segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Papa Francisco nesta segunda-feira:

a escuta é indispensável para o diálogo

“Trata-se de aprender a ficar em silêncio, antes de tudo dentro de si mesmo, e a respeitar o outro: respeitá-lo não formalmente, mas na verdade, ouvindo-o, porque cada pessoa é um mistério". Palavras do Papa Francisco aos membros da Coordenação das Associações para a Comunicação (Copercom) recebidos nesta segunda-feira (31/10) no Vaticano.

Jane Nogara - Vatican News

O Papa Francisco recebeu na manhã desta segunda-feira (31/10) os membros da Coordenação das Associações para a Comunicação (Copercom) por ocasião do 25° aniversário de fundação. A Coordenação é uma organização que coloca em rede várias associações nacionais que trabalham no campo da comunicação. Francisco iniciou seu discurso afirmando que é uma boa oportunidade para refletir sobre a missão exigida de uma organização como esta nos dias atuais e afirmando “os processos de comunicação mudam contínua e rapidamente, e isto requer ‘algo mais’ no planejamento e na visão”. Em seguida refletiu sobre alguns objetivos.

Coordenação

“O primeiro - disse o Papa -  é, por assim dizer, institucional: a coordenação. É um objetivo nobre reunir várias realidades para atingir um fim específico. Coordenar é um verbo familiar. Mas para quem? Para quê? Estas são as perguntas que ajudam a definir melhor o compromisso diário com uma boa comunicação”. Explicando em seguida que talentos e habilidades devem ser feitos para dar frutos para o benefício de todos, a serviço da Igreja na Itália. “Eu os encorajo a começar daqui, e a olhar para o futuro com confiança, prontos também para tomar caminhos diferentes e inovadores” exortou.

Especialistas em mudanças

Um segundo objetivo é a mudança. Temos observado repetidamente que "o que estamos vivendo não é simplesmente uma época de mudanças, mas uma mudança de época”. Portanto, continuou Francisco “não devemos temer nosso envolvimento em desafios e oportunidades que o tempo presente nos apresenta. Vocês devem ser especialistas nisso: especialistas em mudanças! Na verdade, sendo responsável pela comunicação, vocês sabem muito bem como as inovações tecnológicas estão acelerando os processos e as transições geracionais”. Advertindo em seguida:

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“Mudança não significa se alinhar com a moda do momento, mas converter o modo de ser e de pensar, começando com uma atitude de surpresa com o que não muda e ainda assim é sempre novo! Surpresa que é o antídoto contra o hábito repetitivo e a autorreferencialidade”

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A escuta

Abordando o terceiro objetivo Francisco explicou que é um objetivo tríptico: “encontrar, escutar e falar. É uma espécie de 'a-b-c' do bom comunicador, porque é a dinâmica que sustenta toda boa comunicação. Primeiro, o encontro com o outro: significa abrir o coração, sem fingimento, para a pessoa à sua frente. O encontro é o pré-requisito para o conhecimento. Se não há encontro, não há comunicação. Depois vem a escuta”, explicou.

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“Trata-se de aprender a ficar em silêncio, antes de tudo dentro de si mesmo, e a respeitar o outro: respeitá-lo não formalmente, mas na verdade, ouvindo-o, porque cada pessoa é um mistério. A escuta é o ingrediente indispensável para que haja um verdadeiro diálogo. Só depois de ouvir é que vem a palavra”

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"A palavra, saída do silêncio e da escuta, pode se tornar anúncio, e então a comunicação se abre à comunhão. Encontrar, escutar e depois falar” recorda o Papa. Desejando em seguida que o trabalho dos presentes seja sempre “orientado por estas ações, sempre focalizando os substantivos, ou seja, as pessoas, mais do que os adjetivos que distraem”.

Sinodalidade

Por fim o Papa falou sobre o último elemento a ser considerado, o caminho sinodal. “Além da leitura temporal, caminhar de forma sinodal significa viver plenamente a eclesialidade. Assim como o Concílio Vaticano II, que estava dando seus primeiros passos há sessenta anos, ensinou. Peço-lhes, portanto, que deem sua contribuição específica para este caminho da Igreja na Itália. A fraternidade de vida pode abrir uma janela importante em uma época de grande conflitualidade. Que vocês sejam, em seu compromisso diário, testemunhas e tecelões de comunhão. Confiando os presentes a São Francisco de Sales, patrono dos jornalistas e comunicadores, e ao Beato Carlo Acutis, que “mostra como é importante ser criativo e engenhoso no mundo da comunicação digital” concluiu o Papa.

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Presidência da CNBB:

“O exercício da cidadania

não se esgota com o fim do processo eleitoral”

A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta segunda-feira, 31 de outubro, uma mensagem sobre a conclusão das Eleições 2022.  O momento, segundo a mensagem, “convoca-nos, ainda mais, para a reconciliação, essencial ao novo ciclo que se abre”.

A presidência da CNBB aponta o caminho que todos os brasileiros, indistintamente, precisam trilhar: acompanhar, exigir e fiscalizar aqueles que alcançaram êxito nas urnas. “O exercício da cidadania não se esgota com o fim do processo eleitoral”, diz o documento.

Em um trecho da mensagem, a CNBB cumprimenta candidatos eleitos, deputados, senadores, governadores e presidente da República e “parabeniza ainda o Tribunal Superior Eleitoral por sua atuação no zelo de todo o processo democrático”.

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“Todos possam caminhar unidos para a construção da política melhor, aquela que está a serviço do bem comum, conforme define o nosso amado Papa Francisco. São os votos da CNBB. É o que suplicamos em preces para o nosso país”.

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Conheça a íntegra da mensagem abaixo:

Mensagem da Presidência da CNBB
sobre a conclusão do processo eleitoral 2022

Saúde e paz!

A conclusão das Eleições 2022 convoca-nos, ainda mais, para a reconciliação, essencial ao novo ciclo que se abre. Agora, todos, indistintamente, precisam acompanhar, exigir e fiscalizar aqueles que alcançaram êxito nas urnas. O exercício da cidadania não se esgota com o fim do processo eleitoral.

A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – cumprimenta candidatos eleitos, deputados, senadores, governadores e presidente da República. Parabeniza ainda o Tribunal Superior Eleitoral por sua atuação no zelo de todo o processo democrático.

Todos possam caminhar unidos para a construção da política melhor, aquela que está a serviço do bem comum, conforme define o nosso amado Papa Francisco. São os votos da CNBB. É o que suplicamos em preces para o nosso país.

Com a materna intercessão de Nossa Senhora Aparecida – Rainha e Padroeira do Brasil, Deus muito abençoe a sua vida e a sua família.

Fraterno abraço, com apreço.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB
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domingo, 30 de outubro de 2022

Papa Francisco no Angelus deste domingo:

devemos ter o olhar de Cristo,
que procura os perdidos, com compaixão

O Papa Francisco rezou neste domingo o Angelus com os fiéis na Praça São Pedro e recordou a figura de Zaqueu e o seu encontro com Jesus.

Silvonei José – Vatican News

“O olhar de Deus nunca se detém em nosso passado cheio de erros, mas olha com infinita confiança para o que podemos nos tornar”: foi o que disse o Papa Francisco neste domingo, 30 de outubro, na alocução que precedeu o Angelus recitado com os fiéis reunidos na Praça São Pedro.

No dia em que a liturgia narra o Evangelho do encontro entre Jesus e Zaqueu, chefe dos publicanos na cidade de Jericó, Francisco disse que no centro desta narração está o verbo procurar. Zaqueu "procurava ver quem era Jesus" e Jesus, após encontrá-lo, afirma: "O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido".

Então o Papa se deteve nos dois olhares que se procuram: o olhar de Zaqueu que procura Jesus e o olhar de Jesus que procura Zaqueu.

Zaqueu, recordou Francisco, era um publicano, ou seja, um daqueles judeus que cobravam impostos em nome dos dominadores romanos, e se aproveitavam de sua posição. Por causa disso, era rico, odiado por todos e visto como um pecador.

O Evangelho diz que "ele era pequeno em estatura" e por isso talvez também alude à sua baixeza interior, à sua vida medíocre e desonesta, com o olhar sempre dirigido para baixo. No entanto, Zaqueu quer ver Jesus. E para ver Jesus subiu em um sicômoro. "Ele subiu em um sicômoro: Zaqueu, o homem que dominava tudo, segue o caminho do ridículo para ver Jesus. Basta pensar no que aconteceria se, por exemplo, um ministro da economia subisse numa árvore para olhar para outra coisa: arrisca de ser zombado. E Zaqueu arriscou-se de ser zombado para ver Jesus, ele se fez ridículo. 

“Zaqueu, em sua baixeza, sente a necessidade de procurar outro olhar, o de Cristo. Ele ainda não o conhece, mas está esperando que alguém o liberte de sua condição, que o tire da lama em que se encontra. Isto é fundamental: Zaqueu nos ensina que, na vida, nunca tudo está perdido. Podemos sempre abrir espaço para o desejo de recomeçar, de partir novamente, de se converter”.

Em seguida o Papa destacou que decisivo é o olhar de Jesus. Ele foi enviado pelo Pai para procurar quem se perdeu; e quando chega a Jericó, passa precisamente ao lado da árvore onde está Zaqueu.

O Evangelho relata que "Jesus olhou para cima e lhe disse: "Zaqueu, desce depressa, hoje devo ficar na tua casa" (v. 5).  O Papa disse que essa “é uma imagem muito bonita, porque se Jesus tem que olhar para cima, isso significa que ele está olhando para Zaqueu de baixo. Esta é a história da salvação: Deus não nos olhou do alto para nos humilhar e julgar; pelo contrário, Ele se abaixou ao ponto de lavar nossos pés, olhando para baixo e restituindo-nos dignidade.

“Assim, o encontro de olhares entre Zaqueu e Jesus parece resumir toda a história da salvação: a humanidade com suas misérias procura a redenção, mas antes de tudo Deus com sua misericórdia procura a sua criatura para salvá-la”.

Francisco pediu então que nos recordemos que “o olhar de Deus nunca se detém em nosso passado cheio de erros, mas olha com infinita confiança para o que podemos nos tornar”.

E se às vezes nos sentimos pessoas de baixa estatura, não à altura dos desafios da vida, muito menos do Evangelho, atolados em problemas e pecados, Jesus sempre nos olha com amor: como com Zaqueu, ele vem ao nosso encontro, nos chama pelo nome e, se o acolhemos, ele vem à nossa casa.

Então podemos nos perguntar, disse Francisco: como olhamos para nós mesmos? Sentimo-nos inadequados e nos resignamos, ou precisamente ali, quando nos sentimos desanimados, procuramos o encontro com Jesus? E depois: que olhar temos para com aqueles que erraram e estão lutando para se levantar do pó de seus erros? É um olhar de cima, que julga, despreza e exclui?

"Lembremos que só é permitido olhar uma pessoa de cima para baixo somente para ajudá-la a se elevar: nada mais. Somente assim é admissível olhar para alguém de cima para baixo". 

“Mas nós cristãos devemos ter o olhar de Cristo, que abraça de baixo, que procura os perdidos, com compaixão. Este é, e deve ser, o olhar da Igreja, sempre”.

O Papa concluiu rezando a Maria, para cuja humildade o Senhor olhou, pedindo-lhe o dom de um novo olhar sobre nós mesmos e sobre os outros.

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Assista:

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sábado, 29 de outubro de 2022

Reflexão para

o XXXI Domingo do Tempo Comum

Devemos procurar, como e com Jesus, ir ao encontro daqueles que não têm mais esperança, que perderam a fé, que precisam de uma palavra amiga; devemos dar testemunho cristão do anúncio evangélico.

A liturgia deste XXXI Domingo do Tempo Comum, que encerra o mês de outubro, mês das Missões, é muito rica, pois fala de arrependimento, perdão, conversão e encontro com o Senhor.

Encontro com o Senhor, como fez Zaqueu, no Evangelho de hoje, que instaurou com ele um diálogo sincero e uma profunda conversão. Zaqueu teve a felicidade de encontrar Jesus, pessoalmente, porque recebeu o perdão dos seus pecados e a graça da conversão. Segundo a tradição, Zaqueu tornou-se discípulo de Pedro e bispo de Cesareia.

Este episódio da conversão de Zaqueu encontra-se apenas em Lucas, o “evangelista da misericórdia de Cristo”, que destaca o amor de Cristo pelos pecadores, bem como a universalidade da salvação que ele trouxe ao mundo.

Zaqueu era um “chefe de publicanos”, cobradores de impostos dos romanos opressores. Ele podia usar desta sua profissão também para se enriquecer e cobrar mais do que a taxa justa, contrariamente ao significado do seu nome, que, em aramaico, significa homem puro.

Zaqueu era um cobrador de impostos na cidade de Jericó, uma grande cidade de comércio, situada à margem fértil do rio Jordão, uma encruzilhada que levava a Jerusalém.

Zaqueu sempre ouvia o povo falar de um homem, chamado Jesus de Nazaré e queria conhecê-lo de perto. Certo dia, cansado de trabalhar só com coisas materiais, decidiu matar a sua curiosidade, ou melhor, seguir a voz interior da sua consciência, a ponto de subir numa árvore, um “Sicômoro”, devido à sua pequena estatura, embora fosse um homem rico. Ele queria pelo menos ver aquele Nazareno, sobre o qual falavam tão bem, de cima de uma árvore, por causa da grande multidão que o seguia. Ao passar por aquele lugar, Jesus levantou os olhos e viu aquele homem e lhe disse: “Zaqueu, desce depressa, pois hoje quero me hospedar em sua casa”.

Com este gesto, o evangelista Lucas destaca a bondade e a condescendência de Jesus, que, diante dos olhos humanos, ia comer na casa de um pecador público. No entanto, este gesto do Senhor o levou à conversão, a uma mudança radical de vida. Tanto é verdade, que a avareza do “chefe de publicanos” foi compensada com uma grande generosidade, quando disse: “Senhor, vou dar a metade dos meus bens aos pobres e restituir quatro vezes mais o prejuízo que causei a alguém”. E Jesus lhe respondeu: “Hoje, a salvação entrou nesta casa”.

Este gesto de Jesus, hoje, nos leva a refletir sobre o acolhimento de quem vêm ao nosso encontro, pedindo ajuda, compreensão, conforto, consolação!

Devemos procurar, como e com Jesus, ir ao encontro daqueles que não têm mais esperança, que perderam a fé, que precisam de uma palavra amiga; devemos dar testemunho cristão do anúncio evangélico, que Jesus nos confiou; ir ao encontro dos que não professam nenhuma religião e são ateus.

Como o evangelista Lucas, devemos pregar o “Deus misericordioso” e trabalhar pelo progresso e a paz no mundo”.

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Dom Walmor sobre as eleições 2022:

dar um basta
aos sentimentos que contaminam o processo eleitoral


O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, divulgou uma mensagem em vídeo sobre as eleições. Recordando a prece do Papa Francisco na última quarta-feira, quando pediu a Nossa Senhora Aparecida que livre o povo brasileiro do ódio, da intolerância e da violência, dom Walmor fez um convite.

“Vamos dar um basta aos sentimentos que estão contaminando o processo eleitoral, dividindo famílias e rompendo amizades”.

Ele sublinha que templos foram profanados, sacerdotes a serviço do altar desrespeitados. “Situações graves que revelam a ausência de senso crítico, uma cega idolatria a pessoas, inviabilizando o adequado exercício da cidadania”.

Nesse sentido, o convite é para “um exame de nossas atitudes, verificar se, de fato, há coerência com o Evangelho, o Evangelho de Jesus, que nos pede compromisso com o amor fraterno, a não violência, o incansável serviço aos pobres e excluídos”.

Dom Walmor ainda alerta para a idolatria: “A nossa reverência de discípulos não pode ser dedicada a este ou àquele candidato, ao mercado ou ao dinheiro, mas a Jesus Cristo, o único mestre e o príncipe da paz”.
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Confira a mensagem na íntegra:

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Papa à Ação Católica:

“a fé é um dom que deve ser transmitido e testemunhado”

O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado (29/10), na Sala Paulo VI, no Vaticano, os jovens da Ação Católica italiana, engajados na pastoral paroquial.

Silvonei José, Manoel Tavares

O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado (29/10), na Sala Paulo VI, no Vaticano, os jovens da Ação Católica italiana, engajados na pastoral paroquial.

Antes de tudo, o Papa apreciou muito a ação dos jovens nas paróquias, porque apesar de pertencer a outra geração, como ele disse, nasceu e cresceu em um contexto social e eclesial diferente: na época, a paróquia, com seu pároco, era um ponto de referência central para a vida do povo: Missa dominical, catequese, sacramentos.

Hoje, porém, disse Francisco, a realidade sociocultural mudou muito, tanto que a missão da Igreja foi revista, sobretudo em relação às paróquias. Mas, uma coisa permanece essencial: para o nosso caminho de fé e crescimento, a experiência paroquial é sempre importante; é um ambiente “normal” onde aprendemos a ouvir o Evangelho, conhecer o Senhor Jesus, prestar um serviço gratuito, rezar em comunidade, partilhar projetos e iniciativas e sentir-nos parte do povo santo de Deus.

Os jovens da Ação Católica viveram e vivem uma experiência associativa, "entrelaçada" com a paróquia, onde se aprende o que significa fazer parte de uma comunidade cristã, participar, compartilhar, colaborar, rezar juntos.

Aprendemos, recordou o Papa, que na Igreja somos todos irmãos pelo Batismo, protagonistas e responsáveis, cada um com seus próprios dons, colocados à disposição da comunidade. A fé é um dom que deve ser transmitido e testemunhado. O cristão se interessa pela realidade social, com a qual contribui. Tudo isso, se realiza e se aprende na paróquia e na Ação Católica.

Logo, afirmou Francisco, pertencemos a gerações diferentes, mas temos em comum o amor pela Igreja e a paixão pela paróquia, a Igreja doméstica entre o povo.

Aqui, o Santo Padre compartilhou com os jovens presentes alguns aspectos da sua reflexão: fraternidade, relação com Cristo, fermento na sociedade, santidade. E explicou:

“Vocês querem contribuir para que a Igreja cresça na fraternidade. A Ação Católica não deve ser uma “sessão” católica e a Igreja não vai adiante com reuniões... Todos nós somos influenciados pela cultura do individualismo e do fechamento. Por isso, é preciso reagir, sair de nós e irmos ao encontro do outro na Eucaristia, fundamento da fraternidade na Igreja”.

Desta forma, afirmou o Papa, os cristãos se tornam "fermento" na sociedade, sal e luz para a humanidade, exemplos de santidade, como tantos santos: Francisco e Clara de Assis, Domingos Sávio, Maria Goretti, Carlos Acutis, Piergiorgio Frassati, que foi um membro ativo e entusiasta da Ação Católica Italiana, um jovem fiel, responsável e crível.

O Santo Padre concluiu sua saudação aos jovens da Ação Católica Italiana, engajados nas paróquias, exortando-lhes a “aprender, com a Virgem Maria, a guardar e meditar em seu coração os mistérios de Jesus”.

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sexta-feira, 28 de outubro de 2022

31º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e Reflexão
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1ª Leitura:  Sb 11,22-12,2

Leitura do Livro da Sabedoria:

Senhor, o mundo inteiro, diante de ti, é como um grão de areia na balança, uma gota de orvalho da manhã que cai sobre a terra. Entretanto, de todos tens compaixão, porque tudo podes. Fechas os olhos aos pecados dos homens, para que se arrependam.

Sim, amas tudo o que existe, e não desprezas nada do que fizeste; porque, se odiasses alguma coisa não a terias criado. Da mesma forma, como poderia alguma coisa existir, se não a tivesses querido? Ou como poderia ser mantida, se por ti não fosse chamada?

A todos, porém, tu tratas com bondade, porque tudo é teu, Senhor, amigo da vida. O teu espírito incorruptível está em todas as coisas! É por isso que corriges com carinho os que caem e os repreendes, lembrando-lhes seus pecados, para que se afastem do mal e creiam em ti, Senhor.

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Responsório: Sl 144 (145),1-2.8-9.10-11.13cd-14 (R cf.1)
- Bendirei eternamente vosso nome; para sempre, ó Senhor, o louvarei!
- Bendirei eternamente vosso nome; para sempre, ó Senhor, o louvarei!

- Ó meu Deus, quero exaltar-vos, ó meu Rei,/ e bendizer o vosso nome pelos séculos./ Todos os dias haverei de bendizer-vos,/ hei de louvar o vosso nome para sempre.

- Misericórdia e piedade é o Senhor,/ ele é amor, é paciência, é compaixão./ O Senhor é muito bom para com todos,/ sua ternura abraça toda criatura.

- Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem,/ e os vossos santos com louvores vos bendigam!/ Narrem a glória e o esplendor do vosso reino/ e saibam proclamar vosso poder!

- O Senhor é amor fiel em sua palavra,/ é santidade em toda obra que ele faz./ Ele sustenta todo aquele que vacila/ e levanta todo aquele que tombou.

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2ª Leitura: 2Ts 1,11-2,2

Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses:

Irmãos: Não cessamos de rezar por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação. Que ele, por seu poder, realize todo o bem que desejais e torne ativa a vossa fé.

Assim o nome de nosso Senhor Jesus Cristo será glorificado em vós, e vós nele, em virtude da graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.

No que se refere à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa união com ele, nós vos pedimos, irmãos: não deixeis tão facilmente transtornar a vossa cabeça, nem vos alarmeis por causa de alguma revelação, ou carta atribuída a nós, afirmando que o Dia do Senhor está próximo.

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Evangelho: Lc 19,1-10

Proclamação do Evangelho de São Lucas:

Naquele tempo, Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade. Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico.

Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo. Então ele correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali. Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”. Ele desceu depressa, e recebeu Jesus com alegria.

Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: “Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!” Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais”.

Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”.

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Reflexão do padre Johan Konings:

O pecador encontrando-se com Jesus

“Como eu não sei rezar, só queria mostrar meu olhar … ” diz o romeiro caipira de Pirapora…

O evangelho de hoje nos mostra assim uma pessoa que só quis encontrar, com seu olhar, o olhar de Jesus: Zaqueu, o chefe dos publicanos, aqueles corruptos que, por comissão, cobravam taxas para o imperialismo estrangeiro … Ora, encontrando o seu olhar, Jesus se convida a si mesmo para jantar na casa dele … A vida de Zaqueu se transforma. Converte-se, doa a metade de seus bens, restitui em quádrupo o que extorquiu (a lei romana obrigava a restituir o dobro). Jesus veio para este encontro. Veio procurar o que estava perdido. Foi um grande dia para ele: Deus se revelou maior que o pecado.

Para nós, este evangelho traz muita esperança. Significa que as pessoas não devem ser, sem mais, identificadas com seu pecado, com o sistema injusto no qual estão funcionando, com o imperialismo romano cobrando impostos por comissão ou qualquer outro sistema. Sabemos hoje cientificamente o que sempre se soube intuitivamente: não basta converter as pessoas, é preciso transformar as estruturas. Ora, Jesus mostra que a conversão da pessoa abala também a estrutura iníqua, pois esta teve que largar sua presa! A conversão de um pecador significa que alguém escapou do sistema do mal; é sinal do novo céu e da nova terra que estão por vir.

Em nossas comunidades existem dois perigos opostos, ambos muito prejudiciais. Ou se condena pura e simplesmente os ricaços e burgueses como inúteis para a Igreja dos pobres, ou se coloca todo o peso nos problemas e nas conversões individuais, sem que isso chegue a atingir a realidade social. Cada verdadeira conversão individual, tanto de um pobre como de um ricaço, mexe com as estruturas do mal e torna o Reino de Deus mais próximo.

E o papel da comunidade em tudo isso é:  provocar  o  encontro  do pecador com Jesus – ajudar Zaqueu a subir na árvore. 

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella:

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                                                     Reflexões e ilustração: franciscanos.org.br        Banner: cnbb.com.br 

Filme "A carta", baseado na Laudato Si' do Papa Francisco,

será lançado na CNBB no dia  3/11, às 10h

O filme-documentário “A Carta”, inspirado na Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco, será lançado na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no próximo dia 3 de novembro, às 10h. São parceiros na realização desta ação, a CNBB e sua Comissão Episcopal Especial para a Amazônia, a REPAM-Brasil (Rede Eclesial Pan-Amazônica) e o Movimento Laudato Si’. O lançamento poderá ser acompanhado, ao vivo, nas redes sociais da CNBB (Youtube, Facebook e Twitter) e dos parceiros.

O filme, já lançado no Vaticano dia 4 de outubro passado, dia de São Francisco, aborda o poder da humanidade para deter a crise ecológica. Os protagonistas do documentário são um indígena da Amazônia, um refugiado do Senegal, uma jovem ativista indiana e dois cientistas estadunidenses. Vozes representando outras vozes, muitas vezes não ouvidas, sobre as questões críticas relacionadas às mudanças climáticas.

O documentário “A Carta”, disponível gratuitamenteatravés de um serviço de streaming no canal YouTube, foi produzido pela equipe “Off the Fence”, vencedora de um Oscar, em colaboração com o Movimento Laudato si’ e os Dicastérios para a Comunicação e para a Promoção do Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. O documentário também tem parceria do YouTube Originals.

Cerimônia de lançamento

A cerimônia de lançamento na CNBB vai contar com a presença do bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da entidade, dom Joel Portella Amado, e do coordenador para Iberoamérica do Movimento Laudato Si’, Igor Bastos, que fará uma apresentação do filme. O cacique Dadá Borari, do povo Indígena Maró, no Estado do Pará, um dos personagens que travam um diálogo com o Papa no filme, também estará no lançamento.

Como gesto simbólico, no encerramento do evento, será plantada uma muda de pequi por adolescentes do Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos “Correndo Atrás de Um Sonho” que é mantido pela CNBB na região do Incra 8, em Brazlândia (DF). Os participantes também receberão um envelope, com a arte do filme, no qual constará trechos da Encíclica Papal Laudato Si’ e um QR code que dá acesso para assistir a versão brasileira no canal do Youtube Originals, e uma muda de semente do Cerrado.

Serviço:

O quê e onde: Lançamento no Brasil do filme “A Carta” na sede da CNBB
Quando e a que horas: 3 de novembro, às 10h
Contatos e mais informações: Assessoria de Comunicação da CNBB – 61 2103-8313 ou por e-mail: imprensa@cnbb.org.br

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                                                                                                                              Fonte: cnbb.org.br

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Sociedade do cansaço

é o tema de atualização teológica do clero

Ansiedade e cansaço foram temas refletidos com os padres da arquidiocese de Pouso Alegre (MG) em encontro de atualização formativa nos dias 25 e 26 de outubro.

O evento foi promovido pela Pastoral Presbiteral e ocorreu no seminário arquidiocesano, em Pouso Alegre. O encontro formativo do clero foi mediado pelo cônego Wilson Mário de Morais, vigário geral, e o padre Heraldo José dos Reis, coordenador dessa pastoral.

Dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R., arcebispo metropolitano, enviou mensagem aos padres por vídeo, justificando a sua ausência e incentivando a participação no evento. Dom Majella cumpre agenda no Vaticano, devido à visita Ad Limina Apostolorum.

O tema da atualização teológica foi o cansaço existencial e a ansiedade na contemporaneidade, sob a perspectiva ética. O assessor do evento foi o padre José Rafael Solano Durán, da arquidiocese de Londrina (PR). Ele é mestre e doutor em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e pós-doutorado em Teologia Moral e Familiar pelo Pontifício Instituto João Paulo II, da Universidade Lateranense, de Roma.

A atualização teológica está em sintonia com o projeto de formação permanente que, neste ano, está sendo refletido o tema da identidade presbiteral, em 2021, por sua vez, as reflexões foram a respeito da pessoa do presbítero e para o próximo ano as reflexões serão acerca da fraternidade presbiteral.

Padre José Rafael Solano Duran refletiu
os temas do cansaço e da ansiedade contemporâneos na vida do clero e da Igreja.

Na reflexão do tema, padre José Rafael falou sobre a síndrome de burnout, o pânico e o medo, presentes na sociedade contemporânea, caracterizada pelo cansaço. Destacou também problemáticas existenciais como a despersonalização e a redução da realização pessoal. Sobre patologias emocionais, detalhou o histrionismo, uma tendência de busca de constante atenção e reconhecimento do ser humano atual. Explicou também elementos da corporeidade na existência humana, sob as perspectivas psicanalítica e ética. Caracterizou o pessimismo e crises morais da atualidade que levam a uma existência medíocre e distante de grandes ideais.



Padres participaram
de grupos de reflexão e partilha sobre os temas da atualização teológica.

Padre José Rafael vinculou esses temas a elementos da missão do clero e da Igreja. Os padres participaram de grupos de reflexão sobre os assuntos apresentados e partilharam suas dúvidas e questionamentos.

Nas suas palestras, o assessor se fundamentou em referenciais filosóficos, teológicos, psicanalíticos, do Vaticano II, do magistério dos últimos papas e do papa Francisco. Ao final, padre José Rafael expôs possíveis ações para se viver de modo ético e humano na sociedade contemporânea, marcada pela ansiedade.

Ao final do encontro, os padres assessores de pastorais da arquidiocese apresentaram orientações sobre os eventos pastorais dos próximos meses.

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Texto: padre Thiago de Oliveira Raymundo
Imagens: seminarista Márcio Aurélio Gonçalves Júnior

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