domingo, 30 de abril de 2017


Papa pede respeito pelos direitos humanos na Venezuela

Cidade do Vaticano (RV) – A oração do Regina Coeli na manhã de domingo, (30/04) foi presidida pelo Papa Francisco na Praça São Pedro, onde ele participou do evento promovido pela Ação Católica Italiana, que comemora 150 anos de fundação.
Após fazer um discurso aos cerca de 70 mil membros e amigos da ACI presentes na Praça, Francisco fez a sua reflexão habitual, expressando inicialmente a sua preocupação com a situação na Venezuela:
Regina Coeli na Praça com 70 mil fiéis
“Continuam a chegar notícias dramáticas sobre o agravamento dos confrontos, com numerosos mortos, feridos e presos. Uno-me à dor dos familiares das vítimas, a quem asseguro orações, e faço um forte apelo ao Governo e a todas as componentes da sociedade venezuelana a fim de que seja evitada qualquer nova forma de violência; sejam respeitados os direitos humanos e se busquem soluções negociadas para a crise humanitária, social, política e econômica que está castigando a população”.
“Confiemos à Santíssima Virgem Maria a intenção da paz, reconciliação e democracia para aquele querido país. E rezemos também por todos os países que passam por graves dificuldades, como a República da Macedônia”.
Na sequência, o Papa mencionou a Bem-aventurada Leopoldina Naudet, beatificada sábado (29/04) em Verona (norte da Itália, ndr), que fundou a Congregação das Irmãs da Sagrada Família.
Encorajou ainda o apoio à Universidade Católica do Sagrado Coração, que investe na formação de jovens e recordou o ‘Domingo Bíblico’ na Polônia, uma ocasião em que é lida publicamente uma parte das Escrituras em paróquias, escolas e na imprensa.
Antes de se despedir, Francisco saudou peregrinos de vários países, agradeceu Maria, nossa Mãe, pela viagem apostólica recém-realizada ao Egito e pediu ao Senhor “que abençoe todo o povo egípcio, as autoridades, os cristãos e muçulmanos, e que doe paz àquele país”. (cm)
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Ação Católica Italiana
comemora 150 anos com o Papa na Praça
Cidade do Vaticano (RV) – O domingo (30/04) começou cedo na Praça São Pedro com a chegada, a partir das 7h, de milhares de membros da Ação Católica Italiana para participar de um evento em que comemoram 150 anos da associação. 70 mil pessoas coloriram a Praça e todas as redondenzas do Vaticano, segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé.
‘#AC150 Futuro Presente’ foi o título do encontro feito de música, reflexão, testemunhos e orações. “Uma ocasião única para recordar com gratidão a história que nos precedeu, agradecer por este tempo extraordinário que nos é oferecido agora e projetar um futuro ainda mais bonito”, como definido pela ACI.
Depois de uma estensa volta com o papamóvel, o Pontífice entrou na Praça às 11h e foi recebido pelo aplauso da multidão e por saudações do Presidente da Ação Católica Italiana, Matteo Truffelli, e do Assistente Eclesiástico Geral, Dom Gualtiero Sigismondi, bispo de Foligno, centro da Itália. Depois, foi a vez de Francisco se dirigir aos presentes.
ACI promoveu evento e o Papa distribuiu seu carinho
O Pontífice começou lembrando o nascimento da ACI, a partir do sonho de dois jovens, Mario Fani e Giovanni Acquaderni, que se tornou um caminho de fé para muitas gerações e vocação de santidade para tantos jovens e adultos que hoje vivem como felizes testemunhas do amor de Jesus no mundo.
“È uma história bonita e importante de homens e mulheres de todas as idades e condições que apostaram no desejo de viver juntos o encontro com o Senhor, independentemente de sua posição social, preparação cultural e local de proveniência. Com seu esforço e competências, contribuem para construir uma sociedade mais justa, fraterna e solidária. É uma história de paixão pelo mundo e pela Igreja: figuras luminosas de fé exemplar, que servem o país com generosidade e coragem”, elogiou Francisco.
“No entanto, ter uma história bonita não serve para se olhar no espelho ou sentar-se comodamente na poltrona!, ressalvou. “Encorajo vocês a prosseguirem como um povo de discípulos-missionários, como nos ensinaram grandes testemunhas de santidade que marcaram o caminho de sua associação: Giuseppe Toniolo, Armida Barelli, Piergiorgio Frassati, Antonietta Meo, Teresio Olivelli e Vittorio Bachelet”.  
Em seguida, Francisco convidou os membros da ACI a enraizarem sua experiência apostólica nas paróquias, que são “o âmbito da escuta da Palavra, do crescimento da vida cristã, do diálogo, do anúncio, da caridade generosa, da adoração e da celebração”.
“Que a sua pertença à diocese e à paróquia se encarne ao longo das ruas das cidades, dos bairros e dos países. E assim como nos últimos 150 anos, sintam a responsabilidade do serviço à caridade, o engajamento político, a paixão educativa e a participação no debate cultural. Ampliem seus corações, sejam viandantes da fé para acolher, escutar e abraçar todos, especialmente os pobres, aqueles que foram feridos pela vida e se sentem abandonados e buscam abrigo em nossas casas e cidades”.
Enfim, o pedido para serem abertos a quem os circunda:
“Busquem sem medo o diálogo com quem vive a seu lado, pensa diferente, mas como vocês, quer a paz, a justiça e a fraternidade. É no diálogo que se pode planejar um futuro comum”, terminou o Papa.(CM)
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                                                                                            Fonte: radiovaticana.va      news.va

Reflexão para seu domingo

Reconhecer o caminhante

Quem caminha com reta intenção de fazer o bem ao semelhante, imitando o bom samaritano na parábola que Jesus conta, só atrai para si as consequências de tudo fazer como ao próprio Filho de Deus.
Jesus caminha
com os discípulos de Emaús
Após a ressurreição Jesus se mostra a muitas testemunhas e lhes deu a missão de anunciar a todos sobre quem Ele é e seus ensinamentos. Não bastaria dizer sobre seus milagres. É preciso dar fé à sua natureza divina, além da humana, para não  segui-lo só por interesses ou busca de soluções de ordem sensível e passageira. Sua pessoa veio nos garantir a recompensa se vivermos segundo seus ensinamentos.  Pedro lembra que seremos recompensados de acordo com o que praticamos nesta vida (Cf. 1 Pedro 1,17). Fazendo o “dever de casa” aqui na terra, temos a certeza de que Ele nos dará o prêmio de eternidade feliz.
A caminho de Emaús dois discípulos foram alcançados por um homem, sem eles perceberem que era o próprio Jesus ressuscitado. Qual não foi sua surpresa quando tomava refeição com eles, no lugar para onde se dirigiram. O Mestre abençoou o pão como na última ceia. Abriram-se-lhes os olhos! (Cf. Lucas 24,13-35). Reconheceram quem era  o caminhante com eles!
Nos passos da vida convivemos com muitas pessoas. Às vezes não sabemos quem são. Às vezes são pessoas santas, que podem nos ajudar a santificar-nos também. Podem ser pessoas que precisam de nosso apoio, compreensão, ajuda, promoção, atenção, misericórdia, perdão e solidariedade. Muitas vezes pensamos que vamos ajudar os outros. De repente, somos mais ajudados do que ajudamos. Quem dá de si acaba recebendo mais do que oferece. É preciso o olhar da fé, da comiseração, da humildade, do respeito à diversidade... Muitas vezes podemos julgar mal, discriminar, excluir. Isso pode acontecer até com quem convive conosco no dia a dia... Não é feliz e não é recompensado quem julga mal, condena e espalha “veneno” contra os outros, até pelos meios de comunicação. Isso é feito muito pela internet (whatsApp, facebook e outros).
Reconheceram Jesus no partir do pão
Quem caminha com reta intenção de fazer o bem ao semelhante, imitando o bom samaritano na parábola que Jesus conta, só atrai para si as consequências de tudo fazer como ao próprio Filho de Deus. Não ficará sem a recompensa. Logo que os dois discípulos de Emaús reconheceram Jesus ressuscitado, voltaram imediatamente a Jerusalém para comunicar o fato aos apóstolos. Também nós, que reconhecemos pela fé a Jesus vencedor da morte e o vislumbramos em todo o semelhante. Nós o ajudamos como ao próprio Mestre e não nos aquietamos enquanto não fizermos tudo para anunciar sua pessoa e seus ensinamentos a  quem pudermos, como verdadeira ação missionária. Aliás, antes de subir ao céu, Jesus deu a missão aos discípulos: “Ide e ensinai a todos a observar tudo o que vos mandei” (Mt 28,20). Afinal, se Ele venceu a morte temos a certeza de que não estamos seguindo a um simples fundador de religião humana a mais, que não tem o poder, por si mesmo, de nos dar a recompensa com a vida eterna feliz!
                                Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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   Fonte: cnbb.leste2.org.br    Ilustrações: psrdecassia.webnode.com.br  padrepauloricardo.org

sábado, 29 de abril de 2017

Monge trapista, dom Bernardo Bonowitz,

prega retiro para bispos no fim de semana

Do sábado, a partir das 15h30 até domingo às 12h45, ocorre o Retiro dos bispos na 55ª Assembleia Geral da CNBB. O abade do mosteiro do Mosteiro de Nossa Senhora do Novo Mundo, em Campo Tenente (PR), Dom Bernardo Bonowitz (nome religioso), de 68 anos, pregará o retiro.
Dom Bernardo Bonowitz
Nascido em Nova York (EUA) no seio de uma família judaica, Bonowitz se converteu ao catolicismo aos 19 anos. Após formar se formar em Línguas Clássicas pela Universidade de Columbia de Nova York, ingressou na Companhia de Jesus, onde foi ordenado sacerdote e realizou estudos em teologia mística na Alemanha.
Em 1982, aos 24 anos, mudou-se para Ordem dos Cistercienses da Estrita Observância (Trapistas), na Abadia de São José, em Spencer, Massachusetts. Atuou como mestre de noviços de 1986 a 1996, quando foi eleito superior do mosteiro de Nossa Senhora de Novo Mundo no Brasil.
Despertar vocacional
Foi por meio do contato constante com diferentes expressões da arte ocidental – literatura,  música e pinturas – que Dom Bernardo despertou para a um encontro pessoal com Jesus Cristo. O monge busca viver os elementos fundamentais da espiritualidade Beneditina, conforme o primeiro capítulo das Regras de São Bento: um abade, uma regra e uma comunidade fraterna. “Acho que a interação perpétua entre estes três elementos é a marca registrada da Espiritualidade Beneditina”, disse.
Sobre a iniciação Cristã, Dom Bernardo Bonowitz, acredita que a força do Cristianismo na sociedade ocidental dependerá de uma apropriação da fé em Jesus Cristo e seu Evangelho. “Por mais que ame a cultura cristã, não é ela que eu quero ver prevalecer, mas, sim, o conhecimento e seguimento de Jesus e a vida transformada que Ele nos traz”, disse.
Para o monge, os cristãos católicos devem retomar a vida dos primeiros cristãos, a “vida apostólica”, de oração, partilha, testemunho corajoso, participação na Eucaristia, não-violência, estudo bíblico – e que o resto seja como Deus quiser.
O aspecto mais difícil da vida monástica, destaca, e para qualquer pessoa um é o caminho de auto-conhecimento, o caminho da humildade, onde eu descubro a minha pobreza pessoal e aprendo a confiar em Deus e não em mim mesmo.
A nossa tarefa neste mundo, como monges, é de aprender a cumprir os dois grandes mandamentos: o amor a Deus e, em seguida, o amor ao próximo. “Uma pessoa que verdadeiramente ama a Deus de todo o coração será, por este amor, uma luz para o mundo”, conclui.
Com mestrado em Teologia pela Weston Jesuit School of Theology em Massachusetts (EUA), o abade é autor de vários livros publicados no Brasil.
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                                                                                 Fonte: cnbb.net.br   Foto: Maurício Sant’ana

Papa em homilia no Egito:

"O único extremismo permitido aos cristãos é o da caridade"

Cairo (RV) – Depois de uma programação intensa em seu primeiro dia de visita ao Cairo, com encontros com o Presidente egípcio Al-Sisi, o discurso na Universidade Al-Azhar e a visita ao Patriarca copta-ortodoxo Tawadros II, neste sábado o Papa conclui a viagem dedicando-se inteiramente ao aspecto pastoral, recebendo o abraço da pequena, mas muito ativa,comunidade copta-católica.
O dia começou com a despedida da Nunciatura e a saudação de um grupo de crianças alunas da Escola Comboniana do Cairo. Em seguida, em automóvel fechado, Francisco se deslocou ao estádio de futebol “Air Defense” e com o ‘golf-car’, (pequeno carro aberto) deu uma volta no campo, em meio aos fiéis. Cerca de 30 mil aguardavam o Pontífice.
Para Francisco rezou com 

a comunidade copta-católica no Estádio da Aeronáutica Militar no Cairo
A liturgia foi celebrada em latim e árabe, com as orações dos fiéis em várias outras línguas.
Em sua homilia, proferida em italiano, o Papa dissertou sobre o itinerário dos discípulos de Emaús, descrito no Evangelho de Lucas, e que se pode resumir em três palavras: morte, ressurreição e vida.
“Aquele sobre quem construíram a sua existência morreu, derrotado, levando consigo para o túmulo todas as suas aspirações. Na realidade, eram eles os mortos no sepulcro da sua limitada compreensão”.
“Ressuscitado, Jesus transforma o seu desespero em vida, porque, quando desaparece a esperança humana, começa a brilhar a divina”, prosseguiu o Pontífice, explicando: “Quando o homem toca o fundo do fracasso e da incapacidade, quando se despoja da ilusão de ser o melhor, ser o autossuficiente, ser o centro do mundo, então Deus estende-lhe a mão para transformar a sua noite em alvorada, a sua tristeza em alegria, a sua morte em ressurreição, o seu voltar atrás em regresso a Jerusalém, isto é, regresso à vida e à vitória da Cruz”.
Enfim, “a experiência dos discípulos de Emaús ensina-nos que não vale a pena encher os lugares de culto, se os nossos corações estiverem vazios do temor de Deus e da sua presença; não vale a pena rezar, se a nossa oração dirigida a Deus não se transformar em amor dirigido ao irmão; não vale a pena ter muita religiosidade, se não for animada por muita fé e muita caridade; não vale a pena cuidar da aparência, porque Deus vê a alma e o coração e detesta a hipocrisia. Para Deus, é melhor não acreditar do que ser um falso crente, um hipócrita!”
Homilia da missa celebrada sábado, 29/04, no estádio de Cairo
“A fé verdadeira é a que nos torna mais caridosos, mais misericordiosos, mais honestos e mais humanos; é a que anima os corações levando-os a amar a todos gratuitamente, sem distinção nem preferências; é a que nos leva a ver no outro, não um inimigo a vencer, mas um irmão a amar, servir e ajudar; é a que nos leva a espalhar, defender e viver a cultura do encontro, do diálogo, do respeito e da fraternidade; é a que nos leva a ter a coragem de perdoar a quem nos ofende, a dar uma mão a quem caiu, a vestir o nu, a alimentar o faminto, a visitar o preso, a ajudar o órfão, a dar de beber ao sedento, a socorrer o idoso e o necessitado. A verdadeira fé é a que nos leva a proteger os direitos dos outros, com a mesma força e o mesmo entusiasmo com que defendemos os nossos. Na realidade, quanto mais se cresce na fé e no seu conhecimento, tanto mais se cresce na humildade e na consciência de ser pequeno”.
O Papa terminou a homilia com uma lembrança: “Deus só aprecia a fé professada com a vida, porque o único extremismo permitido aos cristãos é o da caridade. Qualquer outro extremismo não provém de Deus nem Lhe agrada”.
E um pedido: “Não tenham medo de amar a todos, amigos e inimigos, porque, no amor vivido, está a força e o tesouro do crente”.  (CM)
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Papa conclui viagem internacional ao Egito

Cairo (RV) - O Papa Francisco concluiu, na tarde deste sábado (29/04), sua 18ª viagem apostólica internacional que desta vez o levou ao Egito. 
Após a cerimônia de despedida no Aeroporto Internacional do Cairo, o avião da Alitalia que traz o Pontífice de volta a Roma decolou às 17h locais (meio-dia no horário de Brasília).
A chegada do Papa a Roma está prevista para às 20h30 locais (15h30 de Brasília) ao aeroporto romano de Ciampino. (MJ)
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Assista:
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Leituras do

3º Domingo da Páscoa


1ª Leitura: At 2,14.22-33
Atos dos Apóstolos:
No dia de Pentecostes, Pedro de pé, junto com os onze apóstolos, levantou a voz e falou à multidão: “Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré foi um homem aprovado por Deus, junto de vós, pelos milagres, prodígios e sinais que Deus realizou, por meio dele, entre vós. Tudo isto vós bem o sabeis.
Deus, em seu desígnio e previsão, determinou que Jesus fosse entregue pelas mãos dos ímpios, e vós o matastes, pregando-o numa cruz. Mas Deus ressuscitou a Jesus, libertando-o das angústias da morte, porque não era possível que ela o dominasse.
Pois Davi dele diz: ‘Eu via sempre o Senhor diante de mim, pois está à minha direita para eu não vacilar. Alegrou-se por isso meu coração e exultou minha língua e até minha carne repousará na esperança. Porque não deixarás minha alma na região dos mortos nem permitirás que teu Santo experimente corrupção. Deste-me a conhecer os caminhos da vida, e a tua presença me encherá de alegria’.
Irmãos, seja-me permitido dizer com franqueza que o patriarca Davi morreu e foi sepultado e seu sepulcro está entre nós até hoje. Mas, sendo profeta, sabia que Deus lhe jurara solenemente que um de seus descendentes ocuparia o trono.
É, portanto, a ressurreição de Cristo que previu e anunciou com as palavras: ‘Ele não foi abandonado na região dos mortos e sua carne não conheceu a corrupção’. Com efeito, Deus ressuscitou este mesmo Jesus e disto todos nós somos testemunhas. E agora, exaltado pela direita de Deus, Jesus recebeu o Espírito Santo que fora prometido pelo Pai, e o derramou, como estais vendo e ouvindo”.
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Salmo: 15
Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto de vós felicidade sem limites!
Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto de vós felicidade sem limites!
- Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!/ Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor:/ nenhum bem eu posso achar fora de vós!”/ Ó Senhor, sois minha herança e minha taça,/ meu destino está seguro em vossas mãos!
- Eu bendigo o Senhor, que me aconselha,/ e até de noite me adverte o coração./ Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,/ pois se o tenho a meu lado não vacilo.
- Eis por que meu coração está em festa,/ minha alma rejubila de alegria,/ e até meu corpo no repouso está tranquilo;/ pois não haveis de me deixar entregue à morte,/ nem vosso amigo conhecer a corrupção.
- Vós me ensinais vosso caminho para a vida;/ junto a vós, felicidade sem limites,/ delícia eterna e alegria ao vosso lado!
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2ª Leitura: 1Pd 1,17-21
Primeira Carta de São Pedro:
Caríssimos: Se invocais como Pai aquele que sem discriminação julga a cada um de acordo com as suas obras, vivei então respeitando a Deus durante o tempo de vossa migração neste mundo.
Sabeis que fostes resgatados da vida fútil herdada de vossos pais, não por meio de coisas perecíveis, como a prata ou o ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha nem defeito.
Antes da criação do mundo, ele foi destinado para isso, e neste final dos tempos, ele apareceu, por amor de vós. Por ele é que alcançastes a fé em Deus. Deus o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória, e assim, a vossa fé e esperança estão em Deus.
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Evangelho:  Lc 24, 13-35
Evangelho de São Lucas:
Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém.
Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. Então Jesus perguntou: “O que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?” Ele perguntou: “O que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”. Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles. Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.
Reflexão:
Nossa fé "apostólica"

A saudade é a gostosa presença do ausente. Quando alguém da família ou uma pessoa querida está longe, a gente procura se lembrar dessa pessoa. É o que aconteceu com os discípulos de Emaús (evangelho de hoje). Jesus tinha sumido… mas,
sem que o reconhecessem, estava caminhando com eles. Explicava-lhes as Escrituras. Mostrava-lhes as passagens do Antigo Testamento que falavam dele. Pois existe no Antigo Testamento um veio escondido que, à luz daquilo que Jesus fez, nos faz compreender que Jesus é o Messias: os textos que falam do Servo Sofredor, que salva o povo por seu sofrimento (Is 52-53); ou do Messias humilde e rejeitado (Zc 9-12); ou do povo dos pobres de Javé (Sf 2-3) etc.
Jesus ressuscitado abriu, para os discípulos de Emaús esse veio.Textos que eles já tinham ouvido, mas nunca relacionado com aquilo que Jesus andou fazendo… e sofrendo. Isso é uma lição para nós. Devemos ler a Sagrada Escritura através da visão de Jesus morto e ressuscitado, dentro da comunidade daqueles que nele crêem. É o que fazem os apóstolos na sua primeira pregação, quando anunciam ao povo reunido em Jerusalém a ressurreição de Cristo, explicando os textos que, no AT falam dele (1ª leitura). Para a compreensão cristã da Bíblia é preciso “ler a Bíblia na Igreja, reunidos em torno de Cristo ressuscitado”.
O que aconteceu em Emaús, quando Jesus lhes abriu as Escrituras, é parecido com a primeira parte de nossa celebração dominical, a liturgia da palavra. E muito mais parecido ainda com a segunda parte: Jesus abençoa e parte o pão, e nisso os discípulos o reconhecem presente. Desde então a Igreja repete este gesto da fração do pão e acredita que nele Cristo mesmo se torna presente. É o rito eucarístico de nossa missa.
Emaús nos ensina duas maneiras fundamentais para ter Cristo presente em sua ausência: ler as escrituras à luz de sua memória e celebrar a fração do pão, o gesto pelo qual ele realiza sua presença real, na comunhão de sua vida, morte e ressurreição. É a presença do Cristo pascal, glorioso – já não ligado a tempo e espaço, mas acessível a todos os que o buscam na fé e se reúnem em seu nome.
                        Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                                            Reflexão e Ilustração: franciscanos.org.br  Banner: cnbb.org.br

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Papa em viagem ao Egito

Confira o programa do primeiro dia

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco deixou o Vaticano na manhã desta sexta-feira (28/04) e, do aeroporto romano de Fiumicino, partiu para a cidade do Cairo "como peregrino da paz ao Egito da paz", segundo afirma no Twitter.
Ao sair do Vaticano, encontrou para uma breve saudação 9 migrantes egípcios, acompanhados pelo Esmoleiro de Sua Santidade, o Arcebispo polonês Konrad Krajevskj. Ainda na noite de quinta-feira dirigiu-se à Basílica Santa Maria Maior, centro de Roma, onde confiou sua viagem a "Salus Popoli Romani".
Depois de 3’15’’ de voo, durante o qual saúda brevemente os jornalistas e a delegação, o Pontífice chegará ao destino, começando assim a sua 18ª viagem apostólica fora da Itália. Em uma estadia de apenas 27 horas, Francisco, segundo Papa a ir ao Egito 17 anos depois da visita de João Paulo II, deve fazer cinco discursos.
Papa prestes a embarcar no A321 da Alitália que o levará ao Egito
Direto do aeroporto, em carro fechado, o Papa se dirige ao Palácio Presidencial em Heliópolis, bairro na zona nordeste da capital construído numa área aonde até o início do século XX havia um deserto. Fora do Palácio, está prevista uma cerimônia com piquetes de honra e a execução dos hinos do Egito e da Santa Sé. O Presidente da República Abdel-Fattah Al-sisi, 63, eleito em 2014, recebe o Pontífice e o acompanha à Sala de Honra para um rápido encontro e troca de presentes. Não há discursos públicos.
Na sequência, ainda em carro fechado, o Papa e sua comitiva se dirigem aoComplexo de Al-Azhar. É a chamada “Esplêndida”, a mais conceituada instituição teológica e de instrução religiosa do Islã sunita no mundo e amais antiga universidade islâmica, tendo sido construída em 969. Desde a década de ’60, o ateneu também oferece cursos não religiosos, como pedagogia, letras, ciências, medicina, economia, engenharia, etc. As mulheres têm acesso aos estudos, mas em sedes separadas. Hoje, quase 300 mil alunos de todos os países islâmicos estão matriculados na Universidade, que possui um próprio canal Youtube, denominado “Al-Azhar TV”.
Antes de participar da Conferência Internacional sobre a Paz, em andamento no Complexo, Francisco faz uma visita de cortesia ao Reitor da Universidade, que é também o Grão-Imame da Mesquita anexa, Shaykh Ahmad Al-Tayeb. É o segundo encontro entre os dois, depois da visita do Imame ao Vaticano, em 2016.
Em seguida, o programa prevê uma reunião com representantes do governo egípcio e um encontro com Tawadros II de Alexandria (papa da Igreja Copta Ortodoxa) na sede do Patriarcado. O bairro cristão do Cairo foi alvo de um grave atentado terrorista em dezembro de 2016, quando uma bomba explodiu na capela de São Pedro, a pouca distância do escritório de Tawadros II, e deixou 29 mortos. Ali, Francisco, o Patriarca e outros líderes de confissões cristãs farão uma oração ecumênica pelas vítimas daquele e dos recentes atentados contra cristãos no Egito.
O primeiro dia da viagem se encerra às 18h40, horário local, com a chegada do Pontífice à Nunciatura, onde será acolhido por um grupo de crianças da Escola Comboniana do Cairo. (CM)
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Papa Francisco chega ao Egito

Cairo (RV) - O Papa Francisco chegou ao Aeroporto Internacional do Cairo, no Egito, nesta sexta-feira (28/04), às 14h02 locais (9h02 no horário de Brasília). 
Papa é acolhido no Egito
Subiram no avião da Alitália que levou o Papa ao Egito, o Patriarca copta-católico no Egito, Dom Ibrahim Isaac Sidrak, e o Núncio Apostólico no Egito, Dom Bruno Musarò, que deram as primeiras boas-vindas ao Santo Padre.  
Aos pés da escada do avião, o Santo Padre foi acolhido pelo primeiro-ministro egípcio, Sherif Ismail, pelo Bispo de Luxor, Dom Emmanuel Bishay, e pelo secretário da Nunciatura Apostólica, Jan Thomas Limchua.
Acolheram também o Papa uma jovem, uma religiosa e um menino. 
Segundo o site de notícias egípcio ‘Youm 7’, o Papa foi também acolhido por uma delegação de mais de 100 deputados muçulmanos e cristãos. (MJ)
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Assista:
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Papa em Al-Azhar:

Somos chamados a caminhar juntos

Cairo (RV) - O Papa Francisco proferiu seu primeiro discurso em terras egípcias, nesta sexta-feira (28/04), aos participantes da Conferência Internacional pela Paz promovida pela Universidade sunita de Al-Azhar, no Cairo.
“É um grande dom estar aqui e iniciar neste lugar minha visita ao Egito, nesta Conferência Internacional pela Paz. Agradeço ao Grande Imã por tê-la pensada e organizada e por me convidar”, disse Francisco.
O Papa ressaltou em seu discurso, que o Egito se mostrou ao mundo, ao longo dos séculos, “como terra de civilização e terra de alianças”.
Terra de civilização porque desde tempos antigos, “a civilização surgiu das margens do Nilo e foi sinônimo de civilização. No Egito, se elevou a luz do conhecimento, fazendo germinar um patrimônio cultural inestimável, composto de sabedoria e sagacidade, de aquisições matemáticas e astronômicas, de formas maravilhosas de arquitetura e arte”.
“A busca do saber e do valor da educação foram escolhas fecundas de desenvolvimento empreendidos pelos antigos habitantes desta terra. São também escolhas necessárias para o futuro, escolhas de paz e pela paz, pois não haverá paz sem uma educação adequada das novas gerações. Também não haverá uma educação adequada para os jovens de hoje se a formação a eles oferecida não responder à natureza do homem, ser aberto e relacional.” 
Papa Francisco com o Grão-Imã de Al-Azhar, Ahmed al-Tayeb
Segundo Francisco, “a educação se torna sabedoria de vida quando é capaz de extrair do ser humano, em contato com Aquele que o transcende e com tudo o que o circunda, o melhor de si, formando uma identidade não voltada para si mesma. A sabedoria procura o outro, superando a tentação de se enrijecer e se fechar; aberta e em movimento, humilde e curiosa ao mesmo tempo”. 
“A sabedoria sabe valorizar o passado e colocá-lo em diálogo com o presente, sem renunciar a uma hermenêutica adequada. Esta sabedoria prepara um futuro em que não se mira ao prevalecer da própria parte, mas ao outro como parte integrante de si. A sabedoria não se cansa, no presente, de encontrar ocasiões de encontro e partilha; do passado se aprende que do mal vem somente o mal e da violência somente a violência, numa espiral que termina por aprisionar. Esta sabedoria coloca no centro a dignidade do ser humano, precioso aos olhos de Deus, e uma ética digna do homem.”
“No campo do diálogo, especialmente inter-religioso somos sempre chamados a caminhar juntos, na convicção de que o futuro de todos depende também do encontro entre religiões e culturas. Neste sentido o trabalho da Comissão mista para o diálogo entre o Pontifício Conselho para o Diálogo inter-religioso e a Comissão de Al-Azhar para o Diálogo nos oferece um exemplo concreto e encorajador”, disse ainda o Papa Francisco.
Três orientações fundamentais podem ajudar o diálogo: o dever da identidade, a coragem da alteridade e a sinceridade das intenções. “O dever da identidade, porque não é possível iniciar um diálogo verdadeiro baseado na ambiguidade ou no sacrificar o bem para agradar a outro; a coragem da alteridade, porque quem é diferente de mim, culturalmente ou religiosamente, não deve ser visto e tratado como um inimigo, mas acolhido como um companheiro de viagem, na convicção genuína de que o bem de cada um reside no bem de todos; sinceridade de intenções, porque o diálogo, como expressão autêntica do ser humano, não é uma estratégia para alcançar segundas intenções, mas uma forma de verdade que merece ser pacientemente realizada para transformar a competição em colaboração.” "Educar para a abertura respeitosa e ao diálogo sincero com o outro, reconhecendo os direitos e as liberdades fundamentais, especialmente a religiosa, é a cia melhor para edificar juntos o futuro, para ser construtores de civilização". 
Egito, terra de alianças
No Egito, não surgiu somente o sol da  sabedoria; também a luz policromática das religiões iluminou esta terra: ao longo dos séculos, "as diferenças de religião constituíram uma forma de enriquecimento recíproco a serviço da comunidade nacional". Credos diferentes se encontraram e várias culturas se misturaram, sem se confundir, mas reconhecendo a importância de aliar-se para o bem comum. Tais alianças são ainda mais urgente hoje. Ao falar sobre isso, eu usaria como símbolo a "Montanha da Aliança" que sobe nesta terra. O Sinai nos lembra que uma aliança autêntica sobre a terra não pode prescindir do Céu, que a humanidade não pode encontrar paz excluindo Deus do horizonte, e nem pode subir à montanha para e apoderar de Deus.” 
“Num mundo que globalizou muitos instrumentos técnicos úteis, mas, ao mesmo tempo tanta indiferença e negligência, e que corre numa velocidade frenética, dificilmente sustentável, sente saudade daquelas grandes perguntas de sentido, que as religiões fazer recordar e que suscitam a memória das próprias origens: a vocação do homem, criado não para se exaurir na precariedade de assuntos terrenos, mas para caminhar em direção ao Absoluto ao qual se dirige. Por estas razões, especialmente hoje, a religião não é um problema, mas parte da solução". 
"É imprescindível excluir toda forma de absolutização que justifique formas de violência. A violência, de fato, é a negação de toda religiosidade autêntica. Como responsáveis religiosos somos chamados a desmascarar a violência que se disfarça de suposta sacralidade, acentuando o egoísmos e não uma abertura autêntica ao Absoluto. Devemos denunciar as violações contra a dignidade humana e contra os direitos humanos, e denunciar as tentativas que justificam toda forma de ódio em nove da religião”.
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Papa Francisco:

Egito, terra significativa

para história da humanidade e Tradição da Igreja

Cairo (RV) - O Papa Francisco encontrou-se com as autoridades egípcias, nesta sexta-feira (28/04), no Palácio Presidencial, no Cairo, no âmbito de sua 18ª viagem apostólica internacional.
“Sinto-me feliz por me encontrar no Egito, terra duma civilização muito antiga e nobre, cujos vestígios podemos admirar ainda hoje e que, na sua majestade, parecem querer desafiar os séculos. Esta terra é muito significativa para a história da humanidade e para a Tradição da Igreja, não só pelo seu prestigioso passado histórico – faraônico, copta e muçulmano –, mas também porque muitos Patriarcas viveram no Egito ou o cruzaram. Na verdade, aparece mencionado numerosas vezes na Sagrada Escritura. Nesta terra, Deus se fez ouvir, «revelou o seu nome a Moisés»  e, no Monte Sinai, confiou ao seu povo e à humanidade os Mandamentos divinos. No solo egípcio, encontrou refúgio e hospitalidade a Sagrada Família: Jesus, Maria e José”, disse Francisco em seu segundo discurso em terras egípcias.
O Papa com o presidente do Egito, Al Sisi
“Também hoje encontram aqui hospitalidade milhões de refugiados provenientes de vários países, entre os quais se conta o Sudão, a Eritreia, a Síria e o Iraque; refugiados esses, aos quais se procura, com um louvável esforço, integrar na sociedade egípcia”, frisou o Papa.
“Por causa da sua história e da sua particular posição geográfica, o Egito ocupa um papel insubstituível no Oriente Médio e no contexto dos países empenhados na busca de soluções para problemas agudos e complexos que precisam ser encarados agora para se evitar uma precipitação de violência ainda mais grave. Refiro-me à violência cega e desumana, causada por vários fatores: o desejo obtuso de poder, o comércio de armas, os graves problemas sociais e o extremismo religioso que utiliza o Santo Nome de Deus para realizar inauditos massacres e injustiças.”
“Este destino e esta tarefa do Egito constituem também o motivo que levou o povo a solicitar um Egito, onde a ninguém falte o pão, a liberdade e a justiça social. Com certeza, este objetivo tornar-se-á realidade, se todos juntos tiverem a vontade de transformar as palavras em ações, as aspirações válidas em compromissos, as leis escritas em leis aplicadas, valorizando a genialidade inata deste povo.”
O Papa recordou em seu discurso, “as pessoas que, nos últimos anos, deram a vida para salvaguardar a sua pátria: os jovens, os membros das forças armadas e da polícia, os cidadãos coptas e todos os desconhecidos que tombaram por causa de várias ações terroristas. Penso também nos assassinatos e nas ameaças que levaram a um êxodo de cristãos do norte do Sinai. Expresso viva gratidão às autoridades civis e religiosas e a quantos deram hospitalidade e assistência a estas pessoas tão provadas. Penso igualmente naqueles que foram atingidos nos atentados contra as igrejas coptas, quer em dezembro passado quer mais recentemente em Tanta e Alexandria. Aos seus familiares e a todo o Egito, as minhas sentidas condolências com a certeza da minha oração ao Senhor pela rápida recuperação dos feridos”. 
“Não posso deixar de encorajar os esforços audaciosos na realização de numerosos projetos nacionais, bem como as muitas iniciativas que foram tomadas a favor da paz no Egito e fora dele, tendo em vista o almejado desenvolvimento na prosperidade e na paz que o povo deseja e merece”. 
“A grandeza de qualquer nação revela-se no cuidado que efetivamente dedica aos membros mais frágeis da sociedade: as mulheres, as crianças, os idosos, os doentes, as pessoas com deficiência, as minorias, de modo que nenhuma pessoa e nenhum grupo social fique excluído ou marginalizado”, disse ainda o Papa, recordando que este ano, comemora-se o 70º aniversário das relações diplomáticas entre a Santa Sé e a República Árabe do Egito. (MJ)
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Íntegra da declaração comum assinada por

Francisco e Tawadros II

Cairo (RV) - Segue a íntegra da declaração comum assinada pelo Papa Francisco e o Patriarca Tawadros II no final do encontro.
DECLARAÇÃO COMUM
DE SUA SANTIDADE FRANCISCO
E DE SUA SANTIDADE TAWADROS II
 (Cairo: Patriarcado, 28 de abril de 2017)

1. Nós, Francisco, Bispo de Roma e Papa da Igreja Católica, e Tawadros II, Papa de Alexandria e Patriarca da Sé de São Marcos, no Espírito Santo damos graças a Deus por nos ter concedido a feliz oportunidade de nos encontrarmos mais uma vez, trocarmos o abraço fraterno e juntarmo-nos novamente em oração comum. Damos glória ao Todo-Poderoso pelos laços de fraternidade e amizade existentes entre a Sé de São Pedro e a Sé de São Marcos. O privilégio de estar juntos aqui no Egito é um sinal de que a solidez do nosso relacionamento tem aumentado de ano para ano e de que estamos a crescer na proximidade, na fé e no amor de Cristo nosso Senhor. Damos graças a Deus pelo amado Egito, «terra natal que vive dentro de nós», como costumava dizer Sua Santidade Papa Shenouda III, «povo abençoado pelo Senhor» (cf. Is 19, 25) com a sua antiga civilização dos Faraós, a herança grega e romana, a tradição copta e a presença islâmica. O Egito é o lugar onde a Sagrada Família encontrou refúgio, é terra de mártires e santos.
2. O nosso vínculo profundo de amizade e fraternidade tem a sua origem na plena comunhão que existia entre as nossas Igrejas nos primeiros séculos tendo-se expressado de várias maneiras nos primeiros Concílios Ecumênicos, a começar pelo Concílio de Nicéia em 325 e a contribuição de Santo Atanásio, corajoso Padre da Igreja que mereceu o título de «Protetor da Fé». A nossa comunhão manifestava-se através da oração e práticas litúrgicas semelhantes, da veneração dos mesmos mártires e santos, e no fomento e difusão do monaquismo, seguindo o exemplo do grande Santo Antão, conhecido como o pai de todos os monges.
Papa Francisco e Tawadros II assinam declaração comum
Esta experiência comum de comunhão, anterior ao tempo de separação, assume um significado especial na nossa busca atual do restabelecimento da plena comunhão. A maior parte das relações que existiam nos primeiros séculos continuaram, apesar das divisões, entre a Igreja Católica e a Igreja Copta Ortodoxa até ao dia de hoje e recentemente foram mesmo revitalizadas. Estas desafiam-nos a intensificar os nossos esforços comuns, perseverando na busca duma unidade visível na diversidade, sob a guia do Espírito Santo.
3. Recordamos, com gratidão, o encontro histórico de há quarenta e quatro anos entre os nossos predecessores Papa Paulo VI e Papa Shenouda III, aquele abraço de paz e fraternidade depois de muitos séculos em que os nossos vínculos mútuos de amor não tiveram possibilidade de se expressar devido à distância que se criara entre nós. A Declaração Comum, que eles assinaram em 10 de maio de 1973, representou um marco no caminho ecuménico e serviu como ponto de partida para a instituição da Comissão de Diálogo Teológico entre as nossas duas Igrejas, que produziu muito fruto e abriu o caminho para um diálogo mais amplo entre a Igreja Católica e toda a família das Igrejas Ortodoxas Orientais. Naquela Declaração, as nossas Igrejas reconheceram que, no sulco da tradição apostólica, professam «uma só fé no Deus Uno e Trino» e «a divindade do Unigénito Filho de Deus (...) perfeito Deus, quanto à sua divindade, e perfeito homem quanto à sua humanidade». Reconheceu-se também que «a vida divina é-nos dada e alimentada em nós pelos sete sacramentos» e que «veneramos a Virgem Maria, Mãe da verdadeira Luz», a «Theotókos».
4. Com profunda gratidão, recordamos o encontro fraterno que nós próprios tivemos em Roma, a 10 de maio de 2013, e a instituição do dia 10 de maio como jornada anual em que aprofundamos a amizade e a fraternidade entre as nossas Igrejas. Este renovado espírito de proximidade permitiu-nos discernir ainda melhor como o vínculo que nos une foi recebido de nosso único Senhor no dia do Batismo. Com efeito, é através do Batismo que nos tornamos membros do único Corpo de Cristo que é a Igreja (cf. 1 Cor 12, 13). Esta herança comum é a base da peregrinação que juntos realizamos rumo à plena comunhão, crescendo no amor e na reconciliação.
5. Conscientes de que ainda há tanto caminho a fazer nesta peregrinação, recordamos o muito que já foi alcançado. Em particular, lembramos o encontro entre Papa Shenouda III e São João Paulo II, que veio como peregrino ao Egito durante o Grande Jubileu do ano 2000. Estamos determinados a seguir os seus passos, movidos pelo amor de Cristo Bom Pastor, na convicção profunda de que, caminhando juntos, crescemos em unidade. Para isso auferimos a força de Deus, fonte perfeita de comunhão e de amor.
6. Este amor encontra a sua expressão mais alta na oração comum. Quando os cristãos rezam juntos, chegam a compreender que aquilo que os une é muito maior do que aquilo que os divide. O nosso desejo ardente de unidade encontra inspiração na oração de Cristo «para que todos sejam um só» (Jo 17, 21). Para isso aprofundemos as raízes que compartilhamos na única fé apostólica, rezando juntos e procurando traduções comuns do Pai Nosso e uma data comum para a celebração da Páscoa.
7. Enquanto caminhamos para o dia abençoado em que finalmente nos reuniremos à mesma Mesa Eucarística, podemos colaborar em muitas áreas e tornar tangível a grande riqueza que já temos em comum. Podemos testemunhar juntos certos valores fundamentais como a sacralidade e dignidade da vida humana, a sacralidade do matrimónio e da família, e o respeito por toda a criação, que Deus nos confiou. Não obstante a multiplicidade de desafios contemporâneos, como a secularização e a globalização da indiferença, somos chamados a oferecer uma resposta compartilhada baseada nos valores do Evangelho e nos tesouros das nossas respetivas tradições. Nesta linha, somos encorajados a aprofundar o estudo dos Padres Orientais e Latinos e promover um frutuoso intercâmbio na vida pastoral, especialmente na catequese e num mútuo enriquecimento espiritual entre comunidades monásticas e religiosas. 
8. O testemunho cristão que compartilhamos é um sinal providencial de reconciliação e esperança para a sociedade egípcia e suas instituições, uma semente semeada para frutificar na justiça e na paz. Uma vez que acreditamos que todos os seres humanos são criados à imagem de Deus, esforcemo-nos por promover a tranquilidade e a concórdia através duma coexistência pacífica entre cristãos e muçulmanos, testemunhando assim que Deus deseja a unidade e a harmonia de toda a família humana e a igual dignidade de cada ser humano. Temos a peito a prosperidade e o futuro do Egito. Todos os membros da sociedade têm o direito e o dever de participar plenamente na vida do país, gozando de plena e igual cidadania e colaborando para construir a sua nação. A liberdade religiosa, que engloba a liberdade de consciência e está enraizada na dignidade da pessoa, é a pedra angular de todas as outras liberdades. É um direito sagrado e inalienável.
9. Intensifiquemos a nossa oração incessante por todos os cristãos no Egito e em todo o mundo, especialmente no Médio Oriente. Alguns acontecimentos trágicos e o sangue derramado pelos nossos fiéis, perseguidos e mortos unicamente pelo motivo de ser cristãos, recordam-nos ainda mais que o ecumenismo dos mártires nos une e encoraja no caminho da paz e da reconciliação. Pois, como escreve São Paulo, «se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros» (1 Cor 12, 26).
10. O mistério de Jesus, que morreu e ressuscitou por amor, situa-se no coração do nosso caminho para a plena unidade. Mais uma vez, os mártires são os nossos guias. Na Igreja primitiva, o sangue dos mártires foi semente de novos cristãos; assim também, em nossos dias, o sangue de tantos mártires seja semente de unidade entre todos os discípulos de Cristo, sinal e instrumento de comunhão e de paz para o mundo.
11. Obedientes à ação do Espírito Santo, que santifica a Igreja, a sustenta ao longo dos séculos e conduz àquela unidade plena pela qual Cristo rezou, hoje nós, Papa Francisco e Papa Tawadros II, para alegrar o coração do Senhor Jesus bem como os corações dos nossos filhos e filhas na fé, declaramos mutuamente que, com uma só mente e coração, procuraremos sinceramente não repetir o Batismo administrado numa das nossas Igrejas a alguém que deseje juntar-se à outra. Isto confessamos em obediência às Sagradas Escrituras e à fé expressa nos três Concílios Ecumênicos reunidos em Niceia, Constantinopla e Éfeso.
Pedimos a Deus nosso Pai que nos guie, nos tempos e modos que o Espírito Santo dispuser, para a unidade plena no Corpo místico de Cristo.
12. Concluindo, deixemo-nos guiar pelos ensinamentos e o exemplo do apóstolo Paulo, que escreve: «[Esforçai-vos] por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz. Há um só corpo e um só Espírito, assim como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por todos e permanece em todos» (Ef 4, 3-6).
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Papa a Tawadros:

A paz feita de caridade fraterna e ecumenismo de sangue

Cairo (RV) – O Papa Francisco encontrou o Primaz da mais consistente Igreja radicada num país árabe, o Patriarca Copta-ortodoxo Tawadros II de Alexandria, no final da tarde desta sexta-feira (28), no Cairo, um dos momentos mais aguardados do dia. Depois da audiência privada, no escritório da sede do Patriarcado, Francisco e Tawadros, junto a líderes de outras confissões cristãs, se reuniram em oração ecumênica.
O abraço comum no Egito foi dirigido às vítimas dos recentes ataques terroristas contra cristãos no país, inclusive àquelas que sofreram o atentado de dezembro de 2016, no Cairo. Na ocasião, 29 pessoas morreram vítimas de uma bomba que explodiu na capela de São Pedro, próxima do Patriarcado, no bairro cristão da capital.
No discurso desta tarde, o terceiro de cinco que serão feitos durante sua viagem apostólica ao Egito, Francisco se dirigiu ao “caríssimo irmão”, Tawadros II, o 118° papa da Igreja Copta-Ortodoxa, falando em árabe: “O Senhor ressuscitou. Ressuscitou verdadeiramente”.
O encontro foi no fim da tarde desta sexta (28), no Cairo
A primeira menção de Francisco foi à recente solenidade da Páscoa que, neste ano, foi celebrada em comunhão para “proclamar em uníssono o anúncio da Ressurreição.
Hoje, esta alegria pascal é enriquecida pelo dom de adorarmos, juntos, o Ressuscitado na oração e, por trocarmos novamente, em seu nome, o ósculo santo e o abraço de paz. Sinto-me muito grato por isso: ao chegar aqui como peregrino, tinha a certeza de receber a bênção de um Irmão que me esperava.
O Papa lembrou, então, do primeiro encontro com Tawadros, em Roma, logo depois da eleição de Francisco em 10 de maio de 2013. A data simbólica de um “caminho ecumênico” acabou sendo instituída como o Dia da Amizade Copta-Católica. A própria Declaração Comum assinada por Paulo VI e Amba Shenouda III há mais de 40 anos, em 10 de maio de 1973, acrescentou o Pontífice, também foi um marco nas relações entre a Sé de Pedro e a de Marcos na proclamação do “domínio de Jesus: juntos, confessamos que pertencemos a Jesus e que Ele é o nosso tudo”.
Naquele dia, depois de “séculos de história difícil”, em que “surgiram diferenças teológicas, que foram alimentadas e acentuadas por fatores de caráter não-teológico” e por uma difidência cada vez mais generalizada nas relações, com a ajuda de Deus chegou-se a reconhecer, juntos, que Cristo é “perfeito Deus, quanto à sua divindade, e perfeito homem, quanto à sua humanidade” (Declaração Comum, assinada pelo Santo Padre Paulo VI e por Sua Santidade Amba Shenouda III, 10 de maio 1973).
Na exortação de que “não se pode pensar em avançar cada um pela sua estrada, porque trairíamos a vontade de Jesus”, Papa Francisco fez menção a João Paulo II. Durante o Encontro Ecumênico de fevereiro de 2000, Wojtyla motivou a não se perder mais tempo com esse propósito.
Já não podemos nos esconder atrás de desculpas de divergências de interpretação, nem atrás de séculos de história e tradições que nos tornaram estranhos. [...] Nesse sentido, não há só um ecumenismo feito de gestos, palavras e compromisso, mas uma comunhão já efetiva, que cresce dia a dia no relacionamento vivo com o Senhor Jesus, está enraizada na fé professada e funda-se realmente no nosso Batismo, em sermos n’Ele “novas criaturas” (cf. 2 Cor 5, 17): em suma, “um só Senhor, uma só fé, um só Batismo” (Ef 4, 5).
Na “construção da comunhão” com o testemunho diário de “levar a fé ao mundo”, Papa Francisco afirmou que “o Espírito não deixará de abrir caminhos providenciais e inesperados de unidade”. Com esse “espírito apostólico construtivo”, segundo o Pontífice, “possam coptas-ortodoxos e católicos falarem juntos, sempre mais, essa língua comum da caridade”.
O Papa Francisco, então, se disse novamente agradecido pela “atenção genuína e fraterna” de Tawadros para com a Igreja Copta-Católica, tanto através do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs como do 13° Encontro da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas Orientais.
Dando continuidade à expressão da Sagrada Escritura entre as Sés de Marcos e de Pedro, o Pontífice também falou sobre “os laços fraternos do Evangelista e a sua atividade apostólica com São Paulo” ao se referir às origens que geram uma mensagem de “caridade fraterna e comunhão de missão”.
A maturação do nosso caminho ecumênico é sustentada, de modo misterioso e muito atual, também por um verdadeiro e próprio ecumenismo do sangue. São João escreve que Jesus veio “com água e com sangue” (1 Jo 5, 6); quem acredita n’Ele, assim “vence o mundo” (1 Jo 5, 5). Com água e sangue: vivendo uma vida nova no nosso Batismo comum, uma vida de amor incessante e por todos, mesmo à custa do sacrifício do sangue. Desde os primeiros séculos do cristianismo, nesta terra, quantos mártires viveram a fé heroicamente e até ao extremo, preferindo derramar o sangue que negar o Senhor e ceder às adulações do mal ou mesmo só à tentação de responder ao mal com o mal! [...] Trabalhemos por nos opor à violência, pregando e semeando o bem, fazendo crescer a concórdia e mantendo a unidade, rezando a fim de que tantos sacrifícios abram o caminho para um futuro de plena comunhão entre nós e de paz para todos.
Além da história de santidade no Egito testemunhada pelo sacrifício dos mártires, o Papa Francisco lembrou de uma nova forma de vida logo que terminaram as perseguições antigas que, “doada ao Senhor, nada retinha para si: no deserto, começou o monaquismo”, disse o Pontífice.
Com veneração a esse patrimônio comum, concluiu o Papa Francisco em seu discurso a Tawadros II: que “o Senhor nos conceda a graça de recomeçar hoje, juntos, como peregrinos de comunhão e arautos de paz”. (AC)
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                                                                                       Fonte: radiovaticana.va      news.va