelii Gaudium”: colocar-se no “paradigma da missionariedade, de anúncio do Evangelho”.
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O novo livro do Papa Francisco:  
'Deus é jovem'
O lançamento será no dia 20 de março, logo após o Domingo de Ramos e o Dia Mundial da Juventude nas dioceses de todo o mundo.
Cidade do Vaticano Dois anos depois de “O nome de Deus é misericórdia”, publicado em mais de 100 países, o novo livro-entrevista do Papa Francisco, “Deus é jovem”, será lançado em todo o mundo no dia 20 de março.
Sínodo marcado no Vaticano de 3 a 28 de outubro 
Em vista do Sínodo dos Jovens, em outubro próximo no Vaticano, o novo projeto editorial será publicado logo após o Dia Mundial da Juventude, celebrado no Domingo de Ramos no Vaticano e nas dioceses dos cinco continentes.
“Nas seis principais línguas, a capa traz o título escrito a mão pelo próprio Papa”
Nesta obra, Francisco conversa com o jornalista Thomas Leoncini dirigindo-se aos jovens de todo o mundo, de dentro e fora da Igreja, e com firmeza e paixão, analisa os grandes temas da actualidade. O resultado é um diálogo corajoso, intimo e memorável.  
No Brasil, o livro será publicado pela Editora Planeta.
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                                                                                                      Fonte: www.vaticannews.va

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Aprender para praticar

Qual a diferença entre jejum e penitência?
A quarta-feira de cinzas e a sexta-feira santa são os únicos dias em que a Igreja pede para que seus fiéis jejuem, ou seja, que renunciem a uma das refeições importantes do dia. O Pejum é para que o coração se torne mais disponível para Deus e mais solidário para com o próximoA Penitência, não visa primeiramente às obras exteriores, mas à conversão do coração.
Como diz a Sagrada Escritura: “Não rasgueis as vossas vestes, mas sim o vosso coração (Jo 2). Vou tirar o vosso coração de pedra e porei em vós um coração de carne (Ez 36)
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Assista:
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                                                                                                                 Fonte: www.a12.com

Apelo do Papa em favor da Síria no Angelus deste domingo:

A guerra é um mal, ajudas imediatas
Tudo isso é desumano. Não se pode combater o mal com outro mal. E a guerra é um mal, acrescentou o Papa Francisco. Portanto, dirijo meu veemente apelo a fim de que cesse imediatamente a violência, reiterou o Pontífice.
Cidade do VaticanoNo Angelus ao meio-dia, este domingo (25/02), mais um premente apelo do Santo Padre em favor da Síria:
“Nestes dias meu pensamento tem se voltado reiteradas vezes para a amada e martirizada Síria, onde a guerra se intensificou, especialmente no Ghouta oriental. Este mês de fevereiro foi um dos mais violentos em sete anos de conflito: centenas, milhares de vítimas civis, crianças, mulheres, anciãos; hospitais foram atingidos, o povo não pode prover alimentos... Irmãos e irmãs, tudo isso é desumano. Não se pode combater o mal com outro mal. E a guerra é um mal. Portanto, dirijo meu veemente apelo a fim de que cesse imediatamente a violência, seja dado acesso às ajudas humanitárias – alimento e medicamentos – e os feridos e os doentes sejam retirados. Peçamos juntos a Deus para que isso se dê imediatamente.”
Após o apelo, seguido de um breve momento de silêncio, o Papa rezou mais uma Ave-Maria com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.
Contemplar a transfiguração de Jesus
Atendo-se à liturgia dominical, na alocução que precedeu a oração mariana o Santo Padre ressaltou que o Evangelho deste II Domingo da Quaresma nos convida a contemplar a transfiguração do Jesus. Francisco afirmou que o episódio da transfiguração deve ser relacionado com o que acontecera seis dias antes, quando Jesus tinha revelado aos seus discípulos que em Jerusalém deveria “sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos escribas, ser morto e, após três dias, ressurgir” (Mc 8,31).
O anúncio colocara em crise Pedro e todo o grupo dos discípulos, que rechaçavam a ideia de que Jesus fosse rejeitado pelos chefes do povo e depois morto.
Jesus, servo de Deus, servo dos homens
De fato, explicou o Pontífice, eles esperavam um Messias poderoso, forte, dominador, ao invés, Jesus se apresenta como humilde, manso, servo de Deus, servo dos homens, que deverá dar a sua vida em sacrifício, passando pelo caminho da perseguição, do sofrimento e da morte.
“Mas, como seguir um Mestre e Messias cuja vicissitude terrena se concluiria daquele modo? Assim pensavam eles... E a resposta chega justamente da transfiguração. O que é a transfiguração de Jesus? É uma aparição pascal antecipada.”
Paixão de Cristo, sobretudo, um dom de amor infinito de Jesus
A transfiguração ajuda os discípulos, e também nós, a entender que a paixão de Cristo é um mistério de sofrimento, mas é, sobretudo, um dom de amor, de amor infinito da parte de Jesus. O evento de Jesus que se transfigura no monte nos faz compreender melhor também a sua ressurreição, continuou Francisco.
“Para entender o mistério da Cruz é necessário saber antecipadamente que Aquele que sofre e que é glorificado não é somente um homem, mas é o Filho de Deus, que com seu amor fiel até a morte nos salvou. O Pai renova assim sua declaração messiânica sobre o Filho, já feita às margens do Jordão após o batismo, e exorta: ‘Escutai-o!’
Seguir o Mestre com confiança
Os discípulos são chamados a seguir o Mestre com confiança, continuou o Papa, com esperança, apesar da sua morte; a divindade de Jesus deve manifestar-se propriamente na cruz, propriamente em seu morrer “daquele modo”, tanto que o evangelista Marcos coloca na boca do centurião a profissão de fé: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!”
Na saudação aos vários grupos de fiéis e peregrinos o Pontífice saudou, entre outros, o grupo presente na Praça São Pedro por ocasião da “Jornada pelas doenças raras”, com um encorajamento às associações que trabalham neste campo.
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Assista:
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Visita do Papa à Paróquia São Gelásio:
Jesus jamais nos deixa sozinhos
Tratou-se da 16ª paróquia da Diocese de Roma a ser visitada pelo Papa Francisco desde o início de seu Pontificado. Mais uma vez, ocasião em que recebeu o carinho, afeto e manifestação de gratidão dos fiéis que calorosamente acolheram o seu pastor.
Cidade do Vaticano “Jesus mostra-se aos Apóstolos como é no Céu: glorioso, luminoso, triunfante, vencedor. E o faz para prepará-los para suportar a Paixão, o escândalo da Cruz, porque eles não podiam entender que Jesus seria morto como um criminoso, não podiam entender isso.”
Ouvir Jesus e fazer aquilo que Ele nos diz
Foi o que disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada na tarde deste domingo (25/02) na paróquia de São Gelásio, no bairro de Ponte Mammolo, periferia de Roma, ao explicar a página do Evangelho deste II Domingo da Quaresma em preparação para a Paixão, morte e Ressurreição de Cristo, que nos traz o episódio da transfiguração do Senhor.
Tratou-se da 16ª paróquia da Diocese de Roma a ser visitada pelo Papa Francisco desde o início de seu Pontificado. Mais uma vez, ocasião em que recebeu o carinho, afeto e manifestação de gratidão dos fiéis que calorosamente acolheram o seu pastor.
Visita pastoral marcada por vários encontros
Muitos momentos de alegria, abraços e calor humano, apesar da chuva e do frio da tarde deste domingo em Roma: encontro com as crianças e os jovens da catequese e, em seguida, encontro com os anciãos.
Na homilia feita sem texto, Francisco explicou que Jesus triunfa mediante a humilhação, a humilhação da Cruz. Mas como isso seria um escândalo para os Apóstolos, Jesus lhes mostra o que vem depois, após a Cruz, o que nos aguarda, a todos nós. Essa glória e esse céu.
Vencer as provações com a força de Cristo
E isso é bonito é muito bonito, disse o Papa, “porque Jesus – e ouçam bem isso – sempre nos prepara para a provação. De um modo ou de outro. Essa é a mensagem, nos prepara sempre”, continuou. Ele nos dá a força para seguir adiante nos momentos de provação, e vencê-los com a Sua força.
Jesus não nos deixa sozinhos nas provações da vida: sempre nos prepara, nos ajuda, como preparou seus Apóstolos, com a visão da Sua glória. E assim eles recordarão isso para suportar o peso da humilhação. Esta é a primeira coisa que a Igreja nos ensina: Jesus nos prepara sempre para as provações e nelas está conosco, não nos deixa sozinhos. Jamais! – assegurou o Santo Padre.
A segunda coisa que podemos colher da Palavra de Deus: “Este é o meu Filho muito amado... Escutai-o”.
“Não há momento da vida que possa ser vivido plenamente a não ser ouvindo Jesus.”
Prossigamos nesta Quaresma com essas duas coisas, exortou: nas provações, recordar a glória de Jesus, ou seja, que nos aguarda; e durante toda a vida, ouvir Jesus. No Evangelho, na liturgia, sempre nos fala; no coração. “Seguir adiante com a recordação – a recordação – da glória de Jesus, com este conselho: ouvir Jesus e fazer aquilo que Ele nos diz”, finalizou o Santo Padre.
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Reflexão para seu domingo

Ver do alto
A quaresma nos coloca na visão, a partir de cima, para nos encontrarmos em baixo como irmãos solidários, sabendo que Deus caminha conosco.
Jesus levou consigo três apóstolos até o alto da montanha e se transfigurou esplendorosamente diante deles estupefatos. Moisés e Elias apareceram e conversavam  com o Mestre. Os discípulos queriam permanecer nessa visão de modo continuado, quando ouviram uma voz divina, dizendo-lhe que eles deviam seguir o que o Filho Jesus dizia (Cf. Marcos 2-10). De fato, os três até deram a vida pelo Senhor.
Do alto da montanha, também como aconteceu com Moisés, é possível ver melhor o que acontece lá em baixo com o povo. Para quem sobe para falar com Deus, saindo do burburinho do cotidiano, tem a graça divina para levar a efeito a missão de ajudar o semelhante na caminhada da planície, cheia de percalços, desafios, inanição, injustiças, corrupção, materialismo e exclusões sociais desumanas. Sem Deus o ser humano se animaliza e não tem norte e parâmetro do amor para ajudar o convívio promotor da vida digna para todos. A família fica massacrada, os pobres não têm vez, a juventude fica sem busca de ideal e a violência tira a paz e os danos lesam a vida humana de grandes parcelas.
A transfiguração de Jesus é também possível para todos nós, a partir de nossa fé, que o faz perceber não simplesmente como um líder a mais e sim como verdadeiro Filho de Deus. A quaresma nos coloca na visão, a partir de cima, para nos encontrarmos em baixo como irmãos solidários, sabendo que Deus caminha conosco. Com Ele temos a força para superarmos a caminhada da planície terrestre. Assim superamos as agressões à vida, à natureza e à dignidade humana. A violência da corrupção e da violência geram exclusões e ferem a presença divina em nosso convívio. A Campanha da Fraternidade nos lembra que somos irmãos. Por isso, a visão de cima, ou da fé no Filho de Deus, faz-nos irmanar mais para implantar a justiça e a paz. Se não colocarmos a mão na consciência, onde Deus nos fala fortemente, não mudamos nossa planície. Por isso, a quaresma nos é muito propícia para orarmos, meditarmos na Palavra divina e revermos se nossa caminhada é feita em  obediência a Deus. Assim faremos uma sociedade que valorize mais a família bem constituída e promoveremos mais entendimento, misericórdia e promoção dos mais fragilizados socialmente.
Tirar os mecanismos agressivos à pessoa humana e ao bem comum é próprio de quem vê a vida a partir de sua origem e finalidade em Deus. Nessa direção ajudamos a formar a consciência da cidadania e da alteridade, tão importantes para convivermos como pessoas de grandeza moral. Canalizamos os instintos para eles serem direcionados para a construção de uma convivência no entendimento e na colaboração de todos com a justiça e a paz na sociedade, com proveito para cada um.
O texto da Campanha da Fraternidade deste ano focaliza a Fraternidade e a superação da violência. Quem o usa encontra subsídios muito ricos para o enfoque do tema, com a ajuda para uma boa preparação para a celebração da Páscoa da ressurreição de Jesus. Esta  vem nos mostrar o porquê segui-Lo. Afinal, ela é a prova fundamental da fé, pois, não estamos seguindo um fundador de religião a mais e sim o Filho de Deus, conforme o revelado na transfiguração do monte Tabor!
                            Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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                                               Fonte: cnbbleste2.org.br    Ilustração: liturgia.catequisar.com.br

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Leituras do

2º Domingo da Quaresma

1ª Leitura: Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18
Livro do Gênesis:
Naqueles dias, Deus pôs Abraão à prova. Chamando-o, disse: “Abraão!” E ele respondeu: “Aqui estou”. E Deus disse: “Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirige-te à terra de Moriá e oferece-o aí em holocausto sobre um monte que eu te indicar”.
Chegados ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu um altar, colocou a lenha em cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha, em cima do altar. Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho. E eis que o anjo do Senhor gritou do céu, dizendo: “Abraão! Abraão!” Ele respondeu: “Aqui estou!” E o anjo lhe disse: “Não estendas a mão contra teu filho e não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho único”.
Abraão, erguendo os olhos, viu um carneiro preso num espinheiro pelos chifres; foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto no lugar do seu filho.
O anjo do Senhor chamou Abraão, pela segunda vez, do céu, e lhe disse: “Juro por mim mesmo — oráculo do Senhor —, uma vez que agiste deste modo e não me recusaste teu filho único, eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste”.
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Salmo: 115
Andarei na presença de Deus, junto a ele na terra dos vivos.
Andarei na presença de Deus, junto a ele na terra dos vivos.
- Guardei a minha fé, mesmo dizendo: “É demais o sofrimento em minha vida!” É sentida por demais pelo Senhor a morte de seus santos, seus amigos.
- Eis que sou o vosso servo, ó Senhor, vosso servo que nasceu de vossa serva; mas me quebrastes os grilhões da escravidão! Por isso oferto um sacrifício de louvor, invocando o nome santo do Senhor.
Vou cumprir minhas promessas ao Senhor na presença de seu povo reunido; nos átrios da casa do Senhor, em teu meio, ó cidade de Sião!
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2ª Leitura: Rm 8,31b-34
Carta de São Paulo aos Romanos:
Irmãos: Se Deus é por nós, quem será contra nós? Deus, que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos daria tudo junto com ele?
Quem acusará os escolhidos de Deus? Deus, que os declara justos? Quem condenará? Jesus Cristo, que morreu, mais ainda, que ressuscitou, e está à direita de Deus, intercedendo por nós?
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Evangelho: Mc 9,2-10
Evangelho de São Marcos:
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus.
Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”.
Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles. Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos.
Eles observaram essa ordem, mas comentavam entre si o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”.
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Reflexão:
Deus dá seu filho por nós
No domingo passado vimos como Jesus, tendo assumido no batismo ser Filho e Servo de Deus, se preparou por sua “quaresma” para iniciar sua missão. Hoje, no 2º domingo da Quaresma, o mesmo Filho é mostrado diante da fase final de sua missão, prestes a subir a Jerusalém, onde enfrentará inimizade mortal (cf. Mc 10,1.32). Já tinha anunciado seu sofrimento aos discípulos, equivocados a seu respeito (Mc 8,31-33). No evangelho de hoje, Pedro, Tiago e João são testemunhas de uma revelação em que vêem Jesus, antecipadamente, envolto na glória de Deus: a Transfiguração. E ouvem a Voz: “Este é meu Filho amado: escutai-o” (Mc 9,2-10). Antes de acompanhar Jesus no sofrimento, os discípulos recebem um sinal da  glória de Jesus, para que saibam que o Pai está com ele quando ele vai dar sua vida por todos. Pois não é só Jesus dando a própria vida, é o Pai que dá seu Filho por nós, como diz Paulo na 2ª leitura.
É isso também que prefigura a 1ª leitura, que mostra Abraão disposto a sacrificar o próprio filho. Texto “escandaloso”: como pode Deus mandar sacrificar um filho? Expliquemos bem. Naquele tempo havia povos que pensavam que o primogênito, não só do rebanho, mas dos próprios filhos – sobretudo do chefe – devia ser dedicado a Deus mediante um sacrifício humano (assim acreditavam também, na América, os índios astecas etc). Ora, Isaac era o herdeiro legítimo (filho de mulher legítima), que Abraão em sua velhice recebera de Deus. Tinha poucas chances de ter outro herdeiro. Mesmo assim, estava disposto a dar ouvido à voz da crença que ditava sacrificar o primogênito. Mas Deus não quis – e não quer – sacrifícios humanos. Por isso, mandou um animal para substituí-lo.
O gesto magnânimo de Abraão tornou-se imagem da incompreensível magnanimidade de Deus, que dá seu “Filho unigênito” para nós (Jô 3,16). Magnanimidade, de fato, muito mal compreendida. Há quem pense que Deus é um carrasco, que quer que seu Filho pague com seu sangue os pecados dos demais. Mas muitos séculos antes de Cristo, os profetas negaram tal idéia: cada um é responsável por seu próprio pecado (Ez 18; Jr 31, 29 etc). Deus não é vingativo nem sanguinário, mas antes de tudo rico em misericórdia e fidelidade (Ex 34,6, Sl 115,1 etc). E é por isso que dispõe de seu Filho, para que este nos mostre a misericórdia e fidelidade de Deus por sua própria prática de vida. Jesus é Filho de Deus na medida em que sua atitude representa o amor fiel de Deus. É precisamente no momento de subir a Jerusalém para enfrentar a inimizade mortal das autoridades que isso se verifica. Jesus poderia ter virado o casaco, desistido de suas bonitas lições sobre o amor fraterno, poderia ter salvo a sua pele.  Não quis. Quis ser a imagem do amor fiel de Deus. Por isso, quando Jesus dá sua vida por nós, é o Pai que a dá.
Nossa mentalidade egocêntrica, alimentada pela ideologia da competição e do consumo, dificilmente admite que Deus possa ser imaginado como um superlativo de Abraão, como alguém tão generoso que aceita a fidelidade de Jesus até o fim como se fosse o dom de  seu único filho e herdeiro.  “Este é meu Filho amado”. Nele, Deus se reconhece a si mesmo, reconhece seu próprio modo de agir.
                          Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                                              Reflexão e Ilustração: franciscanos.org.br  Banner: cnbb.org.br