segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Papa Francisco nesta segunda-feira:

a legalidade é uma garantia de igualdade

“A transparência na gestão dos impostos, educa as pessoas a serem mais motivadas a pagar impostos, especialmente se a arrecadação contribui para superar as desigualdades”. Palavras do Papa Francisco ao receber uma delegação da Receita Federal italiana nesta segunda-feira (31/01)

O Papa Francisco recebeu na manhã desta segunda-feira (31/01) uma delegação da Receita Federal italiana (a Agenzia delle Entrate). Na sua introdução disse que gostaria de compartilhar alguns ensinamentos do Evangelho que poderiam ajudar no trabalho de todos ou seja: a legalidade, a imparcialidade e a transparência. 

Mas antes, disse o Papa, "devemos lembrar que não faltam referências ao tema dos impostos na Bíblia. Faz parte da vida cotidiana desde os tempos antigos. Todos os impérios que dominaram a Terra Santa, e até mesmo os reis de Israel, estabeleceram sistemas de pagamento de impostos. Porém continuou: “A Bíblia não demoniza o dinheiro, mas nos convida a usá-lo corretamente, a não ser escravos dele, a não idolatrá-lo”. Depois de recordar episódio bíblicos como o do dízimo para os Levitas disse que isso serve para "amadurecer duas verdades na consciência do povo: a de não ser autossuficiente, porque a salvação vem de Deus; e a de ser responsáveis uns pelos outros, a começar pelos mais necessitados”. Reiterando que neste contexto, "os princípios de legalidade, imparcialidade e transparência tornam-se uma bússola valiosa”.

Legalidade, garantia de igualdade

Ao falar sobre a legalidade, Francisco disse que “hoje, como nos tempos bíblicos, os coletores de impostos correm o risco de serem percebidos na sociedade como um inimigo”. E infelizmente, “uma certa cultura de desconfiança pode se espalhar para com os que são acusados de aplicar a lei. No entanto, esta é uma tarefa fundamental, pois a legalidade protege a todos. É uma garantia de igualdade”.

“As leis permitem manter um princípio de equidade onde a lógica dos interesses gera desigualdades. A legalidade fiscal é uma forma de equilibrar as relações sociais, retirando as forças da corrupção, da injustiça e da desigualdade”

Neste ponto o Papa acrescentou ainda que “na realidade, a tributação é um sinal de legalidade e justiça. Deve favorecer a redistribuição da riqueza, protegendo a dignidade dos pobres e dos últimos, que estão sempre em risco de serem esmagados pelos poderosos. Quando a tributação é justa, é para o bem comum”, apelando: “Trabalhemos para que a cultura do bem comum possa crescer, para que possamos levar a sério o destino universal dos bens, que a doutrina social da Igreja continua a ensinar hoje, herdando-a da Escritura e dos Padres da Igreja”.

Imparcialidade: modelo de justiça social

Ao refletir sobre a imparcialidade no trabalho aos membros da delegação da Receita Federal italiana o Papa afirmou que ao contrário dos casos de evasão fiscal, pagamentos ilícitos e ilegalidade generalizada, deve-se recordar sempre “da honestidade de muitas pessoas que não se esquivam de suas obrigações, que pagam suas dívidas e assim contribuem para o bem comum”. E que “o flagelo da evasão é respondido pela simples retidão de muitos contribuintes, e este é um modelo de justiça social”.

“Há o ‘artesão do bem comum’ que deve ser considerado, porque as consciências honestas são a verdadeira riqueza da sociedade”

Concluindo este ponto sobre a imparcialidade recordou São Paulo que disse: “Dai a cada um o que lhe é devido: o imposto a quem é devido; a taxa a quem é devida; a reverência a quem é devida; a honra a quem é devida”.

Transparência: educa as pessoas a pagarem impostos

Quanto à transparência do dever Francisco recordou mais uma vez a Bíblia citando o episódio de Zaqueu, que foi convertido e reconheceu não só seus próprios pecados mas que isso o deixou isolado. Por isso restitui e partilha. “E assim ele declara abertamente o que fará: a metade do que possui dará aos pobres e devolverá quatro vezes mais aos que ele roubou. Desta forma, ele dá transparência ao dinheiro que passa por suas mãos”. Ponderando afirmou:

“As autoridades fiscais são frequentemente percebidas de forma negativa se não estiver claro onde e como o dinheiro público é gasto. Isto pode levar a suspeitas e descontentamento. Os que administram a riqueza de todos têm a grave responsabilidade de não se enriquecerem”

Concluindo o Papa cita o sacerdote Primo Mazzolari que escrevia em 1948 aos parlamentares católicos eleitos no Parlamento italiano: “Reduzir a miséria do próximo nem sempre é possível: mas não tirar da miséria para o próprio proveito, é sempre possível. É o primeiro dever, o primeiro testemunho cristão”.

Por fim o Papa disse aos presentes:

“A transparência na gestão do dinheiro, que vem dos sacrifícios de muitos homens e mulheres trabalhadores, revela a liberdade de espírito e educa as pessoas a serem mais motivadas a pagar impostos, especialmente se a arrecadação contribui para superar as desigualdades, investindo em mais trabalho, garantindo boa saúde e educação para todos, criando infraestruturas que facilitam a vida social e a economia”.

                                                                                                                       Jane Nogara

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domingo, 30 de janeiro de 2022

Filho da arquidiocese

é ordenado presbítero em Caldas

Padre Fernando José de Freitas foi ordenado presbítero na paróquia Nossa Senhora do Patrocínio, em Caldas (MG), ontem (29). O neo sacerdote é caldense e atuará como padre na diocese de Leopoldina (MG).

A celebração ocorreu às 10h, do último sábado, na igreja matriz de Nossa Senhora do Patrocínio, em Caldas. A cerimônia contou com a presença de autoridades civis e religiosas, familiares e amigos do padre Fernando, vindos das dioceses de Leopoldina, Taubaté (SP) e da arquidiocese de Pouso Alegre (MG), onde o ordenado realizou atividades pastorais. Seu lema de ordenação é “Para curar os feridos no coração”, inspirado em Is 61.

Padre Fernando foi ordenado presbítero pela imposição das mãos de dom Edson José Oriolo dos Santos, bispo de Leopoldina, onde o neosacerdote é incardinado para o serviço da Igreja. Dom Edson foi padre da arquidiocese de Pouso Alegre, de 5 de maio de 1990 até 11 de julho de 2015, quando foi ordenado bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG). Em 25 de janeiro de 2020, dom Edson tomou posse do governo episcopal da diocese de Leopoldina.

Os padrinhos eclesiásticos do padre Fernando foram dom Edson Oriolo, padre Jésus Andrade Guimarães e padre Lucas Silva Crispim. Seus padrinhos leigos foram Carlos Alexandre de Freitas, Misleine de Cássia Garcia, Nildo Mendes Cardoso e Dulciléia Maria de Carvalho Brito.



 Padre Fernando e dom Edson Oriolo

Padre Fernando é natural de Caldas, nascido em 17 de agosto de 1987. É filho de Carlos Borromeu de Freitas e Terezinha Garcia de Freitas. Foi criado no distrito de Santana de Caldas. Realizou seus estudos fundamentais em Caldas. Cursou o ensino médio no Colégio São José, em Pouso Alegre. Graduou-se em Filosofia na Faculdade Católica de Pouso Alegre e em Teologia, na Faculdade Dehoniana, em Taubaté.

Mãos do padre Fernando foram ungidas por dom Edson.

Vocacionalmente, padre Fernando foi incentivado a ser sacerdote por padre Sebastião Pereira Dal Poggetto, falecido em 7 de março de 2018, e padre Antonio Van Baalen, residente em Santana de Caldas. O padre Fernando foi seminarista da arquidiocese de Pouso Alegre de 2003 a 2009. Foi secretário de dom Edson Oriolo, quando esse era padre e pároco da paróquia Bom Jesus, na catedral metropolitana, em Pouso Alegre. Foi também seminarista da diocese de Taubaté de 2011 a 2014.

Mãos ungidas de padre Fernando
foram desatadas por seus pais, Carlos Borromeu e Terezinha.

Concluídos os seus estudos, padre Fernando foi acolhido por dom Edson, bispo de Leopoldina, para receber o sacramento da Ordem. Em 8 de fevereiro de 2021, foi admitido às ordens sacras. Em 11 de fevereiro de 2021, recebeu os ministérios de leitor e acólito. Em 1º de maio de 2021, foi ordenado diácono por dom Edson, com o lema “Não temas acolher” (Mt 1,20).

Em 19 de janeiro de 2022, padre Fernando foi nomeado por dom Edson como pároco de Senhor Bom Jesus dos Aflitos, em Itamarati de Minas (MG) e vice-chanceler do bispado de Leopoldina.

Padre Fernando discursa em sua primeira missa na igreja matriz de Caldas, hoje (30). Divulgação: Paróquia Nossa Senhora Patrocínio – Caldas (MG).

As primeiras missas do padre Fernando foram celebradas hoje (30). A primeira missa ocorreu no distrito de Santana de Caldas, às 10h, com a pregação da Palavra de Deus feita por padre Jésus Andrade Guimarães.

Padres da diocese de Leopoldina e arquidiocese de Pouso Alegre concelebraram missa presidida por padre Fernando na igreja matriz de Caldas hoje (30). Divulgação: Paróquia Nossa Senhora Patrocínio – Caldas (MG).

A segunda missa aconteceu na igreja matriz de Caldas, às 19h, com o sermão feito por padre Hiansen Vieira Franco, pároco de São Domingos, em Poços de Caldas, e professor de História da Igreja, na Faculdade Católica de Pouso Alegre.

 Padre Hiansen fez o sermão da missa presidida por padre Fernando em Caldas. Divulgação: Paróquia Nossa Senhora Patrocínio – Caldas (MG).

Leia na íntegra a homilia de padre Hiansen.

Com informações e imagens de diocese de Leopoldina e da paróquia Nossa Senhora do Patrocínio, em Caldas. A imagem destacada da notícia traz padre Fernando apresentando as suas mãos ungidas aos fiéis presentes em sua ordenação presbiteral, no dia 29.

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Pastoral Familiar realiza

o 1º Encontro de preparação para o Matrimônio de 2022

Após dois anos de suspensão das atividades presenciais da Pastoral Familiar de nossa paróquia devido à pandemia, parte de sua equipe organizou e realizou neste domingo o primeiro de encontro de preparação para o matrimônio de 2022.










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A família foi criada e é muito amada por Deus. Jesus dignificou-a ainda mais com a instituição do Sacramento do Matrimônio. E a Igreja, com grande zelo e carinho por seus filhos e filhas, procura ajudar os noivos em sua preparação para a vida matrimonial. Com esse objetivo, a Pastoral Familiar organiza e realiza encontros de estudo, troca de idéias e reflexões sobre temas importantes para as famílias.

Neste domingo, das 8h às 18h, no Centro Pastoral São José quinze casais de noivos reuniram-se com agentes da Pastoral Familiar de nossa paróquia para a partilha de idéias a respeito da vida conjugal.

Diversos temas importantes para a formação de famílias verdadeiramente cristãs foram trabalhados e muitas dúvidas esclarecidas. Houve também momentos de oração, um dos mais importantes alicerces do casamento feliz. O encontro foi encerrado com a celebração da Eucaristia.

Que Deus continue abençoando os noivos em sua preparação para a vida matrimonial para que constituam famílias conforme o projeto de amor de Deus para o bem de seus filhos e da sociedade!

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Clique nas fotos e confira momentos do evento:



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Fotos gentilmente enviadas pela agente Simone Correa Toledo, a quem agradecemos!

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Papa na oração mariana do Angelus deste domingo:

diante de nossos fechamentos,
Deus não coloca freios em seu amor

Os longos anos de caminhada podem nos levar a pensar que conhecemos bem o Senhor, e assim nos fecharmos às suas novidades e surpresas, fixos em nossas posições. Para evitar isto, devemos ter a mente aberta e o coração simples e humilde: "O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples. E quando uma pessoa tem uma mente aberta, um coração simples, tem a capacidade de surpreender-se, de maravilhar-se. O Senhor nos surpreende sempre, é esta a beleza do encontro com Jesus".

Jovens da Ação Católica Italiana soltaram balões na Praça São Pedro, como sinal de esperança 

“Que Nossa Senhora, modelo de humildade e disponibilidade, nos mostre o caminho para acolher Jesus.” E para acolher as suas novidades, devemos purificar-nos no "rio da disponibilidade e em muitos banhos saudáveis de humildade."

A reflexão do Papa Francisco no Angelus deste IV Domingo do Tempo Comum versa sobre a acolhida a Deus e seus desígnios, e parte do Evangelho de Lucas proposto pela Liturgia do dia, que “narra a primeira pregação de Jesus em sua cidade, Nazaré”, e "o êxito foi amargo", encontra "incompreensão e  também hostilidade".

De fato, "seus conterrâneos, mais do que uma palavra de verdade – começa explicando Francisco aos fiéis reunidos na Praça São Pedro - queriam milagres, sinais prodigiosos”. Mas “o Senhor não realiza nenhum e eles o rejeitam, porque dizem que já o conhecem desde criança, que é o filho de José, e assim por diante”, o que leva Jesus a pronunciar a célebre frase: "Nenhum profeta é bem recebido em sua terra".

Deus não coloca freios em seu amor

Mas se Jesus, conhecendo o coração dos conhecidos e sabendo dos riscos que corria de ser rejeitado, por que foi pregar em sua cidade assim mesmo? - pergunta o Papa -, ”por que fazer o bem a pessoas que não estão dispostas a te acolher?”:

Essa é uma pergunta que também nós muitas vezes nos fazemos. Mas é uma pergunta que nos ajuda a compreender melhor Deus: Ele, diante de nossos fechamentos, não retrocede: não coloca freios em seu amor. Vemos um reflexo disso naqueles pais que têm consciência da ingratidão de seus filhos, mas nem por isso deixam de amá-los e de fazer-lhes o bem. Deus é assim, mas em um nível muito mais elevado. E hoje ele convida também a nós a acreditar no bem, a não deixar de fazer o bem.

Humildade e disponibilidade

“Eles não foram acolhedores, e nós?”. A hostilidade em relação a Jesus – observou Francisco - também nos provoca. E para ilustrar os “modelos de acolhida que Jesus propõe hoje a seus conterrâneos e a nós”, volta seu pensamento aos dois livros de Reis, que falam de dois estrangeiros – a viúva de Sarepta de Sidônia e Naamã, o sírio – que acolhem Elias – “apesar da fome e embora o profeta fosse perseguido político-religioso” e Eliseu – “que o levou a se humilhar, a banhar-se sete vezes no rio, como se fosse uma criança ignorante”.

Quer a viúva como Naamã, “acolheram com sua disponibilidade e humildade. O modo de acolher Deus é sempre ser disponível, acolhê-Lo e ser humilde". Ou seja, a fé passa pela “disponibilidade e humildade. Eles “não rejeitaram os caminhos de Deus e de seus profetas; foram dóceis, não rígidos e fechados”:

Irmãos e irmãs, também Jesus percorre o caminho dos profetas: apresenta-se como não esperávamos. Não o encontra quem procura milagres, se nós buscarmos milagres não encontraremos Jesus, que busca novas sensações, experiências íntimas, coisas estranhas, não! Quem busca uma fé feita de poder e sinais externos. Não, não o encontrará. Somente o encontra, por outro lado, quem aceita seus caminhos e seus desafios, sem lamentações, sem suspeitas, sem críticas e sem cara feia.

Para evitar fechamentos, o Senhor pede mente aberta e coração simples

Assim, Jesus nos pede para acolhê-Lo na realidade cotidiana, na Igreja de hoje, nos necessitados, nos problemas na família, nos pais, nos filhos, nos avós, "acolher Deus ali, onde Ele está, e nos convida a nos purificarmos no rio da disponibilidade e em muitos banhos saudáveis ​​de humildade. É preciso humildade para encontrar Deus, para deixar-se encontrar por Ele:

E nós, somos acolhedores ou nos assemelhamos aos seus conterrâneos, que achavam que sabiam tudo sobre ele? 'Eu estudei teologia, fiz aquele curso de catequese...eu sei tudo sobre Jesus', como um "tolo"... Não seja tolo, tu não conheces Jesus. Quem sabe, depois de tantos anos sendo crentes, pensamos que conhecemos bem o Senhor, com nossas ideias e nossos julgamentos, tantas vezes. O risco é de nos acostumarmos com Jesus, fechando-nos às suas novidades, ao momento em que Ele bate à porta e te diz uma coisa nova, quer entrar em ti. Nós devemos sair desse estar fixos em nossas posições. O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples. E quando uma pessoa tem uma mente aberta, um coração simples, tem a capacidade de surpreender-se, de maravilhar-se. O Senhor nos surpreende sempre, é esta a beleza do encontro com Jesus".

Que Nossa Senhora, modelo de humildade e disponibilidade - disse ao concluir - nos mostre o caminho para acolher Jesus.

                                                                                                                       Jackson Erpen 

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Assista:

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sábado, 29 de janeiro de 2022

Reflexão para o

4º Domingo do Tempo Comum

Jesus dá nova visão de Deus. Anuncia um Deus próximo, misericordioso, que coloca o perdão e o ser irmão como o grande ato de louvor a Ele.

A primeira leitura nos fala da vocação do profeta, de quem é profeta. Tomemos como exemplo Jeremias, o profeta da leitura de hoje.

Em primeiro lugar, sua vocação veio de Deus e se confundiu com a geração de sua vida.

Ele era bom, inteligente, sensível, cheio de qualidades. Como qualquer vocacionado, queria viver sua vida como um jovem da época: desfrutar da juventude, namorar, casar, ter filhos, enfim, formar uma família. Jeremias só se conscientizou do chamado de Deus quando tinha vinte anos.

Ele foi consagrado, foi ungido para essa função. Além do mais seu campo de ação seria todo o universo conhecido.

Pensaríamos que, por ter sido escolhido por Deus, sua vida tenha sido um mar de rosas, mas não! Enfrentou guerras vindas de todos os lados, quando exercia sua função, falando em nome de Deus. Dificilmente era aplaudido e,  geralmente, escorraçado, marginalizado. Enfrentou lutas de todo tipo, mas não se intimidou, o Senhor estava com ele e o protegia.

Mas por que essas tribulações na vida de quem só queria fazer o bem e falava em nome de Deus, em nome do amor?

Jeremias, como qualquer profeta foi enviado principalmente para reconduzir as ovelhas perdidas, mas elas não quiseram ouvi-lo, não quiseram saber de Deus. Interessa-lhes continuar nos seu erros, praticando a injustiça e a opressão. Por isso as agressões ao profeta.

No Evangelho, vemos Jesus de Nazaré, o Profeta, exercendo sua missão e, como Jeremias e tantos outros que falaram de Deus, corrigindo o povo no seu modo de entender a Lei do Amor.    Diz que a salvação trazida por ele é para todos os povos, não apenas para Israel.

Jesus dá nova visão de Deus. Anuncia um Deus próximo, misericordioso, que coloca o perdão e o ser irmão como o grande ato de louvor a Ele. Jesus não quer condenar o pecador, mas faz de tudo para que ele mude de vida, Jesus quer salvar todos. Os escribas e doutores não suportam isso. Ficam perturbados e expulsam Jesus da sinagoga, da cidade, e o povo deseja precipitá-lo em um abismo, para que morra.

Afinal, quem é esse Jesus, quem ele pensa que é?

Foi criado ali e sua família é conhecida por todos. Onde ele estudou para ensinar algo diferente do que aprendemos? Basta!

A reação dos conterrâneos de Jesus é muitas vezes copiada por nós. Pensamos que sabemos tudo e não será qualquer um que irá nos ensinar o melhor caminho de chegarmos a Deus. Sabemos rezar, fizemos catecismo!

Não aceitamos desafios, estamos acomodados, não queremos nos esforçar para crescer. É fácil e cômodo decretar a morte. Difícil é lutar pela vida, pela recuperação e perseverança. Desistir é fácil! Persistir e saber esperar é difícil!. Quem ama, acredita, espera, faz de tudo para salvar, como Jesus de Nazaré, Profeta da Esperança e do Amor!

Nossa reflexão se conclui com a segunda leitura que é chamada: “Hino à Caridade”. São Paulo nos diz, desenvolvendo o discurso de Jesus, que a caridade tudo suporta, tudo perdoa. “Atualmente permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é  caridade”!

Sejamos abertos ao novo, àquilo que nos fala ao coração, que sentimos que é de Deus. Construamos um mundo novo, sendo profetas do Amor e do Perdão! Anunciemos a vitória da Vida!

                                                                       Padre César Augusto dos Santos, SJ

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Reflita com dom José Gislon:

A fé e o silêncio de Deus!

Estimados irmãs e irmãs em Cristo Jesus. Os Evangelhos relatam que em vários momentos os Apóstolos foram colocados à prova, para ver se em suas vidas concretas haviam compreendido os ensinamentos do Mestre Jesus. Mas, às vezes, os resultados não foram promissores, porque os discípulos tiveram dificuldades de entender o que Jesus lhes havia ensinado.

Dom José Gislon 

O inquietante silêncio de Deus aparece nas páginas da Bíblia, “molhadas pelas lágrimas dos fiéis” que, diante do drama da dor humana, se perguntam: “Mas onde está Deus, diante dos fatos que nos ferem?”. É o silêncio de Deus! Do Deus que não fica indiferente ao drama da dor que toca a realidade humana. Mas entrar em comunhão com Deus, através da fé, significa abrir o coração, para poder escutar o seu modo de falar, através da sua voz sutil, que no seu silêncio, nos fala de amor e compaixão.

Cristo nos ensina que todas as tempestades e os medos que nos ferem provêm da nossa falta de fé. “Por que sois tão medrosos?” Àqueles que vivem com angústia esse tempo tempestuoso, e a todos os pessimistas, Jesus responde com uma expressão maravilhosa: “Ainda não tendes fé?” As nossas angústias e medos nascem do não ter compreendido a nossa missão de discípulos do Mestre. Os discípulos no meio da tempestade somos nós hoje, no meio das dificuldades do nosso dia a dia. Muitas vezes temos medo porque não temos confiança em Jesus, porque não sabemos acolher os sinais de esperança que estão ao nosso redor.

Deus nos fala nos momentos de provações e no silêncio, mas nos pede para termos fé. Às vezes, a nossa fé é frágil e imatura porque confunde o “silencio” com a ausência do Senhor. Precisamos deixar o medo de lado para pedir com fé: Senhor Jesus, abraça-me com o teu eloquente silêncio, para que a minha vida possa ver o sorriso do teu amor envolvente.

                                                            Dom José Gislon - Bispo de Caxias do Sul (RS)

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sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Disponíveis os roteiros Celebrar em Família

4º e 5º domingos do Tempo Comum

Estão disponíveis os roteiros Celebrar em Família para o 4º e para o 5º Domingos do Tempo Comum. O material é preparado e oferecido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A liturgia do 4º Domingo do Tempo Comum traz as Palavras do Senhor ao profeta Jeremias: “Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações”. Na segunda leitura, o hino da caridade, da primeira Carta aos Coríntios.

O centro da Celebração da Palavra, o Evangelho segundo Lucas (Lc 4,21-30), continuando a passagem do último domingo. Jesus, após ler o livro do profeta Isaías, diz ter se cumprido aquela Palavra. Mas Ele também disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria”.

O roteiro Celebrar em Família auxilia na meditação da Palavra e favorece a celebração do Dia do Senhor àqueles que por algum motivo não podem participar presencialmente da Missa. “São muitos os horários de transmissão de missas em nossos canais católicos que podemos acompanhar, mas vivendo a dignidade de povo sacerdotal que nosso batismo nos conferiu, podemos não só acompanhar, mas CELEBRAR com nossas famílias o Dia do Senhor, reforça a Comissão para a Liturgia da CNBB.

No roteiro, algumas indicações para preparar a celebração: ‘Escolha em sua casa um local adequado para celebrar e rezar juntos. Prepare sua Bíblia com o texto a ser proclamado, um crucifixo, um vaso de flores, uma imagem ou ícone de Nossa Senhora e uma vela a ser acesa
no momento da celebração”.

BAIXE O ROTEIRO PARA O 4º DOMINGO DO TEMPO COMUM

BAIXE O ROTEIRO PARA O 5º DOMINGO DO TEMPO COMUM

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                                                                                                                             Fonte: cnbb.org.br

Papa aos comunicadores:

contrastar as fake news, mas não isolar os que têm dúvidas

"Se for necessário combater as fake news, as pessoas devem sempre ser respeitadas porque muitas vezes aderem inconscientemente a elas". Palavras do Papa no encontro com aos membros do Consórcio internacional da mídia católica "Catholic fact-checking" nesta sexta-feira (28) no Vaticano.

Encontro do Papa com membros do Consórcio internacional da mídia católica "Catholic fact-checking"

Dirigindo-se aos membros do consórcio internacional da mídia católica "Catholic fact-checking", o Papa Francisco convida a refletir sobre o estilo dos comunicadores cristãos diante de certas questões relacionadas com a pandemia. Para isso, ele cita algumas expressões de São Paulo VI presentes na Mensagem para o Dia das Comunicações Sociais de 1972, onde ele reconheceu o poder dos instrumentos de comunicação social sobre o comportamento e as escolhas das pessoas. O Papa Paulo VI dizia ainda que "a excelência da tarefa do informante consiste não apenas em destacar o que é imediatamente perceptível, mas também em buscar elementos de enquadramento e explicação sobre as causas e circunstâncias de cada fato que ele deve relatar". Uma tarefa, portanto, que requer um senso de responsabilidade e rigor. Francisco continua:

“O Papa Montini falava da comunicação e da informação em geral, mas suas palavras estão muito de acordo com a realidade se pensarmos em certas desinformações que circulam hoje na web. De fato, vocês se propõem em chamar a atenção às fake news e informações tendenciosas ou enganosas sobre as vacinas Covid-19, e o fazem colocando em rede com diferentes mídias católicas e envolvendo vários especialistas.”

Estar juntos pela verdade

Francisco lembra que o objetivo do Consórcio é "estar juntos pela verdade". Estar juntos, o trabalho em rede, disse, é fundamental no campo da informação e, em um tempo de divisões, já é um testemunho. Hoje, além da pandemia, observou, a "infodemia" se espalhou, ou seja, "a distorção da realidade baseada no medo, que na sociedade global faz ecos e comentários sobre notícias falsificadas ou mesmo inventadas". A multiplicação de informações e a circulação dos chamados pareceres científicos também podem gerar confusão. É necessário, continua o Papa, citando o que ele já havia dito em um discurso em outubro de 2021, "fazer aliança com a pesquisa científica sobre doenças, que progride e nos permite combater melhor", considerando sempre que o conhecimento deve ser compartilhado.

Isto também se aplica às vacinas, recordou o Papa:

“Há uma necessidade urgente de ajudar os países que têm menos, mas isto deve ser feito com planos a longo prazo, não apenas motivados pela pressa das nações ricas em serem mais seguras”

"Os remédios devem ser distribuídos com dignidade, e não como esmolas de piedade. Para fazer um bem real, é preciso promover a ciência e sua aplicação integral. Portanto, estar corretamente informado, ser ajudado a entender com base em dados científicos e não em fake news, é um direito humano.

A palavra "para"

A segunda palavra que o Papa Francisco enfatiza é para, uma palavra pequena, mas cheia de significado: os cristãos, comentou, são contra as mentiras, mas sempre em prol das pessoas. Não devemos esquecer a "distinção entre as notícias e as pessoas". Se for necessário combater as fake news, as pessoas devem sempre ser respeitadas porque muitas vezes aderem inconscientemente a elas. E o Papa afirma ainda:

"O comunicador cristão faz seu o estilo evangélico, constrói pontes, é um artífice da paz também e sobretudo na busca da verdade. Sua abordagem não é de oposição às pessoas, ele não assume atitudes de superioridade, ele não simplifica a realidade, para não cair em um fideísmo do estilo científico. Na verdade, a própria ciência é uma contínua aproximação à resolução dos problemas. A realidade é sempre mais complexa do que pensamos, e devemos respeitar as dúvidas, ansiedades e perguntas das pessoas, tentando acompanhá-las sem jamais tratá-las com superioridade".

O Papa Francisco sublinha mais uma vez o dever como cristãos de fazer todo o possível para "evitar a lógica da contraposição", sempre tentando aproximar e acompanhar o percurso das pessoas. "Tentemos trabalhar pela informação correta e verdadeira sobre a Covid-19 e sobre as vacinas", afirmou, "mas sem criar muros, sem criar isolamentos".

Verdade

A terceira palavra que Francisco prende em consideração é verdade, que deve ser sempre procurada e respeitada pelos comunicadores. O Papa adverte a este respeito:

"A busca da verdade não pode ser levada a uma perspectiva comercial, aos interesses dos poderosos, aos grandes interesses econômicos. Ficar juntos pela verdade significa também buscar um antídoto para algoritmos destinados a maximizar a rentabilidade comercial, significa promover uma sociedade informada, justa, saudável e sustentável. Sem uma correção ética, estes instrumentos geram ambientes de extremismo e levam as pessoas a uma radicalização perigosa".

A verdade para o cristão, continuou o Papa, não se trata apenas de coisas individuais, mas de toda a existência e também inclui significados relacionais como "apoio, solidez, confiança". E o único "verdadeiramente confiável e digno de confiança, com quem se pode contar, que é 'verdadeiro', é o Deus vivo". Jesus disse de si mesmo: "Eu sou a verdade". E conclui indicando novamente um estilo preciso de comunicação:

“Trabalhar ao serviço da verdade significa, portanto, buscar o que favorece a comunhão e promove o bem de todos, não o que isola, divide e se opõe”

                                                                                                                  Adriana Masotti

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4º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e Reflexão
1ª Leitura:  Jr 1,4-5.17-19

Leitura do Livro do Profeta Jeremias:

Nos dias de Josias, rei de Judá, foi-me dirigida a palavra do Senhor, dizendo: “Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações.

Vamos, põe a roupa e o cinto, levanta-te e comunica-lhes tudo que eu te mandar dizer: não tenhas medo, senão eu te farei tremer na presença deles.

Com efeito, eu te transformarei hoje numa cidade fortificada, numa coluna de ferro, num muro de bronze contra todo o mundo, frente aos reis de Judá e seus príncipes, aos sacerdotes e ao povo da terra; eles farão guerra contra ti, mas não prevalecerão, porque eu estou contigo para defender-te”, diz o Senhor.

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Responsório: Sl 70
- Minha boca anunciará todos os dias/ vossas graças incontáveis, ó Senhor!
- Minha boca anunciará todos os dias/ vossas graças incontáveis, ó Senhor!

- Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor:/ que eu não seja envergonhado para sempre!/ Porque sois justo, defendei-me e libertai-me!/ Escutai a minha    voz, vinde salvar-me

- Sede uma rocha protetora para mim,/ um abrigo bem seguro que me salve!/ Porque sois a minha força e meu amparo,/ o meu refúgio, proteção e segurança! / Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.

- Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança,/ em vós confio desde a minha juventude!/ Sois meu apoio desde antes que eu nascesse,/ desde o seio maternal, o meu amparo.

- Minha boca anunciará todos os dias/ vossa justiça e vossas graças incontáveis./ Vós me ensinastes desde a minha juventude,/ e até hoje canto as vossas maravilhas.

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2ª Leitura: 1Cor 12,31-13,13

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:

Irmãos: Aspirai aos dons mais elevados. Eu vou ainda mostrar-vos um caminho incomparavelmente superior.

Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse caridade, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine.

Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, mas se não tivesse caridade, eu não seria nada.

Se eu gastasse todos os meus bens para sustento dos pobres, se entregasse o meu corpo às chamas, mas não tivesse caridade, isso de nada me serviria.

A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece; não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor; não se alegra com a iniquidade, mas se regozija com a verdade. Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo.

A caridade não acabará nunca. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá.

Com efeito, o nosso conhecimento é limitado e a nossa profecia é imperfeita. Mas, quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito.

Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança.

Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas, então, veremos face a face. Agora conheço apenas de modo imperfeito, mas, então, conhecerei como sou conhecido.

Atualmente, permanecem estas três coisas: fé, esperança e caridade, Mas a maior delas é a caridade.

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Evangelho: Lc 4,21-30

Proclamação do Evangelho de São Lucas:

Naquele tempo, estando Jesus na sinagoga, começou a dizer: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”.

Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?”

Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”.

E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria.

De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia.

E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”.

Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

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Reflexão do Pe. Johan Konings:

A Boa Nova para todos e o profeta rejeitado

Depois de todos os esforços para integrarmos em nossas comunidades ricos e pobres, brancos e negros, homens e mulheres, constatamos que as discriminações, as panelinhas, os particularismos continuam. Quem mora mais perto da igreja matriz deve ser melhor atendido … Quem tem algum primo padre tem direito a cerimônias melhores… Muitos pensam que Deus está ai só para eles! A Igreja é realmente para todos, ou somente para gente de bem, “gente da casa”?

Os antigos israelitas achavam que a aliança de Deus pertencia exclusivamente a eles. Também achavam que bastava ser israelita para ter a salvação garantida. Não aguentavam que os seus profetas os criticassem. Por isso, quando Deus manda o profeta Jeremias, já o prepara desde o início para enfrentar a resistência de seu povo (1ª leitura). Semelhante resistência também a encontra Jesus, especialmente na sua própria terra, Nazaré. Ele anuncia que o Reino de Deus e a libertação se destinam também aos pagãos, e mesmo com prioridade (evangelho). Aos que ciosamente esperam dele milagres para sua própria cidadezinha, Jesus lembra que os milagres de Elias e Eliseu favoreceram estrangeiros. Por isso, seus conterrâneos querem precipitá-lo da colina de sua cidade. Mas Deus o toma firme e inabalável – como o tinha prometido a Jeremias. Com autoridade assombrosa, Jesus atravessa o corredor polonês formado pelos que ameaçam sua vida.

A Igreja, corpo e presença de Cristo, deve anunciar ao mundo a salvação para todos, sem discriminação ou privilégio. Ser “gente da casa” (católico de tradição) não tem peso algum. A boa-nova é para todos quantos quiserem converter-se. A primeira exigência do ser cristão é não ser egoísta, não querer as coisas só para si – nem as materiais, nem as espirituais. O evangelho é privilégio nenhum. Excluir quem quer que seja, por pertencer a outra classe, ideologia ou ambiente, está em contradição direta com o evangelho e a prática de Jesus. O evangelho é para todos. Se alguém, por força de sua cabeça fechada, tapa os ouvidos, problema dele. Portanto, que “os da casa” não rejeitem o profeta que se dirige a outros …

Para anunciar a boa-nova a todos, a Igreja “toda profética” não deve ser escrava de privilégios e influências alheias. Deve falar com a desinibição que caracteriza os profetas. Os que nela possuem o carisma profético devem destacar-se por sua autenticidade, sua coragem de: mártir, sua simplicidade, que deixa transparecer o Reino de Deus em sua vida.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atua como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella:

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                                  Reflexões e ilustração: franciscanos.org.br         Banner: cnbb.org.br