domingo, 28 de fevereiro de 2021

Conversando com o Papa

sobre sua saúde

A entrevista concedida por Francisco em 2019 para um ensaio de Nelson Castro foi antecipada, neste sábado, pelo La Nación. A operação no pulmão, as angústias no período da ditadura quando escondia os perseguidos contadas ao psiquiatra que o ajudava com os testes para noviços. E sobre a morte: não me assusta, imagino em Roma, em função ou como emérito.

Não tenho medo da morte e a imagino em Roma: é o que afirma o Papa Francisco numa entrevista ao jornal argentino La Nación. Trata-se de uma entrevista que aconteceu dois anos atrás, em 16 de fevereiro de 2019, com o jornalista e médico Nelson Castro para um livro seu sobre a saúde dos Papas.

Francisco diz que se sente bem e cheio de energia, graças a Deus. Recorda o “momento difícil”, em 1957, aos 21 anos, quando sofreu a retirada do lobo superior do pulmão direito por causa de três cistos. “Quando me recuperei da anestesia, a dor que senti foi muito intensa. Não é que eu não estivesse preocupado, mas sempre tive a convicção de que seria curado”, disse o pontífice.

Ele ressalta que a recuperação foi completa. “Nunca senti limitação em minhas atividades. Mesmo em várias viagens internacionais nunca tive que limitar ou cancelar” nenhuma das atividades programadas.  “Nunca senti cansaço ou falta de ar (dispneia). Conforme os médicos me explicaram, o pulmão direito se expandiu e cobriu todo o hemitórax ipsilateral”, frisou

O jornalista pergunta ao Papa se ele já foi psicanalisado: “Vou lhe contar como aconteceram as coisas. Eu nunca fui psicanalisado. Quando eu era provincial dos Jesuítas, durante os dias terríveis da ditadura, quando tive que levar as pessoas para a clandestinidade para tirá-las do país e salvar suas vidas, tive que lidar com situações que não sabia como enfrentar. Fui ver uma senhora - uma grande mulher - que me ajudou a ler alguns testes psicológicos para os noviços. Então, durante seis meses, eu a consultei uma vez por semana”.

Era psiquiatra. “Nesses seis meses, ela me ajudou a me orientar sobre como enfrentar os medos da época. Imagine como era transportar uma pessoa escondida no carro - apenas por um cobertor - e passar por três postos de controle militar na área do Campo de Mayo. A tensão que isso gerou em mim foi enorme.”

Ele lembra que a entrevista com o psiquiatra também o ajudou a aprender a controlar a ansiedade e a evitar decisões precipitadas. Ele fala sobre a importância do estudo da psicologia para um sacerdote: “Estou convencido de que todo sacerdote deve conhecer a psicologia humana”.

A seguir fala das neuroses: “Para as neuroses é preciso preparar um mate. Não só isso, é preciso acariciá-las. São companheiras da pessoa ao longo de sua vida”. Francisco, como já tinha dito uma vez, recorda ter lido um livro que o interessou muito e o fez rir muito: “Rejoice in Being Neurotic” (Alegre-se por ser neurótico) do psiquiatra americano Louis E. Bisch: “É muito importante ser capaz de saber onde os ossos rangem. Onde eles estão e quais são os nossos males espirituais. Com o tempo, aprende-se a conhecer as próprias neuroses”.

Francisco fala sobre a ansiedade de querer fazer tudo imediatamente. Ele cita o famoso provérbio atribuído a Napoleão Bonaparte: “Veste-me devagar, estou com pressa.” Fale sobre a necessidade de saber desacelerar. Um de seus métodos é ouvir Bach: “Isso me acalma e me ajuda a analisar melhor os problemas”.

No final da entrevista, o jornalista pergunta se ele pensa na morte: “Sim”, responde o Papa. Se tem medo: “Não, de jeito nenhum”. E como imagina a sua morte: “Como Papa, em exercício ou emérito. Em Roma. Não voltarei para a Argentina”.

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Francisco:

uma fé sem dúvidas não funciona

O Corriere della Sera antecipa trechos do novo livro-entrevista do pe. Marco Pozza ao Papa dedicado aos vícios e às virtudes: “As crises de fé revelam a necessidade de entrar cada vez mais profundamente no mistério de Deus.” O dilúvio bíblico e o que corremos o risco de ver “se continuarmos na mesma estrada”.

“Vícios e virtudes” (Editora Rizzoli) é o título do novo livro-entrevista do pe. Marco Pozza com o Papa Francisco que será lançado no dia 2 de março. O capelão da prisão de Pádua conversou com o Papa para um programa de televisão que será proposto em breve no canal Nove e se desdobra em 7 episódios dedicados ao confronto entre vícios e virtudes. O conteúdo do livro foi antecipado, neste sábado (27/02),  pelo jornal italiano Corriere della Sera. O fio de reflexão segue a representação das sete virtudes e vícios opostos que Giotto pintou na Capela Scrovegni: justiça/injustiça, fortaleza/inconstância, temperança/ira, prudência/tolice, fé/infidelidade, esperança/desespero, caridade/ciúme. Francisco afirma: “Existem pessoas virtuosas, existem pessoas viciosas, mas a maioria é uma mistura de virtudes e vícios. Alguns são bons numa virtude, mas têm algumas fraquezas. Porque somos todos vulneráveis. E essa vulnerabilidade existencial devemos levar a sério. É importante saber disso, como guia do nosso caminho, da nossa vida”.

Ira e intimidação

“A ira destrói”, explica o Papa no livro. “A ira é uma tempestade cujo propósito é destruir. Pensemos no bullying entre os jovens. O bullying hoje é terrível. Está muito presente nas escolas. Mesmo os mais pequenos têm a capacidade de destruir o outro. (...) O bullying surge quando, em vez de buscar a própria identidade, se desvaloriza e se ataca a identidade dos outros. E quando ocorrem episódios de agressão e bullying nos grupos de jovens, na escola, nos bairros, vemos a pobreza de identidade de quem agride. A única maneira de se 'curar' do bullying é partilhar, viver juntos, dialogar, ouvir o outro, ter tempo porque é o tempo que faz o relacionamento. Cada um de nós tem algo de bom para dar ao outro, cada um de nós precisa receber algo de bom do outro”.

O dilúvio bíblico  e o que corremos o risco

Francisco fala então da ira de Deus, que “é contra a injustiça, contra Satanás. É dirigido contra o mal, não aquele que vem da fraqueza humana, mas o mal de inspiração satânica: a corrupção gerada por Satanás, atrás da qual vão homens e mulheres, sociedades inteiras. A ira de Deus pretende trazer justiça, 'limpar'. O dilúvio é o resultado da ira de Deus, diz a Bíblia. É uma figura da ira de Deus, que segundo a Bíblia viu muitas coisas más e decide cancelar a humanidade”. O Papa explica que o bíblico, segundo exegetas e biblistas, “é um conto mítico. Mas o mito é uma forma de conhecimento”. Para os arqueólogos, “o dilúvio é um relato histórico porque eles encontraram vestígios de inundação em suas escavações. Um grande dilúvio, talvez devido ao aumento da temperatura e ao derretimento das geleiras: o que acontecerá agora se continuarmos no mesmo caminho. Deus desencadeou sua ira, mas viu um justo, o pegou e o salvou. A história de Noé mostra que a ira de Deus também é salvadora”.

Prudência

Francisco então fala de prudência. “Para alguns, a prudência seria uma virtude pura, sem contaminação. É como se fosse um ambiente esterilizado. No entanto, a prudência é a virtude do governo. Não se pode governar sem prudência, pelo contrário. Quem governa sem prudência, governa mal e faz coisas ruins, toma decisões ruins, que destroem o povo, sempre. A prudência no governo nem sempre é equilíbrio. Às vezes, a prudência deve ser desequilibrada para tomar decisões que produzem mudanças. Mas a prudência é uma virtude essencial para quem governa: os homens passionais, e é preciso algo que nos diga 'Pare, pare e pense'. Não é tão fácil ter prudência. É preciso muita reflexão, muita oração, mas acima de tudo, é preciso empatia. O asséptico, aquele que nunca se suja, aquele que se lava com desinfetante, não é muito prudente. A prudência anda de mãos dadas com a simpatia, com a empatia, para as situações, as pessoas, o mundo e os problemas (...) ”

Fé e dúvidas

Entre os trechos do livro antecipado pelo Corriere della Sera, também é significativo aquele dedicado às dúvidas que podem acompanhar a vida do fiel. “Pode a fé crescer de mãos dadas com a dúvida?” se pergunta o Papa Francisco. “Isso acontece porque somos humanos, e a fé é um dom tão grande que, quando a recebemos, não podemos acreditar. Será algo possível? O diabo coloca dúvidas, depois a vida, as tragédias: por que Deus permite isso? Mas uma fé sem dúvidas não funciona. Pense em Santa Teresinha do Menino Jesus: você acha que ela não tinha dúvidas? Leia o fim de sua vida. Ela conta que, nos piores momentos de sua doença, pediu para levar água benta ao seu leito, para pegar a vela abençoada a fim de afastar o inimigo. O problema é quando você não tem paciência. Jesus homem, no Horto das Oliveiras, estava feliz? 'Por que você me abandonou?'. Pensar em ser abandonado por Deus é uma experiência de fé que muitos santos tiveram e também muitas pessoas hoje, que se sentem abandonadas por Deus, mas não perdem a fé. Eles guardam o dom: neste momento não sinto nada, mas guardo o dom da fé. O cristão que nunca passou por esses estados de espírito perde alguma coisa, porque isso significa que ele se contenta. As crises de fé não são faltas contra a fé. Pelo contrário, revelam a necessidade e o desejo de entrar cada vez mais profundamente no mistério de Deus. Uma fé sem essas provações me faz duvidar de que seja uma fé verdadeira”.

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                                                                                                                        Fonte: vaticannews.va

Arquidiocese de Pouso Alegre:

Com a aprovação do tema “Igreja: caminho de comunhão para a missão” e o lema: “aproximando-se, pôs-se a caminhar com eles” (Lc 24,15), queremos caminhar juntos em Cristo para a celebração do 1º Sínodo Arquidiocesano.

Dado o contexto de pandemia que vivemos e que afetou a realização da programação em 2020 e obrigou-nos a retardar a celebração de abertura do Sínodo, pretendemos iniciá-lo oficialmente em toda a Arquidiocese neste ano, no domingo da solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, em 21 de novembro.

Veja o que fala nosso arcebispo:

Mais um recado importante de nosso arcebispo!!!

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                                                                           www.facebook.com/pg/arquidiocesepousoalegre

O Papa no Angelus:

Devemos ter cuidado com a preguiça espiritual

Mariangela Jaguraba - Vatican News Na oração mariana do Angelus, deste II Domingo da Quaresma (28/02), o Papa Francisco refletiu sobre o Evangelho do dia, no qual Jesus transfigurou-se diante de três dos seus discípulos.

“Pouco antes, Jesus tinha anunciado que, em Jerusalém, iria sofrer muito, seria rejeitado e condenado à morte. Podemos imaginar o que deve ter acontecido então no coração de seus amigos, daqueles amigos íntimos, os seus discípulos: a imagem de um Messias forte e triunfante é colocada em crise, seus sonhos são partidos e a angústia aumenta ao pensar que o Mestre em que acreditaram seria morto como o pior dos malfeitores. Naquele momento, com aquela angústia da alma, Jesus chama Pedro, Tiago e João e os leva consigo para a montanha”, ressaltou o Pontífice.

Subir ao monte é aproximar-se um pouco de Deus

O Evangelho diz: “Ele os levou sobre uma alta montanha”.

Na Bíblia, sempre, a montanha tem um significado especial: é o lugar elevado, onde o céu e a terra se tocam, onde Moisés e os profetas tiveram a experiência extraordinária de encontrar Deus. Subir ao monte é aproximar-se um pouco de Deus. Jesus sobe para o alto junto com os três discípulos e eles se detêm no topo da montanha. Aqui, Ele se transfigura diante deles. O seu rosto radiante e as suas vestes resplandecentes, que antecipam a imagem como Ressuscitado, oferecem àqueles homens assustados a luz, a luz da esperança, a luz para atravessar as trevas: a morte não será o fim de tudo, porque se abrirá para a glória da Ressurreição. Jesus anuncia a sua morte, os leva ao monte e mostra para eles o que acontecerá depois da ressurreição.

Ir além dos nossos esquemas e critérios deste mundo

Como exclamou o apóstolo Pedro, é bom ficarmos com o Senhor no monte, viver esta «antecipação» da luz no coração da Quaresma. É um convite para nos lembrar, especialmente quando passamos por uma prova difícil, e muitos de vocês sabem o que significa atravessar uma prova difícil, recordar que o “Senhor Ressuscitou e não permite que as trevas tenham a última palavra”, disse ainda o Papa, acrescentando:

Às vezes acontece que passamos por momentos de escuridão na nossa vida pessoal, familiar ou social, e tememos que não haja uma saída. Sentimo-nos assustados diante de grandes enigmas como a doença, a dor inocente ou o mistério da morte. No mesmo caminho de fé, muitas vezes tropeçamos quando encontramos o escândalo da cruz e as exigências do Evangelho, que nos pede para dedicar a vida ao serviço e perdê-la no amor, em vez de preservá-la para nós mesmos e defendê-la. Precisamos, então, de outro olhar, uma luz que ilumine em profundidade o mistério da vida e nos ajude a ir além dos nossos esquemas e além dos critérios deste mundo. Também nós somos chamados a subir a montanha, a contemplar a beleza do Ressuscitado que acende vislumbres de luz em cada fragmento da nossa vida e nos ajuda a interpretar a história a partir da vitória pascal.

Cuidado com a preguiça espiritual

“Mas tenhamos cuidado”, pois as palavras “de Pedro ‘é bom para nós ficarmos aqui’ não deve se tornar uma preguiça espiritual”, advertiu Francisco. “Não podemos permanecer na montanha e desfrutar sozinhos a beatitude deste encontro. O próprio Jesus nos leva de volta ao vale, entre os nossos irmãos e irmãs e na vida quotidiana”, frisou o Papa.

Devemos ter cuidado com a preguiça espiritual: nós estamos bem, com as nossas orações e liturgias, e isto é suficiente para nós. Não! Subir a montanha não é esquecer a realidade. Rezar nunca é fugir das fadigas da vida. A luz da fé não é para uma bela emoção espiritual. Não! Esta não é a mensagem de Jesus. Somos chamados a experimentar o encontro com Cristo para que, iluminados pela sua luz, possamos levá-la e fazê-la brilhar em todos os lugares. Acender pequenas luzes nos corações das pessoas; ser pequenas lâmpadas do Evangelho que levam um pouco de amor e esperança: esta é a missão do cristão.

O Papa concluiu, pedindo a Maria Santíssima “que nos ajude a acolher com admiração a luz de Cristo, a guardá-la e a partilhá-la”.

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Assista:

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                                                                                                                        Fonte: vaticannews.va

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Reflexão para o

2º Domingo da Quaresma

O sacrifício cristão se trata de amar a vida de modo incalculável, pois ela é dom de Deus e somente Ele que a nos deu, pode consentir em sua conclusão. Nós, não.

A Liturgia deste domingo nos propõe um reflexão sobre a generosidade em sacrificar aquilo que você mais ama em demonstração de fidelidade. Deus pede, mas rejeita a conclusão do sacrifício de Isaac, primeira leitura, Gênesis 22, 1-9a.10-13.15-18; contudo Ele sacrifica seu próprio Filho Jesus, para nossa salvação, segunda leitura, Romanos 8, 31b-34; para nos declarar seu amor pelo Cristo e pedir que o escutássemos, Evangelho, Marcos 9, 2-10.

Para sacrificarmos algo que nos é extremamente querido, é necessário acreditar, ter fé no que ou em quem nos solicita tal sacrifício. Deus conhece Abraão, no entanto deseja aprimorar, purificar sua fé e pede o impensável, o sacrifício de seu filho único, mais que querido, Isaac. Por outro lado Abraão sabe que Deus é onipotente e fiel. Como ser pai de uma grande nação se o filho único será sacrificado, ele que já foi fruto de uma intervenção divina em relação ao próprio Abraão e à Sara sua mulher, bastante idosa e fora da possibilidade de gerar filhos. O patriarca sabe que Deus é fiel, generoso e pode tudo. Ele confia no Senhor, principalmente em seu amor.

A segunda leitura inverte a questão do sacrifício. Será Deus a sacrificar o seu Isaac, Jesus. Só que aí, a ação poderosa do Pai será manifestada com a ressurreição de Jesus. O Pai vence tudo por Amor. Por amor sacrifica Jesus, seu Filho único, por amor por nós! Mais, esse Filho ressuscitado permanece ao lado do Pai, intercedendo por nós. Jesus não apenas morre por nós, mas vive sua ressurreição, sua nova vida, intercedendo por nós. É o Amor!

Releiamos parte da perícope escolhida para hoje: “Quem não poupou seu próprio Filho e o entregou por todos nós, como não nos haverá de agraciar em tudo junto com ele? Quem acusará os eleitos de Deus? É Deus quem justifica. Quem condenará? Cristo Jesus, aquele que morreu, ou melhor, que ressuscitou, aquele que está à direita de Deus e que intercede por nós?”

Finalmente, na transfiguração (Evangelho), Jesus dialoga com dois grandes do Judaísmo – Moisés, o legislador e Elias, o profeta. Eles falam sobre a paixão que Jesus sofrerá proximamente; foi um modo que o Senhor escolheu para preparar seus discípulos para o desfecho da cruz. Quanto amor! Ele vai morrer por amor a nós e por esse mesmo amor ele prepara seus discípulos para que o momento seja entendido, menos dolorido e exemplo de doação de uns pelos outros.

Como está nossa capacidade de doação, de sacrifício, de desprendimento em favor do outro ou de uma causa superior? Trata-se da capacidade de se entregar, de dizer sim ao abnegar-se. Não é suicídio. Este é o desejo de fugir de uma situação insuportável, é um amor equivocado a si mesmo. O sacrifício cristão se trata de amar a vida de modo incalculável, pois ela é dom de Deus e somente Ele que a nos deu, pode consentir em sua conclusão. Nós, não. Não tivemos o poder de traze-la para nós, mas a exemplo de Jesus, poderemos sacrificá-la, no dia a dia, ou em situação extrema, em favor do Reino.

                                                                        Pe. Cesar Augusto, SJ

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Paróquia São José - Paraisópolis - MG.

Março festivo de São José

Neste ano de São José, proposto pelo Papa Francisco, nossa Paróquia deseja celebrar com fé, devoção e festa todo o mês de março em louvor a Deus pela intercessão de nosso Santo Padroeiro.

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Programação a partir do dia 1º de março:

1) Missas todos os dias
Segunda: 7h

Terça: 15h

Quarta: 19:30h (1ª do mês: pelas famílias e trabalhadores / 2ª: pelos empresários e empreendedores / 3ª: pelos viúvos e órfãos / 4ª: pela cura e libertação / 5ª: pela Igreja)

Quinta: 7h

Sexta: 5:30h e 15h

Sábado: 19h (Matriz e São Geraldo)

Domingo:
7h, 9h e 19h (Matriz)        11h (Santa Edwiges)        19h (Santo Antônio)

2) Programa "A Voz da Paróquia" especial de São José , das 8h às 9h, na rádio Paraíso FM 92.3

3) Novena na Matriz (10 a 18/3)
Missa: 7h, 15h e 19h (com padre convidado)

4) Novena nas Comunidades Rurais (10 a 18/3)
Missa cada dia em uma das maiores capelas rurais, respeitando limite de pessoas e distanciamento, às 19h (a escala será apresentada posteriormente)

5) Corte de São José, completando 93 anos (8h,na matriz)

6) Medalha histórica do Ano de São José
Para marcar essa data tão importante, vamos vender uma medalha cunhada especialmente para essa ocasião. Será uma edição especial da nossa Paróquia e uma recordação inesquecível!

E para completar nossa alegria e devoção, a Imagem de São José ficará mais perto do seu povo em nossa Matriz! A imagem será exposta na missa das 19h do dia 28/2.

Obs: Estamos fazendo uma Coleta Solidária de recursos financeiros para ajudar na manutenção da Paróquia. Quem desejar colaborar, pegue seu Envelope ao final das missas ou na secretaria paroquial, coloque sua doação, lacre e escreva seu nome. Os envelopes com os nome serão colocados aos pés da imagem de São José.

Que São José, nosso Pai e Protetor, rogue por todos nós!

Deus abençoe você e sua família!

Pe. Leandro Carvalho - Pároco

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Pe. Leandro com a equipe que desceu do altar a Imagem de São José 

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              Texto e fotos: Pe. Leandro Carvalho      Fonte: www.facebook.com/paroquiaparaisopolis

Regional Sul 3 da CNBB disponibiliza os subsídios

"Caminho Pascal em 7 passos
e Vias-Sacras para a vivência da Quaresma"

Para facilitar o acesso e promover ainda mais a vivência da Quaresma como preparação para a Páscoa, o Regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disponibiliza nesta quinta-feira, as versões digitais dos subsídios Caminho Pascal em Sete Passos – Igreja nas Casas e Vias-Sacras.

A intenção do material, oferecido agora em PDF às arqui/dioceses e paróquias do Estado – e também para outros interessados de todo o Brasil, é alcançar ainda mais as famílias e pequenos grupos, especialmente considerando a dificuldade de distribuição dos materiais em virtude da pandemia do Coronavírus.

Capa do subsídio

O subsídio Caminho Pascal em Sete Passos – A Igreja nas casas, tem como lema Em Cristo a vida vence. Ele é a nossa Paz! e apresenta a proposta de encontros de reflexão e celebração que podem ser realizados em famílias, grupos ou até individualmente.

O tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica – Fraternidade e Diálogo – e a fraternidade universal – proposta pelo Papa Francisco na Encíclica Fratelli Tutti – são as temáticas norteadoras do roteiro. No material, os encontros são fundamentados na Palavra de Deus, a partir do método da Leitura Orante da Bíblia: Leitura, Meditação, Oração e Contemplação.

A novidade deste ano é a produção do roteiro de celebrações da Via-Sacra da Cruz e da Ressurreição, apresentando a proposta para as 15 estações em cada uma. A Via Lucis ou Via-Sacra da Luz quer ser um complemento à Via Crúcis, em que se percorrem os momentos mais importantes da Paixão e Morte de Cristo. Na Via-Sacra da Ressurreição, percorrem-se 15 estações com Cristo triunfante desde a Ressurreição até Pentecostes.

Capa do subsídio

O material explica que “Muitos fieis estão habituados a rezar a Via-Sacra da Cruz durante a Quaresma. É o caminho da dor de Jesus que assumiu nossas dores. […] Para o tempo pascal, a Igreja oferece a Via-Sacra da Ressurreição, para meditar as passagens bíblicas da Ressurreição do Senhor”. O texto destaca ainda que “A Via-Sacra da Cruz na Quaresma e a Via-Sacra da Ressurreição no Tempo Pascal, se unem formando uma só meditação sobre o mistério central da fé cristã: a paixão, morte e ressurreição do Senhor”.

Nas paróquias e arqui/dioceses de todo o Rio Grande do Sul, no material físico, completa o kit o Símbolo Pascal para a porta das casas, que traz o tema Em Cristo, a vida vence. Feliz Páscoa! A imagem apresenta a Cruz e a Pomba do Espírito e da Paz, representando a passagem de Jesus pela morte e a Ressurreição que celebramos no Domingo de Páscoa.

Para acessar a versão em PDF dos subsídios e materiais basta clicar no link abaixo e fazer download:

Caminho Pascal em Sete Passos     Via-Sacra da Luz

Um agradecimento à irmã Therezinha Cardoso

Em cada encontro sugerido no subsídio Caminho Pascal em Sete Passos a equipe de produção sugere uma cena bíblica para ser observada, rezada e meditada. Estas ilustrações foram criadas e cedidas gentilmente ao Regional pela irmã Therezinha Cardoso, das Irmãs de São José de Chamberry.

Por isso, a utilização deste material em todo o Estado do Rio Grande do Sul é também uma homenagem à irmã Therezinha, que faleceu em Caxias do Sul na última segunda-feira, 22 de fevereiro. Acolhemos sua arte como sinal de sua presença entre nós e roguemos que Deus a acolhe para a Vida Eterna.

                                        Com informações do Regional Sul 3 da CNBB

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Celebre em sua casa

 o 2º Domingo da Quaresma

Está disponível o roteiro para a celebração em família do 2º Domingo do Tempo da Quaresma. O material é oferecido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O segundo domingo da Quaresma, neste ano a 28 de fevereiro, é o “Domingo da Transfiguração do Senhor”. A proposta da liturgia para o dia, segundo destaca o roteiro, é subir a montanha com Jesus e três dos seus discípulos “‘para fazermos a experiência da intimidade e recebermos a visão de sua glória e o mandamento de escutar a sua palavra. Celebramos a páscoa de Jesus Cristo que acontece em todas as pessoas e grupos que descobrem o rosto transfigurado do Pai nos rostos desfigurados dos pobres e sofredores’”.

A oferta do roteiro para a celebração familiar neste tempo de pandemia é uma forma dos fiéis católicos viverem a dignidade de povo sacerdotal conferida no batismo e, assim, não só acompanhar pelos meios de comunicação, mas celebrar verdadeiramente “com nossas famílias o Dia do Senhor”.

BAIXE O ROTEIRO PARA A CELEBRAÇÃO EM FAMÍLIA

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                                                                                                                              Fonte: cnbb.org.br

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Itinerário espiritual da Quaresma:

Dom André Vital fala

da vivência do período à luz da dimensão vocacional

Dando continuidade a série: “Quaresma, Tempo de Conversão”, neste segundo vídeo, o bispo de Limoeiro do Norte (CE) e membro da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, dom André Vital Félix da Silva, fala sobre a a vivência do tempo da Quaresma à luz da dimensão vocacional.

“Neste tempo da Quaresma, para nós da Igreja no Brasil, é um tempo de vivermos de forma muito concreta o nosso compromisso de fé, nosso compromisso de caridade, nosso compromisso de seguir os passos de Jesus”, disse.

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Confira o vídeo:


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Dom André também escreveu um artigo, de forma exclusiva, para o portal. Confira aqui.
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2º Domingo da Quaresma:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18

Leitura do Livro do Gênesis:

Naqueles dias, Deus pôs Abraão à prova. Chamando-o, disse: “Abraão!” E ele respondeu: “Aqui estou”. E Deus disse: “Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirige-te à terra de Moriá e oferece-o aí em holocausto sobre um monte que eu te indicar”. Chegados ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu um altar, colocou a lenha em cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha em cima do altar. Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho. E eis que o anjo do Senhor gritou do céu, dizendo: “Abraão! Abraão!” Ele respondeu: “Aqui estou”. E o anjo lhe disse: “Não estendas a mão contra teu filho e não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho único”. Abraão, erguendo os olhos, viu um carneiro preso num espinheiro pelos chifres; foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto no lugar do seu filho.

O anjo do Senhor chamou Abraão, pela segunda vez, do céu, e lhe disse: “Juro por mim mesmo – oráculo do Senhor –, uma vez que agiste deste modo e não me recusaste teu filho único, eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste”.

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 Salmo Responsorial: 115
Andarei na presença de Deus,/ junto a ele na terra dos vivos.

Andarei na presença de Deus,/ junto a ele na terra dos vivos.

- Guardei a minha fé, mesmo dizendo:/ “É demais o sofrimento em minha vida!”/ É sentida por demais pelo Senhor/ a morte de seus santos, seus amigos.

- Eis que sou o vosso servo, ó Senhor,/ vosso servo que nasceu de vossa serva;/ mas me quebrastes os grilhões da escravidão!/ Por isso oferto um sacrifício de louvor,/ invocando o nome santo do Senhor.

- Vou cumprir minhas promessas ao Senhor/ na presença de seu povo reunido;/ nos átrios da casa do Senhor,/ em teu meio, ó cidade de Sião!

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2ª Leitura: Rm 8,31b-34

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:

Irmãos: Se Deus é por nós, quem será contra nós? Deus, que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos daria tudo junto com ele?

Quem acusará os escolhidos de Deus? Deus, que os declara justos? Quem condenará? Jesus Cristo, que morreu, mais ainda, que ressuscitou, e está à direita de Deus, intercedendo por nós?

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Evangelho:  Mc 9,2-10
Leitura do Evangelho de São Marcos:

Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus. Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles. Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos. Eles observaram essa ordem, mas comentavam entre si o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”.

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Reflexão do Pe. Johan Konings:

Deus dá seu filho por nós

No domingo passado vimos como Jesus, tendo assumido no batismo ser Filho e Servo de Deus, se preparou por sua “quaresma” para iniciar sua missão. Hoje, no 2º domingo da Quaresma, o mesmo Filho é mostrado diante da fase final de sua missão, prestes a subir a Jerusalém, onde enfrentará inimizade mortal (cf. Mc 10,1.32). Já tinha

anunciado seu sofrimento aos discípulos, equivocados a seu respeito (Mc 8,31-33). No evangelho de hoje, Pedro, Tiago e João são testemunhas de uma revelação em que vêem Jesus, antecipadamente, envolto na glória de Deus: a Transfiguração. E ouvem a Voz: “Este é meu Filho amado: escutai-o” (Mc 9,2-10). Antes de acompanhar Jesus no sofrimento, os discípulos recebem um sinal da glória de Jesus, para que saibam que o Pai está com ele quando ele vai dar sua vida por todos. Pois não é só Jesus dando a própria vida, é o Pai que dá seu Filho por nós, como diz Paulo na 2ª leitura.

É isso também que prefigura a 1ª leitura, que mostra Abraão disposto a sacrificar o próprio filho. Texto “escandaloso”: como pode Deus mandar sacrificar um filho? Expliquemos bem. Naquele tempo havia povos que pensavam que o primogênito, não só do rebanho, mas dos próprios filhos – sobretudo do chefe – devia ser dedicado a Deus mediante um sacrifício humano (assim acreditavam também, na América, os índios astecas etc). Ora, Isaac era o herdeiro legítimo (filho de mulher legítima), que Abraão em sua velhice recebera de Deus. Tinha poucas chances de ter outro herdeiro. Mesmo assim, estava disposto a dar ouvido à voz da crença que ditava sacrificar o primogênito. Mas Deus não quis – e não quer – sacrifícios humanos. Por isso, mandou um animal para substituí-lo.

O gesto magnânimo de Abraão tornou-se imagem da incompreensível magnanimidade de Deus, que dá seu “Filho unigênito” para nós (Jô 3,16). Magnanimidade, de fato, muito mal compreendida. Há quem pense que Deus é um carrasco, que quer que seu Filho pague com seu sangue os pecados dos demais. Mas muitos séculos antes de Cristo, os profetas negaram tal idéia: cada um é responsável por seu próprio pecado (Ez 18; Jr 31, 29 etc). Deus não é vingativo nem sanguinário, mas antes de tudo rico em misericórdia e fidelidade (Ex 34,6, Sl 115,1 etc). E é por isso que dispõe de seu Filho, para que este nos mostre a misericórdia e fidelidade de Deus por sua própria prática de vida. Jesus é Filho de Deus na medida em que sua atitude representa o amor fiel de Deus. É precisamente no momento de subir a Jerusalém para enfrentar a inimizade mortal das autoridades que isso se verifica. Jesus poderia ter virado o casaco, desistido de suas bonitas lições sobre o amor fraterno, poderia ter salvo a sua pele. Não quis. Quis ser a imagem do amor fiel de Deus. Por isso, quando Jesus dá sua vida por nós, é o Pai que a dá.

Nossa mentalidade egocêntrica, alimentada pela ideologia da competição e do consumo, dificilmente admite que Deus possa ser imaginado como um superlativo de Abraão, como alguém tão generoso que aceita a fidelidade de Jesus até o fim como se fosse o dom de seu único filho e herdeiro. “Este é meu Filho amado”. Nele, Deus se reconhece a si mesmo, reconhece seu próprio modo de agir.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atua como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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                                                      Fonte e ilustração: franciscanos.org.br       Banner: cnbb.org.br