sábado, 31 de dezembro de 2016

Papa Francisco:
Ajudar os jovens a encontrar horizontes concretos

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidiu neste sábado, 31 de dezembro, último dia do ano, na Basílica de São Pedro, as primeiras Vésperas com o Te Deum da Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria. 
«Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da Lei, para resgatar os que se encontravam sob o domínio da Lei, a fim de que fôssemos adotados como filhos» (Gal 4, 4-5).
“Hoje, ressoam com uma força particular estas palavras de São Paulo, que, de forma breve e concisa, nos introduzem no plano que Deus tem para nós: quer que vivamos como filhos. Ecoa aqui toda a história da salvação: Aquele que não estava sujeito à Lei decidiu, por amor, deixar de lado todo tipo de privilégio e entrar pelo lugar menos esperado, a fim de nos libertar.” 
“Longe de se encerrar num estado de ideia ou essência abstrata, quis estar perto de todos aqueles que se sentem perdidos, mortificados, feridos, desanimados, abatidos e amedrontados; perto de todos aqueles que, na sua carne, carregam o peso do afastamento e da solidão, para que o pecado, a vergonha, as feridas, o desconforto, a exclusão não tenham a última palavra na vida dos seus filhos.”
Bênção do Santíssimo
O Papa frisou que “o presépio nos convida a assumir esta lógica divina: não uma lógica centrada no privilégio, em favores, no compadrio; mas a lógica do encontro, da aproximação e da proximidade. O presépio nos convida a abandonar a lógica feita de exceções para uns e exclusões para outros. O próprio Deus veio quebrar a cadeia do privilégio que gera sempre exclusão, para inaugurar a carícia da compaixão que gera a inclusão, que faz resplandecer em cada pessoa a dignidade para que foi criada. Um menino envolto em panos mostra-nos a força de Deus que interpela como dom, como oferta, como fermento e oportunidade para criar uma cultura do encontro”.
“Queremos hoje, diante do Menino de Belém, admitir a necessidade que temos de que o Senhor nos ilumine, pois tantas vezes parecemos míopes ou ficamos prisioneiros da atitude decididamente egocêntrica de quem quer forçar os outros a entrar nos próprios esquemas. Ver o presépio implica saber que o tempo que nos espera requer iniciativas cheias de audácia e esperança, bem como a renúncia a vãos protagonismos ou a lutas intermináveis para sobressair”, sublinhou Francisco.
“Ao ver o presépio, deparamo-nos com os rostos de José e Maria: rostos jovens, cheios de esperanças e aspirações, cheios de incertezas; rostos jovens, que perscrutam o futuro com a tarefa não fácil de ajudar o Deus-Menino a crescer. Não se pode falar de futuro sem contemplar estes rostos jovens e assumir a responsabilidade que temos para com os nossos jovens; mais do que responsabilidade, a palavra justa é dívida: sim, a dívida que temos para com eles. Falar de um ano que termina, é nos sentir convidados a pensar como estamos a nos interessar pelo lugar que os jovens têm em nossa sociedade”.
Segundo o Papa, “criamos uma cultura que por um lado idolatra a juventude procurando torná-la eterna, mas por outro, paradoxalmente, condenamos os nossos jovens a não possuir um espaço de real inserção, porque lentamente os fomos marginalizando da vida pública, obrigando-os a emigrar ou a mendigar trabalho que não existe ou que não lhes permite projetar o amanhã. Privilegiamos a especulação em vez de trabalhos dignos e genuínos que lhes permitam ser protagonistas ativos na vida da nossa sociedade. Esperamos deles e exigimos que sejam fermento de futuro, mas os discriminamos e condenamos a bater a portas que, na maioria delas, permanecem fechadas”.
“A cada um de nós é pedido para assumir o próprio compromisso – por mais insignificante que possa parecer – de ajudar os nossos jovens a encontrar aqui na sua terra, na sua pátria, horizontes concretos de um futuro a construir. Não nos privemos da força das suas mãos, das suas inteligências, das suas capacidades de profetizar os sonhos dos seus idosos. Se queremos apontar para um futuro que seja digno deles, só o poderemos alcançar apostando numa verdadeira inclusão: a inclusão resultante do trabalho digno, livre, criativo, participativo e solidário”, concluiu Francisco. (MJ)
Segue, na íntegra, a homilia do Papa Francisco nas primeiras vésperas da Solenidade de Maria Mãe de Deus. 
HOMILIA DO SANTO PADRE
«Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da Lei, para resgatar os que se encontravam sob o domínio da Lei, a fim de recebermos a adoção de filhos» (Gal 4, 4-5).
Hoje ressoam com uma força particular estas palavras de São Paulo, que, de forma breve e concisa, nos introduzem no plano que Deus tem para nós: quer que vivamos como filhos. Ecoa aqui toda a história da salvação: Aquele que não estava sujeito à Lei decidiu, por amor, deixar de lado qualquer tipo de privilégio (privus legis) e entrar pelo lugar menos esperado, a fim de nos libertar a nós que estávamos – nós, sim – sob a Lei. E a novidade é que decidiu fazê-lo na pequenez e fragilidade dum recém-nascido; decidiu aproximar-Se pessoalmente e, na sua carne, abraçar a nossa carne; na sua fraqueza, abraçar a nossa fraqueza; na sua pequenez, superar a nossa. Em Cristo, Deus não Se mascarou de homem, fez-Se homem e partilhou em tudo a nossa condição. Longe de se encerrar num estado de ideia ou essência abstrata, quis estar perto de todos aqueles que se sentem perdidos, mortificados, feridos, desanimados, abatidos e amedrontados; perto de todos aqueles que, na sua carne, carregam o peso do afastamento e da solidão, para que o pecado, a vergonha, as feridas, o desconforto, a exclusão não tenham a última palavra na vida dos seus filhos.
O presépio convida-nos a assumir esta lógica divina: não uma lógica centrada no privilégio, em favores, no compadrio; mas a lógica do encontro, da aproximação e da proximidade. O presépio convida-nos a abandonar a lógica feita de exceções para uns e exclusões para outros. O próprio Deus veio quebrar a cadeia do privilégio que gera sempre exclusão, para inaugurar a carícia da compaixão que gera a inclusão, que faz resplandecer em cada pessoa a dignidade para que foi criada. Um menino envolto em panos mostra-nos a força de Deus que interpela como dom, como oferta, como fermento e oportunidade para criar uma cultura do encontro.
Não podemos dar-nos ao luxo de ser ingénuos; sabemos que nos vem, de vários lados, a tentação de viver nesta lógica do privilégio que, ao separar, nos separa; ao excluir, nos exclui; ao confinar os sonhos e a vida de muitos dos nossos irmãos, nos confina.

Queremos hoje, diante do Menino de Belém, admitir a necessidade que temos que o Senhor nos ilumine, pois tantas vezes parecemos míopes ou ficamos prisioneiros da atitude decididamente egocentrista de quem quer forçar os outros a entrar nos próprios esquemas. Precisamos da luz que nos faça aprender com os nossos próprios erros e tentativas, a fim de melhorar e nos vencermos; aquela luz que nasce da consciência humilde e corajosa de quem, todas as vezes, encontra força para se erguer e recomeçar.

Quando chega ao fim mais um ano, paremos diante do presépio para agradecer todos os sinais da generosidade divina na nossa vida e na nossa história, que se manifestou de inúmeras maneiras no testemunho de tantos rostos que anonimamente souberam arriscar. Agradecimento esse, que não quer ser nostalgia estéril nem vã recordação do passado idealizado e desencarnado, mas memória viva que ajude a suscitar a criatividade pessoal e comunitária, pois sabemos que Deus está connosco.
Paremos diante do presépio a contemplar como Deus Se fez presente durante todo este ano, lembrando-nos assim de que cada tempo, cada momento é portador de graça e bênção. O presépio desafia-nos a não dar nada e ninguém como perdido. Ver o presépio significa encontrar a força de ocupar o nosso lugar na história, sem nos perdermos em lamentos nem azedumes, sem nos fecharmos nem evadirmos, sem procurar atalhos que nos privilegiem. Ver o presépio implica saber que o tempo que nos espera requer iniciativas cheias de audácia e esperança, bem como a renúncia a vãos protagonismos ou a lutas intermináveis para sobressair.
Ver o presépio é descobrir como Deus Se envolve envolvendo-nos, tornando-nos parte da sua obra, convidando-nos a acolher com coragem e decisão o futuro que temos à nossa frente.
Ao ver o presépio, deparamo-nos com os rostos de José e Maria: rostos jovens, cheios de esperanças e aspirações, cheios de incertezas; rostos jovens, que perscrutam o futuro com a tarefa não fácil de ajudar o Deus-Menino a crescer. Não se pode falar de futuro sem contemplar estes rostos jovens e assumir a responsabilidade que temos para com os nossos jovens; mais do que responsabilidade, a palavra justa é dívida: sim, a dívida que temos para com eles. Falar de um ano que termina, é sentirmo-nos convidados a pensar como estamos a interessar-nos com o lugar que os jovens têm na nossa sociedade.
Criamos uma cultura que por um lado idolatra a juventude procurando torná-la eterna, mas por outro, paradoxalmente, condenamos os nossos jovens a não possuir um espaço de real inserção, porque lentamente os fomos marginalizando da vida pública, obrigando-os a emigrar ou a mendigar ocupação que não existe ou que não lhes permite projetar o amanhã. Privilegiamos a especulação em vez de trabalhos dignos e genuínos que lhes permitam ser protagonistas ativos na vida da nossa sociedade. Esperamos deles e exigimos que sejam fermento de futuro, mas discriminamo-los e «condenamo-los» a bater a portas que, na maioria delas, permanecem fechadas.
Somos convidados a não ser como o estalajadeiro de Belém que, à vista do jovem casal, dizia: aqui não há lugar. Não havia lugar para a vida, para o futuro. A cada um de nós é pedido para assumir o compromisso próprio – por mais insignificante que possa parecer – de ajudar os nossos jovens a encontrar aqui na sua terra, na sua pátria, horizontes concretos de um futuro a construir. Não nos privemos da força das suas mãos, das suas inteligências, das suas capacidades de profetizar os sonhos dos seus idosos (cf. Jl 3, 1). Se queremos apontar para um futuro que seja digno deles, só o poderemos alcançar apostando numa verdadeira inclusão: a inclusão resultante do trabalho digno, livre, criativo, participativo e solidário (cf. Discurso na atribuição do Prémio Carlos Magno, 6 de maio de 2016).
Ver o presépio desafia-nos a ajudar os nossos jovens para não ficarem desiludidos à vista das nossas imaturidades, e a estimulá-los para que sejam capazes de sonhar e lutar pelos seus sonhos; capazes de crescer e tornar-se pais e mães do nosso povo.
Olhando o ano que acaba, como nos faz bem contemplar o Deus-Menino! É um convite a voltar às fontes e às raízes da nossa fé. Em Jesus, a fé faz-se esperança, torna-se fermento e bênção: «Ele permite-nos levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 3).
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Assista:
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Reflexão para este final de ano

Que as alegrias sejam maiores!

"Felizes os que temem o Senhor, os que andam em seus caminhos" (Sl 127,1)
Ao concluirmos o ano de 2016, voltemos nosso olhar para o infinito dos céus e deixemos que as luzes da esperança brilhem em nossos corações.
Feliz 2017 para você, sua família, amigos e comunidade de fé!
O ser humano é dotado de esperança e vontade renovada para recomeçar e agir em busca do novo e daquilo que pode ser melhor. O que temos de melhor são as pessoas que estão ao nosso redor. Convido os amigos e amigas a fixarem os olhos nas pessoas que mais estiveram perto de você durante esse ano que termina. Olha, silencia, fixa o olhar, deixa que as lembranças fortes venham à tona em sua mente e descubra que em cada instante, essas pessoas fizeram algo por você. Não se deixe tomar pelo desânimo e tristezas que assolaram sua vida. Não vivemos para as amarguras, mas para as alegrias. No silêncio da sua mente, relembre momentos bons, de gritaria, de felicidade, pulos de satisfação, abraços eternos, que, mesmo sendo por instantes, fez o belo, o bom, o prazeroso, o emocionante ser o eco marcante em sua vida. Portanto, cative e projete os bons momentos em que viveu ao redor da mesa, na sala da sua casa, nos bancos da escola, nas mesas do escritório, na labuta da lavoura, enfim, na sua ação constante que te construiu e te edificou na vida. Que o bom Deus continue derramando mais água no mar da sua existência. Com Deus nunca há mesquinharia, deficiência, miséria e insuficiência. Agradeça as conquistas, sonhos realizados, avanços na vida profissional, acertos na sua família, fé renovada e agraciada com os salmos da vida que te encantou e te projetou mais luz, mais satisfação e muita vontade de ser melhor e amar com mais intensidade.
Surpreenda no Novo Ano, queira ser melhor, não repita decepções. Faça algo para você mesmo, ame a si mesmo e deixe-se amar para experimentar o prazer do amor que é infinito, constante e eterno. Descubra que amar é ser correto, sensível e eficaz na alteridade. O outro é sempre a medida para você mesmo, o outro, a outra são parceiros na sua existência te mostrando a eficiência ou deficiência do seu jeito de ser. Portanto, olhe, silencie, observe e mensure o seu modo de ser para agradar, atrair, ser útil e importante para as pessoas que estão ao seu redor. Não despreze ninguém, olhe novamente para as pessoas que estiveram contigo grande parte desse ano. Agradeça os puxões de orelha, as correções fraternas, as freadas que te fizeram retornar no caminho da segurança, e da fidelidade para ser mais feliz e fecundo no dia a dia.
Não te entregues ao desânimo e as tristezas. Seja uma pessoa boa e cultivadora de boas perspectivas. Olhe para as conquistas, erga a cabeça, deixe a luz brilhar, a estrela guia te conduzir. Deixe o Menino Jesus da manjedoura entrar no seu coração. Cresça com ele no dia a dia e busque a maturidade do bem existir. Descubra os grandes valores que são os alicerces da sua vida, honestidade, simplicidade, idoneidade, fidelidade, serviço, dignidade, fé, sensibilidade, hospitalidade, respeito, compaixão e misericórdia. 
Nesse Ano Mariano, a ternura de Deus, revelada em Maria, seja a fortaleza em suas atitudes, buscas, sonhos e realizações para 2017.
Cuide bem da sua vida, ela é uma só, ela é essa mesma que você é. Não despreze, tome a cruz e sinta que o amor supera tudo, não seja frouxo, desaminado, mas olhe para a cruz de Cristo que te dá força, estímulo e superação. Assim a vida terá novo sabor, mais encanto, vontade firme e segura para ser uma pessoa qualificada, harmoniosa, meiga, amiga para toda e qualquer situação.
Diga no fundo do seu coração, obrigado meu Deus por todos os momentos desse ano que termina e que as forças sejam constantes em todos os minutos do próximo ano.
Um abençoado e Feliz Ano Novo.
Dom Severino Clasen - Bispo de Caçador (SC) - Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral para o Laicato
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Primeiras Vésperas da Santa Mãe de Deus e o "Te Deum"

Cidade do Vaticano (RV) – Neste último dia do ano, 31 de dezembro de 2016, o Papa Francisco preside na Basílica Vaticana, às 17h locais (14h de Brasília), às Primeiras Vésperas da Solenidade da Santíssima Mãe de Deus, Maria, com o canto do Te Deum e a Bênção do Santíssimo Sacramento.
Origem do Te Deum”.
O Te Deum é um hino litúrgico tradicional. Seu texto foi musicado por vários compositores, entre os quais Wolfgang Amadeus Mozart, Franz Joseph Haydn, Hector Berlioz, Anton Bruckner, Antonín Dvorák, e até o imperador do Brasil, Dom Pedro I.
"Te Deum": canto de agradecimento no último dia do ano
O Te Deum “é um hino muito antigo, alguns atribuem até a Santo Ambrósio e Santo Agostinho, mas já no século VI, São Bento fez menção a este hino. Trata-se de um hino de louvor a Deus, de ação de graças.
Este hino, que inicia com as palavras “Te Deum laudamos” (“a vós, ó Deus, louvamos”), tem um sentido trinitário porque menciona três pessoas, fazendo com que nós nos unamos aos anjos quando dizem: “A Ti aclamam todos os Anjos, os céus, todas as potestades, os querubins e os serafins”.
Assim, nós nos unimos a esta aclamação dos anjos a Deus, dizendo “Santo, Santo, Santo”, como na Missa. Com este canto, também pedimos a Deus que venha em socorro dos seus servos.
Este hino é cantado na tarde do último dia do ano (31), no final das Primeiras Vésperas da Solenidade da Santa Mãe de Deus. Antigamente, este celebração era comum.
Na história do Brasil, sabemos que quando Dom João VI chegou em terras brasileiras, ao desembarcar foi à Catedral para participar do canto do Te Deum. Quando Dom Pedro I e Dom Pedro II visitavam as cidades eram recebidos com este canto de agradecimento. Não eram celebradas Missas, mas o Te Deum.
A celebração das Vésperas, que contava com uma homilia, algum canto, uma celebração litúrgica, se perdeu um pouco no século XIX. Hoje em dia, é prescrita para o Ofício Divino, aos domingos, festas e solenidades, equivalente ao Glória da Missa.
Anos atrás, Paulo VI e João Paulo II iam à igreja dos jesuítas, Igreja do Jesus, em Roma, no último dia do ano e presidiam ao hino do Te Deum. Muitas vezes, este canto se faz durante a exposição do Santíssimo Sacramento. (MT)
Hino do "Te Deum"
A Vós, ó Deus, louvamos e por Senhor nosso Vos confessamos.
A Vós, ó Eterno Pai, reverencia e adora toda a Terra.
A Vós, todos os Anjos, a Vós, os Céus e todas as Potestades; a Vós, os Querubins e Serafins com incessantes vozes proclamam: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos!
Os Céus e a Terra estão cheios da vossa glória e majestade.
A Vós, o glorioso coro dos Apóstolos, a Vós, a respeitável assembleia dos Profetas, a Vós, o brilhante exército dos mártires engrandece com louvores!
A Vós, Eterno Pai, Deus de imensa majestade,
ao Vosso verdadeiro e único Filho, digno objeto das nossas adorações, do mesmo modo ao Espírito Santo, nosso consolador e advogado.
Vós sois o Rei da Glória, ó meu Senhor Jesus Cristo!
Vós sois Filho sempiterno do vosso Pai Onipotente!
Vós, para vos unirdes ao homem e o resgatardes não Vos dignastes de entrar no casto seio duma Virgem!
Vós, vencedor do estímulo da morte, abristes aos fiéis o Reino dos Céus;
Vós estais sentado à direita de Deus, no glorioso trono do vosso Pai!
Nós cremos e confessamos firmemente que de lá haveis de vir a julgar no fim do mundo.
A Vós, portanto, rogamos que socorrais os vossos servos a quem remistes com o Vosso preciosíssimo Sangue.
Fazei que sejamos contados na eterna glória, entre o número dos Vossos Santos.
Salvai, Senhor, o vosso povo e abençoai a vossa herança, regei-os e exaltai-os eternamente para maior glória vossa.
Todos os dias Vos bendizemos e esperamos glorificar o vosso nome agora e por todos os séculos.
Dignai-Vos, Senhor, conservar-nos neste dia e sempre sem pecado.
Tende compaixão de nós, Senhor, compadecei-Vos de nós, miseráveis.
Derramai sobre nós, Senhor, a vossa misericórdia, pois em Vós colocamos toda a nossa esperança.
Em Vós, Senhor, esperei, não serei confundido.
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                                                                                            Fonte: radiovaticana.va   news.va

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O ano do Papa Francisco

Retrospectiva 2016

Rádio Vaticano (RV) – O vídeo com a retrospectiva do ano de 2016 do Papa Francisco recorda alguns momentos históricos e emblemáticos vividos pelo Pontífice no ano que termina.
Assista:
- A visita à Sinagoga de Roma (janeiro);
- O encontro o patriarca Kirill em Havana e a viagem ao México (fevereiro);
- A missa do lava-pés em Roma e a sexta-feira Santa na Basílica Vaticano (março);
- A visita à Ilha de Lesbos, na Grécia (abril);
- O encontro com o Grande Imam de Al-Azhar no Vaticano (maio);
- A Viagem apostólica na Armênia (junho);
- A visita a Auschwitz e o anúncio da próxima JMJ no Panamá (julho);
- O almoço com as famílias sírias na Casa Santa Marta (agosto);
- A canonização de Madre Teresa e a viagem à Geórgia e ao Azerbaijão (setembro);
- A vista a Amatrice (outubro);
- O Consistório para a criação de novos cardeais (novembro);
- O fechamento da Porta Santa, o aniversário de 80 anos do Papa Francisco, a bênção Urbi et Orbi no Natal (dezembro). (rb)
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                                                                                            Fonte: radiovaticana.va   news.va

Leituras da

Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus


1ª Leitura: Nm 6,22-27
O Senhor falou a Moisés, dizendo: 'Fala a Aarão e a seus filhos: Ao abençoar os filhos de Israel, dizei-lhes: O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz! Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei'.
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Salmo: 66
Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção. 
Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.  
- Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, e sua face resplandeça sobre nós! Que na terra se conheça o seu caminho e a sua salvação por entre os povos.
- Exulte de alegria a terra inteira, pois julgais o universo com justiça; os povos governais com retido, e guiais, em toda a terra, as nações.
- Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem! Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, e o respeitem os confins de toda a terra!
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2ª Leitura: Gl 4,4-7
Irmãos: Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá - ó Pai! Assim já não és mais escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso, por graça de Deus.
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Evangelho:  Lc 2,16-21
Naquele tempo os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido, deitado na manjedoura. Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. E todos os que ou viram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. Quanto a Maria, guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração. Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido.
Reflexão:
Maria, "Porta do Céu"

Nas ladainhas chamamos Maria “Porta do Céu”. Porta para nós subirmos, ou para Deus descer? A festa de hoje confirma as duas interpretações.
“Nascido de mulher, nascido sob a Lei”, assim Paulo qualifica Jesus (1ª leitura).
Jesus nasceu como todo ser humano de uma mãe humana, Maria, e dentro de uma sociedade humana, a sociedade
de Israel, com sua “lei”, regime ao mesmo tempo religioso e sociopolítico. O evangelho narra que Jesus, no oitavo dia do nascimento, foi acolhido na sociedade judaica pela circuncisão e pela imposição do nome, como teria acontecido a qualquer masculino dentre nós se tivesse nascido naquela sociedade.
Maria, Mãe de Deus e nossa
Maria é, portanto, mãe do verdadeiro homem e judeu Jesus de Nazaré, mas nós a celebramos hoje como “Mãe de Deus”… Como se conjugam essas duas maternidades? Não são duas, são uma só!.
O título “Mãe de Deus” foi conferido a Maria pelo Concílio de Éfeso no ano 431 d.C. Este mesmo concílio insistiu que Jesus foi igual a nós em tudo menos o pecado (cf. Hb 4, 15) e viveu e sofreu na carne de maneira verdadeiramente humana. Vinte anos depois, o concílio de Calcedônia chamou Jesus “verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem”. É por ser mãe de Jesus humanamente que Maria é chamada Mãe de Deus, pois a humanidade e a divindade de Jesus humanamente que Maria é chamada Mãe de Deus, pois a humanidade e a divindade de Jesus não se podem separar. Dando Jesus ao mundo Maria deu Deus a todos nós.
Em Jesus, Maria faz Deus nascer no meio do povo. Maria é o ponto de inserção de Deus na humanidade. Neste sentido ela é “porta do céu”, porta para Deus que desce até nós e pela qual nós temos acesso a Deus. Toda mulher-mãe é ponto de inserção de vida nova no meio do povo. Em Maria, essa vida nova é vida divina. Deus se insere no povo por meio da maternidade que ele mesmo criou.
De maneira semelhante, Deus respeita também a Lei que ele mesmo criou e comunicou ao povo. Seu Filho nasceu sob a Lei e foi circuncidado conforme a Lei. As estruturas políticas e sociais do povo, quando condizentes com a vontade de Deus, são instrumento para Deus se tornar presente em nossa história. Deus mostrou isso em Jesus. E quando as leis e estruturas são manipuladas a ponto de se tornarem injustas, o Filho de Deus as assume para as transformar no sentido do seu amor. Por isso, Jesus morreu por causa da Lei, injustamente aplicada a ele.
Assim como pela maternidade humano-divina Maria se tornou “Porta do Céu”, a comunidade humana é chamada a tornar-se acesso de Deus ao mundo e do mundo a Deus. A vida do povo, suas tradições, cultura e estruturas políticas e sociais devem ser um caminho de Deus e para Deus, não um obstáculo. Por isso é preciso transformar a vida humana e as estruturas da sociedade, quando não servem para Deus e não condizem com a dignidade que Deus lhes conferiu pelo nascimento de Jesus de mulher e sob a Lei.
                                  Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                                              Reflexão e Ilustração: franciscanos.org.br  Banner: cnbb.org.br

A Igreja celebra hoje a Festa da Sagrada Família

Na casa de Nazaré aprendemos a riqueza do coração

O Beato Paulo VI, quando foi em peregrinação à terra de Jesus, Israel, fez uma visita a Nazaré. Fez uma bela reflexão a partir do que sentia por estar naquele lugar santificado pela presença de Jesus, Maria e José. Diz: “Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho. Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa manifestação tão simples, tão humilde e tão bela, do Filho de Deus” (Alocuções 05.01.64).
"A pobreza que aprendemos em Nazaré é a riqueza do coração."
Que podemos aprender de Nazaré? A Sagrada Família mostra muito bem como viver para Deus num mundo que insiste em negá-lo. Certamente podemos pensar que o povo de Israel tinha fé, era religioso e devoto. Mas... acabaram com Jesus e recusaram o Evangelho. Já desde o Antigo Testamento, na linguagem dos profetas, se fala de um rosto fiel, os pobres de Javé (Sf 3,13). A família de Jesus, seus discípulos e seguidores eram os pobres. Viviam para Deus, nas muitas dificuldades e até violências da vida. A vida da família de Jesus por viver em Nazaré, que era lugar pobre e sem expressão, vive a intensidade da vida. Inclusive religiosa, pois ali não havia uma organização do culto como nas grandes cidades. Ser consagrado a Deus (nazareno) exige essa abertura total a Deus na simplicidade. É uma escola. Percebemos isso na vida de Jesus. Nessa vida foi educado. Sempre para Deus, em qualquer situação e circunstância. Cantamos: “Na casa de Nazaré, o sim ecoou sereno e Deus se fez pequeno”. Responder a Deus é simples e discreto.
Nazaré, segundo os estudos arqueológicos, era um lugarejo fora das rotas das estradas. Devia ter uns duzentos habitantes. Eram muito humildes e pobres. Eram capazes de viver intensamente com o pouco que tinham. A pobreza que se prega, não é tanto a falta de coisas, mas a abertura para Deus como maior riqueza. Então tudo é grande, é precioso, é rico. Podemos dizer que o melhor recheio para um pão sofrido é o amor. O desapego faz de qualquer coisa uma grande riqueza. Receita para uma boa saúde: pão com amor.
Procuramos encher nossa vida com tanta coisa. O pouco quando é amado é grande riqueza. Não procuramos que faltem coisas. Queremos a fartura para todos. Mas a fartura sem o sentido da riqueza de Deus nunca satisfaz. A pobreza que aprendemos em Nazaré é a riqueza do coração. Quanto faz falta para nós a simplicidade, a capacidade de servir, de ficar feliz em todo lugar, mesmo se falta alguma coisa. Vivendo no amor, tudo é gostoso e rico. Um colega missionário, vivendo na Angola durante a guerra dizia: “A gente comia folhas e era feliz”. Faltava tudo. Tinha o alimento para o coração. Não se quer miséria.
A Família de Nazaré ensina também a viver com os outros. Quantas vezes Jesus e Maria terão ido ao poço buscar a água. As casas eram extremamente humildes. Quem sabe um cômodo para a família e algum ambiente para animais e as poucas reservas. Jesus era filho do carpinteiro, mas suas parábolas são sobre o campo e o lago. Ali cada um tinha sua pequena plantação e alguns animais. Era uma grande família. Viviam próximos e dedicados uns aos outros. Tudo era comum. Problemas não faltavam. É nesse ambiente que devemos procurar as virtudes da Sagrada Família e fazer sagrada a nossa família. Nesse ambiente simples, a simples família foi suficiente para educar o Filho de Deus feito Homem. Em qualquer circunstância podemos ter um coração capaz de amar e servir a Deus. Assim o povo sofrido poderá encontrar nova sorte.
                                          Pe. Luiz Carlos de Oliveira - Missionário Redentorista
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                                                                                                                      Fonte: a12.com
A família que caminha com Jesus

Na oitava de Natal celebramos a festa da Sagrada Família, contemplando o conjunto que rodeia ao Menino Deus em razão da sua encarnação. Deus quis nascer num lar, e o primeiro lugar que Ele santificou e restaurou foi a família.
Para salvar a pessoa humana Jesus tinha que assumir um povo, uma cultura e uma família. Nesta família santa integrada por Maria e José, o Filho do Homem aprendeu o valor da oração, do trabalho, da solidariedade, da pobreza evangélica e a sabedoria dos anawim, isto é, dos que esperam e confiam no bom Deus.
Jesus, Maria e José abençoai nossas famílias!
Quando São Lucas registra que Jesus crescia em graça e tamanho diante de Deus, está assinalando a pedagogia da encarnação e humanização escolhida para resgatar a pessoa desde dentro, a partir da própria carne. Quando nos referimos aos anos ocultos de Jesus, o que deu pano para muitas hipóteses estapafúrdias e mirabolantes, esquecemos que nessa vida cotidiana assumida na simplicidade e na árdua labuta de quem tem que trabalhar como filho do carpinteiro José, Cristo estava salvando a todos os lares, curando e elevando a ordem da graça a realidade familiar com todos os seus valores e desafios.
Estava a mostrar que mesmo nas agruras e dificuldades do exílio no Egito como família de refugiados e perseguidos, era possível cumprir perfeitamente a vontade do Pai e transparecer a sua misericórdia e ternura.
Hoje a família passa por turbulências e também perseguições que tratam de desconstruí-la e substituí-la por vínculos aleatórios e subjetivos. No entanto fica claro que Jesus na sua encarnação não só se uniu a cada pessoa humana, mas a cada família, encorajando-a a viver a nova realidade do Reino, que lhe dá a blindagem e a fortaleza da graça resultante da aliança matrimonial. A Sagrada Família se torna deste modo imagem, modelo e fonte inspiradora da vocação familiar, revelando a beleza e a dignidade de ser e de se ter uma famiíia, espelho e ícone da Santíssima Trindade, a única instituição criada e desejada pelo Pai, e que por isso mesmo é indestrutível, de uma resiliência divina a toda prova.
Quando buscarmos e tratarmos de caminhar junto a Sagrada Família, haveremos de superar qualquer crise ou política herodiana contra a vida e a família, porque ela é arca e caminho de salvação para a humanidade. Deus seja louvado!
                                Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo Diocesano de Campos
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                                            Fonte: diocesedecampos.org.br        Ilustração: corpuschristi.org.br