quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Tríduo celebrativo por ocasião do aniversário

de falecimento do monsenhor Alderigi é iniciado

Tríduo de oração por ocasião dos 44 anos do falecimento do Servo de Deus monsenhor Alderigi tem início hoje (30). As orações também são pela sua beatificação. O seu processo já está na fase romana.


As celebrações serão missas especiais realizadas no santuário arquidiocesano de Santa Rita de Cássia, em Santa Rita de Caldas (MG). A programação vai até dia 3 de outubro, dia especial de orações pela sua beatificação.

As missas serão transmitidas ao vivo, todos os dias, às 19h, pelas redes sociais do santuário. Acesse aqui.

Vida e missão de mons. Alderigi
Divulgação do Tríduo

Monsenhor Alderigi nasceu em Jacutinga em 13 de Novembro de 1985, filho de imigrantes. Logo cedo, já sentia o chamado para a vida sacerdotal. Foi ordenado sacerdote em 1920. Em 1927, chegou a Santa Rita de Caldas, onde exerceu seu sacerdócio por 50 anos até o dia de sua morte em 03 de outubro de 1977. Nessa cidade, realizou grandes feitos: trazer da Itália a primeira imagem fac simile da padroeira, o que aumentou ainda mais a devoção por Santa Rita de Cássia bem como a visitação ao santuário de Santa Rita de Caldas. Nessa igreja, repousam hoje seus restos mortais. Fiéis recorrem a este lugar para rezarem por Santa Rita e por ele.

Em vida, padre Alderigi já possuía uma difundida fama de santidade. Muitos são os relatos de graças após a bênção do padre. Depois de sua morte, sua fama de santidade continua a se espalhar, atingindo o Sul de Minas e outras regiões do Brasil.

Frente do Santuário

Está em processo a cauda da sua beatificação, que conta com a participação de muitos fiéis que rezam para a sua concretização.

Imagem destacada na notícia é de vitral com reprodução da imagem de mons. Alderigi, que fica próximo ao local onde estão guardados seus restos mortais, no santuário arquidiocesano de Santa Rita de Cássia, em Santa Rita de Caldas (MG).

Informações e imagens fornecidas pela pastoral da comunicação da paróquia de Santa Rita de Cássia, em Santa Rita de Caldas (MG), por Cláudia Couto.

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CNBB divulga

Hino da Campanha para a Evangelização 2021

Ide, a serviço da caridade! Ide, a serviço da comunidade! Ide, a serviço da Palavra! Ide! Ide, sem medo de servir!

“Ide, sem medo, para servir” é o tema da Campanha para a Evangelização 2021 cujo hino (refrão acima) foi divulgado, oficialmente, nesta quarta-feira, 29 de setembro.

De autoria do padre Patriky Samuel Batista, secretário executivo de Campanhas da CNBB, e do seminarista Geovane Ferreira, a letra do hino da Campanha para a Evangelização 2021 aborda a evangelização como uma forma de tornar o Reino de Deus presente no mundo e destaca, em seu refrão, o chamado a ir à serviço da Caridade, da Comunidade e da Palavra.

Confira a letra:

Evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo. (EG 176)

1. Com caridade anunciar a salvação, (CIC 851)
neste empenho que também é nosso. (Bento XVI – Angelus 22/12/2007)
Somos sinais de paz e comunhão! (Franciso – Discurso 28/06/2021)

Ide, a serviço da caridade! Ide, a serviço da comunidade!
Ide, a serviço da Palavra! Ide!
Ide, sem medo de servir!

Evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo. (EG 176)

2. Comunidade sempre unida em oração. (Rm 12,12)
O Evangelho anunciado é alimento: (EM 54)
o verdadeiro Pão, Cristo Jesus! (Jo 6,35)

Evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo. (EG 176)

3. Uma Igreja que é pobre para os pobres (Francisco)
vive segundo a alegria do Evangelho: (Gl 4,20)
vamos cuidar da vida que é missão! (EG273)

Autores

Segundo o padre Patriky Samuel Batista, a evangelização é um compromisso que deve ser assumido por cada batizado. “É resposta de fé, parte integrante da identidade cristã, transbordamento de amor que nasce do encontro pessoal com Jesus Cristo. A Igreja no Brasil também evangeliza proclamando a Palavra de Deus, sendo sinal e instrumento de comunhão a serviço de cada pessoa, em especial dos mais pobres e abandonados”, diz.

“Na fidelidade a Jesus Cristo, evangelizar é estar a serviço, é dar visibilidade ao Reino de Deus presente no mundo. As diversas obras de evangelização dos 19 regionais da CNBB e de cada uma das 278 Igrejas Particulares do Brasil testemunham a alegria de ser discípulo missionário de Jesus Cristo. Participar da Campanha para a Evangelização é envolver-se diretamente no anúncio da Palavra que renova os corações.” , enfatizou.

Geovane Ferreira, seminarista da arquidiocese de Brasília (DF) e também compositor, disse que a letra da música compreende o que é a missão na Igreja e ressalta o que Papa Francisco e o Papa Emérito vinham pedindo em seus pontificados. “Francisco abre com suas chaves as portas do caminho dizendo: “Evangelizar é tornar o reino de Deus presente no mundo.”

Geovane Ferreira

Seguindo esse propósito de tornar o reino de Deus presente na terra, Geovane diz compreender que anunciar a salvação é empenho de todo o povo de Deus. Por isso, de acordo com ele, o tema se torna eficaz, pois muitos tem medo de anunciar a verdade de Cristo.

“Ele mesmo nos disse para não termos medo de sair com caridade e levar a Palavra, ou seja, sem medo de servir, sem medo de ser perseguido, sem medo de ser contrariado, levando o verdadeiro Pão, nosso Senhor Jesus Cristo, sem medo de servir pois nossa recompensa maior será o céu”, salientou.

“Queremos ser a Igreja do Papa, uma Igreja que sai, que é pobre para o pobre, não em questão material como muitos entendem, mas da forma como o Cristo falou: pobres em espírito. Pobres pois o reino dos céu é dos pobres, e sendo pobres somos livres para amar”, finalizou.

Além dos compositores, o hino conta com a revisão e o arranjo do Gílson Celerino. Vozes de Juliana Cumarú, Maria Clara Celerino, Natália do Vale, Emerson Vieira, Gílson Celerino, Lucas Barbosa e Pedro Maia. Já os solos são de Juliana Cumarú, Natália do Vale e Gílson Celerino.

O hino

Materiais

Os materiais da Campanha para a Evangelização 2021 podem ser acessados abaixo:

- Cartaz (Baixe aqui) - Texto-Base (Baixe Aqui)  - Envelope da Coleta (Baixe Aqui)

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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Papa Francisco na catequese desta quarta-feira:

justificados pela graça,
sejamos ativos no amor a Deus e ao próximo

Em sua catequese semanal, Francisco falou de um tema “difícil, mas importante”: o da justificação. Se a justificação é a consequência da misericórdia de Deus, sejamos misericordiosos para com o próximo.

O Papa Francisco se reuniu na manhã desta quarta-feira com milhares de fiéis na Sala Paulo VI para a Audiência Geral.

Após a parentese na semana passada para recordar sua viagem a Budapeste e Eslováquia, na catequese de hoje o Pontífice retomou o ciclo sobre a Carta aos Gálatas e comentou um tema que ele mesmo definiu “difícil, mas importante”: o da justificação.

“O que é a justificação? Nós, como pecadores, nos tornamos justos. Quem nos fez justos? Este processo de transformação é a justificação. Nós, diante de Deus, somos justos.”

Certamente somos pecadores, “mas na base somos justos”, explicou Francisco, e quem nos justificou foi Jesus Cristo.

A bondade de Deus

Paulo insiste no fato de que a justificação vem da fé em Cristo. No seu pensamento, a justificação é a consequência da “misericórdia de Deus que oferece o perdão”. “E este é o nosso Deus, assim tão bom! Misericordioso, paciente e repleto de misericórdia, que continuamente oferece o perdão. Continuamente.

De fato, através da morte de Jesus, Deus destruiu o pecado e deu-nos o perdão e a salvação de uma forma definitiva. Assim justificados, os pecadores são acolhidos por Deus e reconciliados com Ele.

É como um regresso à relação original entre o Criador e a criatura, antes que interviesse a desobediência do pecado. Portanto, a justificação que Deus realiza permite que recuperemos a inocência perdida com o pecado. E isto ocorre “por pura graça, não por nossos méritos”. Cristo pagou por todos nós, através de sua morte e ressurreição.

Responder ao Amor com amor

Todavia, isso não significa que, para Paulo, a Lei mosaica já não tenha valor; pelo contrário. Inclusive para a nossa vida espiritual é essencial observar os mandamentos, mas também aqui não podemos confiar na nossa própria força: a graça de Deus que recebemos em Cristo é fundamental. Dele recebemos aquele amor gratuito que nos permite, por nossa vez, amar de modo concreto.

E não só: a resposta da fé exige que sejamos ativos no amor a Deus e no amor ao próximo. Isso requer de nós colaboração, conjugar a graça que recebemos com nossas obras de misericórdia.

Francisco citou novamente o estilo de Deus, que resumiu em três atitudes: proximidade, compaixão e ternura.

“E a justificação é justamente a maior proximidade Deus para conosco, homens e mulheres, a maior compaixão de Deus para conosco, homens e mulheres, a maior ternura do Pai. A justificação é este dom de Cristo, da morte e ressurreição de Cristo que nos torna livres. (…)  Permitam-me a palavra: somos santos na base. Mas depois, com a nossa obra, nos tornamos pecadores. Mas na base somos santos.”

E o Papa concluiu:

“Vamos em frente com esta confiança: todos fomos justificados, somos justos em Cristo. Devemos aplicar aquela justiça com as nossas obras.”

A proteção dos Santos Arcanjos

No final da Audiência, em sua saudação em várias línguas, o Papa recordou hoje a memória litúrgica dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.

"Confiemo-nos de modo especial à proteção dos santos Arcanjos: Miguel, que combate satanás e os espíritos malignos; Gabriel, que leva a boa nova do Senhor; e Rafael, que cura e acompanha na busca do bem. Com a sua ajuda, sejam também vocês mensageiros da graça e da misericórdia do Senhor."

Paz na Nigéria

Francisco fez também um apelo em prol da paz na Nigéria, depois dos ataques domingo passado contra os vilarejos de Madamai e Abun, no norte do país. "Rezo por quem perdeu a vida, por quem ficou ferido e por toda a população nigeriana. Faço votos de que seja sempre garantida no país a incolumidade de todos os cidadãos."

                                                                                                                      Bianca Fraccalvieri

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Assista:
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Aproxima-se o Mês das Missões:

Missão do ser humano

Neste ano o tema é: “Jesus Cristo é missão”. O lema: “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20)

A vida humana existe, mas sustentada por um sentido e uma característica, que lhe são próprios e motivadores de sua existência. Mesmo diante das adversidades e dos sofrimentos, o ser humano tem capacidade para refugiar-se no domínio de liberdade e força interior para vencer na vida. É capaz de fazer escolhas pessoais benéficas e motivadoras de sua existência e prosseguimento na vida.

Está presente na essência de todas as pessoas humanas normais uma capacidade social e de relação fraterna. Por outro lado, todo tipo de isolamento pessoal e a solidão têm a triste marca da infecundidade, campo relevante para a crise de esperança. Nestas condições, o desempenho de uma missão, que engrandece e estimula a existência humana, fica sacrificada e sem frutos positivos.

Deus é fonte originária da vida, mas com objetivo marcado pela fecundidade e missão em toda a criação. Por isto, criou a família como um dos muitos meios de relacionamento e missão do homem e da mulher na construção do Reino da vida. Portanto, é missão de todas as pessoas cuidar responsavelmente da natureza, para dizer que são também sujeitas e preservadoras da criação.

No desempenho de uma missão, para o bem da vida, são muito comuns as crises, as dificuldades e empecilhos, como também confronto com os opositores, mas tudo isto é superado quando existe verdadeira fidelidade aos compromissos assumidos. Assim aconteceu na missão de Jesus Cristo, tendo até que enfrentar o caminho difícil de sofrimento, chegando ao extremo de morrer na cruz.

Numa realidade social interpretada como flutuante, gasosa e instável, os compromissos ficam muito vulneráveis e sem estabilidade duradoura. Isto afeta frontalmente as pessoas, as famílias e todas as instituições que compõem a sociedade. É fundamental não deixar transparecer rastro de impossibilidade e de irrealização dos objetivos, para dar sentido positivo à viabilidade da vida humana.

No mês de outubro a Liturgia Católica trabalha sobre as missões. Neste ano o tema é: “Jesus Cristo é missão”. O lema: “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20). A Igreja usa um discurso motivador da ação missionária dos cristãos no mundo, onde o Reino de Deus deve ser construído, não se deixando levar pelas dificuldades e enfrentamentos do momento.

                  Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo Metropolitano de Uberaba – MG 

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O Paraíso de José

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Papa Francisco:

o Concílio, luz para levar a fraternidade ao mundo

Publicamos o prefácio do Papa no livro "Fraternidade, sinal dos tempos. O magistério social do Papa Francisco" escrito pelo cardeal Michael Czerny e pe. Christian Barone. O volume estará nas livrarias a partir da próxima quinta-feira. "A fraternidade será mais crível", escreve o Pontífice, "se começarmos também na Igreja a sentir que somos 'todos irmãos' e a viver os nossos respectivos ministérios como um serviço ao Evangelho, a construção do Reino de Deus e ao cuidado da Casa comum".

PAPA FRANCISCO

O coração do Evangelho é o anúncio do Reino de Deus, que é Jesus em pessoa, o Emanuel e Deus conosco. Nele, Deus cumpre definitivamente seu plano de amor pela humanidade, estabelecendo seu senhorio sobre as criaturas e introduzindo na história humana a semente da vida divina, que a transforma a partir de dentro. O Reino de Deus certamente não deve ser identificado ou confundido com alguma realização terrena e política, mas também não deve ser imaginado como uma realidade puramente interior, pessoal e espiritual, ou como uma promessa que diz respeito apenas à vida depois da morte. Na realidade, a fé cristã vive deste fascinante e interessante "paradoxo", uma palavra muito querida ao teólogo jesuíta Henri de Lubac: é o que Jesus, unido para sempre à nossa carne, já realiza aqui e agora, abrindo-nos a um relação com Deus Pai e trabalhando uma libertação contínua na vida e na história que vivemos, porque n'Ele o Reino de Deus se aproximou agora (cf. Ao mesmo tempo, enquanto estamos nesta carne, o Reino permanece também uma promessa, um profundo anseio que carregamos dentro de nós, um grito que se eleva da criação ainda marcada pelo mal, que geme e sofre até o dia de sua libertação plena (cf. Rm 8,19-24).

O Reino anunciado por Jesus é uma realidade viva e dinâmica, que nos convida à conversão e pede que nossa fé saia da estática de uma religiosidade individual ou reduzida ao legalismo, para ser inquieta e contínua busca do Senhor e de Sua Palavra, que a cada dia nos chama a colaborar na obra de Deus nas diferentes situações da vida e da sociedade. De diferentes maneiras, muitas vezes silenciosas e anônimas, muitas vezes até mesmo dentro da história de nossos fracassos e feridas, o Reino de Deus está se realizando em nossos corações e na história ao nosso redor; como uma pequena semente escondida na terra (cf. Mt 13,31-32), como um pouco de fermento que fermenta a massa (Mt 13,24-30), Jesus introduz em nossa história os sinais da nova vida que veio inaugurar e nos pede para colaborar com Ele nesta obra de salvação: cada um de nós pode contribuir para realizar a obra do Reino de Deus no mundo, abrindo espaços de salvação e libertação, semeando esperança, desafiando a lógica mortal do egoísmo com a fraternidade evangélica, comprometendo-nos na ternura e solidariedade em favor do próximo, especialmente dos mais pobres.

Nunca devemos neutralizar esta dimensão social da fé cristã. Como também recordei na Evangelii Gaudium, o kerygma da fé cristã tem em si um conteúdo social, convidando a construir uma sociedade na qual triunfe a lógica das Bem-aventuranças e um mundo solidário e fraterno. O Deus de amor, que em Jesus nos convida a viver o mandamento do amor fraterno, cura as nossas relações interpessoais e sociais através do amor e nos chama a ser agentes de paz e construtores de fraternidade entre nós: "A proposta é o Reino de Deus (Lc 4,43). Trata-se de amar a Deus que reina no mundo. Na medida em que ele conseguir reinar entre nós, a vida social será um espaço de fraternidade, justiça, paz e dignidade para todos. Portanto, tanto o anúncio quanto a experiência cristã tendem a provocar consequências sociais" (Evangelii Gaudium, 180).

Neste sentido, o cuidado de nossa Mãe Terra e o compromisso de construir uma sociedade solidária na qual "todos somos irmãos" não só não são estranhos à nossa fé, mas são uma realização concreta da mesma. Esta é a base da Doutrina Social da Igreja. Não é apenas um aspecto social da fé cristã, mas uma realidade que tem um fundamento teológico: o amor de Deus pela humanidade e Seu plano de amor e fraternidade que Ele cumpre na história através de Jesus Cristo, seu Filho, a quem os fiéis estão intimamente unidos através do Espírito. Por isso, sou grato ao cardeal Michael Czerny e a pe. Christian Barone, irmãos na fé, por esta contribuição que oferecem sobre a fraternidade e por estas páginas que, embora pretendam ser uma introdução à Encíclica Fratelli tutti, procuram trazer à luz e tornar explícita a profunda ligação entre o atual Magistério social e as afirmações do Concílio Vaticano II.

Às vezes esta ligação não surge à primeira vista e eu tento explicar o porquê. Na história da América Latina na qual fui imerso, primeiro como jovem estudante jesuíta e depois no exercício do ministério, respiramos um clima eclesial que, com entusiasmo, absorveu e fez suas as intuições teológicas, eclesiais e espirituais do Conselho e as inculturou e implementou. Para nós mais jovens, o Concílio tornou-se o horizonte de nossa crença, de nossas linguagens e nossa práxis, ou seja, logo se tornou o nosso ecossistema eclesial e pastoral, mas não tínhamos o hábito de citar com frequência os decretos conciliares ou de nos determos em reflexões especulativas. Muito simplesmente, o Concílio tinha entrado em nosso modo de ser cristãos e de ser Igreja, e, no decorrer da vida, minhas intuições, percepções e espiritualidade foram simplesmente geradas pelas sugestões da doutrina do Vaticano II. Não havia necessidade de citar os textos do Concílio. Hoje, provavelmente, passadas várias décadas e encontrando-nos num mundo - também eclesial - que mudou profundamente, é necessário tornar mais explícitos os conceitos-chave do Concílio Vaticano II, os fundamentos de seus argumentos, seu horizonte teológico e pastoral, os argumentos e o método que utilizou.

O cardeal Michael e pe. Christian, na primeira parte deste precioso livro, nos ajudam muito nisto. Eles leem e interpretam o Magistério social que estou tentando levar adiante, trazendo à tona algo que está um pouco submerso entre as linhas, ou seja, o ensinamento do Concílio como base fundamental, ponto de partida, lugar que gera perguntas e ideias e que, portanto, também orienta o convite que hoje dirijo à Igreja e ao mundo inteiro sobre a fraternidade. Porque a fraternidade, que é um dos sinais dos tempos que o Vaticano II traz à luz, é o que precisam o nosso mundo e nossa Casa comum, na qual somos chamados a viver como irmãos e irmãs. Dentro deste horizonte, o livro que estou prestes a apresentar também tem a vantagem de reler nos dias de hoje a intuição conciliar de uma Igreja aberta, em diálogo com o mundo. Às perguntas e desafios do mundo moderno, o Vaticano II procurou responder com o sopro da Gaudium et Spes; mas hoje, continuando no caminho traçado pelos Padres conciliares, percebemos que há necessidade não só de uma Igreja no mundo moderno e em diálogo com ela, mas sobretudo de uma Igreja que se coloque a serviço da humanidade, cuidando da criação, anunciando e realizando uma nova fraternidade universal, na qual as relações humanas sejam curadas do egoísmo e da violência e se baseiem no amor recíproco, na aceitação e na solidariedade.

Se isto é o que a história de hoje nos pede, especialmente numa sociedade fortemente marcada por desequilíbrios, feridas e injustiças, percebemos que isto também está no espírito do Concílio, que nos convidou a ler e ouvir os sinais vindos da história humana. O livro do cardeal Michael e pe. Christian também tem este mérito: nos oferece uma reflexão sobre a metodologia utilizada pela teologia pós-conciliar e pelo próprio Magistério social, mostrando como está intimamente ligada à metodologia utilizada pelo Concílio, ou seja, um método histórico-teológico-pastoral, no qual a história é o lugar da revelação de Deus, a teologia desenvolve as orientações através da reflexão, e pastoral as encarna na práxis eclesial e social. Neste sentido, o Magistério do Santo Padre precisa sempre ouvir a história e precisa da contribuição da teologia. Por fim, gostaria de agradecer ao cardeal Czerny por envolver um jovem teólogo, pe. Barone, neste trabalho. Esta união é fecunda: um cardeal, chamado ao serviço da Santa Sé e a ser um guia pastoral, e um teólogo fundamental. É um exemplo de como o estudo, a reflexão e a experiência eclesial podem se unir, e isso também nos indica um método: uma voz oficial e uma voz jovem, juntas. É assim que devemos caminhar: o Magistério, a teologia, a prática pastoral e a liderança. Sempre juntos. A fraternidade será mais crível se também começarmos na Igreja a sentir-nos "todos irmãos" e a viver os nossos respectivos ministérios como um serviço ao Evangelho, à construção do Reino de Deus e ao cuidado da Casa comum.

São Pedro, Roma, 3 de outubro de 2021, primeiro aniversário da Fratelli tutti

No dia 30 de setembro, na transmissão ao vivo do Vatican News da Sala Barberini da Biblioteca Apostólica, será apresentado o livro "Fraternidade, sinal dos tempos". O magistério social do Papa Francisco" pelo cardeal Michael Czerny e pe. Christian Barone, com um prefácio do Papa Francisco.

Oradores: irmã Alessandra Smerilli, secretária interina do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral; dr. Aboubakar Soumahoro, presidente da Liga Braccianti e porta-voz dos Invisíveis em Movimento; pe. Armando Matteo, subsecretário adjunto da Congregação para a Doutrina da Fé. O dr. Gerard O'Connell, correspondente do Vaticano para "América" será o moderador.

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Francisco no Bicentenário do México:

que a Morenita os leve à comunhão e à vida plena

É necessário reler o passado, purificando a memória para fortalecer as raízes e viver o presente, construindo o futuro com alegria e esperança. Assim escreve o Papa Francisco, por ocasião do Bicentenário de Independência do México. O Papa aponta a necessidade de reconhecer os erros do passado, e pede para não ignorar as ações que foram cometidas contra o sentimento religioso. Convida a lembrar os valores que os constituíram como povo: independência, união e religião.

Santa Missa na festa da Virgem de Guadalupe, em dezembro de 2020 (Vatican Media)

"O aniversário que vocês estão celebrando, convida a olhar não só para o passado para fortalecer suas raízes, mas também para continuar vivendo o presente e construir o futuro com alegria e esperança, reafirmando os valores que o constituíram e o identificam como Povo." É o que escreve o Papa Francisco numa carta ao presidente do Episcopado Mexicano, dom Rogelio Cabrera López, por ocasião do Bicentenário da Declaração de Independência do país.

Uma ocasião propícia para fortalecer as raízes e reafirmar valores

O Santo Padre Francisco, na carta assinada na Basílica de São João de Latrão, em 16 de setembro, afirma que "celebrar a independência é afirmar a liberdade, e a liberdade é um dom e uma conquista permanente". É por isso que ele se une "na alegria desta celebração". Ao mesmo tempo, o Bispo de Roma expressa sua esperança de que este aniversário especial "seja uma ocasião propícia para fortalecer as raízes e reafirmar os valores que nos constroem como nação".

Reler o passado purificando a memória

A reflexão do Papa na carta aponta para o caminho do fortalecimento das raízes através da "releitura do passado", levando em conta "tanto as luzes quanto as sombras que forjaram a história do país". "Este olhar retrospectivo inclui necessariamente um processo de purificação da memória, ou seja, reconhecer os erros cometidos no passado, que têm sido muito dolorosos", escreve o Papa. "É por isso que, em várias ocasiões, tanto meus predecessores como eu pedimos perdão pelos pecados pessoais e sociais, por todas as ações ou omissões que não contribuíram para a evangelização", explica.

Não ignorar o sentimento religioso cristão

Na mesma perspectiva, o Papa assinala que "também não podemos ignorar as ações que, em tempos mais recentes, foram cometidas contra o sentimento religioso cristão de uma grande parte do povo mexicano, provocando assim um sofrimento profundo". Imediatamente depois, ele afirma que as dores do passado não são evocadas para "permanecer" ali, "mas para aprender com elas e continuar tomando medidas para curar as feridas, para cultivar um diálogo aberto e respeitoso entre as diferenças, e para construir a tão almejada fraternidade, dando prioridade ao bem comum sobre os interesses particulares, tensões e conflitos".

Independência, união e religião

Por todas estas razões, o Sumo Pontífice indica o caminho não apenas do fortalecimento das raízes, mas de continuar vivendo o presente, construindo o futuro com alegria e esperança, "reafirmando os valores que o constituíram e o identificam como povo". Trata-se de valores pelos quais a nação mexicana lutou muito e pelos quais "muitos de seus antepassados deram suas vidas": são os valores da "independência, da união e da religião".

É neste ponto que o Bispo de Roma destaca "outro evento que sem dúvida marcará toda o itinerário de fé para a Igreja mexicana nos próximos anos": a celebração, dentro de uma década, dos 500 anos das aparições de Guadalupe. Nesta comemoração, é bonito lembrar como a Conferência Episcopal Mexicana a expressou, por ocasião dos 175 anos de independência nacional, a imagem da Virgem de Guadalupe tomada pelo Padre Hidalgo do Santuário de Atotonilco, simbolizou uma luta e uma esperança que culminou nas "três garantias" da Iguala impressas para sempre nas cores da bandeira.

"Nossa Senhora de Guadalupe, a Virgem de Guadalupe, favoreceu a fraternidade e a liberdade, a reconciliação e a inculturação da mensagem cristã, não só no México, mas em todas as Américas", recorda o Papa. A seguir, conclui:

“Que ela continue sendo para todos vocês a guia segura que os leva à comunhão e à vida plena em seu Filho Jesus Cristo.”

Nossa Senhora de Guadalupe

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Reflita com Dom Jacinto Bergmann:

Recuperar a beleza do “Hino do Amor”

George Orwell, no romance Keep the Aspidistra Flying (1936), tentou uma ousada reviravolta, infelizmente real na história do homem, substituindo “amor” por “dinheiro” no Hino do Amor, que o apóstolo das gentes, Paulo de Tarso, deixou escrito na Primeira Carta aos Coríntios, capítulo 13. Até soa estranho, mas, como já dito, muito real: “Ainda que eu fale todas as línguas, se não tiver dinheiro, sou como bronze que retine…se não tiver dinheiro não sou nada: o dinheiro tudo crê, tudo espera, tudo suporta…”

Dom Jacinto Bergmann

Está em jogo, porém, não o dinheiro, mas o amor. O apóstolo das gentes, retoma a radicalidade da dedicação no amor, já subjacente ao Discurso da Montanha do Mestre de Nazaré, o Filho de Deus (Mt 5-7) e escreve estas páginas mais fascinantes e célebres sobre o amor: um verdadeiro “Hino do Amor” (1Cor 13).

O Hino do Amor tem presente o eros e o ágape do amor. São Paulo, ao compô-lo, supõe o eros e acentua o ágape. O amor, como exposto com total propriedade teológica pelo Papa Bento XVI na sua Encíclica Deus Caritas est, tem esta dupla face: o eros e o ágape,  Andres Nygren, no seu famoso Livro Eros e Ágape, soube bem definir as duas facetas do amor, ambos substancialmente necessários: “Eros é desejo e tensão para o outro, ágape é sacrifício e doação para o outro; eros é o caminho do homem para Deus, ágape é o caminho de Deus para o homem; eros é conquista, ágape é graça; eros é auto afirmação nobre, ágape é amor desinteressado e doação de si”.

É conhecido o “Hino do Amor” paulino: “Ainda se eu falasse as línguas dos homens e as dos anjos, mas não tivesse amor; eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; se tivesse toda a fé, a ponto de remover montanhas, mas não tivesse amor, eu nada seria. Se eu gastasse todos os meus bens no sustento dos pobres e até entregasse meu corpo para me gloriar, mas não tivesse amor, de nada me aproveitaria. O amor é magnânimo, é benfazejo; não é invejoso, não é presunçoso nem arrogante, não faz nada de vergonhoso, não leva em conta o mal sofrido; não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Ele tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará”.

São Paulo começa retratando a pessoa humana dotada de todas as qualidades humanas e espirituais, mas vazia de amor. O dom das línguas – símbolo não só de capacidade intelectual, mas de capacidade místico-estática – torna-se, sem amor, o ribombo de um gongo ou o estrondo do símbolo dos cultos orgíacos da deusa Cibele. Três dons divinos supérrimos, como a profecia, a ciência (“gnose”) e a fé capaz de “remover montanhas” (Mc 11,23), sem amor não vale nada. A própria generosidade heroica e o desapego dos bens, se não sustentados pelo amor, não passam de auto glorificação ou de gestos heroico-espetaculares. O poeta brasileiro contemporâneo, Paulo Suess, assim retoma essa primeira parte do hino paulino: “Ainda que eu fale a língua de todas as tribos existentes e até dos povos desaparecidos da terra e da memória, se não tiver amor, sou como um trombone de frio metal, um computador trilíngue. Ainda que eu distribua todos os meus sapatos e todos os recursos, para socorrer o povo descalço e faminto, se não tiver amor, sou como uma das tantas cobaias revolucionárias, um caçador de borboletas ou um poeta sonhador”.

A segunda parte do Hino é semelhante a uma flor cujas pétalas representam as qualidades do amor: magnanimidade, bondade, humildade, desapego, generosidade, respeito, benignidade, perdão, justiça, verdade, tolerância, perseverança… É o cortejo das virtudes que acompanham o amor. Se o amor acaba (mas, sendo divino, não pode morrer… apenas a pessoa humana não o vive como “imagem e semelhança” de Deus-Amor), as virtudes humanas e religiosas desaparecem. E sem amor tudo fica feio porque desapareceu sua beleza.

A experiência da pandemia é a grande oportunidade para a humanidade recuperar a beleza do “Hino do Amor” das Sagradas Escrituras.

                                                           Dom Jacinto Bergmann - Arcebispo de Pelotas (RS)

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                                                                                         Fonte: cnbb.org.br        Foto: cnbbsul3.org.br

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Mensagem do Papa

para a Jornada Mundial da Juventude diocesana

"Sejam testemunhas junto dos muitos outros jovens que vocês encontram pelos ‘caminhos de Damasco’ do nosso tempo". São palavras do Papa Francisco na sua Mensagem para a Jornada Mundial da Juventude diocesana a ser celebrada em 21 de novembro nas Dioceses em todo o mundo: "Participem!" pede o Papa.

Foi publicada a mensagem do Papa Francisco aos jovens por ocasião da XXXVI Jornada Mundial da Juventude, jornada a ser celebrada em nível diocesano no próximo dia 21 de novembro, solenidade de Cristo Rei. O tema da sua mensagem: “Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!” (cf. At 26, 16), ilustra o longo texto escrito pelo Papa, que inicia com um convite: “Gostaria de tomar-vos pela mão, mais uma vez, para continuarmos juntos na peregrinação espiritual que nos conduz rumo à Jornada Mundial da Juventude de Lisboa em 2023”.

Depois de falar da provação sofrida pelas limitações causadas pela pandemia Francisco consolou: “Mas, graças a Deus, este não é o único lado da moeda. Se a provação pôs a descoberto as nossas fragilidades, fez emergir também as nossas virtudes, nomeadamente a predisposição à solidariedade”.

“Quando cai um jovem de certo modo cai a humanidade. Mas também é verdade que, quando um jovem se levanta, é como se o mundo inteiro se levantasse. Queridos jovens, que grande potencialidade tendes nas vossas mãos! Que força trazeis nos vossos corações!”

Sem os jovens não há recomeço

“Por isso, hoje, Deus diz a cada um de vós mais uma vez: "Levanta-te!" Espero de todo o coração que esta mensagem ajude a preparar-nos para tempos novos, para uma página nova na história da humanidade. Mas não há possibilidades de recomeçar sem vós, queridos jovens. Para levantar-se, o mundo precisa da vossa força, do vosso entusiasmo, da vossa paixão”. E explica: “É neste sentido que gostaria de meditar, juntamente convosco, sobre o trecho dos Atos dos Apóstolos onde Jesus diz a Paulo: ‘Levanta-te! Constituo-te testemunha do que viste’ (cf. At 26, 16)”.

“Saulo, Saulo!”

Ao ser chamado por Jesus pelo próprio nome, “o Senhor faz saber a Saulo que o conhece pessoalmente. É como se lhe dissesse: ‘Sei quem és, sei o que estás a tramar, mas, não obstante isso, é precisamente a ti que estou a falar’. Com efeito, só muda a vida um encontro pessoal, não anônimo, com Cristo”. “Será precisamente esta graça, este amor imerecido e incondicional, a luz que transformará radicalmente a vida de Saulo”.

“Quem és tu, Senhor?”

Perante esta presença misteriosa que o chama pelo nome, Saulo pergunta: ‘Quem és tu, Senhor?’ (At 26, 15). Trata-se duma questão extremamente importante, e todos nós mais cedo ou mais tarde na vida a devemos colocar. Não basta ter ouvido outros a falarem de Cristo; é necessário falar com Ele pessoalmente. No fundo, rezar é isto”. E Francisco mais uma vez explica: “Não podemos presumir que todos conheçam Jesus, mesmo na era da internet. A pergunta que muitas pessoas dirigem a Jesus e à Igreja é precisamente esta: ‘Quem és?’. Em toda a narrativa da vocação de São Paulo, esta é a única vez que ele fala. E, à sua pergunta, o Senhor responde prontamente: ‘Eu sou Jesus a quem tu persegues’ (26, 15).

‘Eu sou Jesus a quem tu persegues!’

“Através desta resposta, o Senhor Jesus revela um grande mistério a Saulo: que Ele Se identifica com a Igreja, com os cristãos”. “Quantas vezes ouvimos dizer: ‘Jesus sim, a Igreja não’, como se um pudesse ser alternativa à outra". E o Papa afirma: 

“Não se pode conhecer Jesus, se não se conhece a Igreja. Só se pode conhecer Jesus por meio dos irmãos e irmãs da sua comunidade. Ninguém pode dizer-se plenamente cristão, se não viver a dimensão eclesial da fé”

Necessidade de se comprometer

E neste ponto da mensagem o Papa recorda aos jovens: “O Senhor escolhe alguém que até O persegue, completamente hostil a Ele e aos seus. Mas, para Deus, não há pessoa que seja irrecuperável. Através do encontro pessoal com Ele, é sempre possível recomeçar. Nenhum jovem está fora do alcance da graça e da misericórdia de Deus”. "Quantos jovens sentem a paixão de se opor e ir contra corrente, mas trazem escondida no coração a necessidade de se comprometer, de amar com todas as suas forças, de se identificar com uma missão! No jovem Saulo, Jesus vê exatamente isto”.

Reconhecer a própria cegueira

Neste ponto Papa Francisco alerta que às vezes somos muito “convencidos da justeza da nossa posição” e não vemos, somos cegos de algum modo. Mas, quando descobrimos nossas fragilidades, o que sempre acontece, as certezas vacilam e de repente somos frágeis e pequenos. “Esta humildade – consciência da própria limitação – é fundamental. Quem pensa que sabe tudo sobre si mesmo, os outros e até sobre as verdades religiosas, terá dificuldade em encontrar Cristo".

“Tendo ficado cego, Saulo perdeu os seus pontos de referência. Ficando sozinho na escuridão, para ele as únicas coisas claras são a luz que viu e a voz que ouviu. Que paradoxo! Precisamente quando uma pessoa reconhece estar cega, começa a ver…”

Mudar de perspetiva

“A conversão de Paulo não é um voltar para trás - continua o Papa - mas abrir-se para uma perspetiva totalmente nova”. “É possível converter-se e renovar-se na vida ordinária, realizando as coisas que costumamos fazer, mas com o coração transformado e com motivações diferentes”. E o Papa recorda que no caso de Paulo “Jesus pede expressamente que vá até Damasco, para onde se dirigia. Paulo obedece, mas agora a finalidade e a perspetiva da sua viagem mudaram radicalmente. A partir de agora, verá a realidade com olhos novos: antes, eram os olhos do perseguidor justiceiro; a partir de agora, serão os do discípulo testemunha. Em Damasco, Ananias batiza-o e introdu-lo na comunidade cristã. No silêncio e na oração, Paulo aprofundará a sua experiência e a nova identidade que o Senhor Jesus lhe deu”.

Francisco faz um convite aos jovens: “Levanta-te e testemunha!”

“Hoje, o convite de Cristo a Paulo é dirigido a cada um e cada uma de vós, jovens: Levanta-te! Não podes ficar por terra a ‘lamentar-te com pena de ti mesmo’; há uma missão que te espera! Também tu podes ser testemunha das obras que Jesus começou a realizar em ti. Por isso, em nome de Cristo, eu te digo: Levanta-te e testemunha a tua experiência de cego que encontrou a luz, viu o bem e a beleza de Deus em si mesmo, nos outros e na comunhão da Igreja que vence toda a solidão”.

“O Senhor, a Igreja, o Papa confiam em vós e constituem-vos testemunhas junto de muitos outros jovens que encontrais pelos ‘caminhos de Damasco’ do nosso tempo”

Levantai-vos e celebrai a JMJ nas Igrejas Particulares!

Por fim o Papa Francisco reitera o convite à participação: “Renovo a todos vós, jovens do mundo inteiro, o convite a tomar parte nesta peregrinação espiritual que nos levará à celebração da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa no ano de 2023”. “Espero que todos nós possamos viver estas etapas como verdadeiros peregrinos e não como ‘turistas da fé’!” “A Bem-Aventurada Virgem Maria interceda por nós” .

                                                                                                                                Jane Nogara

LEIA O TEXTO INTEGRAL DA MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO

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                                                                                                              Fonte: vaticannews.va

Instituto Nacional da Família e da Pastoral Familiar

promove live sobre o tema “Família e Catequese”

O Instituto Nacional da Família e da Pastoral Familiar (INAPAF) promove, nesta segunda-feira (27), às 19h30, uma live com o tema “Família e Catequese. O convite para todos os agentes da Pastoral Familiar é dirigido, de forma especial, para os membros dos Núcleos de Formação e Espiritualidade dos regionais e dioceses de todo o Brasil.

“Família e Catequese” foi o tema do último Simpósio Nacional das Famílias, realizado em maio deste ano com o objetivo de destacar o papel da família na catequese, principalmente na relação dos pais com os filhos.

“Na vida da família, o Evangelho é transmitido e irradiado, onde todos os membros evangelizam e são evangelizados. A própria vida da família torna-se itinerário de fé. A catequese começa em casa e os pais são os primeiros permanentes catequistas de seus filhos. Pelo seu exemplo de vida quotidiana, tem a capacidade envolvente de transmitir aos filhos a beleza da fé cristã”, recorda o coordenador do INAPAF, Faustino Suchla Filho.

Durante a live, os coordenadores do INAPAF, Faustino e sua esposa Eloina, vão apresentar um olhar sobre a família, juntamente com as luzes e esperanças do século XXI. Em seguida, vão destacar a importância da transmissão da fé. Também serão apresentados os âmbitos da catequese familiar citados no novo diretório geral da catequese. “E lembraremos aos pais que eles são os sujeitos ativos da catequese”, pontua Faustino.

“A Igreja é chamada a colaborar com ação pastoral adequada junto aos pais para que possam cumprir a sua missão educativa recebida no sacramento do matrimônio. Quando os pais formam na fé os seus filhos, edificam a Igreja”, ressalta.

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