terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Papa Francisco na missa desta manhã:

Escolher Deus, não as riquezas

Cidade do Vaticano (RV) – Seguir o Senhor que nos doa tudo, e não buscar as riquezas. Foi o que afirmou o Papa na missa matutina na Casa Santa Marta (28/02). Comentando o Evangelho do dia, o Papa ressaltou a “plenitude” que Deus nos doa: uma plenitude “aniquilada” que termina na Cruz.
“Não se pode servir a dois senhores”, ou servimos Deus ou as riquezas. Na vigília da Quarta-feira de Cinzas, Francisco falou que nesses dias antes da Quaresma a Igreja “nos faz refletir sobre a relação entre Deus e as riquezas”. E recorda o encontro entre o “jovem rico, que queria seguir o Senhor, mas no final era tão rico que escolheu as riquezas”.
O Papa observou que o comentário de Jesus assusta um pouco os discípulos: “Quanto é difícil que um rico entre no Reino dos Céus. É mais fácil que um camelo passe pelo buraco de uma agulha”. Hoje, prosseguiu, o Evangelho de Marcos nos mostra Pedro que pergunta ao Senhor o que será deles já que deixaram tudo para trás. É como se Pedro pedisse contas ao Senhor”:
Liturgia Eucarística
“Não sabia o que dizer: ‘Sim, este foi embora, mas nós?’. A resposta de Jesus é clara: ‘Eu vos digo: não há ninguém que deixe tudo sem receber tudo’. ‘Pois bem, nós deixamos tudo’. ‘Receberão tudo’, com aquela medida transbordante com a qual Deus oferece os dons. ‘Receberão tudo. Quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho receberá cem vezes mais agora, durante esta vida - casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições - e, no mundo futuro, a vida eterna’. Tudo. O Senhor não sabe dar menos do que tudo. Quando Ele doa algo Ele doa a si mesmo, que é tudo”.
Todavia, acrescentou o Papa, “há uma palavra” neste trecho do Evangelho “que nos faz refletir: receber já agora neste tempo cem vezes mais em casas, irmãos, com perseguições”.
Francisco explicou que isto é “entrar” em “outro modo de pensar, em outro modo de agir. Jesus dá todo si mesmo, porque a plenitude, a plenitude de Deus é uma plenitude aniquilada na Cruz”:
“Este é o dom de Deus: a plenitude aniquilada. E este é o estilo do cristão: buscar a plenitude, receber a plenitude aniquilada e seguir este caminho. Não é fácil, isso não é fácil. E qual é o sinal, qual é o sinal deste ir avante em doar tudo e receber tudo? É o que ouvimos na primeira leitura: ‘Faze todas as tuas oferendas com semblante sereno, e com alegria consagra o teu dízimo. Dá a Deus segundo a doação que ele te fez, e com generosidade, conforme as tuas posses. Semblante sereno, alegria… O sinal que nós estamos neste caminho do tudo e nada, da plenitude aniquilada, é a alegria”.
Ao invés, o jovem rico, disse o Papa, “ficou com o semblante fechado e foi embora triste”. “Não foi capaz de receber, acolher esta plenitude aniquilada – advertiu – assim como os Santos, o próprio Pedro, a acolheram. E em meio às provações, às dificuldades, tinham o semblante sereno, o olhar alegre e a alegria do coração. Este é o sinal, evidenciou Francisco, que concluiu a homilia recordando o Santo chileno Alberto Hurtado:
“Ele trabalhava sempre, dificuldade atrás de dificuldade... trabalhava pelos pobres.... Foi realmente um homem que abriu caminhos em seu país… A caridade para a assistência aos pobres… Mas foi perseguido, muitos sofrimentos. Mas ele, quando justamente estava ali, aniquilado na cruz, a frase foi: ‘Contento, Señor, Contento’, ‘Feliz, Senhor, feliz’. Que ele nos ensine a caminhar nesta estrada, nos dê a graça de caminhar nesta estrada um pouco difícil do tudo e do nada, da plenitude aniquilada de Jesus Cristo e dizer sempre, sobretudo nas dificuldades: ‘Feliz, Senhor, feliz’”.
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28 de fevereiro,

Dia de oração por Bento XVI e com Bento XVI

Cidade do Vaticano (RV) - "Na oração eu estou sempre perto de todos vocês": o legado de Bento XVI se renova em 28 de fevereiro, quarto aniversário da conclusão de seu Pontificado. Lembre aqui o seu último discurso, naquele dia de 2013:

A iniciativa ‘Dia de Oração por Bento XVI, com Bento XVI’ se realiza há quatro anos nesta data, em diferentes partes do mundo, muitos rezam juntos com o Papa Bento e de acordo com suas intenções; alguns organizados em diferentes igrejas e locais de oração comunitária.
Este quarto Dia será um momento importante no caminho rumo ao 90º aniversário de Bento (16 de abril 2017), que será celebrado como "A Vinha do Senhor", sempre com oração e meditação, bem como com a imensa gratidão pelo dom recebido através de sua pessoa. 
O dia seguirá o mesmo esquema, marcado pelos horários (aproximados) e as orações feitas quotidianamente pelo Papa emérito, que cada um pode readaptar segundo suas próprias exigências e possibilidades. O site traz mais detalhes. Confira aqui os horários:
O Papa emérito completa 90 anos em abril de 2017
7h45 - Missa  
8h15 - Ofício das Leituras, Oração da Manhã e Hora média
12h -  Angelus e Hora média  
15h - Hora média
16h15  - Oração do terço
18h - Vésperas  
22h30  - Completas
Os horários indicados se referem a Roma. Atualmente existem 4 horas de diferença com Brasília. (CM)

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Papa quer visitar o Sudão do Sul

junto com os anglicanos

Cidade do Vaticano (RV) - Visita histórica do Papa Francisco, na tarde de ontem, domingo, à Igreja Anglicana de Todos os Santos, em Roma: nunca um Pontífice tinha ido a essa comunidade que festeja este ano o bicentenário de sua presença na capital italiana.
Uma nova etapa significativa nos 50 anos do início do diálogo ecumênico entre católicos e anglicanos. Durante a visita, Francisco abençoou o novo ícone de Cristo Salvador, e foi oficializada a parceria entre essa paróquia e a paróquia católica de Todos os Santos. Nesta ocasião, o Papa anunciou que está estudando uma viagem ao martirizado Sudão do Sul.
Francisco na Paróquia anglicana de Todos os Santos
Depois de receber as boas-vindas do Rev. Jonathan Boardman e do bispo Robert Innes, o Papa agradeceu o convite e entrou imediatamente no coração da visita: o desejo de caminhar juntos agora longe da suspeita, da desconfiança e das hostilidades recíprocas do passado. E a sua reflexão começa com o ícone de Cristo Salvador, que ele abençoou:
“Cristo nos olha, e o seu olhar sobre nós é um olhar de salvação, de amor e de compaixão. É o mesmo olhar misericordioso que atravessou o coração dos Apóstolos, que iniciaram um caminho de vida nova para seguir e anunciar o Mestre. Nesta santa imagem, Jesus, olhando-nos, parece dirigir também a nós um chamado, um apelo: “Estás pronto a deixar alguma coisa do teu passado por mim? Queres ser mensageiro de meu coração, de minha misericórdia?”.
E é precisamente a necessidade da misericórdia divina, unida à humildade, seguindo o exemplo de São Paulo, que a comunidade de Corinto foi capaz de superar os mal-entendidos surgidos, a chave para compreender o caminho ecumênico de hoje: “Tornar-se humilde” e “reconhecer-se necessitados de Deus, mendicantes de misericórdia”. É este o ponto de partida - disse o Papa - porque é Deus quem opera”.
Católicos e Anglicanos – disse ainda Francisco -, são chamados a caminhar juntos, através do testemunho concorde da caridade, com o qual se torna visível o rosto misericordioso de Jesus:
“Agradecemos ao Senhor porque entre os cristãos cresceu o desejo de uma maior proximidade, que se manifesta no rezar juntos e no comum testemunho ao Evangelho, sobretudo por meio das várias formas de serviço”.
Às vezes, - continuou o Papa -, o progresso no caminho rumo à plena comunhão pode parecer lento e incerto, mas hoje podemos tirar um encorajamento deste nosso encontro. Pela primeira vez um Bispo de Roma visita a comunidade de vocês. É uma graça e também uma responsabilidade: a responsabilidade de fortalecer as nossas relações em louvor a Cristo, a serviço do Evangelho e desta cidade.
Falando como melhorar as relações à luz de quanto de bom fazem as igreja no Sul do mundo o Papa disse:
“As Igrejas jovens têm uma vitalidade diferente, porque são jovens. Por exemplo, eu estou estudando, os meus colaboradores estão estudando a possibilidade de uma viagem ao Sudão do Sul, porque vieram os bispos, o anglicano, o presbiteriano e o católico, os três juntos a me dizer: “por favor, venha ao Sudão do Sul, apenas um dia, mas não venha sozinho, venha com Justin Welby, o Arcebispo de Cantuária. Deles, Igreja jovem, veio essa criatividade. E estamos pensando se isso pode ser feito, apesar da situação estar muito ruim lá ... Mas devemos fazê-lo, porque eles, os três juntos, eles querem a paz e eles trabalham juntos pela paz”.
Portanto, continua viva a intenção da Declaração Conjunta assinada em outubro passado entre o Papa Francisco e o primaz da Comunhão Anglicana, Justin Welby: a vontade de ir além dos obstáculos em direção da plena unidade e o desejo de um caminho ecumênico, que não seja apenas teológico, mas nas ações concretas sobre questões comuns, tais como o cuidado da criação, a caridade e a paz. (SP)
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Assista:
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domingo, 26 de fevereiro de 2017

Francisco:
Por a confiança em Deus, o grande amigo, o aliado, o Pai

Cidade do Vaticano (RV) – Diante das tantas preocupações que tiram a nossa serenidade e equilíbrio, devemos confiar-nos a Deus. “Ele não resolve magicamente os problemas, mas permite enfrentá-los com o espírito correto”.
Palavras do Papa Francisco na alocução que precedeu a Oração mariana do Angelus, inspirada na leitura do Evangelho de Mateus, proposta pela Liturgia do dia, onde somos chamados a fazer uma escolha por Deus e pelo seu Reino, uma escolha “que nem sempre mostra imediatamente seus frutos” e que é feita na esperança.
Deus cuida dos seres da criação, “provê de alimento a todos os animais, preocupa-se pelos lírios e pela erva do campo; o seu olhar benéfico e solícito vigia cotidianamente a nossa vida”.
O Papa recorda que “a angústia” causada pelas preocupações “é muitas vezes inútil”, pois “não consegue mudar o curso dos acontecimentos”. Neste sentido, a insistente exortação de Jesus “a não nos preocupar-nos com o amanhã”, “existe um Pai amoroso que não se esquece nunca de seus filhos. Entregar-se a Ele não resolve magicamente os problemas, mas permite enfrentá-los com o espírito correto, corajosamente”:
“Deus não é um ser distante e anônimo: é o nosso refúgio, a fonte de nossa serenidade e de nossa paz. É a rocha da nossa salvação, a quem podemos agarrar-nos na certeza de não cair. Quem se agarra a Deus não cai, quem se agarra a Deus, não cai nunca! É a nossa defesa do mal, sempre à espreita. Deus é para nós o grande amigo, o aliado, o pai, mas nem sempre nos damos conta disto”.
Francisco abençoa os fiéis
Não nos damos conta disto, e “preferimos nos apoiar em bens imediatos que podemos tocar, bens contingentes – constata Francisco -  esquecendo, e às vezes rejeitando, o bem supremo, isto é, o amor paterno de Deus”:
“Senti-lo Pai, nesta época de orfandade é tão importante! Neste mundo órfão, senti-lo Pai. Nós nos afastamos do amor de Deus quando vamos em busca obsessiva dos bens terrenos e das riquezas, manifestando assim um amor exagerado por estas realidades”.
“Jesus – recordou o Santo Padre - nos diz que esta busca incansável é ilusória e motivo de infelicidade. E dá aos seus discípulos uma regra de vida fundamental: “Buscai, pelo contrário, o reino de Deus””:
“Trata-se de realizar o projeto que Jesus anunciou no Sermão da Montanha, confiando em Deus que não desilude - tantos amigos ou tantos que acreditávamos amigos, nos desiludiram; Deus nunca desilude - agir como administradores fieis dos bens que Ele nos deu, também os terrenos, mas sem “exagerar” como se tudo, também a nossa salvação, dependesse somente de nós”.
“Esta atitude evangélica requer uma escolha clara, que a passagem de hoje indica com precisa: “Não podeis servir a Deus e à riqueza”. Ou o Senhor, ou os ídolos fascinantes, mas ilusórios”:
“Esta escolha que somos chamados a fazer, repercute depois em tantos de nossos atos, programas e compromissos. É uma escolha que deve ser feita de modo claro e renovada continuamente, porque as tentações de reduzir tudo a dinheiro, prazer e poder, estão sempre presentes. Existem tantas tentações neste sentido”.
“Enquanto honrar estes ídolos leva a resultados tangíveis, mesmo se fugazes, fazer a escolha por Deus e pelo seu Reino nem sempre mostra imediatamente os seus frutos”:
“É uma decisão que se toma na esperança e que deixa a Deus a plena realização. A esperança cristã é voltada ao cumprimento futuro da promessa de Deus e não se rende diante de alguma dificuldade, porque é fundada na fidelidade de Deus, que nunca falta. É fiel, é um pai fiel, é um amigo fiel, é um aliado fiel”.
A confiança no amor e na bondade do Pai celeste – concluiu o Papa – “é o pressuposto para superar os tormentos e as adversidades da vida, e também as perseguições, como nos mostra o testemunho de tantos nossos irmãos e irmãs”.
Ao saudar os inúmeros grupos e cerca de 30 mil fiéis presentes na Praça São Pedro, o Papa recordou que na terça-feira, 28 de fevereiro, recorre ao “Dia das doenças raras”. Neste sentido, “fez votos de que os pacientes e as suas famílias sejam adequadamente apoiados no difícil percurso, quer a nível médico como legislativo”. (JE)
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Assista:
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Papa na Paróquia anglicana de Todos os Santos:


reconhecer-se humilde, ponto de partida para Deus agir

Cidade do Vaticano (RV) – Na tarde deste domingo, 26 de fevereiro, o Papa Francisco realizou uma visita histórica, ao participar das celebrações dos 200 anos da Paróquia anglicana All Saints, em Roma. Foi o primeiro Pontífice a entrar no templo.
Eis a íntegra do discurso do Santo Padre:
“Queridos irmãos e irmãs,
Vos agradeço pelo gentil convite em celebrar juntos este aniversário paroquial. Transcorreram mais de duzentos anos desde que realizou-se o primeiro serviço litúrgico público anglicano em Roma, para um grupo de residentes ingleses que viviam nesta parte da cidade. Muita coisa mudou desde então, em Roma e no mundo. No decorrer destes dois séculos, muito também mudou entre anglicanos e católicos, que no passado olhavam-se com suspeita e hostilidade; hoje, graças a Deus, nos reconhecemos como verdadeiramente somos: irmãos e irmãs em Cristo, mediante o nosso batismo comum. Como amigos e peregrinos desejamos caminhar juntos, seguir juntos o nosso Senhor Jesus Cristo.
Vocês me convidaram para abençoar o novo ícone de Cristo Salvador. Cristo nos olha, e o seu olhar sobre nós é um olhar de salvação, de amor e de compaixão. É o mesmo olhar misericordioso que atravessou o coração dos Apóstolos, que iniciaram um novo caminho de vida nova para seguir e anunciar o Mestre. Nesta santa imagem, Jesus, olhando-nos, parece dirigir também a nós um chamado, um apelo: “Estás pronto a deixar alguma coisa do teu passado por mim? Queres ser mensageiro de meu coração, de minha misericórdia?”.
"Reconhecendo-nos frágeis vasos de barro, pecadores necessitados
de misericórdia, o tesouro de Deus se derrama sobre nós"
A misericórdia divina é a fonte de todo o ministério cristão. O diz o Apóstolo Paulo, dirigindo-se ao Coríntios, na leitura que acabamos de ouvir. Ele escreve: “Este é o nosso ministério, nós o temos pela misericórdia de Deus; por isto, não perdemos a coragem” (2 Cor 4,1).
Com efeito, São Paulo nem sempre teve uma relação fácil com a comunidade de Corinto, como demonstram as suas cartas. Houve também uma visita dolorosa a esta comunidade e palavras inflamadas foram trocadas por escrito. Mas esta passagem mostra o Apóstolo que supera as divergências do passado e, vivendo o seu ministério segundo a misericórdia recebida, não se resigna diante das divisões, mas trabalha pela reconciliação. Quando nós, comunidade de cristãos batizados, nos encontramos diante de desacordos e nos colocamos diante do rosto misericordioso de Cristo para superá-los, fazemos precisamente como fez São Paulo em uma das primeiras comunidades cristãs.
Como se compromete Paulo nesta missão, de onde começa?  Da humildade, que não é somente uma bela virtude, é uma questão de identidade: Paulo se compreende como um servidor, que não anuncia a si mesmo, mas Cristo Jesus Senhor. E cumpre este serviço, este ministério, segundo a misericórdia que lhe foi dada; não com base em sua bravura e contando com suas forças, mas na confiança com que Deus o olha e apoia, com misericórdia a sua fraqueza. Tornar-se humilde é sair do centro, reconhecer-se necessitado de Deus, mendigo de misericórdia: é o ponto de partida para que seja Deus a operar.
Um Presidente do Conselho Ecumênico das Igrejas descreve a evangelização cristã como “um mendigo que diz a outro mendigo onde encontrar o pão”. Acredito que São Paulo teria aprovado. Ele se sentia “com fome de misericórdia” e a sua prioridade era compartilhar com os outros o seu pão: a alegria de ser amados pelo Senhor e de amá-lo.
Este é o nosso bem mais precioso, o nosso tesouro, e neste contexto Paulo introduz uma de suas imagens mais conhecidas, que podemos aplicar a todos nós: “Temos este tesouro em vasos de barro”. Somos somente vasos de barro, mas guardamos dentro de nós o maior tesouro do mundo. Os Coríntios sabiam bem que era tolice preservar algo de precioso em vasos de barro, que eram baratos, mas se quebravam facilmente. Ter dentro deles algo de precioso significava risco de perdê-lo. Paulo, pecador, agraciado, humildemente reconhece ser frágil como um vaso de barro. Mas experimentou e sabe que precisamente ali, onde a miséria humana se abre à ação misericordiosa de Deus, o Senhor opera maravilhas. Assim opera o “extraordinário poder de Deus”.
Confiante neste humilde poder, Paulo serve o Evangelho. Falando de alguns adversários seus em Corinto, os chamou “super-apóstolos”, talvez, e com uma certa ironia, porque o tinham criticado pelas suas fraquezas, das quais eles se consideravam isentos”. Paulo, pelo contrário, ensina que somente reconhecendo-nos frágeis vasos de barro, pecadores sempre necessitados de misericórdia, o tesouro de Deus se derrama em nós e sobre os outros mediante nós. De outra forma, seremos somente cheios de tesouros nossos, que se corrompem e apodrecem em vasos aparentemente bonitos. Se reconhecemos a nossa fraqueza e pedimos perdão, então a misericórdia restauradora de Deus resplandecerá dentro de nós e será também visível de fora; os outros irão experimentar de alguma forma, através de nós, a beleza gentil da face de Cristo.
A um certo ponto, talvez no momento mais difícil com a comunidade de Corinto, Paulo cancelou uma visita que havia programado, renunciando também às ofertas que teria recebido. Existiam tensões na comunhão, mas não tiveram a última palavra. A relação voltou ao normal e o Apóstolo aceitou a oferta para o sustento da Igreja de Jerusalém.
Os cristãos de Corinto voltaram a trabalhar junto às outras comunidades visitadas por Paulo, para apoiar quem era necessitado. Este é um sinal forte de comunhão restabelecida. Também a obra que a vossa comunidade desenvolve junto a outras de língua inglesa aqui em Roma, pode ser vista desta forma. Uma comunhão verdadeira e sólida cresce e se robustece quando se age juntos por quem tem necessidade. Por meio do testemunho concorde da caridade, a face misericordiosa de Jesus torna-se visível na nossa cidade.
Católicos e anglicanos, somos humildemente agradecidos porque, depois de séculos de recíproca desconfiança, somos agora capazes de reconhecer que a fecunda graça de Cristo está em ação também nos outros. Agradecemos ao Senhor porque entre os cristãos cresceu o desejo de uma maior proximidade, que se manifesta no rezar juntos e no comum testemunho ao Evangelho, sobretudo por meio das várias formas de serviço. Às vezes, o progresso no caminho rumo à plena comunhão pode parecer lento e incerto, mas hoje podemos tirar um encorajamento deste nosso encontro. Pela primeira vez um Bispo de Roma visita a comunidade de vocês. É uma graça e também uma responsabilidade: a responsabilidade de fortalecer as nossas relações em louvor a Cristo, a serviço do Evangelho e desta cidade.
Encorajando-nos uns aos outros a tornar discípulos sempre mais fieis a Jesus, sempre mais livres dos respectivos preconceitos do passado e sempre mais desejosos de rezar por e com os outros. Um bonito sinal desta vontade é a “parceria” concretizada entre a vossa paróquia All Saints e a católica, de Todos os Santos. Que os Santos de cada Confissão cristã, plenamente unidos na Jerusalém celeste, nos abram o caminho para percorrer aqui todas as possíveis vias de um caminho cristão fraterno e comum. Onde nos reunimos em nome de Jesus, ali Ele está presente, e dirigindo o seu olhar de misericórdia, chama a trabalharmos pela unidade e pelo amor.Que o rosto de Deus resplandeça sobre nós, sobre vossas famílias e sobre toda a comunidade!”.(JE)
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Reflexão para seu domingo

Esquecimento de Deus

Com o sofrimento e os problemas humanos muitas vezes vem a decepção e o desabafo diante de Deus, como se Ele tivesse esquecido de nós e nos tenha abandonado. O próprio Jesus, do alto da cruz fez o desabafo humano: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Marcos 15,34). Na realidade, o ser humano é limitado à suas contingências da matéria, do tempo e do espaço, mas sua graça de imortalidade o faz superar as vicissitudes passageiras dos limites. Em parte, é o próprio ser humano que sofre as consequências dos próprios desatinos, muitas vezes desobedecendo o projeto do Criador, colocando-se no lugar dele e querendo ditar as normas em confronto com as dele. Nessa perspectiva, o cuidado com o planeta e com tudo o que ele contém não é satisfatório. Vejamos, por exemplo, a agressão irracional do meio ambiente, as injustiças do ser humano, que massacram o semelhante...
Deus cuida de nós com ternura e amor
Mesmo nos distúrbios sofridos sem sua culpa, o ser humano, olhando ao redor, pode constatar que nem tudo é ruim e que Deus o protege, mesmo não O sendo percebido. Não fosse Ele, seríamos aniquilados e condenados ao sofrimento perpétuo. Aliás, como vive e ensina o Filho de Deus, mesmo o sofrimento pode ser meio de nossa regeneração e fortalecimento de nosso ideal de conquista de realização na vida de sentido. Quantos se convertem depois de terem passado pelo crivo de sofrimentos e problemas. Deus está em todo lugar. Também no sofrimento, quando o aceitamos com humildade e amor.  O profeta lembra que até uma mulher pode não amar seu filhinho. O que não deveria acontecer. Mas Deus, absolutamente não se esquece de nós (Cf. Isaías 49,15).
Deus nos ama e valoriza. Ele não faz o que nos compete fazer. Ele age muito mais do que imaginamos. Mas espera nossa correspondência a seu amor. Aí está nosso mérito diante dele. Fazer nossa parte para retribuir seu amor. Aliás, os problemas humanos, mesmo os maiores e conjunturais e até mundiais, têm jeito de serem resolvidos. Isso acontecerá quando todos estiverem sintonizados com o projeto divino. Jesus veio justamente para nos ensinar e ajudar a fazê-lo. Mas sempre ele deixa nossa liberdade em aceitar ou não suas coordenadas. Por isso, os que o conhecem e seguem, têm a missão de também ensinar aos outros o mesmo. Se os que têm fé verdadeira se omitirem, vamos retardando a superação de nossos males. Eis a necessidade de sermos missionários do Mestre. Ele nos dá a incumbência: “Ide pelo mundo todo e pregai o Evangelho a toda a criatura!” (Marcos 16,15). Evangelizar significa ensinar as pessoas a promoverem o bem conforme Deus. Assim vão seguir seus ensinamentos.  Serão éticas, altruístas, farão as famílias com os critérios do amor humano e cristão; trabalharão pela justiça e pelo bem comum. Não julgarão o próximo. Serão compassivas e colaboradoras com causas de promoção da vida digna para todos. Ouvirão e colocarão em prática a Palavra de Deus. Saberão confiar na Providência divina, fazendo a própria parte...
                            Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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                                                                   Fonte: cnbbleste2.org.br   Ilustração: youtube.com     

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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Fiéis despedem-se da querida Imagem: 
Alegria, emoção, oração e muitas bênçãos
em uma semana inesquecível

Uma semana que ficará na memória e nos corações de crianças, jovens, adultos e idosos pelo seu significado e beleza. Foi tempo de emoção, oração, alegria e muitas bênçãos. A visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora Aparecida na celebração dos 300 anos de sua aparição nas águas do rio Paraíba do Sul constituiu-se em oportunidade para maior proximidade de Jesus, seu divino Filho.
Consagração à Nossa Senhora Aparecida
Comunidades, escolas, grupos da catequese, instituições de saúde, assistência a crianças e idosos e de promoção humana, além de uma empresa, receberam a Imagem de Maria, a Virgem de Aparecida. Foram momentos de se renovar a fé em Jesus, por intercessão de sua Mãe querida.
Às 15h era o momento da Consagração à Nossa Senhora e, às 19h, a celebração da Santa Missa, quando todas as comunidades que formam nossa paróquia e segmentos sociais puderam participar.
Foi o que ocorreu festivamente neste último dia de sua prersença em nossa paróquia. Dezenas de devotos consagraram-se mais uma vez à Mãe de Deus e nossa.
Acolhida com carinho no sábado, dia 18 deste mês, a Imagem Peregrina permaneceu até as 17h30 deste sábado em nossa cidade, quando, conduzida pelo pároco Pe. Sebastião Márcio Maciel e dezenas de fiéis em carreata, seguiu para a Paróquia Sant’Ana em Sapucaí Mirim.
Muitos foram os frutos da sua permanência por sete dias em nosso meio. Frutos que certamente fortalecerão nossa fé e compromisso com a fraternidade e a justiça na obediência às palavras d’Aquela que a imagem representa “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).
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Momentos




















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