quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Papa Francisco na catequese desta quarta-feira:

a ira é um pecado desenfreado, destrói as relações humanas

Francisco falou sobre a ira na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira. Segundo ele, a "é um pecado terrível que está na origem das guerras e da violência". "Há homens que reprimem a ira no local de trabalho, parecendo calmos e controlados, mas, uma vez em casa, tornam-se insuportáveis para a esposa e os filhos", sublinhou.

O Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre "Vícios e Virtudes" na Audiência Geral desta quarta-feira (31/01).

"A ira" foi o tema deste encontro semanal do Pontífice com os fiéis. Segundo o Papa, a ira "é um vício particularmente obscuro e talvez o mais simples de identificar do ponto de vista físico". Segundo ele, "a pessoa dominada pela ira tem dificuldade em esconder esse ímpeto: reconhece-se pelos movimentos do seu corpo, pela agressão, pela respiração difícil, pelo olhar sombrio e carrancudo".

A ira é um pecado que destrói as relações humanas

De acordo com o Papa, "na sua manifestação mais aguda, a ira é um pecado que não deixa trégua. Se surge de uma injustiça sofrida ou que se acredita ser tal, muitas vezes não é desencadeada contra o culpado, mas contra o primeiro infeliz que se encontra".

“Há homens que reprimem a ira no local de trabalho, parecendo calmos e controlados, porém, uma vez em casa, tornam-se insuportáveis para a esposa e os filhos.”

A ira é um pecado desenfreado: é capaz de tirar-nos o sono e nos fazer tramar continuamente na nossa mente, sem conseguir encontrar uma barreira aos raciocínios e aos pensamentos.

A seguir, Francisco disse que a ira "é um pecado que destrói as relações humanas. Expressa a incapacidade de aceitar a diversidade dos outros, especialmente quando as suas escolhas de vida divergem das nossas. Não se detém nos comportamentos errados de uma pessoa, mas joga tudo no caldeirão: é o outro, o outro como ele é, o outro como tal que causa a raiva e o ressentimento. Começa-se a odiar o tom da sua voz, os gestos banais do dia a dia, os seus modos de raciocinar e de sentir".

Perda da clareza

Segundo o Papa, "quando a relação atinge esse nível de degeneração, já se perdeu a clareza. Porque uma das características da ira, às vezes, é que ela não pode ser mitigada com o tempo. É importante que tudo se dissolva imediatamente, antes do pôr do sol. Se durante o dia surgir algum mal-entendido e duas pessoas não conseguem mais se entender, sentindo-se subitamente distantes, a noite não deve ser entregue ao diabo. O pecado nos mantém acordados no escuro a remoer nossas razões e os erros indizíveis, que nunca são nossos e sempre do outro". "É assim: quando uma pessoa está sob a ira, ela sempre, sempre diz que o problema está no outro. Ela nunca é capaz de reconhecer suas próprias falhas, seus próprios defeitos", acrescentou o Papa.

"No “Pai Nosso”, Jesus faz-nos rezar pelas nossas relações humanas que são um campo minado: um plano que nunca está em perfeito equilíbrio. Todos precisamos aprender a perdoar. Os homens não estão juntos se não praticarem também a arte do perdão, tanto quanto isso for humanamente possível", disse ainda Francisco.

“O que neutraliza a ira é a benevolência, a generosidade, a mansidão, a paciência.”

Ira, origem das guerras e da violência

O Pontífice disse outra coisa a propósito da ira: que ela "é um pecado terrível que está na origem das guerras e da violência. Porém, nem tudo que surge da ira está errado. Os antigos sabiam muito bem que existe uma parte irascível dentro de nós que não pode e não deve ser negada".

As paixões são, até certo ponto, inconscientes: acontecem, são experiências da vida. Não somos responsáveis pelo surgimento da ira, mas sempre pelo seu desenvolvimento. E às vezes é bom que a ira seja desabafada da maneira certa.

“Se uma pessoa nunca se irritasse, se não se indignasse diante de uma injustiça, se diante da opressão de uma pessoa fraca não sentisse algo tremendo nas suas entranhas, então isso significaria que não é humana, e muito menos, cristã.”

Santa indignação

"Existe uma santa indignação, que não é ira, mas é um movimento interior, uma santa indignação. Jesus a encontrou várias vezes na sua vida: nunca respondeu ao mal com o mal, mas na sua alma sentiu este sentimento e, no caso dos cambistas do Templo, realizou uma ação forte e profética, ditada não pela ira, mas pelo zelo pela casa do Senhor. É preciso distinguir bem, o zelo, a santa indignação, é uma coisa, a ira, que é ruim, é outra coisa. Cabe a nós, com a ajuda do Espírito Santo, encontrar a medida certa das paixões. Educá-las para que se tornem boas", concluiu o Papa.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

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Conheça o Calendário Geral do Jubileu 2025

apresentado po dom Rino Fisichella

Em dois dias de encontro na Casa Dom Luciano, em Brasília, entre 29 e 30 de janeiro, muito foi falado e refletido sobre a preparação para o ano jubilar em 2025. O cenário do encontro, que conta com a participação de bispos, presbíteros, religiosos, religiosas, leigos e leigas, foi propício para resgatar pontos importantes dos caminhos evangelizadores da Igreja no Brasil.

Durante na manhã dessa terça-feira, dom Rino Fisichella, Pró-Prefeito do Dicastério para a Evangelização no Vaticano, falou detalhadamente das propostas para a realização do Jubileu da Esperança, com enfoque para a dimensão pastoral.

Dom Rino apresentou, primeiramente, o calendário geral para o Ano do Jubileu, em 2025. Explicou cada momento que deverá acontecer desde o mês de janeiro, ocasião em que será o Jubileu do Mundo das Comunicações. Da mesma maneira, ele repassou a programação dos demais grupos, são eles:

Calendário geral do Jubileu 2025

DEZEMBRO 2024 - 24 Dezembro: Abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro

JANEIRO 2025 - 24 – 26: Jubileu do Mundo das Comunicações

FEVEREIRO 2025 - 8 – 9: Jubileu das Forças Armadas, Polícia e Segurança    16 – 18: Jubileu dos Artistas    21 – 23: Jubileu dos Diáconos

MARÇO 2025 - 8 – 9: Jubileu do Mundo do Voluntariado    28: 24 horas para o Senhor    28 – 30: Jubileu dos Missionários da Misericórdia

ABRIL - 05 – 06: Jubileu dos Enfermos e o Mundo da Saúde    25 – 27: Jubileu dos Adolescentes    28 – 30: Jubileu das Pessoas com Deficiência

MAIO - 1 – 4: Jubileu dos Trabalhadores     4 – 5: Jubileu dos Empresários    10 – 11: Jubileu das Bandas Musicais     16 – 18: Jubileu das Irmandades    24 – 25: Jubileu das Crianças    30 Maio – 01 Junho: Jubileu das Famílias, dos Avós e dos Idosos

JUNHO - 07 – 08: Jubileu dos Movimentos, Associações e Novas Comunidades    09: Jubileu Santa Sé     14 – 15: Jubileu do Desporto     20 – 22: Jubileu dos Governantes    23 – 24: Jubileu dos Seminaristas    25: Jubileu dos Bispos    26 – 27: Jubileu dos Sacerdotes    28: Jubileu das Igrejas Orientais

JULHO - 28 Julho – 03 Agosto: Jubileu dos Jovens

SETEMBRO - 15: Jubileu da Consolação    20: Jubileu dos Operadores de Justiça    26 – 28: Jubileu dos Catequistas

OUTUBRO - 05: Jubileu dos Migrantes      08 – 09: Jubileu da Vida Consagrada     11 – 12: Jubileu da Espiritualidade Mariana     18 – 19: Jubileu do Mundo Missionário     30 Outubro – 02 Novembro: Jubileu do Mundo Educativo

NOVEMBRO - 16: Jubileu dos Pobres         21 – 23: Jubileu dos Coros

DEZEMBRO - 14: Jubileu dos Reclusos

A programação pode ser encontrada no site www.iubilaeum2025.va


O Jubileu espera 1,5 milhão de jovens

Dom Rino detalhou alguns processos importantes para as participações durante o Jubileu da Esperança, destacando que a programação foi unicamente pensada no público descrito para cada data. “Pensamos em todos os grupos que vão estar lá, como, por exemplo, os jovens. Vamos animar para que participem e se preparem para este encontro.

A previsão é de que tenhamos um 1,5 milhão de jovens, ou seja, estamos animados com este grande evento. Assim também será com outros grupos. É uma grande multidão que se interessa em fazer parte de um encontro como este, seja jovem, seja catequista, e todos os outros”, afirmou.

Dom Rino também explicou brevemente sobre a estrutura do evento em Roma que vai envolver muitas equipes de articulação, entre voluntários e profissionais. Toda a programação e explicação abordada por ele, na manhã dessa terça-feira, também foi apresentada em outros países, em diversas línguas e para vários públicos. Para finalizar, dom Rino completou: “Estou convencido de que o Jubileu será uma grande oportunidade pastoral.”

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                                                                                                                         Fonte: cnbb.org.br

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

O Papa na intenção de oração para fevereiro:

rezar pelos doentes terminais e suas famílias

Francisco lembra que "há duas palavras que, quando alguns falam de doenças terminais, as confundem: incurável e in-cuidável. E não são a mesma coisa". "São João Paulo II dizia que 'curar se é possível, cuidar sempre', diz ainda o Papa.

O Papa Francisco convida a rezar pelos doentes terminais e seus familiares na intenção de oração para o mês de fevereiro, divulgada nesta terça-feira (30/01).

O Santo Padre compartilha sua intenção de oração neste mês em que a Igreja celebra o Dia Mundial do Enfermo, convocado desde 1992 por São João Paulo II, no dia 11 de fevereiro, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes.

Francisco lembra que "há duas palavras que, quando alguns falam de doenças terminais, as confundem: incurável e in-cuidável. E não são a mesma coisa". "São João Paulo II dizia que 'curar se é possível, cuidar sempre', diz ainda o Papa.

A mensagem de vídeo de fevereiro, mostra um casal, sentando na areia que contempla o mar. Uma menina que abraça o seu avô no leito do hospital. Um homem que está junto ao leito de seu pai, com uma Bíblia no colo e um Rosário nas mãos. Uma enfermeira que leva ao jardim um paciente que já não pode caminhar. Um médico que explica a uma família o difícil caminho que vão ter que percorrer com seu parente a partir de agora.

Cuidar sempre

Conforme as olhamos, as imagens do vídeo do Papa de fevereiro nos falam de uma série de fracassos ou êxitos: fracassos, se o único resultado aceitável é a cura; êxitos, se o objetivo é o cuidado.

Mesmo quando existam muito poucas possibilidades de cura, todos os enfermos têm direito ao acompanhamento médico, ao acompanhamento psicológico, ao acompanhamento espiritual, ao acompanhamento humano.

O Papa acrescenta: Nem sempre se alcança a cura. Porém sempre podemos cuidar do doente, acariciar o enfermo.

Olhar o doente com amor

Em nossa cultura do descarte não há lugar para os doentes terminais. E não é por acaso que, nas últimas décadas, a tentação da eutanásia tenha ganhado terreno em muitos países. Contrariamente a isso, o Papa Francisco nos convida a olhar o doente com amor - a compreender, por exemplo, que o contato físico pode ajudar muito, inclusive a quem já não é capaz de falar e parece já não reconhecer seus próprios familiares - e a acompanhá-lo do melhor modo possível, durante todo o tempo que necessite.

E é aqui onde entram os cuidados paliativos, que garantem ao paciente não somente a atenção médica, mas também um acompanhamento humano e próximo.

Não deixar as famílias sozinhas

Ao falar sobre o papel das famílias, o Papa lembra que elas “não podem ficar sozinhas nesses momentos difíceis”, pois “seu papel é decisivo e devem ter os meios adequados para desempenhar o apoio físico, o apoio espiritual, o apoio social”.

Rezemos para que os doentes terminais e suas famílias recebam sempre os cuidados e o acompanhamento necessários, tanto do ponto de vista médico quanto humano.

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Assista:

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segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Reflexão necessária e oportuna:

Púlpitos criminosos

Pe. Zezinho, scj ||||||||||||||||||||||||||||||

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(Jo 8,19-21) "Onde está teu Pai?” Jesus respondeu: “Vós não conheceis nem a mim, nem a meu Pai. Se me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai”.

(Jo 8,44-45) "O vosso pai é o diabo, e quereis cumprir o desejo do vosso pai. Ele era assassino desde o começo e não se manteve na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele fala mentira, fala o que é próprio dele, pois ele é mentiroso e pai da mentira. Em mim, pelo contrário, não acreditais, porque falo a verdade"

(Jo 9,34-38) "Eles responderam-lhe: “Tu nasceste todo em pecado e nos queres dar lição?” E o expulsaram. Jesus ficou sabendo que o tinham expulsado. Quando o encontrou, perguntou-lhe: “Tu crês no Filho do Homem?” Ele respondeu: “Quem é, Senhor, para que eu creia nele?” Jesus disse: “Tu o estás vendo”.

NÃO SOU DE DENUNCIAR,

mas, como Jesus, classifico de criminoso o sujeito que deseja o fim do outro!

É exatamente isto que alguns pregadores católicos, evangélicos e pentecostais fazem nos seus púlpitos.

Caluniam, deturpam, dão informação errada sobre a outra igreja; chamam os outros de comunistas, demoníacos, satânicos e jogam seus fiéis contra o outro grupo; contra a outra igreja e mentem descaradamente super exaltando-se!

O versículo: “Pai, que eles sejam um, como Tu e Eu somos um”

não passa por suas cabeças preconceituosas.

Preconceito, deturpação e fake são crimes, e muitos púlpitos os espalham em nome de Jesus e da verdade.

Estão mentindo para granjear novos adeptos. Já faz tempo que deixaram de ser cristãos!

Poderiam apenas falar bem de suas igrejas, sem detonar as outras.

Mas não conseguem ver nenhum valor nos outros.

São os fariseus do século 21 que, à semelhança de seus antepassados, viviam tentando detonar e crucificar Jesus, até que conseguiram.

Hoje eles têm TV, Rádio, Mídia e usam seus microfones e câmeras para jogar seus adeptos contra quem ousa crer diferente.

Jamais conseguiriam ser ecumênicos porque tratam outros crentes como inimigos.

Jesus era fraterno. Eles não são! Percorra a internet e verá que fizeram de seus púlpitos suas ameias, muralhas ou trincheiras. De lá atiram a esmo quem ouse se aproximar deles.

Não aceitam novos amigos: querem novos adeptos!

De lá atacam qualquer um que não orem ou não creiam como eles!

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                                                                      Fonte: facebook.com/padrezezinhoscj

Vaticano divulga materiais de apoio e reflexão para 2024,

o  “Ano da Oração” em preparação ao Jubileu 2025

São mais de 700 pessoas da Santa Sé envolvidas em várias funções, 200 reuniões e visitas realizadas, o trabalho dos vários grupos de trabalho, as negociações com o governo italiano e com o município de Roma; 208 referentes das dioceses italianas reunidos e 90 referentes das Conferências Episcopais de todo o mundo: estes são apenas alguns dos números que falam dos esforços em andamento para organizar os grandes eventos do Jubileu 2025, cuja preparação é confiada ao Dicastério para a Evangelização. Além disso, de acordo com um estudo recente, 32 milhões de pessoas, incluindo um milhão e meio de jovens, possivelmente virão a Roma para essa ocasião.

Esses números foram apresentados na terça-feira, 23 de janeiro, na Sala de Imprensa da Santa Sé, quando foi apresentado o Ano de Oração em preparação ao Jubileu de 2025 e os subsídios disponíveis às Igrejas locais para a sua celebração. Na coletiva de imprensa, o pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, dom Rino Fisichella, e o subsecretário, dom Graham Bell, enfatizaram a dimensão espiritual do evento jubilar, da qual a oração é uma condição essencial.

Dom Fisichella, pró-prefeito do próprio Dicastério, enfatizou no início da coletiva de imprensa que o Jubileu não é apenas os grandes canteiros de obras que afetam a cidade, não é apenas a organização de uma série de eventos, mas é um momento que deve enriquecer espiritualmente “a vida da Igreja e de todo o Povo de Deus, tornando-se um sinal concreto de esperança” e, para isso, deve ser preparado e vivido “nas próprias comunidades com aquele espírito de expectativa típico da esperança cristã” e o Ano de Oração 2024 “vem corresponder plenamente a essa necessidade”.

Um Ano para evidenciar o aspecto espiritual do Jubileu

O Papa Francisco abriu oficialmente o Ano de Oração no último domingo, durante o Angelus, mas, relata o pró-prefeito, “já na Carta de 11 de fevereiro de 2022, dirigida a mim para encarregar o Dicastério para o Jubileu”, o Papa Francisco havia escrito: “me alegra pensar que o ano anterior ao evento do Jubileu, 2024, pode ser dedicado a uma grande sinfonia de oração. Em primeiro lugar, para recuperar o desejo de estar na presença do Senhor, de ouvi-Lo e de adorá-Lo”.

Um ano, escreveu o Papa, “em que os corações se abram para receber a abundância da graça, fazendo do ‘Pai Nosso’, a oração que Jesus nos ensinou, o programa de vida de cada um de seus discípulos”. Fisichella enfatiza: “2024 será, portanto, um ano de preparação para o Jubileu que está prestes a começar e um ano durante o qual o aspecto espiritual do evento do Jubileu, que vai muito além de qualquer forma necessária e urgente de organização estrutural, deverá ser mais claramente evidenciado”.

Redescobrir o valor da oração

“Não se trata de um Ano com iniciativas particulares”, ressalta Fisichella, “mas sim de um momento privilegiado para redescobrir o valor da oração, a necessidade da oração cotidiana na vida cristã; como rezar e, sobretudo, como educar para a oração hoje, na era da cultura digital”. O pró-prefeito sublinha a importância de uma verdadeira espiritualidade na vida dos homens e mulheres de hoje. “Há muitas pessoas”, diz dom Rino, “que rezam todos os dias; talvez eu ousaria dizer que todo mundo reza. Nenhuma estatística seria capaz de responder com números e porcentagens corretas sobre esse momento tão íntimo das pessoas que vivem a pluriformidade da oração como um momento muito pessoal”.

O Ano de Oração se insere nesse contexto e sua celebração é confiada a cada Igreja local. O papel do Dicastério para a Evangelização será o de apoiar o que for planejado pelas dioceses “para que a oração da Igreja possa novamente revigorar e animar a vida de cada pessoa batizada”, colocando à disposição de todos alguns subsídios, “instrumentos simples que, em sua maioria, já são implementados diariamente pelas nossas comunidades”.

As catequeses do Papa e a coleção da LEV

Entre os auxílios oferecidos, em primeiro lugar, estão as 38 catequeses que o Papa Francisco proferiu de 6 de maio de 2020 a 16 de junho de 2021, considerando os vários momentos de oração, e também a coleção “Notas sobre a oração”, sobre a qual dom Graham Bell falou na coletiva de imprensa. Trata-se de uma iniciativa da LEV, a Livraria Editora do Vaticano, que, a partir de hoje (23/01), publicará uma coleção de 8 pequenos textos “que aprofundam as várias dimensões do ato cristão de rezar, escritos por autores de renome internacional, e editados pelo Dicastério para a Evangelização”.

O primeiro volume disponível nas livrarias é intitulado: “Orar hoje. Um desafio a ser superado”, foi escrito pelo cardeal Angelo Comastri e conta com o prefácio do Papa Francisco. “O livro propõe”, explica dom Bell, “referências sobre a necessidade de oração e ensinamentos para ter ‘um olhar diferente e um coração diferente’, com destaque para figuras que testemunharam a fecundidade da oração, como Santa Teresa de Lisieux, São Francisco de Assis e Madre Teresa de Calcutá”. A divulgação dos outros sete textos seguirá até abril. Em 6 de maio, o Papa Francisco tornará pública a Bula de Proclamação do Jubileu de 2025 e, a partir dessa data, especifica-se, será a Carta Apostólica do Papa que estará no centro da preparação para o Ano Santo.

Uma “Escola de Oração” com o Papa Francisco

Ao retomar a palavra, o pró-prefeito anuncia que o próprio Papa, durante este ano, lançará uma “Escola de Oração”, momentos de encontro com comunidades e categorias de pessoas, segundo o modelo das sextas-feiras da Misericórdia vividas durante o Ano Santo Extraordinário de 2015/2016, “para rezar juntos e compreender algumas formas de oração: da ação de graças à intercessão; da contemplativa à consolação; da adoração à súplica…”. E Fisichella conclui citando novamente o Papa Francisco, que disse estar certo de que “os bispos, sacerdotes, diáconos e catequistas encontrarão neste Ano as formas mais adequadas para colocar a oração na base da proclamação de esperança que o Jubileu 2025 pretende fazer ressoar em um tempo conturbado”.

Com informações e foto VaticanNews

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domingo, 28 de janeiro de 2024

Francisco no Angelus deste domingo:

nas tentações, é preciso invocar Jesus.
Jamais dialogar com o diabo!

Ao comentar o Evangelho deste IV Domingo do Tempo Comum, Francisco alertou para as insídias de hoje do maligno, como as dependências, o consumismo e a idolatria do poder.

Para os milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro, o Papa comentou o Evangelho deste IV Domingo do Tempo Comum, que  narra Jesus enquanto liberta uma pessoa possuída por um “espírito mau”. 

Assim faz o diabo, explicou Francisco: quer possuir para “nos aprisionar a alma”. E nós devemos estar atentos às “amarras” que nos sufocam a liberdade, porque o diabo sempre nos tira a capacidade de escolher livremente. O Pontífice então nomeia algumas correntes que podem prender o coração, como as dependências, os modismos e a idolatria do poder, "corrente muito ruim". Todas essas insídias nos tornam escravos, sempre insatisfeitos, levam ao consumismo e ao hedonismo, que mercantilizam as pessoas e comprometem as relações, gerando inclusive conflitos armados.

Jesus veio para nos libertar de todas essas amarras, com um detalhe: jamais dialoga com o diabo!

“Jesus liberta do poder do mal, mas - estejamos atentos -, expulsa o diabo, mas não dialoga com ele. Jamais Jesus dialogou com o diabo. E quando foi tentado no deserto, as respostas de Jesus eram palavras da Bíblia, nunca o diálogo. Irmãos e irmãs, com o diabo não se dialoga! Cuidado: com o diabo não se dialoga, porque se você começar a dialogar, ele vence. Sempre. Cuidado.”

Invocar Jesus!

E quando nos sentirmos tentados e oprimidos, indicou o Papa, é preciso invocar Jesus, invocá-Lo ali, onde sentimos que as correntes do mal e do medo apertam mais forte.

Também hoje, afirmou, o Senhor deseja repetir ao maligno: “Saia, deixe em paz aquele coração, não dividir o mundo, as famílias, as nossas comunidades; deixe-as viver serenas, para que ali floresçam os frutos do meu Espírito, não os seus, assim diz Jesus. Para que entre eles reinem o amor, a alegria, a mansidão, e no lugar de violências e gritos de ódio, haja liberdade e paz, respeito e cuidado para todos".

Francisco então propôs algumas perguntas aos fiéis: eu quero realmente me libertar daquelas amarras que me apertam o coração? E depois, sei dizer “não” às tentações do mal, antes que se insinuem na alma? Por fim, invoco Jesus, Lhe permito agir em mim, para curar-me por dentro?

"Que a Virgem Santa nos proteja do mal", foi a invocação final.

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Assista:

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sábado, 27 de janeiro de 2024

Para sua reflexão:

Ensinar como Jesus ensinava

José Antonio Pagola

A maneira de ensinar de Jesus provocou nas pessoas a impressão de que elas estavam diante de algo desconhecido e admirável. Assinala-o o evangelho mais antigo e os investigadores pensam que foi realmente assim. Jesus não ensina como os “escribas” da Lei. Ele o faz com “autoridade”: sua palavra liberta as pessoas de “espíritos malignos”.

Não se deve confundir “autoridade” com “poder”. O evangelista Marcos é preciso em sua linguagem. A palavra de Jesus não provém do poder. Jesus não procura impor sua própria vontade sobre os outros. Não ensina para controlar o comportamento das pessoas. Não utiliza a coação.

Sua palavra não é como a dos escribas da religião judaica. Não está revestida de poder institucional. Sua “autoridade” nasce da força do Espírito. Provém do amor às pessoas. Busca aliviar o sofrimento, curar feridas, promover uma vida mais sadia. Jesus não produz submissão, infantilismo ou passividade. Liberta de medos, infunde confiança em Deus, anima as pessoas a buscar um mundo novo.

A ninguém passa despercebido que estamos vivendo uma grave crise de autoridade. A confiança na palavra institucional está em níveis mínimos. Dentro da Igreja fala-se de uma forte “desvalorização do magistério”. As homilias causam tédio. As palavras estão desgastadas.

Não é o momento de voltar a Jesus e aprender a ensinar como ele o fazia? A palavra da Igreja deve nascer do amor real às pessoas. Precisa ser dita depois de uma atenta escuta do sofrimento existente no mundo, não antes. Deve ser próxima, acolhedora, capaz de acompanhar a vida sofrida do ser humano.

Precisamos de uma palavra mais livre da sedução do poder e mais cheia da força do Espírito. Um ensinamento nascido do respeito e da estima pelas pessoas, que produza esperança e cure feridas. Seria grave que, dentro da Igreja, se escutasse uma “doutrina de escribas” e não a palavra curadora de Jesus, de que tanto precisam as pessoas hoje para viver com esperança.

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JOSÉ ANTONIO PAGOLA cursou Teologia e Ciências Bíblicas na Pontifícia Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversas obras de teologia, pastoral e cristologia. Atualmente é diretor do Instituto de Teologia e Pastoral de São Sebastião. Este comentário é do livro “O Caminho Aberto por Jesus”, da Editora Vozes.

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                                                       Fonte: franciscanos.org.br        Banner: Frei Fábio M. Vasconcelos 

Interessantes considerações do padre Zezinho:

Conheci um jovem padre anti-conciliar

Pe. Zezinho, scj ||||||||||||||||||||||||||

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Tinha 32 anos. Durante os estudos de Teologia, a conselho de seu pároco obedeceu as normas da Faculdade. Mas assim que foi ordenado obedeceu ao seu pároco que era anti-concílio! Eu o conhecia de algumas postagens suas.

1 - Voltou a vestir batina preta…

2 - Usava vestes com renda nas bordas….

3 - A estola tinha que ser como as de antes de 1965 ….

4 - A casula tinha que ser tipo violão como antes dos anos 1960.…

5 - Só citava o catecismo de Trento, ou o de São Pio X, nunca o de São João Paulo II…

6 - Só falava dos santos e santas do passado, nunca os santos atuais depois de 1960…

7 - Só usava as traduções de Bíblia de antes de 1960…

8 - Nunca pregava da Doutrina Social (DSI)…

9 - Atacava a TL e os padres comunistas e sem espiritualidade. Tive que explicar em base aos salmos que 120 deles eram cantos de teologia da libertação…

10 - Elogiava só os grupos de oração e adoração. Nem mesmo os movimentos familiares ele aceitava …

11 - Uma vez por semana celebrava a Missa Tridentina, de frente para o altar e de costas para o povo. O bispo permitiu, mas para um pequeno grupo de menos de 15 pessoas e numa capelinha. Ele questionou o bispo e o bispo o questionou. A autoridade era dele…

12 - Nunca escondia que, para ele, Papa era só Bento XVI. Nunca citava João XXIII, Paulo VI, João Paulo II ou Papa Francisco…

13 - Só lia autores conservadores...

14 - Só abria seu celular para seguir padres conservadores …

15 - Tinha grandes desconfianças de padres que não fossem do seu movimento de espiritualidade. As outras espiritualidades não lhe interessavam ...

16- Pregava muito sobre Céu, Inferno, Prêmio e Castigo, Anjos e Combate Espiritual.

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Veio me ver. Foi gentil. E eu também fui gentil! Mas ele quis saber porque eu pregava tanto sobre doutrina social e defendia o Concílio Vaticano, a CNBB e as atualizações da Igreja. Achava que sou contra a Tradição.

Respondi que, ele também pregava quase o tempo todo sobre oração e conversão pessoal. Eu prego sobre conversão para o social!

E, se ele tivesse estudado na nossa Faculdade ou comigo, saberia o porquê da minha maneira de todos os dias postar catequese católica.

Sou atualizador porque Jesus foi.

*Atualizador não despreza o passado, mas não quer voltar para ele.

*Vive o presente e preconiza o futuro, mas aceita mudanças pastorais, litúrgicas e sociais da nossa Igreja.

*Não damos meia-volta. A Terra Prometida dos Hebreus e o Reino dos Céus é agora, mas ainda há muito que construir.

*Tento me vestir e celebrar liturgicamente como foi combinado a partir dos anos 1965. E, na rua, eu me visto como cidadão comum, com um sinal no peito!

*Nas palestras às vezes uso colarinho de padre. Ou uso um terno discreto com uma cruz no peito.

*Tenho 82 anos e tento acompanhar a catequese da Igreja desde 1965. São 60 anos de pastoral sempre atualizada. Mudei desde o começo porque foi decisão dos Papas da época. A igreja quis “aggiornamento”,” atualização e ainda quer!

*Se outros bispos e padres escolheram testemunhar a fé usando outros sinais, e deixam claro que não concordam com as atualizações dos últimos 60 anos, eu respeito. São adultos como eu e estudaram quase a mesma coisa que eu!

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*Mas a Bíblia e a História da Igreja que estudei mostram que Jesus atualizava, os apóstolos atualizavam e todos os 20 concílios que já houve na Igreja, corrigiram ou atualizaram a Igreja do seu tempo.

*Se há quem queira corrigir ou voltar atrás, respeito, mas eu faço parte dos que querem se corrigir ou corrigir comportamentos atuais e … atualizar o que é necessário atualizar!

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Acho que não o convenci. Mas não fui eu quem o procurou. Foi ele quem me procurou, querendo saber porque, aos 82 anos eu prego assim. Conclui que, aos 32 anos ele prega diferente de mim!

Não tivemos os mesmos mestres!… Nem vivemos a mesma espiritualidade. Por nos chamamos CAT HOLOS: (para todos) e mais incluímos do que excluímos, exceto alguns que dizem que a Igreja deveria excomungar mais gente!

Há mais de 60 anos aprendi outra pastoral. Entre a pastoral da COMUNHÃO e a da EXCOMUNHÃO eu escolho a da integração, da inclusão, do diálogo, da aproximação e da COMUNHÃO, que já converteu muita gente nestes últimos 21 séculos!…

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                                                                      Fonte: facebook.com/padrezezinhoscj

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Papa Francisco à plenária do Dicastério para a Doutrina da Fé:

abençoar as pessoas e não a união,
a bênção não exige perfeição moral

Durante o encontro com os participantes da plenária do Dicastério para a Doutrina da Fé o Santo Padre, dentre outras questões, enfatizou dois pontos sobre a Declaração Fiducia supplicans: “mostrar concretamente a proximidade do Senhor e da Igreja” e que “não se abençoa a união, mas simplesmente as pessoas que juntas a solicitaram”.

"A missão do Dicastério para a Doutrina da Fé é ajudar o Romano Pontífice e os Bispos no anúncio do Evangelho em todo o mundo, promovendo e tutelando a integridade da doutrina católica sobre a fé e a moral, como a recebe do depósito da fé e resulta de um entendimento cada vez mais profundo do mesmo face às novas questões” foi o que disse o Papa Francisco, citando a Constituição Apostólica Praedicate Evangelium, na manhã desta sexta-feira, 26 de janeiro, para os participantes da plenária do Dicastério para a Doutrina da Fé.

Seção Doutrinal e Seção Disciplinar

Para que o Dicastério pudesse cumprir com a sua missão o Santo Padre recordou as mudanças feitas com o motu próprio Fidem Servare de 2022, com o qual “foram criadas duas Seções distintas dentro do Dicastério: a Seção Doutrinal e a Seção Disciplinar”. O Papa enfatizou “a importância da presença de profissionais competentes na Seção Disciplinar, para garantir a atenção e o rigor na aplicação da legislação canônica vigente, particularmente no tratamento de casos de abuso de menores por parte de clérigos, e para promover iniciativas de formação canônica para Ordinários e profissionais do direito” e que também insistiu “na urgência de dar mais espaço e atenção ao âmbito próprio da Seção Doutrinal, onde não faltam teólogos formados e pessoal qualificado, também para o trabalho no Ofício Matrimonial e nos Arquivos.” Papa Francisco afirmou que o Dicastério “se vê comprometido com a compreensão da fé em face das mudanças que caracterizam nosso tempo.”

Sacramentos, dignidade e fé

O Papa compartilhou com algumas reflexões com os participantes da plenária em torno de três palavras: sacramentos dignidade e fé:

Sacramentos: “nestes dias, vocês refletiram sobre o tema da validade dos Sacramentos. A vida da Igreja é nutrida e cresce graças a eles. Por essa razão, é necessário um cuidado especial dos ministros ao administrá-los e ao revelar aos fiéis os tesouros de graça que eles comunicam. Por meio dos sacramentos, os fiéis se tornam capazes de profecia e testemunho. E o nosso tempo tem uma necessidade particularmente urgente de profetas de vida nova e de testemunhas da caridade: amemos e façamos amar, portanto, a beleza e o poder salvífico dos Sacramentos!”

Dignidade: “como cristãos, não devemos nos cansar de insistir no ‘primado da pessoa humana e a defesa da sua dignidade, independentemente das circunstâncias’. Sei que vocês estāo trabalhando em um documento sobre esse assunto. Espero que ele possa nos ajudar, como Igreja, a estar sempre próximos ‘de todos aqueles que, sem proclamações, na vida concreta de cada dia, lutam e pagam pessoalmente para defender os direitos daqueles que não contam’ e garantir que, ‘perante as várias formas atuais de eliminar ou ignorar os outros, sejamos capazes de reagir com um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite a palavras’.”

Fé: “(...) não podemos esconder o fato de que, em vastas áreas do planeta, a fé - como disse Bento XVI - "não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negada." É hora, portanto, de refletir novamente e com maior paixão sobre alguns temas: a proclamação e a comunicação da fé no mundo de hoje, especialmente para as gerações mais jovens; a conversão missionária das estruturas eclesiais e dos agentes pastorais; as novas culturas urbanas, com sua carga de desafios, mas também de questões de significado sem precedentes; finalmente e acima de tudo, a centralidade do querigma na vida e na missão da Igreja.”

A fé em Cristo Jesus

Francisco disse que “o que para nós é essencial, mais belo, mais atraente e, ao mesmo tempo mais necessário, é a fé em Cristo Jesus. Todos juntos, se Deus quiser, nós a renovaremos solenemente durante o próximo Jubileu e cada um de nós é chamado a proclamá-la a todos os homens e mulheres da Terra. Essa é a tarefa fundamental da Igreja, à qual dei voz precisamente na Evangelii gaudium.”

Uma ajuda no caminho de fé

Dando continuidade ao seu discurso o Papa fez uma menção a recente Declaração Fiducia supplicans: “a intenção das "bênçãos pastorais e espontâneas" é mostrar concretamente a proximidade do Senhor e da Igreja a todos aqueles que, encontrando-se em diferentes situações, pedem ajuda para continuar - às vezes para começar - um caminho de fé. Gostaria de enfatizar brevemente duas coisas: a primeira é que essas bênçãos, fora de qualquer contexto e forma litúrgica, não exigem perfeição moral para serem recebidas; a segunda é que, quando um casal se aproxima espontaneamente para pedi-la, não se abençoa a união, mas simplesmente as pessoas que juntas a solicitaram. Não a união, mas as pessoas, naturalmente levando em conta o contexto, as sensibilidades, dos lugares onde vocês vivem e as maneiras mais adequadas de fazê-lo.”

Ao concluir o discurso Francisco agradeceu a todos e os incentivou “incentivo a seguir em frente com a ajuda do Senhor.”

Padre Pedro André, SDB – Vatican News

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                                                                                                                   Fonte: vaticannews.va

4º Domingo do Tempo Comum:

 Leituras e Reflexão

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1ª Leitura: Dt 18,15-20

Leitura do Livro do Deuteronômio 

Moisés falou ao povo, dizendo: “O Senhor teu Deus fará surgir para ti, da tua nação e do meio de teus irmãos, um profeta como eu: a ele deverás escutar. Foi exatamente o que pediste ao Senhor teu Deus, no monte Horeb, quando todo o povo estava reunido, dizendo: ‘Não quero mais escutar a voz do Senhor meu Deus, nem ver este grande fogo, para não acabar morrendo’.

Então o Senhor me disse: ‘Está bem o que disseram. Farei surgir para eles, do meio de seus irmãos, um profeta semelhante a ti. Porei em sua boca as minhas palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu lhe mandar. Eu mesmo pedirei contas a quem não escutar as minhas palavras que ele pronunciar em meu nome. Mas o profeta que tiver a ousadia de dizer em meu nome alguma coisa que não lhe mandei ou se falar em nome de outros deuses, esse profeta deverá morrer’”

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Responsório: Sl 94

— Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus!

— Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus!

— Vinde, exultemos de alegria no Senhor,/ aclamemos o Rochedo que nos salva!/ Ao seu encontro caminhemos com louvores,/ e com cantos de alegria o celebremos!

— Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra,/ e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!/ Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor,/ e nós somos o seu povo e seu rebanho,/ as ovelhas que conduz com sua mão.

— Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:/ “Não fecheis os corações como em Meriba,/ como em Massa, no deserto, aquele dia,/ em que outrora vossos pais me provocaram,/ apesar de terem visto as minhas obras”.

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2ª Leitura: 1Cor 7,32-35
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios

Irmãos: Eu gostaria que estivésseis livres de preocupações. O homem não casado é solícito pelas coisas do Senhor e procura agradar ao Senhor. O casado preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar à sua mulher e, assim, está dividido. Do mesmo modo, a mulher não casada e a jovem solteira têm zelo pelas coisas do Senhor e procuram ser santas de corpo e espírito. Mas a que se casou preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar ao seu marido.

Digo isto para o vosso próprio bem e não para vos armar um laço. O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações.

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Evangelho: Mc 1,21-28

Proclamação do Evangelho de São  Marcos

Foram à cidade de Cafarnaum e, no sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque Jesus ensinava como quem tem autoridade e não como os doutores da Lei.

Nesse momento, estava na sinagoga um homem possuído por um espírito mau, que começou a gritar: «Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!» Jesus ameaçou o espírito mau: «Cale-se, e saia dele!» Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu dele. Todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: «O que é isso? Um ensinamento novo, dado com autoridade… Ele manda até nos espíritos maus e eles obedecem!» E a fama de Jesus logo se espalhou por toda parte, em toda a redondeza da Galileia.

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Reflexão do padre Johan Konings:

O profeta do reino de Deus

Jesus é o profeta do Reino de Deus. Mas que é um profeta? Conforme a 1ª leitura, o profeta é mediador e porta-voz de Deus. Os antigos israelitas, vivendo ao lado dos cananeus, estavam tentados a consultar, como estes, as divindades dos “lugares altos” por aí (que supostamente conheciam bem as necessidades locais). Consultavam os sortilégios, os búzios, os necromantes que evocavam espíritos etc. Não eram muito diferentes de muitos dos nossos contemporâneos.

Diante disso, Moisés lhes lembra que, quando da manifestação de Deus no monte Sinai (Ex 19), eles tiveram tanto medo que Deus precisou estabelecer um intermediário para falar com eles: o primeiro profeta bíblico, ele mesmo. Em vista disso, sempre haveria profetas em Israel para serem mediadores e porta-vozes de Deus, de modo que os israelitas não precisariam mais consultar os deuses de Canaã, nos santuários locais. O profeta é aquele que fala com a autoridade de Deus, que o envia. Muitas vezes, sua palavra é corroborada por Deus por meio de milagres, “sinais”.

No evangelho, Jesus é apresentado como porta-voz de Deus e de seu Reino. Deus mostra que está com ele. Dá-lhe poder de fazer sinais: na sinagoga de Cafarnaum, Jesus expulsa um demônio, e o povo reconhece sua autoridade profética: “Um ensinamento novo, dado com autoridade…” (Mc 1,27). Ora, os sinais milagrosos servem para mostrar a autoridade do profeta, mas não são propriamente sua missão. Servem para mostrar que Deus está com ele, mas sua tarefa não é fazer coisas espantosas. Sua tarefa é ser porta-voz de Deus. Jesus não veio para fazer milagres, e sim, para nos dizer e mostrar que Deus nos ama e espera que participemos ativamente de seu projeto de amor. Por outro lado, os sinais, embora não sejam sua tarefa propriamente, não deixam de revelar um pouco em que consiste o reino que Jesus anuncia. São sinais da bondade de Deus.

Jesus nunca faz sinais danosos para as pessoas (como as pragas do Egito que aconteceram pela mão de Moisés). O primeiro sinal de Jesus, em Mc, é uma expulsão de demônio. A obsessão demoníaco simboliza o mal que toma conta do ser humano sem que este o queira. Libertando o endemoninhado do seu mal, Jesus demonstra que o Reino por ele anunciado não é apenas apelo livre à conversão de cada um, mas luta vitoriosa contra o mal que se apresenta maior que a gente.

O mal que é maior que a gente existe também hoje: a crescente desigualdade social, a má distribuição da terra e de seus produtos, a lenta asfixia do ambiente natural por conta das indústrias e da poluição, a vida insalubre dos que têm de menos e dos que têm demais, a corrupção, o terror, o tráfico de drogas, o crime organizado, o esvaziamento moral e espiritual pelo mau uso dos meios de comunicação… Esses demônios parecem dominar muita gente e fazem muitas vítimas. O sinal profético de Jesus significa a libertação desse mal do mundo, que transcende nossas parcas forças. E sua palavra, proferida com a autoridade de Deus mesmo, nos ensina a realizar essa libertação.

Como Jesus, a Igreja é chamada a apresentar ao mundo a Palavra de Deus e o anúncio de seu Reino. Como confirmação dessa mensagem, deve também demonstrar, em sinais e obras, que o poder de Deus supera o mal: no empenho pela justiça e no alívio do sofrimento, no saneamento da sociedade e na cura do meio ambiente adoentado. Palavra e sinal, eis a missão profética da Igreja hoje.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella

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              Fonte: franciscanos.org.br    BannerFr. Fábio M. Vasconcelos    Imagem:  vaticannews.va