terça-feira, 31 de maio de 2016

Papa Francisco na missa desta terça-feira:

Cristão ajuda sempre com alegria, sem fazer 'cara feia'

Cidade do Vaticano (RV) - Se aprendêssemos a servir e fôssemos ao encontro dos outros, como mudaria o mundo. Foi a consideração com a qual o Papa Francisco concluiu a homilia da missa da manhã, celebrada na Casa Santa Marta, nesta terça-feira (31/05).
A alegria é uma das virtudes do cristão
Francisco dedicou sua reflexão a Nossa Senhora, no dia que se encerra o mês mariano. “Serviço e encontro fazem sentir uma alegria que preenche nossas vidas”, disse o Papa.
Coragem feminina, capacidade de ir ao encontro dos outros, estender a mão para uma ajuda, solicitude. E, principalmente, alegria, daquelas que enchem o coração e dão à vida um novo sentido e uma nova direção.
Estes foram os tópicos extraídos por Francisco do Evangelho do dia, que narra a visita de Maria a Santa Isabel.
Este trecho, junto com as palavras do Profeta Sofonias na Primeira leitura e de São Paulo, na Segunda, delineia uma liturgia “cheia de alegria” e chega como “um vento novo” que preenche nossas vidas.
Alegria e cara virada
“É feio ver cristãos com a cara virada, cristãos tristes, é feio, feio, feio... Não são plenamente cristãos. Acreditam que são, mas não o são totalmente. Esta é a mensagem cristã. E nesta atmosfera de alegria que a liturgia nos dá de presente, gostaria de ressaltar apenas duas coisas: primeiro, um comportamento; segundo, um fato. O comportamento é o serviço”.
As mulheres: coragem da Igreja
O serviço de Maria é realizado sem incertezas, observou o Papa. Maria, afirma o Evangelho, “se dirigiu apressadamente”, embora estivesse grávida e arriscasse se deparar com malfeitores no decorrer da estrada.
“Esta jovem de 16 ou 17 anos, não mais”, acrescentou Francisco, “era corajosa. Levanta-se e vai”, sem desculpas:
“Coragem de mulher. As mulheres corajosas que existem na Igreja são como Nossa Senhora. Essas mulheres que levam avante a família, essas mulheres que levam avante a educação dos filhos, que enfrentam tantas adversidades, tanta dor, que curam os doentes... Corajosas: levantam-se e servem, servem.
O serviço é sinal cristão. Quem não vive para servir, não serve para viver. Serviço na alegria, esta é a atitude que gostaria de destacar hoje. Há alegria e também serviço. Sempre para servir”.
O encontro é um sinal cristão
O segundo ponto sobre o qual o Papa se detém é o encontro entre Maria e sua prima. “Essas duas mulheres – evidenciou – se encontram, e se encontram com alegria”, aquele momento é “só festa”.
Se “nós aprendêssemos isso, serviço e ir ao encontro dos outros, concluiu Francisco, “como o mundo mudaria":
“O encontro é outro sinal cristão. Uma pessoa que se diz cristã e não é capaz de ir ao encontro dos outros, de encontrar os outros, não é totalmente cristã. Seja o serviço, seja o encontro, requerem sair de si mesmos: sair para servir e sair para encontrar, para abraçar outra pessoa. É com este serviço de Maria, com este encontro que se renova a promessa do Senhor, se atua no presente, naquele presente. E propriamente o Senhor – como ouvimos na primeira Leitura: ‘O Senhor, teu Deus, está no meio de ti” – o Senhor está no serviço, o Senhor está no encontro”. (CM/BF)
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                                                                                              Fonte: radiovaticana.va

166º Aniversário da Paróquia São José

História de Fé e Amor

Nossa querida Paróquia São José faz aniversário, cento e sessenta e seis anos de existência. Um marco que merece ser festivamente comemorado, recordando seu nascimento, sua instalação, os fatos mais significativos de sua história nessas dezesseis décadas e um quinquênio de crescimento e desenvolvimento de sua ação pastoral.
A paróquia constitui-se na base e ao mesmo tempo na linha de frente da Igreja, pois responde à missão dada por Jesus Cristo ao seu Povo: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura” (Cf. Mc 16-15).  O Documento de Aparecida afirma: “Entre as comunidades eclesiais nas quais vivem e se formam os discípulos e missionários de Jesus Cristo as sobressaem as Paróquias. São células vivas da Igreja e o lugar privilegiado no qual a maioria dos fiéis tem uma experiência concreta de Cristo e a comunhão eclesial. São chamadas a ser casas e escolas de comunhão”.
Missa da Festa de São José 2016
Olhando para a história de nossa paróquia, devemos nos lembrar de tantos discípulos e missionários de Jesus Cristo – sacerdotes, religiosos e cristãos comprometidos com a fé –, responsáveis por sua criação, sua caminhada e sua ação evangelizadora, que levaram tantos à experiência do amor de Deus em sua vida e à consciência de que são construtores da comunhão no meio do povo.
A Paróquia São José tem suas raízes mais distantes em um pequeno povoado já existente na região do Sapucaí Mirim por volta de 1826 quando José Alves de Lima, um dos primeiros proprietários de terras nessas imediações, doou um terreno para a construção de uma capela em homenagem a São José. Posteriormente, outras pessoas devotas também doaram terras para a Capela de São José.
Campo do Lima foi a primeira denominação do povoado; depois, Formiguinha e, em 1827, o lugar passou a se chamar São José da Ventania. Em 1831, tornou-se São José das Formigas, e, pela Lei Provincial nº 472, de 31 de maio de 1850, foi elevado à condição de Distrito com a denominação de São José do Paraíso.
Segundo registra Monsenhor Sebastião Carvalho Vieira na obra Três Valores no Paraíso, missionários que por aqui passaram sugeriram o atual nome do município, acrescentando a Paraíso o radical grego polis, que significa cidade. A Lei nº 621, de 14 de novembro de 1914, tornou oficial o nome Paraisópolis.
A Paróquia São José foi criada na mesma data da elevação do povoado a Distrito, 31 de maio de 1850, antes, portanto, da criação do município de Paraisópolis, cuja Câmara foi solenemente instalada no dia 25 de janeiro de 1873, e cuja elevação oficial à categoria de cidade e sede de município ocorreu em 24 de dezembro de 1874.
A nova paróquia pertencia à Diocese de São Paulo, pois nesta data ainda não existia a Diocese de Pouso Alegre, que só viria a ser criada pelo Decreto da Sagrada Congregação Consistorial Regio Latissime Patens cinquenta anos após, no dia 4 de agosto de 1900. A partir dessa data passamos a pertencer com muita alegria à Igreja Particular de Pouso Alegre.
Matriz de São José
Hoje, as paróquias vivem novas realidades. O Documento de Aparecida afirma: “A renovação das paróquias no início do terceiro milênio exige a reformulação de suas estruturas, para que seja uma rede de comunidades e grupos, capazes de se articular conseguindo que seus membros se sintam realmente discípulos e missionários de Jesus Cristo em comunhão” (cf. nº 172). Nossa paróquia estrutura-se nessa rede de comunidades, onde se desenvolve sua ação pastoral. As celebrações, sempre que possível, vêm sendo descentralizadas. Diversas ações litúrgicas, especialmente as missas, têm sido celebradas nas comunidades, atendendo, dessa forma, às pessoas que residem em bairros mais distantes do centro da cidade.
A missão da Igreja realiza-se por meio das pastorais, que também estendem sua ação a todas essas comunidades, valorizando as lideranças locais. Entre outras, atuam em nossa paróquia algumas das pastorais importantes para a evangelização: Litúrgica, Catequética, do Batismo, Familiar e da Criança. Há ainda movimentos como Mãe Rainha e RCC, associações e irmandades como a Sociedade de São Vicente de Paulo, Associação de São Francisco de Assis, Associação de Santo Antônio, Zeladores e Zeladoras do Sagrado Coração de Jesus e Irmandade de Santa Rita, entre outras.
Parabéns, queridos irmãos que construíram e constroem essa bela história de fé nas terras d’o Paraíso de José! Que sejamos cada vez mais comprometidos com a vivência dos ensinamentos de Jesus Cristo para que possamos anunciá-los a todos necessitam do amor de Deus como também nós neceesitamos!
                                                                                                              Luiz Gonzaga da Rosa
                                       Autor d’O Paraíso de José: 160 anos da Paróquia São José (2010)
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Sábia reflexão

Não perder o gosto de viver

No caminho da vida não existem só flores e nem só espinhos. Somos um misto de grandes alegrias e tristezas, fruto do sucesso e do insucesso, de amigos e inimigos, de luzes e trevas, de ganhos e perdas, que na somatória só fica o que somos capazes de assumir sem medo e com fé.
O realismo da vida me leva a viver cada momento com aquilo que é. Recordo uma frase do então papa João XXIII: “Encontramo-nos na terra emprestados, mas não devemos perder o gosto de viver”. É difícil compreender  que a cada dia da vida o tempo não se repete e o que tempo que temos é curto e passa rápido. Viver o provisório, com suas causas e coisas, depende do grau de  confiança que deposito e a prontidão em aceitar acertos e desacertos.
Deus nos olha com muito amor, zelo e cuidado
Em um texto no blog do jornalista Ronaldo Nezo eu li: “Um pensador certa feita disse: ‘Quando a alma chora, olho da janela do meu quarto e do, alto do meu prédio, não vejo a beleza da cidade. Vejo apenas a chance de silenciar meus tristes ais; de calar minhas lágrimas; de penetrar e me perder no esquecimento. Caro amigo, estar no mundo é estar sujeito aos prazeres e desprazeres da vida. Ainda que se apele para a razão, nossas emoções muitas vezes falam mais alto. E se provocam sorrisos, não raras vezes também nos fazem chorar. Quem deseja viver intensamente, terá dias em que o sorriso vai brotar fácil em seus lábios; mas também deve aceitar que lágrimas não desejadas vão descer pela sua face. Nessas horas, muitas vezes a vida perde o sentido”.
Ninguém esta isento de problemas financeiros, de perda de emprego, de traição amorosa, depressão,  de frustração nas escolhas feitas,  sentimentos de que não valeu a pena o que fez ou deixou de fazer, vontade de que tudo se acabe, que mundo não seja mundo e sim fim de tudo. Nestas horas parece que deixar de viver é a única saída,  afinal a vida não nos pertence, é o maior presente de Deus.
Talvez o que está faltando de fato é um espaço maior para que o Deus da vida seja a direção de tudo e não as coisas de Deus que tomaram conta da  vida. O coração humano não precisa de coisas, quantas coisas sobrando e quantos mendigando um pouco de atenção, de amor e de afeto, proporcionando um caminho novo de que vale apena viver.
Nestes momentos em que não vemos mais por onde e como caminhar, resta-nos um olhar que vem do coração, de uma força superior às nossas, um olhar com os olhos de Deus; e isso só é possível pela fé. Uma fé que faz ver além das aparências, que faz brotar uma esperança viva capaz de dissipar as trevas, e devolver a luz e contemplar a beleza de amar e ser amados. As coisas passam, só amor permanece. O gosto de viver retorna quando somos capazes de ver a vida como presente de Deus e que só Ele tem o poder de tirá-la. Nada deste mundo pode dominar o direito de viver e viver com dignidade. O vazio,  a falta de sentido, o desgosto da vida desaparecerá, quando somos capazes de orar e fazer da vida uma oração e não somente fazer uma oração na vida. O gosto de viver será sempre vivo, quando as cruzes são pontes a atravessar e as vitórias lições para toda a vida e os joelhos calejados de tanto orar.
                                              Dom Anuar Battisti - Arcebispo de Maringá (PR)
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                        Fonte: cnbb.org.br     Ilustração: paroquiasaofranciscoxavier.org.br

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Papa Francisco na missa desta segunda-feira:

Igreja é livre na profecia e não num sistema de normas

Cidade do Vaticano (RV) - “Em seu caminho de fé, a Igreja e todo cristão devem cuidar para não se fechar num sistema de normas, mas abrir espaço para a memória dos dons recebidos por Deus, ao dinamismo da profecia e ao horizonte da esperança”.
Foi o que disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada nesta segunda-feira, (30/05), na Casa Santa Marta.
Tenhamos memória das maravilhas que Deus fez e faz em nossa vida!
A estrutura da lei que delimita tudo e o sopro libertador da profecia que impulsiona para além dos confins.
“Na vida de fé o excesso de confiança na norma”, adverte o Papa Francisco, “pode sufocar o valor da memória e o dinamismo do Espírito”.
Jesus, no Evangelho do dia demonstra este assunto aos escribas e fariseus com a parábola dos vinhateiros homicidas.
Os agricultores resolveram se revoltar contra o patrão que plantou e arrendou a vinha para eles, espancando e matando os empregados que o patrão enviava para receber a sua parte dos frutos da vinha.
O cúmulo do drama ocorreu quando mataram o único filho do patrão, pensando que herdariam toda a propriedade.
Casuística e liberdade
Matar os empregados e filho, imagem dos profetas da Bíblia e de Cristo, “mostra a imagem de um povo fechado em si mesmo, que não se abre para as promessas de Deus, que não espera as promessas de Deus”, disse o Papa.
“Um povo sem memória, sem profecia e sem esperança”. Aos chefes do povo, em particular, interessa erguer um muro de leis, “um sistema jurídico fechado”, e nada mais:
“A memória não interessa. A profecia: melhor que não venham os profetas! E a esperança? Cada um irá ver. Este é o sistema com o qual eles legitimam: doutores da lei, teólogos que sempre caminham na estrada da casuística e não permitem a liberdade do Espírito Santo. Não reconhecem o dom de Deus, o dom do Espírito e engaiolam o Espírito, porque não permitem a profecia na esperança.”
Este é o sistema religioso do qual fala Jesus. “Um sistema de corrupção, mundanidade e concupiscência”, diz São Pedro na Primeira Leitura.
A memória liberta
No fundo, reconheceu o Papa, “o próprio Jesus é tentado a perder a memória da sua missão, de não dar lugar à profecia e de preferir a segurança à esperança”, isto é, a essência das três tentações que sofreu no deserto. Então Francisco observou:
“Por conhecer a tentação, Jesus repreende essas pessoas: ‘Vocês percorrem o mundo para fazer um prosélito e quando o encontram, o fazem escravo’. Este povo assim organizado, esta Igreja assim organizada faz escravos! E assim se entende como Paulo reage quando fala da escravidão da lei e da liberdade que a graça oferece. Um povo é livre, uma Igreja é livre quando tem memória, quando dá lugar aos profetas, quando não perde a esperança”.
Coração aberto ou engaiolado?
A vinha bem organizada, destacou o Papa, é “a imagem do povo de Deus, a imagem da Igreja e também a imagem da nossa alma” que o Pai cuida sempre com “tanto amor e tanta ternura”. Rebelar-se a Ele, como para os agricultores homicidas, é “perder a memória do dom” recebido por Deus. “Para recordar e não errar no caminho”, é importante “voltar sempre às raízes”:
“Eu tenho memória das maravilhas que o Senhor fez na minha vida? Tenho memória dos dons do Senhor? Eu sou capaz de abrir o coração aos profetas, isto é, a quem me diz ‘assim não dá, tem que ir para lá; vai avante, arrisque? É o que os profetas fazem… Eu estou aberto a isso ou sou temeroso e prefiro me fechar na gaiola da lei? E por fim: eu tenho esperança nas promessas de Deus, como teve nosso pai Abraão, que saiu da sua terra sem saber para onde ir somente porque acreditava em Deus? Nos fará bem fazer essas três perguntas …”. (MJ/BF)
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                                                                                              Fonte: radiovaticana.va

domingo, 29 de maio de 2016

Papa Francisco a diáconos neste domingo:

Encontrai e acariciai a carne do Senhor nos pobres de hoje

Cidade do Vaticano (RV) - “Disponíveis na vida, mansos de coração e em diálogo constante com Jesus, não tereis medo de ser servos de Cristo, de encontrar e acariciar a carne do Senhor nos pobres de hoje.”
Com essas palavras, na missa este domingo na Praça São Pedro, celebrando o Jubileu dos diáconos permanentes, o Papa Francisco os exortou no exercício de seu “ministério do serviço” na Igreja.
Provenientes de todas as partes do mundo, eles vieram a Roma nestes dias para o seu Jubileu, o “Jubileu dos diáconos permanentes” deste Ano Santo, e este domingo participaram da missa presidida pelo Pontífice.
Apóstolo e servo são como as duas faces duma mesma medalha
Partindo do Evangelho dominical, Francisco havia iniciado a homilia destacando a inseparabilidade dos termos “apóstolo” e “servo”:
“Os dois termos, apóstolo e servo, andam juntos, e jamais podem ser separados; são como que as duas faces duma mesma medalha: quem anuncia Jesus é chamado a servir, e quem serve anuncia Jesus”, frisou o Papa.
Francisco observou que o primeiro a nos mostrar isto mesmo foi o Senhor: “não veio para ser servido, mas para servir” (Lc 4,18).
O discípulo deve imitar Jesus
E como Ele fez, assim são chamados a fazer os seus anunciadores. O discípulo de Jesus não pode seguir um caminho diferente do Mestre, mas, se quer levar o seu anúncio, deve imitá-Lo, como fez Paulo: almejar tornar-se servo, prosseguiu o Santo Padre, acrescentando:
Sede imitadores de Jesus
“Por outras palavras, se evangelizar é a missão dada a cada cristão no Batismo, servir é o estilo segundo o qual viver a missão, o único modo de ser discípulo de Jesus. É sua testemunha quem faz como Ele: quem serve os irmãos e as irmãs, sem se cansar de Cristo humilde, sem se cansar da vida cristã que é vida de serviço.”
Após perguntar por onde começar para nos tornarmos “servos bons e fiéis”, Francisco indicou, como primeiro passo, que somos convidados a viver na disponibilidade.
Diariamente, frisou, “o servo aprende a desprender-se da tendência a dispor de tudo para si e de dispor de si mesmo como quer. Treina-se, cada manhã, a dar a vida, pensando que o dia não será dele, mas deverá ser vivido como um dom de si”.
Quem serve não guarda o tempo para si
Quem serve, observou, “não é um guardião cioso do seu tempo, antes renuncia a ser senhor do seu próprio dia. Sabe que o tempo que vive não lhe pertence, mas é um dom que recebe de Deus a fim de, por sua vez, o oferecer: só assim produzirá verdadeiramente fruto”.
Reiterando a natureza do serviço cristão que deve caracterizar o ministério do diaconato, o Papa disse ainda:
“Quem serve não é escravo de quanto estabelece a agenda, mas, dócil de coração, está disponível para o não-programado: pronto para o irmão e aberto ao imprevisto, que nunca falta sendo muitas vezes a surpresa diária de Deus.” O servidor “está aberto à surpresa, às surpresas diárias de Deus”, acrescentou.
Quem serve não tem hora para abrir a porta
“O servo sabe abrir as portas do seu tempo e dos seus espaços a quem vive ao seu redor e também a quem bate à porta fora do horário, à custa de interromper algo que lhe agrada ou o merecido repouso.”
A este ponto de sua reflexão sobre a disponibilidade no serviço, Francisco fez uma observação pastoral muito pertinente à vida da Igreja no dia a dia:
“O servidor não dá importância aos horários. Fico com o coração doído quando vejo horário – nas paróquias – de tal hora a tal hora. E depois desse horário? Não tem porta aberta, não tem sacerdote, não tem diácono, não tem leigo que receba as pessoas... Isso faz mal. É preciso não dar importância aos horários: ter essa coragem de deixar os horários de lado.”
Assim, queridos diáconos, “vivendo na disponibilidade, o vosso serviço será livre de qualquer interesse próprio e evangelicamente fecundo”, completou o Pontífice.
Antes de concluir sua reflexão, o Papa chamou a atenção dos diáconos, afirmando que “a mansidão é uma das virtudes dos diáconos”. E aí fez uma ulterior observação: “Quando o diácono é manso, é servidor e não se presta a fazer as vezes dos padres, imitando-os, não, não,... é manso.” Francisco lembrou que o estilo de Deus é “manso e humilde de coração”.
Jamais gritar com os outros
“Manso e humilde são também os traços do serviço cristão, que é imitar Deus servindo os outros: acolhendo-os com amor paciente, sem nos cansarmos de os compreender, fazendo com que se sintam bem-vindos a casa, à comunidade eclesial, onde o maior não é quem manda, mas quem serve (Lc 22, 26).” E jamais gritar com os outros: jamais, acrescentou. “Assim na mansidão, queridos diáconos, amadurecerá a vossa vocação de ministros da caridade”, ressaltou.
Ao término da celebração, o Papa rezou a oração dominical do Angelus. Antes, agradeceu a todos os diáconos presentes, oriundos de toda a Itália e de vários países.
Recordou, entre outros, a tradicional peregrinação realizada este domingo na Polônia ao Santuário mariano de Piekary: “Que a Mãe da Misericórdia auxilie as famílias no caminho rumo à Jornada Mundial da Juventude de Cracóvia”, rezou o Pontífice, lembrando, ainda, outra importante inciativa:
“Quarta-feira próxima, 1º de junho, por ocasião do Dia Internacional da Criança, as comunidades cristãs da Síria, quer católicas, quer ortodoxas, viverão juntas uma oração especial pela paz, que terá como protagonistas propriamente as crianças. As crianças sírias convidam as crianças do mundo inteiro a se unirem à oração delas em favor da paz.” (RL)
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Papa aos jovens:
“Eu nunca pensei que iriam me eleger

O Papa Francisco recebeu em audiência na tarde deste domingo (29/05) na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, representantes de mais de 40 universidades de todo o mundo da Fundação Pontifícia Scholas Occurrentes, reunidos no Congresso Mundial em Roma desde sexta-feira. O tema do seminário foi “Entre a Universidade e a Escola, um muro ou uma ponte”. Durante o encontro foi feito o anúncio da criação de cátedras Scholas, um espaço acadêmico para aprofundar o ensinamento de Francisco, que promoveu, como arcebispo de Buenos Aires, esta rede de ensino.
Serve diálogo e encontro
Um encontro animado, feito de perguntas dos jovens ao Papa e de suas respostas. O Papa Francisco, antes de tudo aprecia o clima de comunicação, que representa um desafio neste mundo:
“Quando os povos se separam, as famílias se separam, os amigos se separam: na separação somente se encontra a inimizade, inclusive o ódio; no entanto, quando as pessoas se unem, se dá a amizade social, a amizade fraterna; e se dá uma cultura do encontro, que nos protege de qualquer tipo de cultura de descarte. Obrigado por isso e por aquilo que vocês estão fazendo”.
O Papa faz confidências aos jovens ...
O Papa, como sempre nestes casos, entra em uma relação de grande confidência sobre a sua vida:
“Eu nunca pensei que iriam me eleger. Foi uma surpresa para mim ... Mas a partir daquele momento Deus me deu uma paz que dura até hoje. E isso me leva para a frente. Esta é a graça que recebi. Por outro lado, pela minha natureza, sou inconsciente e, portanto, vou em frente.”
As premiações e os testemunhos
Um encontro alternado também por tocantes testemunhos e prêmios pelo compromisso em prol da paz, conferido a Richard Gere, Salma Hayek e George Clooney. Os atores receberam o prêmio, por seus esforços em ajudar os jovens das periferias. Assim, o Papa sublinha a importância de “dar pertença” às pessoas. Dar pertença, de fato, significa dar identidade:
“Por isso urge, é urgente oferecer pertença de qualquer tipo essa seja, para que se possa sentir que se pertence a um grupo, a uma família, a uma organização: e isso dá uma identidade”.
Precisamos deter as agressões
Deus me deu a paz que me leva à frente
E depois há a linguagem dos gestos: uma carícia, um sorriso. O Papa pede gestos concretos e que se acabem com as agressões. Por exemplo, o bullying é uma agressão que esconde crueldade, o mundo é cruel, bem como as guerras. E a crueldade da guerra chega até às crianças, chega até a cortar a garganta de uma criança. Para construir um mundo novo, no entanto, é preciso eliminar todos os tipos de crueldade. Depois há a capacidade de ouvir os outros:
“No diálogo todo mundo ganha, ninguém perde. Na discussão, há um que vence e um que perde: mas na realidade ambos perdem. O diálogo é a capacidade de ouvir, colocar-se no lugar do outro, construir pontes”.
Devemos banir o orgulho e a arrogância. Para o Papa Francisco, o mundo precisa abaixar o nível de agressão e cultivar, ao invés, a docilidade, a escuta, um caminho juntos.
O livro de respostas do Papa às perguntas dos jovens
Neste encontro, cheio de ação, onde emergiu toda a riqueza de Scholas Occurrentes, há também a oração de representantes religiosos, como também foi anunciada uma plataforma digital, através da qual os jovens poderão fazer perguntas ao Papa. As respostas de Francisco serão recolhidas em um livro que será publicado pela Editora Mondadori e será lançado em outubro ou novembro. Também presente no encontro, a música da Orquestra Scholas Arts, que, no final da apresentação presenteou o Papa com um violino antigo. No “palco” deste encontro de Scholas também há espaço para o esporte, com as experiências do mundo do futebol e os testemunhos da contribuição que os desportistas podem dar à causa da paz. Anunciado ainda que o próximo jogo pela paz será na Argentina, dia 10 de julho. E precisamente do governo do país natal do Papa Francisco, chega a garantia de que será aprovada uma lei do Estado em favor de Scholas Occurrentes.
O VI Congresso Mundial das ‘Scholas Occurrentes’, - a rede de escolas pelo encontro que o Papa lançou para promover uma mudança no sistema educativo -, encerrou seu encontro neste domingo na sede da Academia Pontifícia das Ciências com a audiência concedida por Francisco aos participantes, incluindo representantes de mais de 40 universidades.
O diretor de ‘Scholas Ocurrentes’, José María del Corral, explicou à Rádio Vaticano que a criação das “Cátedras Scholas” querem ser “um espaço em que se encontram o âmbito acadêmico e da reflexão com o âmbito do trabalho e das necessidades das comunidades educativas”.
Neste momento há mais de 500 projetos sociais e de educação na rede ‘Scholas’. “Existem projetos que têm a ver com a problemática dos refugiados, com as escolas que não possuem, por exemplo, água potável para os seus alunos”, explica del Corral. 42 universidades de vários continentes e inspirações religiosas vão assumir o compromisso de acompanhar estas realidades locais, ao longo dos próximos 12 meses.
A rede internacional ‘Scholas’ nasceu em Buenos Aires, há 20 anos, por vontade do então Arcebispo da cidade argentina, Dom Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco.
A organização internacional de direito pontifício ‘Scholas Occurrentes’ foi aprovada pelo Pontífice em 13 de agosto de 2013. (SP)
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                                                                                              Fonte: radiovaticana.va

Reflexão para seu domingo

Fé incomum

Estamos acostumados à manifestação de fé religiosa dentro do contexto de grupos, comunidades, religiões ou Igrejas. Um oficial romano, fora do grupo dos discípulos de Jesus, manifestou sua fé no Mestre, tendo ouvido sobre os prodígios por Ele realizados. Não teve coragem de ir pessoalmente pedir a Jesus que curasse seu empregado que estava mal. Ele mesmo reconheceu não ser digno de ir até o Senhor. Bastaria uma palavra de Jesus para seu servo ficar curado. De fato, Jesus reconheceu a fé daquele oficial e mandou dizer-lhe que o rapaz doente já estava curado (Cf. Lucas 7,1-10).
"... nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé"
Deus reconhece a fé de quem vive em consciência reta as exigências naturais e sobrenaturais daquilo em que crê, mesmo não tendo a graça da fé comumente vivenciada e explicitada por quem está inserido em grupo religioso e aí é alimentado em sua crença. Não podemos cercear a ação de Deus, que se manifesta como, quando e em quem deseja. Através da Igreja Deus deixa meios importantes para alimentação da fé transformadora. Quem tem a graça de a ela estar inserido, tem oportunidade de usar seus instrumentos para viver com coerência a própria fé. Por isso mesmo, abre-se também a contemplar e respeitar os prodígios que Deus faz nos outros em suas opções, realidades e ações. A ação missionária é importante, mas não como instrumento de imposição de verdades, valores e determinações. Sim como apresentação de verdades, valores e possibilidades sobre Deus e seus ensinamentos para ajuda de vida impregnada de amor, justiça e promoção do bem a cada um.
O rei Salomão, ao fazer sua oração, reconheceu que o templo erguido por ele deveria ser lugar de prece e atendimento não só de seus compatriotas, mas também de algum estrangeiro de boa vontade (1 Reis 8,41-43). De fato, Deus é Senhor de todos. Invocá-lo é próprio de todo ser humano que O reconhece como seu Deus. Por isso, a aproximação a ele de qualquer pessoa não é rechaçada. Nem todos têm a graça de uma intimidade com Ele através de conhecimento e experiência por Ele mesmo apresentada em sua Palavra. A noção natural sobre Deus, já ajuda a criatura humana a perceber-se ligada e dependente dele para realizar um projeto de vida de sentido. Quem tem a graça da revelação e aceitação do Filho de Deus, com todas as suas indicações, deve respeitar quem não o tem e reconhecer a boa vontade dos outros, que usam dos meios que saibam ser os melhores para se relacionarem com o Criador.
Paulo lembra que não há outro Evangelho fora do que Ele conhece e ensina. De fato, quem conhece o Evangelho e o abandona, tem culpa. É uma fé esclarecida e rejeitada, que merece o repúdio (Cf. Gálatas 1,1-10) . Devemos ser ciosos de nossa fé. Mas ela nos leva a conviver com o diferente de modo fraterno. Com nossa fraternidade convencemos mais do que com a petulância e o orgulho. Precisamos saber viver a fé de modo produtivo e servidor ao semelhante. O Papa Francisco, no documento Alegria do Evangelho, fala que não devemos usar do proselitismo para impor nossa fé e sim do atrativo (n.o 14). De fato, a fé não é imposição, mas vivência amorosa do dom de Deus para vivermos conforme Ele nos ensina através de seu Filho.
Jesus, falando da fé do centurião romano diz: “Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé’”.
                                 Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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                            Fonte:cnbbleste2.org.br   Ilustração: comunidadehostiasanta.blogspot.com.br
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Leituras do 9º Domingo do Tempo Comum


1ª Leitura: 1Rs 8,41,43
Naqueles dias, Salomão rezou no Templo, dizendo: “Senhor, pode acontecer que até um estrangeiro que não pertence a teu povo, Israel, escute falar de teu grande nome, de tua mão poderosa e do poder de teu braço. Se, por esse motivo, ele vier de uma terra distante, para rezar neste templo, Senhor, escuta então do céu onde moras e atende a todos os pedidos desse estrangeiro, para que todos os povos da terra conheçam o teu nome e o respeitem, como faz o teu povo Israel, e para que saibam que o teu nome é invocado neste templo que eu construí”.
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Salmo: 116
 Ide, vós, por este mundo afora/ e proclamai o Evangelho a todos! 
 Ide, vós, por este mundo afora/ e proclamai o Evangelho a todos! 
– Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,/ povos todos, festejai-o!
– Pois comprovado é o seu amor para conosco,/ para sempre ele é fiel!
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2ª Leitura: Gl 1,1-2.6-10
Eu, Paulo, apóstolo  não por iniciativa humana, nem por intermédio de nenhum homem, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai que o ressuscitou dos mortos  e todos os irmãos que estão comigo, às Igrejas da Galácia.
Admiro-me de terdes abandonado tão depressa aquele que vos chamou, na graça de Cristo, e de terdes passado para um outro evangelho. Não que haja outro evangelho, mas algumas pessoas vos estão perturbando e querendo mudar o Evangelho de Cristo.
Pois bem, mesmo que nós ou um anjo vindo do céu vos pregasse um evangelho diferente daquele que vos pregamos, seja excomungado. Como já dissemos e agora repito: Se alguém vos pregar um evangelho diferente daquele que recebestes, seja excomungado.
Será que eu estou buscando a aprovação dos homens ou a aprovação de Deus? Ou estou procurando agradar aos homens? Se eu ainda estivesse preocupado em agradar aos homens, não seria servo de Cristo
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Evangelho:  Lc 7,1-10
Quando acabou de falar ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum.
Havia lá um oficial romano, que tinha um empregado a quem estimava muito e que estava doente, à beira da morte. O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus, para pedirem que Jesus viesse salvar seu empregado.
Chegando onde Jesus estava, pediram-lhe com insistência: “O oficial merece que lhe faças esse favor, porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga”.
Então Jesus pôs-se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus: “Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente ao teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado. Eu também estou debaixo de autoridade, mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Se ordeno a um: ‘Vai!’, ele vai; e a outro: ‘Vem!’, ele vem; e ao meu empregado: ‘Faze isto!’, ele o faz’”.
Ouvindo isto, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão que o seguia, e disse: “Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”. Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde.



Reflexão
A fé do pagão
Falamos hoje muito em ecumenismo, diálogo inter-religioso. Mesmo seguros em nossa fé, sentimos que a nossa religião não deve monopolizar tudo o que é valioso.
Na 1ª leitura de hoje, o rei Salomão pede a Deus que ele atenda também as preces dos não-judeus que forem rezar no templo de Jerusalém. No evangelho, Jesus louva a fé de um pagão, militar estrangeiro, que lhe pede a cura de seu empregado com tamanha fé como Jesus “nem mesmo em Israel” tinha encontrado.
Os que moram mais perto da Igreja não são necessariamente os que têm mais fé. Muitos cristãos tratam a religião cristã como tradição de família ou forma de aparecer; mas no fundo do seu coração não acreditam, não dão crédito a Deus. Dirigem-se por seu próprio nariz, sem deixar Deus se intrometer nos seus negócios … Decidem por conta própria o que lhes convém, Deus e religião à parte. E mesmo quando estão em apuros, só rezam por interesse próprio. Diferente é a fé do centurião pagão, que usa a magnífica imagem tirada da vida militar para reconhecer o poder de Jesus e lhe pedir pela vida de seu empregado. Este pagão reconheceu em Jesus a presença do “Deus da vida”.
Será que também hoje se encontra tamanha fé entre os que não pertencem oficialmente à Igreja, mas talvez no coração estão mais próximos de Jesus do que nós? Não apenas os pagãos que ainda não ouviram o evangelho – uns poucos índios no coração da selva -, mas os pagãos de nossas selvas de pedra, desta nossa sociedade, que abafou o evangelho a tal ponto que, apesar dos muitos templos, ele já não chega ao ouvido das pessoas. Tal que se diz ateu, talvez porque nunca encontrou verdadeiro cristianismo; ou tal que vive dissoluto, por ter sido educado assim; ou então, tal que busca Deus com o coração irrequieto de Santo Agostinho ... todos esses não receberão maior elogio de Deus do que os cristãos acomodados?
Tomar consciência disso terá um duplo efeito salvífico para os próprios cristãos: descobrirão a riqueza dos outros, o modo como Deus se manifesta em todo o universo humano; e darão mais valor ao modo único no qual ele se dá a conhecer em Jesus Cristo.
                               Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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