sábado, 30 de abril de 2016

Francisco sobre a reconciliação:
O confessores devem ser pai
Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre encontrou-se, na manhã deste sábado (30/4), na Praça São Pedro, no Vaticano, com milhares de peregrinos e fiéis, que vieram de diversas partes da Itália e do mundo, para participar da audiência Jubilar. Em sua catequese, o Papa refletiu, com os presentes, sobre um aspecto importante da misericórdia: a reconciliação:
“Deus nunca faltou em oferecer o seu perdão aos homens. A sua misericórdia se perpetua de geração em geração. Muitas vezes achamos que os nossos pecados distancia o Senhor de nós. Na verdade, com o pecado, somos nós que nos distanciamos dele. É verdade que nos distanciamos dele quando pecamos, mas ele, ao ver-nos em perigo, vem ao nosso encontro”.
Deus, explicou ainda Francisco, jamais se resigna à possibilidade de ver uma pessoa estranha ao seu amor. Porém, espera sempre de encontrar nela algum sinal de arrependimento pelas suas faltas. E acrescentou:
“Somente com as nossas forças não conseguimos reconciliar-nos com Deus. O pecado é a real expressão da rejeição do amor, com o consequente fechamento em nós mesmos, iludindo-nos de encontrar maior liberdade e autonomia. Mas, longe de Deus, não temos uma meta e, como peregrinos neste mundo, nos tornamos ‘errantes’.”
Costumamos dizemos que “quando pecamos viramos as costas a Deus” e é verdade, afirmou o Papa. O pecador vê só a si mesmo e, assim, pretende ser autossuficiente. Eis porque o pecado aumenta sempre mais a distância entre nós e Deus e isto pode ser perigoso.
No entanto, Jesus vem nos procurar como um bom Pastor. Desta forma, ele reconstrói a ponte que nos conduz ao Pai, para reencontrarmos a dignidade de filhos. Ele entregou a sua vida para reconciliar-nos com o Pai e nos abriu o caminho para a vida eterna.
Aqui, o Santo Padre citou as palavras do apóstolo Paulo: “Deixem-se reconciliar com Deus”! Esta exortação foi dirigida aos primeiros cristãos de Corinto e, hoje, com a mesma força e convicção, é dirigida também a nós:
“Este Jubileu da Misericórdia é um tempo de reconciliação para todos. Quantas pessoas gostariam de se reconciliar com Deus, mas não sabem como fazer ou não se sentem dignas ou ainda porque não querem admiti-lo. A comunidade cristã pode e deve favorecer o retorno sincero a Deus daqueles que sentem saudades dele”.
Aqueles que administram o “ministério da reconciliação”, disse o Pontífice, são chamados a ser instrumentos dóceis do Espirito Santo, porque onde há abundância de pecado há superabundância  da misericórdia de Deus.
Aqui, falando espontaneamente, o Papa se referiu de modo particular aos Confessores, pedindo-lhes para “não dificultar as pessoas que querem se reconciliar com Deus”. O Confessor, disse, deve ser um pai; deve acolher as pessoas que vão até ele para o sacramento da reconciliação e ajudá-las no seu caminho de reconciliação”
Ninguém, continuou Francisco, deve ficar longe de Deus por causa dos obstáculos causados pelos próprios homens. E o Papa exortou:
“Este Ano Santo seja um tempo favorável para redescobrir a necessidade da ternura e da proximidade do Pai e para retornar a ele com todo o coração. Fazer a experiência da reconciliação com Deus nos permite descobrir a necessidade de outras formas de reconciliação: nas famílias, nas relações interpessoais, nas comunidades eclesiais, como nas relações sociais e internacionais”.
A reconciliação, de fato, concluiu Francisco, é também um serviço à paz, ao reconhecimento dos direitos fundamentais das pessoas, à solidariedade e ao acolhimento de todos.
Ao término da sua catequese jubilar, o Santo Padre deixou a seguinte exortação aos milhares de peregrinos e fiéis: “Aceitem o convite de deixar-se reconciliar com Deus, para tornar-se novas criaturas e irradiar a sua misericórdia em meio aos irmãos”.
A seguir, o Papa passou a cumprimentar os representantes das Forças Armadas, Policiais e Militares, provenientes de todas as partes do mundo em peregrinação, que vieram a Roma, para o seu Jubileu:
“As Forças da Ordem, Militares e Policiais têm a missão de garantir a segurança do ambiente, para que o cidadão possa viver em paz e em serenidade. Sejam instrumentos de reconciliação, construtores de pontes e semeadores de paz. Vocês são chamados, não só a prevenir e acabar com os conflitos, mas também contribuir para a construção da ordem fundada na verdade, na justiça, no amor e na liberdade”.
A consolidação da paz, acrescentou Francisco, não é uma empresa fácil, sobretudo por causa da guerra, que torna os corações insensíveis e aumenta a violência e o ódio. Por isso, encorajou os militares a prosseguir no seu caminho de fé e a abrir seus corações a Deus Pai misericordioso, que nunca se cansa de nos perdoar.
Diante dos desafios de cada dia, o Santo Padre pediu às Forças da Ordem para fazer resplandecer a esperança cristã, que é a certeza da vitória do amor contra o ódio e da paz na terra.
Por fim, após ter saudado os peregrinos de língua italiana, o Papa dirigiu a seguinte saudação aos fiéis de língua portuguesa:
“Queridos peregrinos de língua portuguesa, sejam bem-vindos! Saúdo-os como membros desta família que é a Igreja, pedindo-lhes que renovem o seu compromisso, para que as suas comunidades sejam sempre lugares mais acolhedores, onde fazer a experiência da misericórdia e do perdão de Deus. Que Nossa Senhora proteja cada um de vocês e o Senhor os abençoe!” (MT)
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                                                                              Fonte: radiovaticana.va      news.va

Leituras do

6º Domingo da Páscoa


1ª Leitura: At 15,1-2.22-29
Naqueles dias, chegaram alguns da Judeia e ensinavam aos irmãos de Antioquia, dizendo: “Vós não podereis salvar-vos, se não fordes circuncidados, como ordena a Lei de Moisés”.
Isto provocou muita confusão, e houve uma grande discussão de Paulo e Barnabé com eles. Finalmente, decidiram que Paulo, Barnabé e alguns outros fossem a Jerusalém, para tratar dessa questão com os apóstolos e os anciãos.
Então os apóstolos e os anciãos, de acordo com toda a comunidade de Jerusalém, resolveram escolher alguns da comunidade para mandá-los a Antioquia, com Paulo e Barnabé. Escolheram Judas, chamado Bársabas, e Silas, que eram muito respeitados pelos irmãos.
Através deles enviaram a seguinte carta: “Nós, os apóstolos e os anciãos, vossos irmãos, saudamos os irmãos vindos do paganismo e que estão em Antioquia e nas regiões da Síria e da Cilícia. Ficamos sabendo que alguns dos nossos causaram perturbações com palavras que transtornaram vosso espírito. Eles não foram enviados por nós.
Então decidimos, de comum acordo, escolher alguns representantes e mandá-los até vós, junto com nossos queridos irmãos Barnabé e Paulo, homens que arriscaram suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, estamos enviando Judas e Silas, que pessoalmente vos transmitirão a mesma mensagem. Porque decidimos, o Espírito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo, além destas coisas indispensáveis: abster-se de carnes sacrificadas aos ídolos, do sangue, das carnes de animais sufocados e das uniões ilegítimas. Vós fareis bem se evitardes essas coisas. Saudações!”
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Salmo: 66
 Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor,/ que todas as nações vos glorifiquem! 
 Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor,/ que todas as nações vos glorifiquem! 
 Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção,/ e sua face resplandeça sobre nós!/ Que na terra se conheça o seu caminho/ e a sua salvação por entre os povos.
 Exulte de alegria a terra inteira,/ pois julgais o universo com justiça;/ os povos governais com retidão,/ e guiais, em toda a terra, as nações.
 Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor,/ que todas as nações vos glorifiquem!/ Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe,/ e o respeitem os confins de toda a terra! 
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2ª Leitura: Ap 21,10-14.22-23
Um anjo me levou em espírito a uma montanha grande e alta. Mostrou-me a cidade santa, Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, brilhando com a glória de Deus. Seu brilho era como o de uma pedra preciosíssima, como o brilho de jaspe cristalino.
Estava cercada por uma muralha maciça e alta, com doze portas. Sobre as portas estavam doze anjos, e nas portas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel.
Havia três portas do lado do oriente, três portas do lado norte, três portas do lado sul e três portas do lado do ocidente.
A muralha da cidade tinha doze alicerces, e sobre eles estavam escritos os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.
Não vi templo na cidade, pois o seu Templo é o próprio Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro.
A cidade não precisa de sol nem de lua que a iluminem, pois a glória de Deus é a sua luz, e a sua lâmpada é o Cordeiro.
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Evangelho:  Jo 14,23-29
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou.
Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.
Ouvistes o que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu.
Disse-vos isso, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.
Reflexão
Onde o amor e a caridade, Deus aí está
É comum ouvir-se que a Igreja é opressora, mera instância de poder. Isso vem do tempo em que, de fato, a Igreja e o Estado disputavam o poder sobre a população. E os meios de comunicação se esforçam por manter essa imagem, como se nunca tivesse acontecido um Concílio Vaticano II, como se nunca tivessem existido o Papa João XXIII, Dom Hélder Câmara… Disse um psicólogo: “A sociedade precisa de manter viva a imagem de uma Igreja opressora para poder se revoltar contra quando pode revoltar-se contra o pai … “
A liturgia de hoje nos faz ver a Igreja de outra maneira. Claro, ela ainda não é bem como deveria ser, aquela “noiva sem ruga nem mancha” que é a Jerusalém celeste da 2ª  leitura. Mas quem ama acredita que a pessoa amada é muito melhor por dentro do que parece por fora. Por isso, se amamos a Igreja, acreditamos que em sua realidade mais profunda ela é, mesmo, a noiva sem ruga nem mancha … Vista com os olhos do Apocalipse, a Igreja é a morada de Deus, a Jerusalém nova, em que não existe mais templo, porque Deus e Jesus – o Cordeiro – são o seu templo. Seu santuário é Deus mesmo, não algum edifício para lhe prestar culto. Deus está no meio de seu povo. Isto basta.
A 1ª  leitura descreve um episódio da Igreja que manifesta isso. Os apóstolos tiveram uma discussão sobre a necessidade de conservar-se os ritos judaicos na jovem Igreja, no momento em que ela estava saindo do mundo judeu e abrindo-se para outros povos, na Ásia e na Europa. Depois de oração e deliberação, os apóstolos chegaram à conclusão de que, para ser cristão, não era preciso observar o judaísmo (que tinha sido a religião de Jesus). Somente fossem observados alguns pormenores, para não escandalizar os cristãos de origem judaica. Os apóstolos reconheceram que o antigo culto do templo se tinha tornado supérfluo. O evangelho de hoje nos faz compreender por quê: “Eu e o Pai viremos a ele e faremos nele a nossa morada”, diz Jesus a respeito de quem acredita nele (João 14,23). Os fiéis são a morada de Deus. A Igreja, enquanto comunhão de amor, é a morada de Deus.
Não precisamos de templo concebido como “estacionamento da santidade”. O povo simples sente isso intuitivamente, quando arruma um galpão ou um pátio para servir de salão comunitário e capela e tudo, lugar de oração, de celebração, de reunião, para refletir e organizar sua solidariedade e sua luta por mais fraternidade e justiça. Sabe que não é nos templos de pedra que Deus habita, mas no coração de quem ama e vive seu amor na prática. “Onde o amor e a caridade, Deus aí está”.
                                 Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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Reflexão e ilustração 1: franciscanos.org.br  Banner: cnbb.org.br  Ilustração 2cantosparamissa.com.br

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Papa na missa desta sexta-feira:

"Cristãos caminhem na luz. Não à vida dupla"

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco celebrou na manhã desta sexta-feira, (29/04), a Missa na Capela de sua residência, a Casa Santa Marta.
Em sua homilia, o Pontífice comentou o trecho da Carta de São João, em que o Apóstolo coloca os fiéis diante da responsabilidade de não ter uma vida dupla: luz de fachada e trevas no coração. A vida do cristão é ser límpidos como Deus e sem pecado, porque não há erro reconhecido que não atraía a ternura e o perdão do Pai.
Caminhar na luz
“Se dizemos que não temos pecado, fazemos de Deus um mentiroso”, afirmou Francisco, ressaltando a eterna luta do homem contra o pecado e pela graça:
Cristo é a luz, caminhemos orientados por ela e nela!
“Se você diz que está em comunhão com o Senhor, então caminhe na luz. Mas vida dupla, não! Isso não! Aquela mentira que nós estamos tão acostumados a ver, e também a cair, não? Dizer uma coisa e fazer outra. Sempre a tentação… A mentira nós sabemos de onde vem: Na Bíblia, Jesus chama o diabo de ‘pai da mentira, o mentiroso. E por isso, com tanta doçura, com tanta mansidão, este avô diz à Igreja ‘adolescente’: ‘Não seja mentirosa! Você está em comunhão com Deus, então caminha na luz. Faça obras de luz, não dizer uma coisa e fazer outra, não faça uma vida dupla”.
Maior do que nossos pecados
“Meus Filhos” é o início da carta de São João: esta introdução carinhosa – com o tom que um avô usa com seus netos mais jovens – reflete a doçura das palavras do Evangelho do dia, quando Jesus define como “leve” o seu fardo e promete descanso aos fadigados e oprimidos. Do mesmo modo, o apelo de João – afirma Francisco – é para não pecar, “mas se alguém o fez, não se desencoraje”, 
“Temos um Paráclito, uma palavra, um advogado, um defensor junto ao Pai: é Jesus Cristo, o Justo. Ele nos dá a graça. A gente tem vontade de dizer ao avô, que nos aconselha assim: “Mas não é muito feio ter pecados?. Não, o pecado é feio! Mas se você pecou, olha, estão te esperando para te perdoar! Sempre! Porque Ele – o Senhor – é maior do que os nossos pecados”.
Transparentes e na verdade
Esta – conclui Francisco – “é a misericórdia de Deus, a grandeza de Deu”. Ele sabe que “não somos nada, que somente Dele vem a força, e assim, sempre nos espera”:
“Caminhemos na luz, porque Deus é luz. Não caminhar com um pé na luz e outro nas trevas. Não seja mentiroso. E outra: todos pecamos, ninguém pode dizer: “Este é um pecador, esta é uma pecadora. Eu, graças a Deus, sou justo”. Não, somente um é o Justo, aquele que pagou por nós. E se alguém peca, Ele espera, nos perdoa, porque é misericordioso e sabe que somos plasmados, recorda que nós somos pó. Que a alegria que esta Leitura nos dá nos leve avante na simplicidade e na transparência da vida cristã, principalmente quando nos dirigimos ao Senhor, com a verdade”. (BF/CM)
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Francisco a participantes de congresso:
Globalizar a empatia e não a indiferença

Promover a globalização da empatia no lugar da globalização da indiferença: esta foi a exortação do Papa Francisco na manhã desta sexta-feira (29/04), ao receber no Vaticano cerca de 700 participantes do Congresso Internacional sobre Medicina Regenerativa. O Congresso foi organizado pelo Pontifício Conselho para a Cultura, no qual foram tratados vários temas, como tumores infantis e doenças raras.
"A sensibilidade humana deve ser universal"
Em seu discurso, o Pontífice citou as inúmeras ocasiões em que teve a oportunidade de se encontrar com pessoas que sofrem de patologias raras – estimadas em 300 milhões em todo o mundo. “A esses pacientes, de fato – notou o Papa –, não é dedicada suficiente atenção, porque não se entrevê um consistente retorno econômico aos investimentos feitos”.
De modo especial, Francisco ressaltou três aspectos que devem ser levados em consideração quando se fala de medicina e cultura. O primeiro é a sensibilização. “É de fundamental importância promover na sociedade o crescimento do nível de empatia, para que ninguém fique indiferente às invocações de ajuda do próximo. A sensibilidade humana deve ser universal, independente do credo religioso, da classe social ou do contexto cultural”.
Investigação
O segundo aspecto é a pesquisa – entendida seja no âmbito da educação, seja da investigação científica. O Papa defendeu a importância de os estudantes da área receberem uma formação humana adequada, com especial referência à ética. “A pesquisa, seja em âmbito acadêmico, seja industrial, requer uma constante atenção às questões morais para ser instrumento de proteção da vida e da dignidade da pessoa humana. Do mesmo modo, a formação e pesquisa exigem ser inseridas no horizonte do serviço aos valores nobres, como a solidariedade, a gratuidade e a compartilha do saber.”
O terceiro aspecto ressaltado por Francisco foi o acesso aos tratamentos. Citando sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, o Papa recordou a necessidade de combater uma economia da exclusão e da desigualdade, que semeia vítimas quando o mecanismo do lucro prevalece sobre o valor da vida humana. “Esta é a razão pela qual à globalização da indiferença é preciso contrapor a globalização da empatia. Por isso, somos chamados a divulgar o problema das doenças raras em escala mundial, a investir na formação mais adequada, a incrementar os recursos para a pesquisa e a promover a mudança de paradigma econômico para que a pessoa humana seja privilegiada".
Vice-Presidente dos EUA
O Papa concluiu encorajando as pessoas e instituições envolvidas nas iniciativas do Pontifício Conselho para a Cultura, como a Fundação Vaticana Ciência e Fé – STOQ e a Fundação Stem for Life, para que neste Ano Jubilar possam ser cooperadores qualificados e generosos da misericórdia do Pai. Além de médicos, pesquisadores e pacientes, participou do Congresso também o Vice-Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Esta manhã, ele fez uma palestra sobre os esforços para acelerar a pesquisa sobre o câncer e os progressos da medicina regenerativa. (BF)
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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Papa Francisco na missa desta quinta-feira:

É o Espírito Santo o protagonista da Igreja!

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco celebrou a Santa Missa na manhã desta quinta-feira, (28/04), na capela da Casa Santa Marta.
Na sua homilia, comentando a célebre passagem dos Atos dos Apóstolos sobre o chamado “Concílio” de Jerusalém, o Papa observa que “o protagonista da Igreja” é o Espírito Santo. “É Ele que desde o primeiro momento deu força aos apóstolos para proclamar o Evangelho”, é “o Espírito que faz tudo, o Espírito que conduz a Igreja adiante” mesmo “com seus problemas”, mesmo "quando se desencadeia a perseguição” é “Ele que dá força aos crentes para permanecerem na fé”, inclusive nos momentos “de resistência e insistência dos doutores da lei”.
Santo Espírito, iluminai-nos!
Neste caso, há uma dupla resistência à ação do Espírito: a daqueles que acreditavam que “Jesus tinha vindo somente para o povo eleito” e daqueles que queriam impor a lei de Moisés, incluindo a circuncisão, aos pagãos convertidos. O Papa observou que "houve uma grande confusão em tudo isso":
“O Espírito colocava seus corações em uma estrada nova: eram as surpresas do Espírito. E os apóstolos viram-se em situações que nunca teriam imaginado, situações novas. E como lidar com estas novas situações? Por isso, a narração de hoje começa assim: 'Naqueles dias, tinha surgido uma grande discussão', uma calorosa discussão, porque discutiam sobre este assunto. Eles, por um lado, tinham o poder do Espírito – o protagonista – que impulsionava a avançar, avançar, avançar ... Mas o Espírito os levava a certas novidades, certas coisas que nunca tinham sido feitas. Nunca. Nem mesmo as tinham imaginado. Que os pagãos recebessem o Espírito Santo, por exemplo”.
Os discípulos “tinham um grande problema nas mãos e não sabiam o que fazer”. Assim, convocaram uma reunião em Jerusalém, onde “cada um contou a sua experiência” de como o Espírito Santo também descesse sobre os pagãos:
“E, no final, chegaram a um acordo. Mas antes há uma coisa bonita: 'Toda a assembleia ficou em silêncio e ouviu Barnabé e Paulo, que relatavam os grandes sinais e prodígios que Deus havia realizado entre as nações, entre eles'. Ouvir, não ter medo de ouvir. Quando alguém tem medo de ouvir, não tem o Espírito em seu coração. Ouvir: 'Você o que acha e por quê?'. Ouvir com humildade. E, depois, de terem ouvido decidiram enviar às comunidades gregas, isto é, aos cristãos que vieram do paganismo, enviar alguns discípulos para tranquilizá-los e dizer-lhes: 'Tudo bem, continuem assim’”.
Depois de ouvir e discutir, decidem escrever uma carta na qual “o protagonista é o Espírito Santo”. E então afirmam: “O Espírito Santo e nós decidimos...”. “Este – afirma o Papa – é o caminho da Igreja face às novidades, não às novidades mundanas, como modas e roupas, mas às novidades, as surpresas do Espírito, porque o Espírito sempre nos surpreende. E como a Igreja resolve isso? Como enfrenta estes problemas para resolvê-los? Com reuniões, com a escuta, o debate, a oração e a decisão final”:
“Este é o caminho da Igreja até hoje. E, quando o Espírito nos surpreende com uma coisa que parece nova, ‘que nunca foi assim’, ‘deve-se fazer assim’, pensem no Vaticano II, nas resistências ao Concílio... e o cito porque é um evento próximo de nós. Quantas resistências: ‘mas não...’. Ainda hoje persistem resistências, de uma forma ou outra, e o Espírito vai adiante. O caminho da Igreja é esse: reunir-se, unir-se juntos, ouvir-se, discutir, rezar e decidir. Esta é a chamada sinodalidade da Igreja, na qual se expressa a comunhão da Igreja. E quem faz a comunhão? É o Espírito! De novo é ele o protagonista. O que nos pede o Senhor? Docilidade ao Espírito. O que nos pede o Senhor? Para não termos medo ao ver que é o Espírito que nos chama”.
“O Espírito – releva o Papa – às vezes nos detém”, como fez com São Paulo, para ir de um lugar ao outro, “não nos deixa sós, nos dá coragem, nos dá paciência, nos faz percorrer, seguros, o caminho de Jesus, nos ajuda a vencer as resistências e a ser fortes no martírio”. “Peçamos ao Senhor – concluiu – a graça de entender como a Igreja vai avante, entender como, desde o primeiro momento, enfrentou as surpresas do Espírito e também, para um de nós, a graça da docilidade ao Espírito, para percorrermos o caminho que o Senhor Jesus quer para cada um de nós e para toda a Igreja”. (CM-SP)
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Papa visita dois Organismos da Cúria Romana

O Santo Padre continua a fazer suas visitas imprevistas aos Organismos da Cúria Romana que, este ano, assumem um significado particular no contexto do Jubileu extraordinário da Misericórdia.
Papa preside reunião com chefes de Organismos da Cúria Romana
Francisco dedicou a manhã desta quinta-feira (28/04) para visitar a Administração do Patrimônio da Santa Sé (APSA) e a Secretaria para a Economia do Vaticano.
Até agora, o Papa visitou outras sedes de Organismos vaticanos, como o Pontifício Comitê das Ciências Históricas, a Congregação para a Educação Católica, a Congregação para o Clero e a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada.
Mais recentemente, o Papa visitou ainda a Congregação para as Igrejas Orientais, o Pontifício Conselho “Cor Unum” e Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. (MT)
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quarta-feira, 27 de abril de 2016

Papa Francisco:
"Quem ignora o sofrimento do homem, ignora Deus"

Cidade do Vaticano (RV) – Nesta quarta-feira, o Papa concedeu audiência a cerca de 25 mi fiéis, romanos e turistas presentes na Praça São Pedro, e fez uma catequese baseada na parábola do Bom Samaritano.
A parábola tem origem na pergunta de um Doutor da lei que queria testar Jesus: “Quem é o meu próximo?”. Ele queria uma resposta clara para distinguir os ‘próximos’ dos ‘não-próximos’, tentava entender se eram seus parentes, compatriotas ou pessoas da mesma religião. Jesus responde com uma parábola.
O sacerdote, o levita e o samaritano
Um homem, viajando no caminho entre Jerusalém e Jericó, foi interceptado por bandidos que, depois de o roubarem, ainda o deixaram gravemente ferido. Um sacerdote, um levita e um samaritano passam por ali. O sacerdote e o levita eram religiosos. Esperava-se deles que fossem praticantes da palavra de Deus, pois a conheciam, sabiam o que tinham que fazer. Já o samaritano era um judeu cismático, visto como estrangeiro, pagão e impuro. O sacerdote e o levita ignoram o homem que acabara de ser assaltado e agredido. 
Conhecer a Bíblia não significa saber amar
“O primeiro ensinamento na parábola é este: não é automático que quem frequenta a casa de Deus e conhece a sua misericórdia sabe amar o próximo. Você pode conhecer toda a Bíblia, toda a teologia, mas o amor... vai por outro caminho! Diante do sofrimento de tanta gente que sofre fome, violência e injustiças, não podemos ser meros espectadores. Ignorar o sofrimento do homem significa ignorar Deus!”, frisou o Papa.
Francisco prosseguiu destacando o centro da parábola: o samaritano, o desprezado, aquele que também tinha seus afazeres, faz de tudo para salvar esse homem, ‘moveu-se de compaixão’. “Esta é a diferença”, disse, “os outros dois viram, mas seus corações ficaram impassíveis enquanto o coração do bom samaritano estava ‘sintonizado’ com o coração de Deus. Em seus gestos e ações, identificamos o agir misericordioso de Deus: é a mesma compaixão com que o Senhor vem ao encontro de cada um de nós. 
Aproximar-se de quem sofre é aproximar-se de Deus
“Ele não nos ignora, conhece nossas dores, sabe que precisamos de ajuda e consolação. Ele vem perto de nós e nunca nos abandona”.
O samaritano doou-se completamente ao homem que necessitava, empregando cuidado, tempo e até dinheiro. “E isto nos ensina que a compaixão, o amor, não é um sentimento vago, mas significa cuidar do outro, comprometer-se, identificar-se com ele: “Amarás o próximo como a ti mesmo”, é o mandamento do Senhor. 
Compaixão: sofrer 'com'
Concluindo a parábola, Jesus perguntou Jesus “Qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?”. E a resposta é indiscutível: “Aquele que teve compaixão dele”.  
Francisco explicou que o ‘próximo’ foi o samaritano, porque se aproximou do moribundo. “Não devemos classificar os outros e ver quem é próximo e quem não o é. Podemos nos tornar próximos de quem quer que esteja em necessidade, e o seremos se tivermos compaixão em nosso coração”.
Amar como Ele nos amou
“Esta parábola – concluiu – é um lindo presente, e um compromisso, para todos nós.  “Vai e faze tu a mesma coisa”, disse Jesus ao Doutor da lei. Somos todos chamados a percorrer o mesmo caminho do samaritano, que retrata Cristo: “Jesus se inclinou sobre nós, se fez nosso servo, e assim nos salvou, para que nós possamos nos amar, como Ele nos amou”. (CM)
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                                                                           Fonte: radiovaticana.va      news.va
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Papa Francisco nomeia
bispo para Francisco Beltrão e auxiliar de Salvador 
Pe. Edgard Xavier                        Pe. Hélio Pereira
O papa Francisco nomeou hoje, 27 de abril, padre Edgar Xavier Ertl como bispo da vacante diocese de Palmas-Francisco Beltrão (PR). Até o momento, padre Edgar é superior da província “Nossa Senhora Conquistadora” dos Palotinos, na arquidiocese de Santa Maria (RS). 
Na mesma data, acolhendo o pedido de dom Murilo Sebastião Krieger, o papa nomeou padre Hélio Pereira dos Santos como bispo titular de “Tiava” e auxiliar da arquidiocese de Salvador (BA). Atualmente, está como vigário geral da diocese de Palmares dos Índios e pároco da paróquia Senhor Bom Jesus dos Pobres em Quebrangulo (AL). 
Bispo de Francisco Beltrão
Padre Edgar Xavier nasceu em 3 de setembro de 1966, natural de Nova Prata do Iguaçu (PR). 
Ingressou no seminário São Vicente Pallotti, dos Padres e Irmãos Palotinos, em 1985. Cursou Filosofia e Teologia no Instituto de Filosofia e Teologia Santa Maria. Em 1991, fez o noviciado, no seminário Rainha dos Apóstolos, em Cascavel (PR). Foi ordenado diácono no dia 29 de junho de 1996 e presbítero, em dezembro, do mesmo ano. É mestre em Teologia Sistemática, pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Na trajetória presbiteral, padre Edgar foi vigário da paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Colorado D’oeste (RO); formador no Seminário Maior, em Santa Maria (RS); professor na Faculdade Palotina, das disciplinas de Antropologia Teológica e Moral Social. No período de 2005 a 2010, atuou como reitor do Colégio Máximo Palotino. Em 2014, tornou-se reitor provincial.
Auxiliar de Salvador 
Natural de Pão de Açúcar (AL), padre Hélio Pereira dos Santos nasceu no dia 18 de novembro de 1967. Recebeu a ordenação diaconal em 1995 e sacerdotal, no dia 19 de dezembro de 1996. Cursou Filosofia no Seminário Arquidiocesano de Maceió e Teologia, no Seminário São José (RJ) e na Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ). Possui licenciatura em Letras e pós-graduação em História e no Ensino de Língua Inglesa. 
Entre as atividades profissionais e pastorais, padre Hélio foi tesoureiro do colégio São Vicente; reitor do seminário diocesano São João Maria Vianney e coordenador diocesano de pastoral. Também atuou como professor; chanceler da Cúria Diocesana; membro do Conselho Presbiteral e do Colégio dos Consultores.
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terça-feira, 26 de abril de 2016

Papa Francisco em mensagem::

Clericalismo
anula personalidade dos cristãos e diminui graça batismal

Cidade do Vaticano (RV) - “A Igreja não é uma elite de sacerdotes” e o Espírito Santo “não é ‘propriedade’ exclusiva da hierarquia eclesial”, que deve sempre “encorajar” e “estimular” os esforços que os leigos fazem para testemunhar o Evangelho na sociedade.
São palavras do Papa Francisco, o qual, com uma carta ao presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), Cardeal Marc Ouellet, quis contribuir para o trabalho realizado no início de março pelo organismo a propósito do “indispensável engajamento dos leigos na vida pública” dos países latino-americanos.
“Jamais deve ser o pastor a dizer ao leigo aquilo que deve fazer e dizer, ele o sabe tanto quanto e melhor do que nós. Não é o pastor que deve estabelecer aquilo que os fiéis devem dizer nos vários âmbitos.”
Como lhe é habitual, o Papa Francisco é claro ao reafirmar onde se encontra o ponto de equilíbrio da relação padre-leigo cristão e no evidenciar as “tentações” do clero que, por vezes alterando este equilíbrio, induzem a erros e alimentam derivas.
Na carta ao Cardeal Ouellet, o Santo Padre fala acerca dos leigos latino-americanos, embora o valor de suas considerações seja claramente universal. Uma das “maiores deformações” da relação sacerdote-leigo, denuncia, é o “clericalismo” que, de um lado, anulando “a personalidade dos cristãos” e diminuindo “a graça batismal”, acaba, de outro lado, por gerar uma espécie de “elite laical”, na qual os leigos engajados são “somente aqueles que trabalham em coisas ‘dos padres’”.
Sem nos dar conta, insiste, “esquecemos, negligenciando-o, o fiel que muitas vezes consome sua esperança na luta cotidiana para viver a fé”. E essas são “as situações que o clericalismo não consegue ver, porque está mais preocupado em dominar espaços do que em gerar processos”.
Ao invés, ressalta Francisco, jamais se deve esquecer que a “nossa primeira e fundamental consagração tem suas raízes em nosso Batismo. Ninguém foi batizado padre nem bispo. Fomos batizados leigos e é o sinal indelével que ninguém jamais poderá eliminar”.
Ademais, estar no meio do rebanho, no meio do povo: ouvir seus palpites, confiar na “memória” e no “faro” deles, na certeza de que o Espírito Santo age neles e com eles, e que este “Espírito não é  ‘propriedade’ exclusiva da hierarquia eclesial”.
O Pontífice observa que isso “nos salva” de certos slogans que “são frases bonitas, mas que não conseguem alimentar a vida de nossas comunidades”. Por exemplo, diz o Papa, recordo “a famosa frase: ‘é a hora dos leigos’, mas parece que o relógio parou”.
“A Igreja não é uma elite de sacerdotes, de consagrados, de bispos”, mas “todos formamos o Santo Povo fiel de Deus” e portanto, escreve, “o fato que os leigos estejam trabalhando na vida pública” significa para bispos e sacerdotes “buscar o modo para poder encorajar, acompanhar” todas “as tentativas e os esforços que hoje já são feitos para manter vivas a esperança e a fé num mundo repleto de contradições, especialmente para os mais pobres, especialmente com os mais pobres”.
“Significa, como pastores, empenhar-nos em meio ao nosso povo e, com o nosso povo, sustentar a fé e a esperança deles”, promovendo “a caridade e a fraternidade, o desejo do bem, da verdade e da justiça”.
“É ilógico, e até mesmo impossível – ressalta o Bispo de Roma – pensar que nós, como pastores, devemos ter o monopólio das soluções para os múltiplos desafios que a vida contemporânea nos apresenta.”
“Não se podem dar diretrizes gerais para organizar o povo de Deus no seio da sua vida pública.” Pelo contrário, indica, “devemos estar ao lado do nosso povo, acompanhando-o em suas buscas e estimulando aquela imaginação capaz de responder à problemática atual”.
Por sua “realidade” e “identidade”, porque “imerso no coração da vida social, pública e política”, devemos reconhecer que o leigo precisa de novas formas de organização e de celebração da fé”, acrescenta Francisco.
O clericalismo que pilota, uniformiza, fabrica “mundos e espaços cristãos” deve ser contrastado pelo cuidado da “pastoral popular”, típico da América Latina, porque, “se bem orientada”, é “rica de valores”, de uma “sede genuína” de Deus, de “paciência”, de “sentido da cruz na vida diária, de “dedicação” e capaz de “generosidade e sacrifício até o heroísmo”.
“Em nosso povo – recorda Francisco – nos é pedido para conservar duas memórias. A memória de Jesus Cristo e a memória dos nossos antepassados.” “Perder a memória é desarraigar-nos do lugar de onde viemos e, por conseguinte, não saber nem mesmo para onde vamos.”
Quando “desarraigamos um leigo de sua fé, da fé de suas origens; quando o desarraigamos do Santo Povo fiel de Deus, o desarraigamos da sua identidade batismal e desse modo o privamos da graça do Espírito Santo”.
“Nosso papel, nossa alegria, a alegria do pastor – acrescenta o Papa – está propriamente no ajudar e no estimular, como fizeram muitos antes de nós, mães, avós e pais, os verdadeiros protagonistas da história.”
“Não por uma nossa concessão de boa vontade, mas por direito e estatuto próprio. Obs leigos são parte do Santo Povo fiel de Deus e, portanto, são os protagonistas da Igreja e do mundo; somos chamados a servi-los, não a servir-nos deles”, conclui Francisco. (RL)
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                                                                                              Fonte: radiovaticana.va

Vale a pena conferir

Um novo Brasil

Onde vamos parar com tanta corrupção! Ela está por todo lado e as consequências vão se tornando cada vez mais visíveis. As denúncias de projetos superfaturados, de construções mal feitas, de desvios públicos, de pontes que caem matando pessoas, de asfalto sem resistência etc. A população vai perdendo a esperança porque está sendo ludibriada a todo momento e sofrendo com tudo isso.
Que Deus abençoe o nosso querido Brasil!
Dentro desse emaranhado de práticas desonestas e injustas para com o país e toda a sua população, fica até difícil falar de um novo Brasil. Jesus falava da construção de uma nova humanidade, mas que dependia de abertura para a prática da Palavra inspirada, que supõe a produção de frutos de qualidade na comunidade. Isso é impossível acontecer no meio de atos desonestos e egoístas.
Enquanto as pessoas, principalmente autoridades, quem tem poder de decisão, tem poder econômico, poder político, não derem primazia para a verdade, os rumos da nação não serão mudados. A Palavra de Deus está centrada nos princípios da autenticidade e do bem comum. Palavra que deve tocar os corações e tirar as maldades que não deixam a natureza cumprir sua missão.
Falta no país uma experiência concreta de fé. Sem isto a pessoa não consegue entender a dimensão profunda do amor e da coletividade nos negócios. Reina o individualismo, que prioriza atos interesseiros, egoístas e com forte atitude de diabólica esperteza. Até parece que vencem os mais espertos, jogando por terra todos os princípios necessários para construir uma sociedade com dignidade.
A proposta cristã da Palavra de Deus não está conseguindo espaço de irradiação. Ela não consegue atingir os corações, ficando um vazio ocioso, facilitando a ação do mal que, por sua vez, vai sendo endeusado, destruindo a dignidade das pessoas. Por isto há necessidade de uma nova criação, onde não deve existir lugar para a maldade. É um caminho que precisa ser construído com urgência.
Pensar num novo Brasil significa reforçar as nossas esperanças, confiar em Deus e trabalhar para dar um voto o mais consciente possível durante as eleições, porque as mudanças dependem muito das atitudes de nossas lideranças políticas. A política não pode se tornar refém do poder econômico, mas cumprir sua missão de organizar a sociedade de forma coerente e harmônica.
                                     Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo de Uberaba
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                        Fonte: radiovaticana.va   Ilustração: sergiomarcoss.blogspot.com.br