sábado, 29 de fevereiro de 2020

Reflexão para o

1º Domingo da Quaresma
"No Evangelho, Jesus, o Homem Perfeito, a verdadeira imagem do Pai, vence o Mal ao manter-se submisso ao Pai e mostrar-se um homem livre."
Começamos a Quaresma com um texto que nos possibilita refletir sobre o projeto de Deus  a respeito do ser humano. O livro do Gênesis nos apresenta o homem sendo criado como o ponto alto de toda a criação, como imagem e semelhança de Deus. Exatamente por isso ele deverá proceder como superior a tudo e não deixar-se influenciar por nenhuma qualidade de qualquer coisa criada, deverá permanecer sempre livre!
É nesse exato momento que entra o a perversão do Mal ao provocar no homem o forte e imperioso desejo de experimentar a fruta proibida, ao ponto de apequenar-se  cedendo às  qualidades olfativas e visuais da fruta em detrimento da orientação do Criador.
Foi o primeiro ato em que o ser humano demonstrou que abria mão de sua liberdade para satisfazer seus instintos, sua curiosidade e, tragicamente, querer ser igual a Deus. Deixou de se reconhecer criatura, homem, vindo da terra, do húmus e querendo, com seu próprio poder chegar a ser onipotente. O ser humano trocou a humildade pela soberba, eis o primeiro pecado.
No Evangelho, Jesus, o Homem Perfeito, a verdadeira imagem do Pai, vence o Mal ao manter-se submisso ao Pai e mostrar-se um homem livre. Não será a comida, a satisfação de suas necessidades biológicas que irá submetê-lo às propostas do Mal; nem a tentação do orgulho, da vaidade, do ser renomado, do ser famoso, do prestígio irá fazê-lo aceitar a imposição de Satanás e nem a sedução do poder o derrotará em sua fidelidade ao Pai.
Para nós, a ação de Jesus, sua postura, nos interpela quando em nossa vida somos tentados a satisfazer nossas necessidades naturais, nossos desejos de prestígio e nossa sede de poder. Olhemos para o Homem Perfeito, a Imagem Visível do Deus Invisível, e suas respostas serenas às perturbadoras tentações.
No trecho da Carta aos Romanos, São Paulo nos fala sobre os modos de vida de Adão e de Cristo. O primeiro, como vimos no início de nossa reflexão, mostrou-se fraco. Contudo, essa debilidade foi herdada por todos nós, seus descendentes. Somos conscientes de que titubeamos e fracassamos diante das tentações.
Em Cristo temos exatamente a realização da vocação da natureza humana, ser superior a tudo sendo imagem de Deus, sendo livre!
Mais ainda, não podemos comparar a graça de Deus ao pecado de Adão, nos fala o Apóstolo. Se “pela desobediência de um só homem a humanidade toda foi estabelecida em uma situação de pecado, assim também, pela desobediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça”, que é ser plenamente livre e plenamente unida a  Deus.
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Editorial do Vaticano:

O caminho no deserto
Francisco nos diz que o deserto é o lugar em que se toma distância do barulho que nos circunda. É ausência de palavras para dar espaço a outra Palavra, a Palavra de Deus, que acaricia o nosso coração como a brisa suave.
Silvonei José – Cidade do Vaticano Iniciamos na última quarta-feira, com o rito das cinzas, o período da Quaresma. Também neste ano o Papa Francisco nos propõe uma sua mensagem para nos ajudar a percorrer este itinerário de 40 dias que nos leva ao ápice do ano litúrgico e da nossa fé, a Páscoa de Nosso Senhor Jesus. Na sua mensagem cujo título foi inspirado na 2ª carta de São Paulo aos Coríntios, “Em nome de Cristo, suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus”, Francisco chama a atenção para um diálogo coração a coração, de amigo a amigo com Jesus. Fixar os braços abertos de Cristo crucificado e deixar-se salvar sempre de novo. “A Páscoa de Jesus – escreveu - não é um acontecimento do passado: pela força do Espírito Santo é sempre atual e permite-nos contemplar e tocar com fé a carne de Cristo em tantas pessoas que sofrem.”
Neste contexto o Papa nos convida à contemplação do Mistério pascal, recordando que a experiência da misericórdia só é possível “face a face” com o Senhor crucificado e ressuscitado e nos convida à oração, tão importante neste tempo quaresmal. Antes de ser um dever, a oração expressa a “necessidade de corresponder ao amor de Deus, que sempre nos precede e sustenta. Ainda o convite do Pontífice a não deixar passar em vão este tempo de graça, na presunçosa ilusão de sermos nós o dono dos tempos e modos da nossa conversão a Ele.
Devemos colocar o Mistério pascal no centro da nossa vida, acrescenta o Papa, e isso significa sentir compaixão pelas chagas de Cristo crucificado presentes nas inúmeras “vítimas inocentes das guerras, das prepotências contra a vida desde a do nascituro até à do idoso, das variadas formas de violência, dos desastres ambientais, da iníqua distribuição dos bens da terra, do tráfico de seres humanos em todas as suas formas e da sede desenfreada de lucro, que é uma forma de idolatria”.
E já na quarta-feira última, Quarta-feira de Cinzas, na Praça São Pedo, durante a audiência geral, Francisco, sempre com o olhar fixo neste tempo de conversão, afirmou que a o tempo da Quaresma é entrar no deserto. E o Papa se deteve no “significado espiritual do deserto”, também para nós que vivemos na cidade, e nos convidou a nos imaginar num deserto. “A primeira sensação seria de estar envolvidos num grande silêncio: sem barulho, a não ser do vento e da nossa respiração”.
O deserto – afirmou -, é o lugar em que se toma distância do barulho que nos circunda. É ausência de palavras para dar espaço a outra Palavra, a Palavra de Deus, que acaricia o nosso coração como a brisa suave. Portanto “a Quaresma é o tempo propício para abrir espaço à Palavra de Deus”.
Francisco foi mais longe e nos deu indicações. É o tempo para desligar a televisão e abrir a Bíblia. É o tempo para se desligar do telefone celular e se conectar com o Evangelho. É o tempo de renunciar a palavras inúteis, conversinhas, fofocas, mexericos e se aproximar do Senhor. É o tempo de se dedicar a uma ecologia saudável do coração, fazer uma limpeza nele. Vivemos num ambiente poluído por muita violência verbal, por muitas palavras ofensivas e nocivas, que a rede amplifica.” "Hoje, se insulta como se você dissesse “Bom dia”. Somos submergidos de palavras vazias, publicidades e anúncios falsos. Nos acostumamos a ouvir tudo sobre todos e corremos o risco de cair num mundanismo que atrofia os nossos corações. 
Assim temos dificuldade para distinguir a voz do Senhor que nos fala, a voz da consciência, do bem. Temos dificuldade em prestar atenção no que interessa, no que é importante, no essencial.
Olhemos então para as nossas vidas: quantas coisas inúteis nos circundam. Seguimos mil coisas que parecem necessárias, mas na realidade não são. Nos fará bem – disse o Papa - nos libertar de muitas realidades supérfluas a fim de redescobrir o que interessa e reencontrar o rosto de quem está ao nosso lado. O caminho no tempo quaresmal é um caminho de caridade para com os vulneráveis. Oração, jejum e obras de caridade: eis o caminho no deserto quaresmal.
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Exercícios Espirituais com o padre Bovati:

Escutar Deus é uma experiência profética

Os Exercícios Espirituais do Papa e da Cúria Romana serão realizados na localidade italiana de Ariccia a partir de hoje, domingo, 1° de março, até o dia 6. O pregador será o Pietro Bovati, estudioso bíblico jesuíta, entrevistado pelo Vatican News.
Amedeo Lomonaco - Cidade do Vaticano - "A sarça ardia em fogo (Êxodo 3,2)" - O encontro entre Deus e o homem, à luz do Livro do Êxodo, do Evangelho de Mateus e da oração dos Salmos". Este é o tema dos Exercícios Espirituais para o Papa e a Cúria Romana, que terão início no domingo em Ariccia, na Casa Divino Mestre. As meditações estarão a cargo do sacerdote jesuíta Pietro Bovati, secretário da Pontifícia Comissão Bíblica. Nesta entrevista ao Vatican News, o biblista jesuíta ilustra o itinerário dos Exercícios Espirituais:
Pe. Pietro Bovati - O tema do retiro diz respeito à experiência de Deus, representada pelo encontro de Moisés com a sarça ardente e pela escuta da Palavra que sai dessa sarça, do fogo. A Palavra que ilumina a vida dos homens e indica a eles o caminho da vida. Exercícios Espirituais são, basicamente, uma ajuda para esse encontro pessoal da alma com Deus. A missão do guia espiritual é a de favorecer esse encontro de cada um com Deus a ouvir, de maneira pessoal, a Palavra do Senhor. Somente Ele pode dar a cada um as indicações que são, ao mesmo tempo, normativas e consoladoras.
Vatican News: Qual é o itinerário dos Exercícios Espirituais?
Pe. Pietro Bovati – A modalidade que pensei é fazer que cada um escute a Palavra de Deus, entregue nas Escrituras Sagradas, seguindo o itinerário dos profetas: a escuta de Deus na oração é, de fato, uma experiência profética. Aquela, de fato, vivida por Moisés quando ele ouve a voz de Deus. A mesma coisa fez Jesus Cristo, que em toda a sua vida manifesta que Ele fala porque é Deus. Assim, repassamos alguns textos das Escrituras mostrando como Moisés e Cristo se colocam à escuta da Palavra de uma maneira tal, que possa ajudar seus irmãos em uma experiência profética.
Vatican News: Profecia e oração serão o fio condutor desses Exercícios Espirituais?
Pe. Pietro Bovati - O tema da oração e da profecia guiará o itinerário que tentarei oferecer, basicamente percorrendo alguns textos do Livro de Êxodo e algumas passagens do Evangelho de Mateus, também para expressar aquilo que é de certa forma o dinamismo quaresmal: durante a Quaresma, somos convidados a percorrer novamente, espiritualmente, o caminho do povo no deserto que vai em direção ao monte de Deus, em direção à experiência pascal.
Vatican News: Portanto, será um caminho à luz da Palavra de Deus ...
Pe. Pietro Bovati – Em síntese, será o que procurarei fazer, repassando alguns temas como o da vocação, da resistência à graça de Deus, e depois mostrando algumas tarefas que são confiadas em particular àqueles que, na comunidade, desempenham papéis de responsabilidade. Até concluir com esta experiência consoladora da presença de Deus próxima do homem, que o segue, o conduz e o transforma em uma pessoa capaz de irradiar a luz de Deus.
Vatican News: A escuta da palavra de Deus é o passo fundamental para um encontro pessoal com Jesus e para uma autêntica experiência profética ...
Pe. Pietro Bovati  - Vejo que a oração, muitas vezes, é interpretada como um colóquio, um expressar a própria alma a Deus. Essa é uma dimensão da oração, mas a sua dimensão mais profunda e autêntica é aquela do homem que fala ao Senhor e diz: o teu servo te escuta. É o momento em que Moisés entra na tenda e Deus fala a ele como faz um homem com seu amigo. Essa familiaridade em escutar Deus é uma experiência profética. Neste encontro, conhecemos a vontade de Deus, ouvimos o que Ele diz, que é bom. E, portanto, dispõe o homem nesta dimensão da obediência, da fidelidade, da fé que constitui a experiência religiosa autêntica. É isso que o homem deve procurar viver na oração. Não simplesmente interpretá-la como um pedido ou como uma recitação de palavras que dirige a Deus. A primeira coisa fundamental é ouvir: "Se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações como no deserto".
Vatican News: O homem que vive em oração ouve a Palavra de Deus. Como o Senhor pode falar conosco, como fez com Moisés?
Pe. Pietro Bovati - Pensamos que a experiência de Moisés seja uma experiência completamente extraordinária, como a dos profetas, a de Jesus Cristo e também dos primeiros apóstolos. Mas isso não é verdade. Essas narrativas querem dizer a nós o que realmente acontece quando o homem se coloca em oração e recebe o Espírito. Ou seja, se coloca à disposição para receber a Palavra íntima que o Senhor dirige a cada um em seu coração. Esta é a experiência pentecostal de cada crente. A experiência autêntica que torna o homem capaz de entrar em relação pessoal com Deus.
Vatican News: Como essa relação pode ser favorecida?
Pe. Pietro Bovati - Recebendo a Palavra profética, isto é, a mesma Palavra de Deus que foi entregue nas Escrituras e procurando assimilá-la porque Deus nos fala por meio dos profetas, nos fala por meio de sua Palavra. E é uma Palavra repleta do Espírito, não com uma data. Uma Palavra que chega até nós hoje, porque toda palavra inspirada é útil para nos dizer o que Deus quer em nossa vida.
Vatican News: A Palavra chega até nós hoje, em nossa vida, mas também ilumina o sentido da história, o sentido dos tempos ...
Pe. Pietro Bovati - Nos ajuda a compreender e a interpretar o sentido da história que não é somente uma visão teórica e geral. Ajuda-nos a ver a história como se realiza no presente hoje. E nos capacita, não somente a viver adequadamente o que Deus quer de cada um de nós, mas a tornar-nos um instrumento de luz, de guia e de encorajamento. A dar testemunho para nossos irmãos, de tal maneira a ser aquela lâmpada, aquela luz e aquele fermento que o Senhor quer para sua Igreja. Para aqueles que têm responsabilidades eclesiais, isso me parece de extraordinária relevância.
Vatican News: A presença do Papa e da Cúria será também para o senhor uma fonte de especial inspiração…?
Pe. Pietro Bovati - Existe quase um sentido de admiração em encontrar-se nessa situação. Porém minha humilde missão como irmão é a de transmitir aquela experiência religiosa que eu tive ao ouvir a Palavra de Deus e dar alguma ajuda, alguma inspiração para a oração, para que se faça a experiência desta beleza, desta profundidade, desta verdade da Palavra de Deus, uma palavra que nos atinge profunda e pessoalmente.
Vatican News: Palavras iluminadas e corações novos. É esta a ligação fundamental ... ?
Pe. Pietro Bovati - É a Palavra de Deus que, em um certo sentido, tem essa função de amolecer os corações, de renová-los por dentro, de fazer com que o coração se torne cada vez mais capaz daquela profundidade espiritual e depois daquela ternura, daquela misericórdia, daquela compaixão que sabemos ser o coração da revelação de Deus para os homens: ir de encontro a eles para ajudá-los, fazer com que se tornem cada vez mais capazes de acolher o mistério da vida até sua plenitude escatológica.
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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Leituras do

1º Domingo da Quaresma
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1ª Leitura: Gn 2,7-9; 3,1-7
Leitura do Livro do Gênesis:
O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem tornou-se um ser vivente. Depois, o Senhor Deus plantou um jardim em Éden, ao oriente, e ali pôs o homem que havia formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de árvores de aspecto atraente e de fruto saboroso ao paladar, a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal.
A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: “É verdade que Deus vos disse: ‘Não comereis de nenhuma das árvores do jardim?’”
E a mulher respondeu à serpente: “Do fruto das árvores do jardim nós podemos comer. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus nos disse: ‘Não comais dele, nem sequer o toqueis, do contrário, morrereis’”.
A serpente disse à mulher: “Não, vós não morrereis. Mas Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e vós sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal”. A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para se alcançar conhecimento. E colheu um fruto, comeu e deu também ao marido, que estava com ela, e ele comeu. Então, os olhos dos dois se abriram; e, vendo que estavam nus, teceram tangas para si com folhas de figueira.
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Salmo: 50
Piedade, ó Senhor, tende piedade,/ pois pecamos contra vós.
Piedade, ó Senhor, tende piedade,/ pois pecamos contra vós.
- Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!/ Na imensidão do vosso amor, purificai-me!/ Lavai-me todo inteiro do pecado,/ e apagai completamente a minha culpa!
- Eu reconheço toda a minha iniquidade,/o meu pecado está sempre à minha frente. / Foi contra vós, só contra vós que eu pequei,/ e praticai o que é mau aos vossos olhos! 
- Criai em mim um coração que seja puro,/ dai-me de novo um espírito decidido./ Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,/ nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
- Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso!/ Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, e minha boca anunciará vosso louvor!
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2ª Leitura: Rm 5,12-19
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:
Irmãos: Consideremos o seguinte: O pecado entrou no mundo por um só homem. Através do pecado, entrou a morte. E a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram.
Na realidade, antes de ser dada a Lei, já havia pecado no mundo. Mas o pecado não pode ser imputado, quando não há lei. No entanto, a morte reinou, desde Adão até Moisés, mesmo sobre os que não pecaram como Adão – o qual era a figura provisória daquele que devia vir –. Mas isso não quer dizer que o dom da graça de Deus seja comparável à falta de Adão! A transgressão de um só levou a multidão humana à morte, mas foi de modo bem superior que a graça de Deus, ou seja, o dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus Cristo, se derramou em abundância sobres todos. Também, o dom é muito mais eficaz do que o pecado de um só. Pois a partir de um só pecado o julgamento resultou em condenação, mas o dom da graça frutifica em justificação, a partir de inúmeras faltas.
Por um só homem, pela falta de um só homem, a morte começou a reinar. Muito mais reinarão na vida, pela mediação de um só, Jesus Cristo, os que recebem o dom gratuito e superabundante da justiça. Como a falta de um só acarretou condenação para todos os homens, assim o ato de justiça de um só trouxe, para todos os homens, a justificação que dá a vida.
Com efeito, como pela desobediência de um só homem a humanidade toda foi estabelecida numa situação de pecado, assim também, pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça.]
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Evangelho: Mt 4,1-11
Leitura do Evangelho de São Mateus:
Naquele tempo, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e, depois disso, teve fome. Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!” Mas Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’”.
Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, e lhe disse: “Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo! Porque está escrito: ‘Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”. Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus!’”
Novamente, o diabo levou Jesus para um monte muito alto. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória, e lhe disse: “Eu te darei tudo isso, se te ajoelhares diante de mim, para me adorar”. Jesus lhe disse: “Vai-te embora, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás ao Senhor, teu Deus, e somente a ele prestarás culto’”.
Então o diabo o deixou. E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus.

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Província Eclesiástica de Pouso Alegre emite

orientações litúrgicas frente ao avanço do novo Coronavirus

A Província Eclesiástica de Pouso Alegre, formada pela arquidiocese de Pouso Alegre, pela diocese de Campanha e pela diocese de Guaxupé - Sul de Minas Gerais - em comunhão com a Igreja em todo o mundo e, no Brasil, na vivência quaresmal de "ver, se compadecer e cuidar" (CF 2020), está sempre comprometida com a defesa da vida - Dom e compromisso - e com o bem estar de cada pessoa. 
A vida como dom precioso de Deus deve ser preservada e promovida em todas as suas etapas, daí unirmo-nos ao combate na disseminação do "Coronavirus, uma ameaça à saúde de centenas de pessoas em várias partes do mundo, tendo já chegado a nossa nação brasileira. 
Como pastores preocupamo-nos e, assim, orientamos:
- que em nossas Missas e Celebrações evitemos o abraço da paz, mas busquemos fortalecer, ainda mais, o sincero sentimento de bem-querer em relação ao próximo;
- que na oração do Pai-Nosso, não unamos nossas mãos, mas cultivemos com mais intensidade o compromisso com a fraterna comunhão;
- que se receba a Sagrada Eucaristia nas mãos e não diretamente na boca, tendo todo o cuidado de comungar, respeitosamente, diante do ministro e não se deslocar com a Hóstia consagrada na mão;
- que seja suprimido o uso da água benta às portas das igrejas;
- que sejam arejados os locais de reuniões e celebrações, através do uso de ventiladores e pela abertura de portas e janelas. 
Solicitamos aos sacerdotes, aos diversos ministros e às nossas lideranças, que favoreçam ao máximo em suas comunidades essas nossas orientações "para que todos tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10,10). 
Que o Senhor Deus nos proteja e guarde a todos. 
Pouso Alegre, 28 de fevereiro de 2020  
Dom José Luiz Majella Delgado - C.Ss.R. (Arcebispo Metropolitano de Pouso Alegre)
Dom Pedro Cunha Cruz (Bispo diocesano de Campanha)
Dom José Lanza Neto (Bispo diocesano de Guaxupé)
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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

A comunidade prepara a Quaresma:

os exercícios quaresmais

Dom José Luiz Majella Delgado,
arcebispo de Pouso Alegre (MG) e membro
da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Neste segundo texto da série de preparação litúrgica neste Tempo da Quaresma, oferecido pela Igreja como preparação para a celebração da Páscoa, o arcebispo de Pouso Alegre (MG) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom José Luiz Majella Delgado, indica alguns exercícios que podem contribuir para a vivência deste período de quarenta dias.
Leitura orante, procissões e caminhadas penitenciais, meditações da Via Sacra, da Paixão de Cristo e das dores de Nossa Senhora, a celebração penitencial e a confissão sacramental são alguns dos chamados exercícios quaresmais que podem ser incentivados e promovidos nas comunidades e paróquias neste período de preparação para a Páscoa.
Leitura Orante
A Leitura Orante da Bíblia, também conhecida como Lectio Divina, é um dos exercícios quaresmais que podem ser realizados, individual ou comunitariamente. A indicação de dom José Luiz Majella é que sejam utilizados os textos dos evangelhos dos cinco domingos da Quaresma ou mesmo as leituras das missas da semana, que também estão no contexto quaresmal.
Procissões e caminhadas penitenciais
Dentro da proposta de conversão, há ainda a tradução da penitência em procissões e caminhadas penitenciais, “muitas vezes nas madrugadas, em todas as sextas-feiras da Quaresma ou em uma sexta-feira, conforme a realidade da própria comunidade paroquial”.












Via Sacra
A meditação da Via Sacra, muito popular em todo o Brasil, também é um exercício quaresmal. Dom José Luiz explica que poderá ser feita em algum dia da semana, nas ruas da paróquia, ao redor das casas ou dentro da própria Igreja. A Edições CNBB oferece um subsídio para a meditação da Via Sacra, além de outros materiais para celebrações neste tempo da Quaresma, como Vigília Eucarística e Celebração da MisericórdiaRetiro Popular Quaresmal e Famílias na CF e Via Sacra.
Neste contexto meditativo, há ainda a Paixão de Jesus: “podemos a cada semana meditar um momento da paixão de Jesus, sempre buscando nos evangelhos a narrativa da paixão”, explica dom Majella.
Sete Dores
Outra forma de exercício quaresmal que também tem tradição Brasil afora é a reflexão e meditação sobre as Dores de Nossa Senhora, chamada Sete Dores de Nossa Senhora. Em algumas comunidades, celebra-se na semana anterior à Semana Santa.
Confissões
Papa atende confissões na Praça São Pedro
Para que todos cheguem à Páscoa em condições de participar do grande banquete da Eucaristia, em algumas realidades de Igrejas no Brasil são oferecidos os mutirões de confissão, vários padres disponíveis em determinada comunidade para atendimento de confissões num horário determinado. Dom Majella salienta que, antes da confissão auricular, junto ao padre, é muito importante que haja uma preparação dos fiéis: “meditar, ouvir a Palavra de Deus, ajudar a refletir sobre os atos pecaminosos, dar tempo para que os fiéis possam também se interiorizar”.
Celebrações Penitenciais
A celebração penitencial pode ser uma procissão ou um rito para receber o sacramento da reconciliação. Dom Majella orienta que estas celebrações, “que são tradição de muitas de nossas comunidades paroquiais, possam nos ajudar a meditar sobre passagem bíblicas, sobretudo os textos da vida de Jesus que mostram para nós o sofrimento de Jesus, os desafios que Jesus enfrentou com a missão”.
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                                                                                                                      Fonte: cnbb.org.br

Frente ao avanço do coronavírus,

dioceses orientam medidas para evitar contaminação

Frente à notícia da confirmação do primeiro caso suspeito de coronavírus no Brasil, arquidioceses e dioceses brasileiras começaram a realizar mudanças no ritual litúrgico das celebrações da Santa Missa para combater a disseminação e a contaminação do coronavírus (COVID-19).
As arquidiocese mineiras de Belo Horizonte, Uberaba e Juiz de Fora, e as nordestinas de João Pessoa e Rio Grande do Norte divulgaram comunicado aos padres e ministros que orientem os fiéis a receber a Eucaristia nas mãos e não diretamente na boca. A invés do abraço da paz, a orientação é buscar fortalecer o sincero sentimento de bem-querer em relação ao próximo. Na oração do Pai-Nosso, no lugar de unir as mãos, o cuidado é que seja cultivado com mais intensidade o compromisso com a fraterna comunhão.
De acordo com o comunicado das arquidioceses, a medida se dá devido aos casos suspeitos nas cidades e como forma de prevenção e combater a proliferação do coronavírus.


Orientações da Pastoral da Saúde
O primeiro caso de coronavírus no Brasil foi confirmado na terça-feira, 25 de fevereiro, pelo Ministério da Saúde. Trata-se de um homem de 61 anos, morador de São Paulo, que deu entrada no hospital Israelita Abert Einstein, com histórico de viagem para Itália. Ele se encontra em isolamento domiciliar.  Diariamente ele está sendo monitorado por uma equipe da vigilância.
A recomendação do bispo de Campos (RJ) e referencial da Pastoral da Saúde da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Roberto Ferreria Paz, é primeiramente trabalhar a prevenção e divulgar, o máximo possível, informações importantes nas cartilhas da saúde sobre este vírus e as modalidades de contágio.
Dom Roberto ressalta ainda que é de extrema importância tratar de manter a informação sobre o vírus com objetividade científica e a seriedade dos dados para evitar pânico e surtos de irracionalidade. “Sobretudo a solidariedade com as comunidades que estão padecendo ou podem estar mais expostas. Além disso, colaborar com a vigilância sanitária e estar sempre atualizado, assim poderemos correr na frente e neutralizar os riscos deste vírus para a nossa população, especialmente os mais vulneráveis”.
É importante destacar ainda que a CNBB não indica normas para as arqui/dioceses, ou seja, cada local deve observar sua realidade e indicar as providências necessárias. Cabe, portanto, aos arcebispos e bispos orientarem seus sacerdotes, bem como aos fiéis observarem as regras de higiene compatíveis com o momento.
Ações do Ministério da Saúde
O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, tem falado constantemente que o mais importante para prevenção é a higienização, lavar as mãos corretamente e com frequência. “O brasileiro precisa aumentar o número de vezes que lava as mãos e o rosto durante o dia, para que a gente possa atravessar essa e outras situações. Esse é um hábito importante não só para questão respiratória, mas para outras doenças de circuito oral”, explica o ministro.
O coronavírus é de uma família de vírus que causa infecções respiratórias. O novo agente foi descoberto em 31 de dezembro de 2019 após casos registrados na China. Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identificada em 2002, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), identificada em 2012.
Desde que o vírus foi descoberto, o governo federal publicou no Diário Oficial da União a reativação de um Grupo de Trabalho Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional. O grupo já atuou em outras situações, como a pandemia de influenza, e agora atuará no caso do coronavírus.
O Ministério da Saúde tem realizado monitoramento diário da situação do coronavírus junto à Organização Mundial da Saúde, que acompanha o assunto desde as primeiras notificações. “Segundo o ministro da saúde, “Não existe um remédio específico que trate o coronavírus é repouso e medicação de apoio, além de acompanhar a evolução diária da doença”.
Além disso, o ministério tem tido uma preocupação importante com a informação pois, segundo o órgão, sempre que surgem novas doenças, começam também os boatos sobre elas. Para evitar a disseminação de mentiras sobre o coronavírus o ministério orienta que as pessoas confirmem se as mensagens são verdadeiras antes de repassá-las procurando o canal Saúde sem Fake News do Ministério da Saúde nas redes sociais. O ministério da saúde possui uma página especial com todas informações oficiais e seguras sobre o coronavírus: qualquer dúvida clique aqui.
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