sábado, 30 de novembro de 2019

Reflexão para 1º Domingo do Advento:

A nossa responsabilidade para o fim
Ao começar um novo ano litúrgico, também temos a oportunidade para colocarmos nossa vida de acordo com a mensagem cristã extraída da Sagrada Escritura. "Sejamos responsáveis!", exorta Pe. Cesar Augusto dos Santos na reflexão para este I Domingo do Advento: "meu marido, mulher, filhos, pai, mãe, irmãos e amigos se tornaram mais felizes porque conviveram comigo ou minha presença foi ocasião de desilusão e fracasso? Aí já está o nosso juízo. Minha vida valeu? Ainda há tempo! Estamos vivos! Poderemos mudar!".
Iniciamos um novo ano litúrgico e, com ele, nova oportunidade para colocarmos nossa vida de acordo com a mensagem cristã extraída da Sagrada Escritura.
O Evangelho de hoje nos fala da segunda vinda de Jesus. O tempo do Advento, que ora iniciamos, tem o objetivo de nos preparar para essa segunda vinda. É verdade que tudo nos leva a nos preparamos para o Natal, mas a liturgia deseja, de modo especial, nos preparar para o encontro definitivo com Cristo, cuja celebração natalina também tem idêntico objetivo.
No Evangelho, Jesus nos diz que é no dia a dia que Deus vem ao nosso encontro, como aconteceu na época de Noé. Apesar de se comentar que aquele tempo chegava ao seu fim, nem todos acreditavam e até zombavam dos que levaram a notícia a sério.
A preparação para o fim
Também nós estamos em um mundo onde as coisas terminam, até o ser humano se extingue! Portanto estamos em um mundo que tem seu fim e para tal deveremos nos preparar. Se meus antepassados já não mais existem, se pessoas que eu conheci já não mais estão sobre a terra, devo me preparar porque minha hora, meu momento vai chegar.
Essa preparação não deve ser de modo estático ou trágico como algumas pessoas pensam, mas de modo dinâmico, dentro da vida diária, sem se fazer nada de especial, apenas praticando os ensinamentos do Senhor, amando a Deus e ao próximo. Nosso fim, nossa morte é certa e inevitável. Da morte ninguém escapa, é uma certeza! Apenas não sabemos quando e nem como.
Por isso é importante que estejamos preparados para esse momento que eternizará nossa existência.
Aquela brincadeira de criança e o encontro com Deus
Lembro-me de uma brincadeira de criança chamada “brincar de estátua”. As crianças estão pulando, dançando, fazendo qualquer coisa e aí o coleguinha grita “estátua” e todos deverão permanecer paralisados, como estavam quando ouviram o grito “estátua”. Também assim será o momento do encontro com Deus. Quando o Senhor nos chamar, quando disser “estátua”, não haverá possibilidade alguma de mudança, mas nos apresentaremos a Ele como fomos encontrados. Portanto aquele ditado que diz “Para onde a árvore pende, para lá cairá”, é uma grande verdade.
Aquele será o dia da nossa realidade, quando não mais poderemos mudar de coisas. Ao preencher a última página no livro de nossa existência, tudo estará consumado. Tudo estará nas mãos de Deus.
Portanto, vivamos de modo feliz, alegre, fazendo o que o Senhor nos pediu, sem outra preocupação a não ser amar e servir.
Nossa vida, nossa saúde, nossos dons e bens, intelectuais, espirituais e materiais deverão ser colocados à disposição de Deus, ou seja, das pessoas que Ele colocou em nossa vida, para que sejam felizes, para que O conheçam e O amem. Isso será eternizado quando chegar ao fim nossa participação neste mundo. Não sirvamos de nossa vida e dos bens que possuímos para nossa própria ruína. Deus nos criou livres e assim nos deixa viver. Sejamos responsáveis!
Poderíamos nos perguntar: Meu marido, minha mulher, meu filho, minha filha, meu pai, minha mãe, meu irmão, minha irmã, meu amigo, minha amiga, meu companheiro, minha companheira, enfim essas pessoas que Deus colocou por um tempo em minha vida, se tornaram mais felizes porque conviveram comigo ou minha presença foi ocasião de desilusão e fracasso? Aí já está o nosso juízo. Minha vida valeu? Ainda há tempo! Estamos vivos! Poderemos mudar!
                                                                                            Padre Cesar Augusto dos Santos
..................................................................................................................................................
                                                                                                                 Fonte: vaticannews.va

Leituras do

1º Domingo do Advento
............................................................................................................................................................

............................................................................................................................................................
1ª Leitura: Is 2,1-5
Leitura do Livro do profeta Isaías:
Visão de Isaías, filho de Amós, sobre Judá e Jerusalém.
Acontecerá, nos últimos tempos, que o monte da casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas e dominará as colinas. A ele acorrerão todas as nações, para lá irão numerosos povos e dirão: “Vamos subir ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que ele nos mostre seus caminhos e nos ensine a cumprir seus preceitos”; porque de Sião provém a lei e de Jerusalém, a palavra do Senhor.
Ele há de julgar as nações e arguir numerosos povos; estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices; não pegarão em armas uns contra os outros e não mais travarão combate. Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor.
..............................................................................................................................................................
Salmo: 121
Que alegria, quando me disseram:/ “Vamos à casa do Senhor!”
Que alegria, quando me disseram:/ “Vamos à casa do Senhor!”
- Que alegria, quando ouvi que me disseram:/ “Vamos à casa do Senhor!”/ E agora nossos pés já se detêm,/ Jerusalém, em tuas portas.
- Para lá sobem as tribos de Israel,/ as tribos do Senhor./ Para louvar, segundo a lei de Israel,/ o nome do Senhor./ A sede da justiça lá está/ e o trono de Davi.
- Rogai que viva em paz Jerusalém,/ e em segurança os que te amam!/ Que a paz habite dentro de teus muros,/ tranquilidade em teus palácios!
— Por amor a meus irmãos e meus amigos,/ peço: “A paz esteja em ti!”/ Pelo amor que tenho à casa do Senhor,/ eu te desejo todo bem!
..............................................................................................................................................................
2ª Leitura: Rm 13,11-14a
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:
Irmãos: Vós sabeis em que tempo estamos, pois já é hora de despertar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé.
A noite já vai adiantada, o dia vem chegando; despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz.
Procedamos honestamente, como em pleno dia; nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. Pelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo.
..............................................................................................................................................................
Evangelho: Mt 24,37-44
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: “A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. Pois nos dias, antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem.
Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada.
Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor.
Compreendei bem isto: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.
Por isso, também vós ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá”.
.............................................................................................................................................................
Reflexão

O Advento nos convida à vigilância

“até que veio o dilúvio e arrastou a todos” (v. 39)
Novamente é Advento! Iniciamos mais um Ano Litúrgico, em que escutaremos o Evangelho de São Mateus. Iniciamos uma nova caminhada em que nossas vidas, nossos corações e nossas vozes formam uma única oração em um único espírito, cantando “Maranata”, “Vem, Senhor Jesus!”
A liturgia do primeiro domingo do Advento apresenta um apelo veemente à vigilância. O cristão não deve instalar-se no comodismo, na passividade, no desleixo, na rotina, na indiferença, mas deve caminhar, sempre atento e vigilante, preparado para acolher o Senhor que vem e para responder aos seus desafios.
A primeira leitura (cf. Is 2,1-5) convida os homens - todos os homens, de todas as raças e nações - a dirigirem-se à montanha onde reside o Senhor. É do encontro com o Senhor e com a sua Palavra que resultará um mundo de concórdia, de harmonia, de paz sem fim.
A segunda leitura (cf. Rm 13,11-14a) recomenda aos batizados que despertem da letargia que os mantém presos ao mundo das trevas (o mundo do egoísmo, da injustiça, da mentira e do pecado), que se vistam da luz (a vida de Deus, que Cristo ofereceu a todos) e que caminhem, com alegria e esperança, ao encontro de Jesus, ao encontro da salvação.
O Evangelho (cf. Mt 24,37-44) apela à vigilância. O cristão ideal não vive mergulhado nos prazeres que alienam, nem se deixa sufocar pelo trabalho excessivo, nem adormece numa passividade que lhe rouba as oportunidades; o crente ideal está, em cada minuto que passa, atento e vigilante, acolhendo o Senhor que vem, respondendo aos seus desafios, cumprindo o seu papel, empenhando-se na construção do "Reino".
Dom Eurico dos Santos Veloso
No Evangelho a evocação do tempo de Noé e o dilúvio servem para colocar os discípulos, destinatários do discurso (cf. Mt 24,1), de alerta e para os convidar a uma atitude de engajamento e coerência com sua vocação cristã. O dilúvio, como evento de purificação, é água divisora entre um antes e um depois. Parece que o dilúvio os faz abrir os olhos quanto ao modo como viviam: nada percebiam, “até que veio o dilúvio e arrastou a todos” (v. 39). A vida do ser humano não se encerra nos limites da história, nem se resume em comer e beber, nem em procurar “aproveitar a vida”. Na descrição sumária do tempo de Noé, Deus não aparece; é como se ele não contasse para nada. A excessiva preocupação com questões relativas à vida de cada dia e com o bem-estar pode não só nos distanciar das coisas do céu, como também nos fazer prescindir do próprio Deus ou até ignorar sua presença. A história do tempo de Noé, antes do dilúvio, serve para ilustrar esta situação e interpelar os discípulos a que mantenham a vida referida a Deus. A fé em Deus exige uma vida conforme a sua vontade: “Nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor!, entrará no Reino dos céus, mas o que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). A vida de quem crê deve ser a expressão da fé que ele professa e do Deus em quem ele põe a sua esperança e confiança. O principal é buscar o Reino de Deus, que antecede todas as coisas, e por Deus o necessário é dado (ver: Lc 12,22-31).
A imprevisibilidade da vinda do Filho do Homem exige uma atitude diferente das pessoas do tempo de Noé, anteriores ao dilúvio (cf. v. 39b-41). A atitude requerida é a da vigilância (cf. v. 42). Vigilância é trabalho de discernimento, é empenho na atividade cotidiana que engaja o homem na sua missão, fruto do seguimento de Jesus Cristo. “É hora de despertarmos do sono”, diz Paulo, “abandonemos as obras das trevas e vistamos as armas da luz; procedamos honestamente como em pleno dia […]. Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” (cf. Rm 13,11-14).
Como podemos ser vigilantes? São Paulo, na Segunda Leitura, nos diz que o seremos se “abandonarmos as obras das trevas e nos revestirmos das armas da luz”(cf. Rm 13,12), não vivendo em bebedeiras, nem impurezas ou rivalidades (cf. Rm 13,13), enfim, deixando de praticar aqueles pecados que mais nos perseguem. Quem vive fazendo o bem, brilha. E é este brilho de santidade que mais evangeliza a Igreja; é esta a maior ação missionária que podemos realizar. Quem vive assim, caminha sempre na luz do Senhor Ressuscitado (cf. Is 2,5), a ponto de se transformar também em luz do mundo (cf. Mt 5,14). Tal discípulo está sempre vigilante, preparado a acolher o Filho do Homem quando quer que ele venha. Mais ainda, tal discípulo já se encontra unido ao Filho do Homem e não tem porquê temer a vinda daquele que já está.
A vigilância é tão atual que a antífona de entrada deve acompanhar nosso advento: “A vós, meu Deus, elevo a mina alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado! Não se riam de mim meus inimigos, pois não será desiludido quem em vós espera” (cf. Sl 24,1-3). Vigiemos e oremos, diante do Senhor, que nos colocamos ajoelhados, as nossas alegrias e as nossas esperanças, as nossas angústias e as nossas tristezas, na firme confiança de sua chegada entre nós, amém!
                                    Dom Eurico dos Santos Veloso Arcebispo Emérito de Juiz de Fora
..........................................................................................................................................                                          Fontecnbbleste2.org.br   Banner: cnbb.org.br   Ilustração: franciscanos.org.br

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Papa sobre o matrimônio:

Sacramento
que não se improvisa, é preciso de preparação dos noivos
Francisco recebeu neste sábado (30), 400 participantes de um curso de formação para a tutela do matrimônio e o cuidado pastoral dos casais feridos, organizado pelo Tribunal Apostólico da Rota Romana. Ao falar que a Igreja é uma "comunidade de famílias", abordou a importância da preparação da matrimônio ainda quando noivos e como discípulos missionários, testemunhas do Evangelho na vida familiar, social e no trabalho.
Andressa Collet - Cidade do Vaticano - Na primeira audiência deste sábado (3), o Papa Francisco recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, 400 participantes de um curso de formação para a tutela do matrimônio e o cuidado pastoral dos casais feridos, organizado pelo Tribunal Apostólico da Rota Romana. As aulas foram realizadas em Roma durante cinco dias e reuniram párocos, diáconos permanentes, casais e agentes da Pastoral da Família.
No discurso, o Pontífice lembrou que o encontro no Vaticano marcou o término do curso de formação, com “conteúdos teológicos e processos canônicos importantes para os casais e para a vida da Igreja hoje”, além de direcionar para temáticas “cruciais”. Sobretudo, o cuidado pastoral dos casais feridos, disse o Papa, que não pode ser tratado com uma abordagem “burocrática, quase mecânica”, é preciso entrar na vida das pessoas, “que sofrem e que têm sede de serenidade”.
Igreja busque a verdade do amor dos casais
Francisco então descreveu as feridas do matrimônio vividas atualmente, que podem inclusive sangrar muito, e provêm de várias causas psicológicas, físicas, ambientais e culturais, além de serem provocadas “pelo fechamento do coração humano ao amor”. A Igreja “jamais vai conseguir ignorá-las, virando o rosto para o outro lado”, acrescentou o Pontífice, precisa “buscar sempre e somente o bem das pessoas feridas e a verdade do amor delas”.
Saudação ao Papa
“É por isso que a Igreja, quando encontra essas realidades de casais feridos, antes de tudo chora e sofre com eles; se aproxima com o óleo da consolação para aliviar e curar; ela quer carregar para si a dor que encontra. E se, então, se esforça para ser imparcial e se propõe em buscar a verdade de um matrimônio destruído, a Igreja não é jamais estranha, nem humanamente, nem espiritualmente àqueles que sofrem. Não consegue nunca ser impessoal ou fria diante a essas tristes e tribuladas histórias de vida.”
O Papa então exortou agentes, juízes, testemunhas e partes envolvidas de cada causa eclesiástica que enfrentam um matrimônio ferido que confiem, antes de tudo, no Espírito Santo: “guiados por ele, podem escutar com critério justo”, sabendo examinar, discernir e julgar. O matrimônio cristão, lembrou Francisco, deve ser vivido num caminho de fé, como “colunas da Igreja doméstica”.
“Mesmo que o matrimônio possa preencher os cônjuges cristãos de alegria e de plenitude humana e espiritual, eles não devem jamais esquecer que são chamados, como pessoas e como casais, a caminhar sempre na fé, a caminhar na Igreja e com a Igreja, a caminhar na vida da santidade.”
O matrimônio não se improvisa
Desse caminho no Espírito que nasce “aquele precioso e indispensável ministério dos casais na Igreja”, tão necessário hoje nas comunidades paroquias e diocesanas. Esse ministério tem origem no Sacramento, enalteceu o Papa, “uma conquista apostólica e missionária” que precisa ser nutrida pelos noivos através “da oração, com a Eucaristia e a Reconciliação, com a bondade sincera de um com o outro, com a dedicação aos irmãos que encontram”.
Agradecimento
“Esse Sacramento não se improvisa. É necessário se preparar já como noivos. Não é suficiente que os noivos cristãos se preparem a serem marido e mulher com uma boa integração psicológica, afetiva, de relacionamento e projetos, que também é necessária para a estabilidade da sua futura união. Eles devem inclusive nutrir e intensificar progressivamente neles próprios aquela chamada específica para se moldar como marido e mulher cristãos. Isso significa cultura, dentro da vocação cristão, a vocação particular para serem discípulos missionários como casais, testemunhas do Evangelho na vida familiar, de trabalho, social, lá onde o Senhor os chama.”
A renovação da comunidade de famílias
A Igreja, na sua estrutura paroquial, finalizou o Papa, “é concretamente uma comunidade de famílias”.
“É o Espírito Santo que trabalha nessa sinergia, e, assim, o Espírito Santo é invocado, também para esse processo apostólico, que não é fácil, mas não é impossível. Encorajo os Pastores, bispos e sacerdotes a promover, sustentar e acompanhar esse processo para que a Igreja se renove se transformando sempre mais numa rede de cobertura de comunidades de famílias, testemunhas e missionárias do Evangelho.”
..................................................................................................................................................
                                                                                                                 Fonte: vaticannews.va

Papa na missa desta sexta-feira:

A morte é o abraço do Senhor a ser vivido com esperança
Na homilia da missa matutina na Casa Santa Marta, o Papa Francisco fez uma reflexão sobre o fim que aguarda cada pessoa, a morte, apresentado-a como o momento do abraço com o Senhor.
Gabriella Ceraso – Cidade do Vaticano - Na última semana do ano litúrgico, a Igreja nos convida a refletir sobre o fim do mundo, o fim de cada um de nós, e o faz também o Evangelho desta sexta-feira, em que Lucas repete as palavras de Jesus: "O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão".
A vulnerabilidade humana
Em sua homilia, o Papa reiterou que "tudo acabará”, mas “Ele ficará”, e estas palavras o inspiraram para convidar cada um a refletir sobre o momento do fim, isto é, da morte. Nenhum de nós sabe exatamente quando acontecerá, ou melhor, com frequência temos a tendência a adiar o pensamento, acreditando-nos eternos, mas não é assim:
Todos nós temos esta fraqueza de vida, esta vulnerabilidade. Ontem eu meditava sobre isto, sobre um belo artigo que saiu agora na (revista, ndr) ‘Civiltà cattolica’, que dizia que o que une todos nós é a vulnerabilidade: somos iguais na vulnerabilidade. Todos somos vulneráveis e a um certo ponto esta vulnerabilidade nos leva à morte. Por isso vamos ao médico para ver como vai a minha vulnerabilidade física, outros vão para curar alguma vulnerabilidade psíquica no psicólogo.
A ilusão de ser eternos e a esperança no Senhor
A vulnerabilidade, portanto, nos une e nenhuma ilusão nos abriga. Na minha terra, recordou o Papa, havia a moda de pagar antecipadamente o funeral com a ilusão de economizar dinheiro para a família. Quando veio à luz o golpe aplicado por essas empresas fúnebres, a moda passou. "Quantas vezes a ilusão nos engana", comentou o Pontífice, como a ilusão de “sermos eternos". A certeza da morte, ao invés, está escrita na Bíblia e no Evangelho, mas o Senhor nos apresenta como um "encontro com Ele" e está acompanhada pela palavra "esperança":
O Senhor nos fala para estarmos preparados para o encontro, mas a morte é um encontro: é Ele quem vem nos encontrar, é Ele quem vem nos pegar pela mão e nos levar até Ele. Eu não gostaria que essa simples pregação fosse um aviso fúnebre! É simplesmente Evangelho, é simplesmente vida, simplesmente dizer um ao outro: somos todos vulneráveis ​​e todos temos uma porta à qual o Senhor um dia baterá.
É necessário, portanto, preparar-se bem para o momento em que a campainha tocará, o momento em que o Senhor baterá à nossa porta: rezemos um pelo outro - é o convite do Papa também aos fiéis presentes na Missa - para estar prontos, para abrir a porta com confiança ao Senhor que vem:
Todas as coisas que juntamos, que poupamos, licitamente boas, mas não levaremos nada ... Mas, sim, levaremos o abraço do Senhor. Pensar na própria morte: eu vou morrer, quando? Não está determinado no calendário,  mas o Senhor sabe. E rezar ao Senhor: "Senhor, prepara meu coração para morrer bem, para morrer em paz, para morrer com esperança". É esta a palavra que deve sempre acompanhar a nossa vida, a esperança de viver com o Senhor aqui e depois viver com o Senhor do outro lado. Rezemos uns pelos outros sobre isso.
.............................................................................................................................................................
Assista:
..................................................................................................................................................
                                                                                                                 Fonte: vaticannews.va

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Comissão Arquidiocesana de Liturgia

emite orientações litúrgicas para o ciclo do natal 
A Comissão Arquidiocesana para a Liturgia (CAL) publicou nesta semana as orientações para as celebrações do ciclo do Natal.
"Celebrando o mistério pascal de Cristo em suas primeiras manifestações, o ciclo do Natal engloba o tempo do Advento, como preparação, as festas do Natal como chegada e realização e o tempo do Natal, como prolongamento com as festas da Sagrada Família, de Maria, Mãe de Deus, da Epifania, encerrando com a festa do Batismo do Senhor. Nele fazemos memória da vinda salvífica do Senhor, da sua manifestação na fragilidade de nossa carne, na contingência e contradições de nossa história, enquanto aguardamos seu novo Natal, seu Reino, sua vinda definitiva e gloriosa no fim dos tempos", afirma o coordenador da CAL, padre Vanildo de Paiva.
O novo ano litúrgico tem início no próximo final de semana, com as celebrações do Tempo do Advento. 
"O Advento se aproxima, convidando-nos a olhar nossa vida e nossa história sob a perspectiva da gratidão a Deus que, no seu imenso amor, vem ao nosso encontro para nos trazer a salvação. Inicia-se, com ele, o ciclo do Natal do Senhor, um dos pontos fortes do ano litúrgico, que nos faz experimentar as alegrias da chegada da Luz, “Sol nascente que nos veio visitar” (Lc 1, 78), em tempos sombrios como os nossos, para nos devolver a esperança e a certeza do caminho! Esperamos que nossa caminhada litúrgica, no ciclo do Natal, seja plena de possibilidades para o encontro com o Senhor, o Príncipe da Paz, que nos convida à Casa do Pão, à Belém eucarística, onde refulge a alegria para todos os povos: “Eis que vos anuncio uma grande alegria!”( Lc 2,10)", traz a nota. 
Alguns símbolos, gestos e ações simbólico-rituais expressam mais intensamente a verdade dessa espera nas celebrações, como a coroa do advento, as músicas, o sentido da Palavra etc. Tudo isto vem apresentado nas orientações da CAL. 
O ano litúrgico, chamado de ano A, proporciona a oportunidade da fé e da espiritualidade, auxiliados no Evangelho de São Mateus. 
"Desde as primeiras páginas desse evangelho, Jesus é proclamado o Salvador enviado por Deus (cf. Lc 1,46b-47). O Evangelho de Mateus centra sua narrativa em dois focos complementares: Jesus Salvador e o Reino dos Céus. Jesus é o Cristo, o Mestre que ensina. Reúne discípulos. Prepara-os e os envia em missão. É o Filho de Deus, Filho de Davi, Filho do Homem. É o Servo Sofredor. Tais títulos, originados na tradição judaica, são fundamentais para a compreensão da fé, da salvação e do seguimento do Mestre. O Reino dos Céus é a soberania de Deus, proclamado por Jesus, através dos discursos, especialmente o Sermão da Montanha. É confirmado pela atuação de sua autoridade e poder, através de curas e de exorcismos e da escolha e do envio dos discípulos. Sua presença já é a proximidade do Reino (10,7). Entretanto, é também objeto do desejo e da esperança dos que oram e suplicam: “Venha o teu Reino” (6,10)".
O evangelista Mateus contribui parcialmente para a compreensão dos principais sacramentos. 
"O Batismo é de finalidade universal, sua fórmula é a confissão trinitária de Deus e está ligado ao inteiro ensinamento de Jesus (28,19-20). A Eucaristia é o Corpo do Senhor e o Sangue da Aliança, derramado por muitos para a remissão dos pecados (26,26-28). O perdão dos pecados decorre do poder de ligar e desligar dado aos Doze (18, 18) e do poder das chaves dado a Pedro (16,19)".
..................................................................................................................................................
                                                        Fonte: arquidiocese-pa.org.br    Matéria: Pe. Andrey Nicioli

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Papa na Audiência Geral desta quarta denuncia

a hipocrisia de falar de paz e construir armas
A lembrança das etapas na Tailândia e no Japão marcou a Audiência Geral do Papa Francisco na Praça São Pedro. “Para proteger a vida, é preciso amá-la, e hoje a grave ameaça nos países mais desenvolvidos é a perda do sentido de viver", alertou.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano Recém-chegado de sua 32° viagem apostólica, o Papa Francisco recebeu milhares de fiéis e peregrinos para a Audiência Geral esta quarta-feira (27/11) e dedicou sua catequese aos principais momentos vividos na Tailândia e no Japão.
Ao agradecer às autoridades governamentais e eclesiásticas dos dois países, o Pontífice afirmou que a visita aumentou a sua proximidade e o seu afeto por aqueles povos: “Deus os abençoe com abundância de prosperidade e de paz”.
Povo thai: povo do belo sorriso
Começando pela primeira etapa, Francisco recordou que a Tailândia é um antigo Reino que se modernizou fortemente. O povo “thai” é o “povo do belo sorriso. As pessoas ali sorriem. Encorajei o empenho pela harmonia entre os diversos membros da nação e para que o desenvolvimento econômico possa ir em benefício de todos e sejam sanadas as chagas da exploração, especialmente das mulheres e dos menores.”
Sobre a religião budista, parte integrante da história e da vida do povo tailandês, o Papa citou o encontro com o Patriarca Supremo e com os líderes ecumênicos e inter-religiosos.
Com a comunidade católica local, o Pontífice viveu momentos de convívio com os sacerdotes, os consagrados, os bispos, os jesuítas. Celebrou duas missas e conheceu de perto o trabalho do Hospital São Luís em prol dos últimos. “Ali experimentamos que na nova família formada por Jesus Cristo existem também os rostos e as vozes do povo Thai.”
Japão: capacidade extraordinária de lutar pela vida
Depois, foi a vez do Japão, cujo lema “Proteger cada vida” acompanhou a sua visita. O país, afirmou, “carrega impressas as chagas do bombardeio atômico e é em todo o mundo porta-voz dos direitos fundamentais à vida e à paz”.
Em Nagasaki e Hiroshima, o Papa rezou, encontrou sobreviventes e familiares das vítimas. “Reiterei a firme condenação das armas nucleares e da hipocrisia de falar de paz construindo e vendendo artilharia bélica.”
Depois daquela tragédia, prosseguiu, o Japão demonstrou uma extraordinária capacidade de lutar pela vida e o fez inclusive recentemente depois do tríplice desastre de 2011: terremoto, tsunami e acidente na central nuclear.
“Para proteger a vida, é preciso amá-la, e hoje a grave ameaça nos países mais desenvolvidos é a perda do sentido de viver.”
As primeiras vítimas do vazio de sentido, apontou Francisco, são os jovens. Por isso, dedicou um encontro a eles em Tóquio, aos quais encorajou a se opor a toda forma de bullying, e a vencer o medo e o fechamento abrindo-se ao amor de Deus.
“Auspiciei uma cultura de encontro e diálogo, caracterizada pela sabedoria e amplidão de horizonte. Permanecendo fiel aos seus valores religiosos e morais, e aberto à mensagem evangélica, o Japão poderá ser um país condutor por um mundo mais justo e pacífico e pela harmonia entre homem e meio ambiente.”
Queridos irmãos e irmãs, finalizou o Papa, “confiemos à bondade e à providência de Deus os povos da Tailândia e do Japão”. 
Fundação Nizami Ganjavi
Antes da Audiência Geral, o Papa Francisco recebeu os membros da Fundação Nizami Ganjavi. Trata-se de uma organização dedicada à memória do grande poeta do Azerbaijão do século XII, com a finalidade de promover a paz no diálogo e no respeito mútuo.
Francisco encorajou a Fundação a prosseguir neste caminho, sobretudo no que diz respeito ao desafio das mudanças climáticas, convencidos de que a cultura do diálogo é a via mestra, a colaboração é a conduta mais eficaz e conhecimento recíproco é o método para crescer na fraternidade entre as pessoas e os povos.
.............................................................................................................................................................
Um aplauso ao Beato Donizetti na Praça São Pedro!
Francisco definiu o novo Beato brasileiro como um “pastor totalmente dedicado à sua gente, testemunha de caridade evangélica e corajoso defensor dos pobres”.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano Ao final da Audiência Geral, em sua saudação em italiano, o Pontífice recordou que sábado passado em Tambaύ (SP) foi proclamado Beato o sacerdote Donizetti Tavares de Lima, “pastor totalmente dedicado à sua gente, testemunha de caridade evangélica e corajoso defensor dos pobres”.
“Os sacerdotes, as pessoas consagradas, mas também os fiéis leigos possam fazer próprio o testemunho de fé do Beato Donizetti, com a coerência das escolhas de vida, inspiradas no Evangelho. Um aplauso ao novo Beato!”
A missa em Tambaú foi celebrada pelo prefeito da Congregação das Causas dos Santos, o cardeal Angelo Becciu. Cerca de 20 mil fiéis participaram da cerimônia. O miraculado é o menino Bruno Henrique Arruda de Oliveira, de 13 anos, que teve o pé torto congênito curado pelo novo Beato.
Cerimônia de beatificação em Tambaú
..................................................................................................................................................
                                                                                                                 Fonte: vaticannews.va