domingo, 30 de setembro de 2018

Papa no Angelus deste domingo:

Amar nossa comunidade sem ciúmes e fechamentos
“O comportamento dos discípulos de Jesus é muito humano, muito comum, e podemos encontrá-lo nas comunidades cristãs de todos os tempos, provavelmente também em nós mesmos", disse Francisco.

Cidade do Vaticano - O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, deste domingo (30/09), com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.
Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice ressaltou que “o Evangelho deste domingo nos apresenta um daqueles particulares muito instrutivos da vida de Jesus com os seus discípulos”.
“Eles tinham visto que um homem, que não fazia parte do grupo dos seguidores de Jesus, expulsava os demônios no nome de Jesus, e por isso queriam proibi-lo. João, com o entusiasmo zeloso típico dos jovens, refere o fato ao Mestre buscando o seu apoio; mas, Jesus, ao contrário, responde: «Não lhe proíbam, pois ninguém faz um milagre em meu nome e depois pode falar mal de mim. Quem não está contra nós, está a nosso favor».”
Discípulos manifestam atitude de fechamento
Segundo o Papa, “João e os outros discípulos manifestam um comportamento de fechamento diante de um acontecimento que não entra em seus esquemas, neste caso a ação, mesmo sendo boa, de uma pessoa ‘externa’ ao grupo de seguidores”.
“Em vez disso, Jesus parece muito livre, plenamente aberto à liberdade do Espírito de Deus, que não é limitado em sua ação por nenhum confim e por nenhum recinto. Com a sua atitude, Jesus quer educar os seus discípulos, e também a nós hoje, a esta liberdade interior.”
Francisco disse que “nos faz bem refletir sobre este episódio e fazer um pouco de exame de consciência”.
Medo da concorrência
“O comportamento dos discípulos de Jesus é muito humano, muito comum, e podemos encontrá-lo nas comunidades cristãs de todos os tempos, provavelmente também em nós mesmos.”
“De boa fé, aliás, com zelo, se gostaria de proteger a autenticidade de uma certa experiência, especialmente carismática, tutelando o fundador ou o líder dos falsos imitadores.”
Segundo o Papa, “ao mesmo tempo, existe o medo da ‘concorrência’ de que alguém possa atrair novos seguidores, e então não se consegue apreciar o bem que os outros fazem: não é bom porque ele “não é um dos nossos”. É uma forma de auto-referencialidade”.
Liberdade de Deus
“A grande liberdade de Deus em doar-se a nós é um desafio e uma exortação a mudar os nossos comportamentos e nossas relações. É um convite que Jesus nos faz hoje."
“Ele nos convida a não pensar segundo as categorias do “amigo/inimigo”, “nós/eles”, “quem está dentro/quem está fora”, mas a ir além, a abrir o coração a fim de reconhecer a sua presença e a ação de Deus mesmo em âmbitos incomuns e imprevisíveis e em pessoas que não fazem parte de nosso círculo.”
“Trata-se de estar mais atentos à genuinidade do bem, do bonito e do verdadeiro que é realizado, do que ao nome e procedência de quem o faz. E - como nos sugere o restante do Evangelho de hoje -  em vez de julgar os outros, devemos examinar a nós mesmos e “cortar” sem pactos tudo o que pode escandalizar as pessoas mais fracas na fé”, disse ainda o Papa.
Abertura ao Espírito Santo
Francisco concluiu, pedindo à Virgem Maria, “modelo de acolhimento dócil das surpresas de Deus, para que nos ajude a reconhecer os sinais da presença do Senhor no meio de nós, descobrindo-o em todo lugar que Ele se manifestar, até mesmo nas situações mais impensáveis e incomuns. Que ela nos ajude a amar a nossa comunidade sem ciúmes e fechamentos, sempre abertos ao horizonte vasto da ação do Espírito Santo”.
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Assista:
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Reflexão para seu domingo:

Profetismo
O profetismo acontece não só na comunidade religiosa e a partir dela, mas também na convivência com outras pessoas que não tiveram a oportunidade de conhecer os ditames da fé religiosa.
Dentre tantas propostas ou palavras comunicadas, discernir a verdade e o melhor nem sempre é fácil. Precisamos nos treinar para isso, com a exercitação dos sentidos, da inteligência e da experiência. A profecia na Bíblia, para ser legítima e crível, foi muito exercida e experimentada dentre o antigo povo de Deus. Mas muitos falsos profetas confundiram a cabeça do povo judeu e o fizeram, não poucas vezes, a ir atrás de falsos deuses. Isso os arruinou terrivelmente, a ponto de quase deixar de existir como povo.
Dom José Alberto Moura
Mas a profecia não trata simplesmente de se adivinhar sobre o futuro e sim ouvir o que a pessoa fala em nome de Deus. A verdadeira profecia é mostrada na realização do que o profeta está dizendo. O ídolo, ou falso deus, não faz efetivar o que o falso profeta está dizendo sobre ele. Ao contrário, arruína a pessoa e a comunidade que nele acredita. Assim hoje, os falsos deuses são caracterizados de modo forte no ter, no poder e no prazer como a finalidade de vida. Os verdadeiros profetas só o são quando assumem, seguem e ensinam a verdade expressa pelo Deus verdadeiro, explicitados na verdade do Filho de Deus. Ele ensina que a finalidade de tudo é Deus, que nos criou para o amor. Ele nos dá base para o exercício da fraternidade, promoção da justiça, da misericórdia e da promoção da vida plena e de sentido para todos.
As mentiras espalhadas pelas pessoas, e muitas vezes disseminadas pelos meios de comunicação, fazem muitos pensar que a falsidade é a verdade. Assim, quanto mais a pessoa tem riquezas materiais e até acumuladas ilicitamente, bem como a busca desenfreada e imoral dos prazeres e o exercício do poder para a busca de interesses pessoais de modo escuso, mais ela vai ser feliz.
Jesus pratica e ensina a humildade como forma de apresentar a verdade da pessoa humana, do valor absoluto de Deus e da relatividade do que é passageiro nesta vida. Deste modo, quanto mais a pessoa for verdadeira em usufruir os valores humanos com o enfoque divino, mais ela se realiza por assumir a missão de amar o semelhante, colocando-se em disponibilidade para servi-lo da melhor maneira.
O profetismo acontece não só na comunidade religiosa e a partir dela, mas também na convivência com outras pessoas que não tiveram a oportunidade de conhecer os ditames da fé religiosa. Basta ver o que homens, na época de Moisés, exerceram de profetismo fora da comunidade judia (Cf. Números, 11,25-29).
Precisamos, de modo especial, a partir de nossas comunidades, fazer a conscientização para o exercício da boa profecia dentro da realidade política, para que pessoas de bem, bom caráter e qualificação para o cargo, exerçam-na. Mais: a boa consciência política e profética deve ser cultiva em quem ajuda a eleger tais pessoas. Então teremos mais seguimento, não de falsos deuses, e sim do verdadeiro Deus, que nos ensina a promover a vida e a dignidade humana com realização plena de todos, a partir dos mais deixados de lado no convívio social justo e fraterno.
                                 Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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                                                                                                              Fonte: cnbbleste2.org.br

sábado, 29 de setembro de 2018

Divulgado o tema do

Dia Mundial das Comunicações Sociais 2019
O tema, escolhido pelo Papa Francisco, “sublinha a importância de restituir à comunicação uma perspectiva ampla, baseada na pessoa, e enfatiza o valor da interação entendida sempre como diálogo e oportunidade de encontro com o outro”.
Papa Francisco com o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke

Cidade do Vaticano - Foi divulgado, neste sábado (29/09), o tema do Dia Mundial das Comunicações Sociais 2019: “Somos membros uns dos outros (Ef 4,25). Das comunidades às comunidades”.
O tema, escolhido pelo Papa Francisco, “sublinha a importância de restituir à comunicação uma perspectiva ampla, baseada na pessoa, e enfatiza o valor da interação entendida sempre como diálogo e oportunidade de encontro com o outro”, informa uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé.
Natureza das relações na Internet 
Com esse tema, “pede-se uma reflexão sobre o estado atual e sobre a natureza das relações na Internet a fim de recomeçar da ideia de comunidade como rede entre as pessoas em sua totalidade”.
Algumas tendências “prevalentes na redes sociais nos colocam diante de uma pergunta fundamental: até que ponto podemos falar de comunidade verdadeira diante das lógicas que caracterizam algumas comunidades nas redes sociais? A metáfora da rede como comunidade solidária exige a construção de um nós, baseado na escuta do outro, no diálogo e, consequentemente, no uso responsável da linguagem”.
Internet seja um lugar rico em humanidade
Em sua primeira mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, em 2014, recorda a nota da Sala de Imprensa da Santa Sé, o Papa Francisco fez um apelo a fim de que a Internet seja “um lugar rico em humanidade, não uma teia de fios, mas de pessoas humanas”.
A escolha do tema da Mensagem de 2019 confirma a “atenção do Papa Francisco para os novos ambientes de comunicação, em particular, para as Redes Sociais onde o Pontífice está presente em primeira pessoa com a conta @Pontifex no Twitter e o perfil @Franciscus no Instagram”.
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                                                                                                            Fonte: vaticannews.va

Diácono Carlos Cézar

é ordenado padre em Borda da Mata
A Arquidiocese de Pouso Alegre acolheu com a alegria na manhã deste sábado (29) mais um padre em seu presbitério: padre Carlos Cézar Raimundo. A missa na qual ele foi ordenador presbítero foi celebrada na Basílica Nossa Senhora do Carmo, em Borda da Mata, sendo presidida pelo arcebispo metropolitano, dom José Luiz Majella Delgado - C.Ss.R., e concelebrada por dezenas de padres. Seminaristas, religiosos e centenas de fieis também participaram da celebração.

Em sua homilia, o arcebispo lembrou da festa dos Santos Arcanjos, também celebrada neste dia, os quais inspiram o padre na sua missão.
Procissão de entrada dos padres
"A Sagrada Escritura e a Tradição da Igreja deixam-nos entrever dois aspectos: por um lado, o Anjo é uma criatura que está diante de Deus, orientando todo seu ser para Deus. Os três nomes dos Arcanjos terminam com a palavra 'El', que significa Deus. Deus está inscrito nos seus nomes, na sua natureza. Segundo aspecto, que caracterizam os Anjos, eles são mensageiros de Deus, trazem Deus aos homens, abrem o céu e assim abrem a terra, exatamente porque estão juntos de Deus. Podem estar muito próximo dos homens. Neste sentido, o padre deve ser homem de Deus. Deve viver orientado para Deus. O padre deve ser alguém que intercede pelos homens junto de Deus. Quanto mais o fizer, tanto mais compreende as pessoas que lhe são confiadas e pode tornar um anjo, um mensageiro de Deus, ajudando a encontrar sua verdadeira natureza".
Dom Majella também lembrou que o padre é aquele que conduz as pessoas até Jesus Cristo.
"Querido filho, meu diácono Carlos César. No livro do Apocalipse, a Igreja de Laudicéia, o anjo diz: 'abri a porta ao Senhor, que Ele entrará e ceará com vocês'. Hoje, você como padre, que será ordenado, tem essa missão, de ser o anjo e chegar junto ao coração das pessoas dizendo: “abra a porta do seu coração para o Senhor”. Padre é o anjo. Hoje, meu querido diácono, sede verdadeiramente este anjo, inicialmente da paróquia de Sant’Ana, em Sapucaí Mirim, mas seja um anjo na Igreja particular de Pouso Alegre, um anjo da Igreja de Jesus Cristo. Ajudai o povo de Deus a encontrar a alegria da fé, a acolher o bem e recusar o mal, permanecer sempre mais, pessoas que amam em comunhão com Deus-Amor".
Aproveitando o Evangelho, dom Majella recordou a importância de sermos caminho para os outros discípulos. 
Dom Majellla unge as mãos de Carlos César
"O Evangelho narra para nós a vocação de Natanael, que significa: 'Dom de Deus'. Todos os seguidores de Jesus deve ser dom de Deus para a vida dos outros, uma pessoa de verdade e sem falsidade. Eis o padre: um dom de Deus. Um dom de Deus para os outros, uma pessoa de verdade sem falsidade, eis o padre. Um dom de Deus, uma pessoa fiel e sincera, sem preconceitos, que aceita Jesus sem reservas. A história da vocação de Natanael tornou-se um testemunho sobre Jesus. Amado filho, a história da nossa vocação, primeiramente de cristãos, de batizados, e de ordenados, deve ser um testemunho sobre Jesus e não sobre conquistas e realizações, prestígio e poder, cargos e sucesso. A história da nossa vocação de padre deve ser um testemunho sobre Jesus, e basta! Natanael foi ver Jesus motivado pelo convite de Felipe que lhe disse: “venha e você verá!”. Um discípulo chama o outro, um discípulo leva o outro até Jesus. Como é belo escutar a história vocacional dos padres do nosso presbitério. Todos falaram de um Felipe da nossa Igreja particular. Esse padre me levou até Jesus. Certamente você tem bem claro em seu coração o nome daquele padre ou irmão que te levou até Jesus, que o levou aos missionários redentoristas, que o levou ao nosso seminário arquidiocesano. Você encontrou Jesus. Ele que o chamou desde a pia batismal nesta Basílica de Nossa Senhora do Carmo, ali o Senhor confirmou o chamado, pois desde ventre materno Ele o chamou", finalizou sua homilia.
Biografia
Diác. Carlos César em diálogo com Dom Majella
O padre Carlos Cézar Raimundo é filho de Antônio Carlos Raimundo e de Maria Rosângela de Lima Raimundo. Ingressou no seminário redentorista Santo Afonso, em Aparecida (SP), em 2006. Na Congregação do Redentorista, além do ensino médio, cursou a etapa do Propedêutico em Santa Bárbara d'Oeste (SP) e a filosofia em Campinas (SP). Depois de um sério discernimento vocacional, ingressou no Seminário Arquidiocesano Nossa Senhora Auxiliadora, em Pouso Alegre, no ano de 2013, onde cursou a etapa da teologia. 
Trabalhou como seminarista nas paróquias de Nossa Senhora da Conceição (Conceição dos Ouros), São José (Paraisópolis), Sagrada Família (Itajubá) e São Sebastião e São Roque (Senador Amaral). Após concluir os estudos e realizar a experiência missionária na arquidiocese de Porto Velho (RO), realizou o estágio pastoral na Paróquia Santa Rita de Cássia (Santa Rita de Caldas). Foi ordenador diácono no dia 25 de novembro de 2017. No início de 2018 foi transferido para a paróquia Sant'Ana, em Sapucaí Mirim. 
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                                Fonte: arquidiocese-pa.org.br     Texto. Pe. Andrey Nicioli      Fotos: Pascom

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Leituras do

26º Domingo do Tempo Comum

1ª Leitura: Nm 11,25-29
Livro dos Números:
Naqueles dias, o Senhor desceu na nuvem e falou a Moisés. Retirou um pouco do espírito que Moisés possuía e o deu aos setenta anciãos. Assim que repousou sobre eles o espírito, puseram-se a profetizar, mas não continuaram.
Dois homens, porém, tinham ficado no acampamento. Um chamava-se Eldad e o outro Medad. O espírito repousou igualmente sobre os dois, que estavam na lista mas não tinham ido à Tenda, e eles profetizavam no acampamento.
Um jovem correu a avisar Moisés que Eldad e Medad estavam profetizando no acampamento.
Josué, filho de Nun, ajudante de Moisés desde a juventude, disse: “Moisés, meu Senhor, manda que eles se calem!” Moisés respondeu: “Tens ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta, e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito!'
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Salmo: 18
A lei do Senhor Deus é perfeita, alegria ao coração.
A lei do Senhor Deus é perfeita, alegria ao coração.
A lei do Senhor Deus é perfeita,/ conforto para a alma!/ O testemunho do Senhor é fiel,/ sabedoria dos humildes.
É puro o temor do Senhor,/ imutável para sempre./ Os julgamentos do Senhor são corretos/ e justos igualmente.
E vosso servo, instruído por eles,/ se empenha em guardá-los./ Mas quem pode perceber suas faltas?/ Perdoai as que não vejo!
- E preservai o vosso servo do orgulho:/ não domine sobre mim!/ E assim puro, eu serei preservado/ dos delitos mais perversos
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2ª Leitura: Tg 5,1-6
Carta de São Tiago:
E agora, ricos, chorai e gemei, por causa das desgraças que estão para cair sobre vós.
Vossa riqueza está apodrecendo, e vossas roupas estão carcomidas pelas traças. Vosso ouro e vossa prata estão enferrujados, e a ferrugem deles vai servir de testemunho contra vós e devorar vossas carnes, como fogo! Amontoastes tesouros nos últimos dias. Vede: o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, que vós deixastes de pagar, está gritando, e o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso. Vós vivestes luxuosamente na terra, entregues à boa vida, cevando os vossos corações para o dia da matança. Condenastes o justo e o assassinastes; ele não resiste a vós.
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Evangelho: Mc 9,38-43.45.47-48
Evangelho de São Marcos:
Naquele tempo, João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor.
Em verdade eu vos digo: quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa.
E, se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço. Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga.
Se teu pé te leva a pecar, corta-o! É melhor entrar na Vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48‘onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga’”.

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Reflexão:
Pensamento inclusivo
A cristandade tradicional caracterizava-se por atitudes exclusivistas. Só a Igreja católica estava certa… Dizia-se que quem morre fora da Igreja católica vai ao inferno. (Deveria ser mandado ao inferno quem fala assim…)
O evangelho conta um episódio que nos ensina o contrário. Os discípulos ficam nervosos porque alguém anda expulsando demônios no nome de Jesus, sem fazer parte do grupo deles. Naquele tempo, todo tipo de tratamento sugestivo estava na moda, como hoje. Visto que Jesus era o sucesso do momento, alguns que não eram de seu grupo usavam seu nome para expulsar uns demoniozinhos. Que mal havia nisso? Nenhum, mas os discípulos queriam direitos autorais!
A liturgia ilustra o problema com outro episódio. O povo de Israel andando pelo deserto, o Espírito desce sobre a assembleia dos anciãos. Mas dois não foram à assembleia e receberam o Espírito assim mesmo. Os outros reclamam. Então, Moisés responde: “Oxalá todo o povo de Deus profetizasse e Deus infundisse a todos o seu espírito” (1ª leitura).
Nem todos os cristãos são tão mesquinhos assim que pretendem reservar para a própria agremiação os dons de Deus. Desde o Humanismo, bem antes do Concílio Vaticano II, os educadores cristãos ensinavam que os pagãos Platão e Virgílio eram profetas, pois anunciaram coisas que, depois, se verificaram em Jesus. Houve até quem chamasse Karl Marx de profeta (com menos mérito, pois viveu bem depois de Jesus e repetiu muita coisa que Jesus e a Bíblia disseram antes dele…). As coisas boas que esses pagãos falaram não deixaram de ser um testemunho a favor de Jesus.
“Quem não é contra nós está em nosso favor” (Mc 9,40). Esta é a lição (Jesus disse também: “Quem não está comigo é contra mim”, Mt 12,30, mas isso, em caso de conflito e perseguição).
O nome de Jesus representa o Reino do Pai. O nome de Jesus se liga a uma realidade nova, a vontade de Deus. “Ninguém que faz milagres em meu nome poderá logo depois sair falando mal de mim” (Mc 9,39). Por tudo aquilo que ele disse e fez, pelo dom da própria vida, Jesus ligou a seu nome a nova realidade que se chama o “Reino de Deus”. Quem consegue usar o nome de Jesus como força positiva certamente colabora de alguma maneira com o Reino.
Não é preciso ser católico batizado para colaborar com os valores do evangelho. Os primeiros missionários no Brasil ficaram cheios de admiração porque os índios pagãos pareciam ter mais valores evangélicos que os colonos portugueses escravocratas. O testemunho do evangelho pode existir fora da comunidade cristã, e nós devemos alegrar-nos por causa disso.
Então, em vez de dizer que fora da Igreja não há salvação, vamos dizer: tudo o que salva expande o que estamos fazendo na Igreja. Pensamento inclusivo.
                          Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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Papa a participantes de curso sobre o matrimônio:

Pastoral familiar
acolha também quem escolhe conviver sem se casar
“O horizonte da pastoral familiar diocesana seja sempre mais amplo, assumindo o estilo próprio do Evangelho, encontrando e acolhendo também aqueles jovens que escolhem conviver sem se casar. É preciso testemunhar a eles a beleza do matrimônio!”, exorta o Papa Francisco a participantes do Curso sobre matrimônio e família promovido pelo Tribunal da Rota Romana.

Cidade do Vaticano“O matrimônio não é somente um evento ‘social’, mas um verdadeiro Sacramento que comporta uma preparação adequada e uma celebração consciente. O vínculo matrimonial requer da parte dos noivos uma escolha consciente, que pondere a vontade de construir juntos algo que jamais deverá ser traído ou abandonado.”
Casais em crise: atitude de escuta e compreensão
Foi o que disse o Papa na tarde desta quinta-feira (27/09), na Basílica de São João de Latrão aos cerca de 850 participantes do Curso de formação sobre matrimônio e família promovido nos dias 24 a 26 de setembro pela Diocese de Roma e pelo Tribunal da Rota Romana. Realizado na Basílica sede da diocese, o curso teve a participação de párocos, diáconos permanentes, casais e agentes da pastoral da família.
Família, Igreja doméstica e santuário da vida
Dirigindo-se aos presentes ao término do referido curso, o Santo Padre ressaltou que o mesmo lhes permitiu examinar os desafios e projetos pastorais concernentes à família, considerada “Igreja doméstica e santuário da vida”.
Francisco disse tratar-se de um campo apostólico amplo, complexo e delicado, ao qual “é necessário dedicar energia e entusiasmo, no intento de promover o Evangelho da família e da vida”.
Tendo evocado a visão ampla e perspicaz de seus predecessores, disse ter desenvolvido nesta esteira o tema em questão, especialmente na Exortação apostólica Amoris laetitia (sobre o amor na família, ndr), “colocando no centro a urgência de um caminho sério de preparação para o matrimônio cristão, que não se reduza a poucos encontros.
Referindo-se à experiência pastoral em várias dioceses do mundo concernente ao acompanhamento dos noivos em vista do matrimônio, enfatizou que é importante oferecer-lhes “a possibilidade de participar de seminários e retiros de oração, que envolvam como animadores, além de sacerdotes, também casais de esposos de consolidada experiência familiar e especialistas nas disciplinas psicológicas.
Falta de acompanhamento eclesial após as núpcias
“Muitas vezes a raiz última dos problemas, que se apresentam após a celebração do sacramento nupcial, deve se procurar não somente numa imaturidade escondida e remota manifesta inesperadamente, mas sobretudo na fraqueza da fé cristã e na falta de acompanhamento eclesial, na solidão em que muitas vezes os recém-casados são deixados após a celebração das núpcias”, observou o Pontífice.
Por isso, “reitero a necessidade de um catecumenato permanente para o Sacramento do matrimônio que diz respeito à sua preparação, celebração e aos primeiros tempos sucessivos”, enfatizou Francisco dizendo tratar-se de “um caminho partilhado entre sacerdotes, agentes pastorais e esposos cristãos”.
Quanto mais o caminho de preparação for aprofundado e prolongado no tempo, mais os jovens casais aprenderão a corresponder à graça e à força de Deus e desenvolverão também os “anticorpos” para aprofundar “os inevitáveis momentos de dificuldades e fadiga da vida conjugal e familiar”.
Preparação para o matrimônio, tempo de graça
A experiência ensina que o tempo da preparação para o matrimônio “é um tempo de graça, em que o casal encontra-se particularmente disponível a ouvir o Evangelho, a acolher Jesus como mestre de vida”, acrescentou o Papa.
A maior eficácia do cuidado pastoral se realiza onde o acompanhamento não cessa com a celebração das núpcias, mas, observou ainda, prossegue “ao menos nos primeiros anos de vida conjugal”.
Francisco dedicou a última parte de seu discurso aos cônjuges que vivem sérios problemas em sua relação e se encontram em crise.
“É necessário ajudá-los a reavivar a fé e a redescobrir a graça do Sacramento; e, em certos casos – a ser avaliado com retidão e liberdade interior –, oferecer indicações apropriadas para iniciar um processo de nulidade.”
Aqueles que se deram conta do fato “que a união deles não é um verdadeiro matrimônio sacramental e querem sair desta situação, possam encontrar nos bispos, nos sacerdotes e nos agentes pastorais o auxílio necessário, que se expressa não somente na comunicação de normas jurídicas, mas, em primeiro lugar, numa atitude de escuta e de compreensão”.
Novo processo matrimonial, instrumento válido
A esse propósito, o Papa acrescentou que a normativa sobre o novo processo matrimonial constitui um instrumento válido, que requer ser aplicado concretamente e indistintamente por todos, em todos os níveis eclesiais, porque sua razão última, precisou Francisco, “é a salus animarum!” (a salvação das almas, ndr).
Com satisfação, o Santo Padre disse ter tomado conhecimento que “muitos Bispos e Vigários judiciais acolheram prontamente e aplicaram o novo processo matrimonial, para o conforto da paz das consciências, sobretudo dos mais pobres e distantes das nossas comunidades eclesiais”.
Testemunhar a beleza do matrimônio
O Pontífice concluiu fazendo votos de que “o horizonte da pastoral familiar diocesana seja sempre mais amplo, assumindo o estilo próprio do Evangelho, encontrando e acolhendo também aqueles jovens que escolhem conviver sem se casar. É preciso testemunhar a eles a beleza do matrimônio!” – exortou-os por fim.
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quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Eleições:

o que é da responsabilidade da Igreja?

A vida política está entre as preocupações da Igreja reforçadas após o Concílio Vaticano II. A Constituição Pastoral Gaudium et Spes ensina que, sobre estas realidades, “devem resplandecer os princípios e as luzes que provêm de Cristo e que dirigirão os cristãos e iluminarão todos os homens na busca da solução para tantos e tão complexos problemas”. Mas neste período eleitoral, pode aparecer o questionamento de até onde a Igreja deve ir.
“Resplandecer os princípios e as luzes que provêm de Cristo”, talvez seja um indicativo para este questionamento. Para as eleições gerais no Brasil, várias são as iniciativas que visam contribuir para a formação de consciência cidadã, dando luzes e princípios para bem escolher em quem votar.
O bispo de Santa Cruz do Sul (RS), Aloísio Alberto Dilli, destaca a política como exercício do bem comum, recordando a fala do papa Francisco de que a política é uma das formas por excelência da caridade, sendo esta uma orientação geral e o sentido de como a Igreja deve entrar na política.
“Nós, evidentemente, não nos manifestamos em público em termos partidários, porque essa questão precisa sim acontecer no momento concreto do voto, mas é a pessoa, na sua liberdade, que, orientada por princípios gerais de política, se expressa concretamente dentro da eleição, dentro de um partido”, explica.  
O bispo também ressalta: “nesse sentido, é claro que nós não devemos também assumir candidaturas. A Igreja orienta que o clero não tome uma candidatura porque ele vai possivelmente dividir sua comunidade. E nós temos que ser pessoas de unidade, de paz, de conciliação”, afirma. Ele pondera ainda que, “dentro da realidade nós também vamos ter que nos definir por um candidato que pertencerá a um determinado partido”, considerando a hora do voto.
Dom Aloísio Dilli
Dom Aloísio Dilli ainda explica que a Igreja ensina a olhar toda a realidade humana, também na política, a partir do Evangelho. “E dentro do Evangelho nós temos como centro o mandamento do amor e em decorrência a defesa da vida, a dignidade da pessoa humana, a solidariedade, o direito de todas as pessoas a uma vida digna, as injustiças temos que condenar, a corrupção que temos que condenar”, enumera.
Entre as várias iniciativas eclesiais voltadas para as eleições, destaca-se a cartilha de orientação política preparada pelo regional Sul 2 da CNBB (baixe aqui). No material, retoma-se que a Igreja é chamada a ser “advogada da justiça e defensora dos pobres diante das intoleráveis desigualdades sociais e econômicas, que clamam ao céu”, como ensina o Documento de Aparecida.
Em artigo publicado no portal da CNBB, dom Vital Corbellini recorda as indicações contidas no material e ressalta o papel da Igreja no processo político. Em cinco pontos, a Igreja:
1. Incentiva os fiéis para que interajam em relação às eleições e que participem da política como algo essencial para a transformação da sociedade
2. Aprecia as pessoas que se dedicam ao bem da nação, ao serviço das pessoas
3. Elabora textos para conscientizar eleitores sobre a responsabilidade do voto
4. Promove iniciativas em paróquias e dioceses a respeito de debates sobre os candidatos e programas, além da formação de consciência política dos leigos e leigas
5. Colaborou no empenho em moralizar as campanhas políticas com elaboração da lei contra a corrupção eleitoral e da Lei da Ficha Limpa
Outra iniciativa de repercussão nacional é a Campanha da arquidiocese de Aparecida (SP) e do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida “Eu sou o Brasil Ético”.
“Este projeto direciona nosso olhar para a vida do povo. Queremos mais respeito pelo povo, mais vida, mais dignidade, mais emprego, mais pão na mesa e também mais participação de todos na vida social. Este ano eleitoral não é e não será igual aos outros. Diante de toda esta manifestação sobre corrupção que vimos entrar em evidência, está comprovado que a nossa política deve e pode melhorar. Quero convidar todo o povo brasileiro a acreditar no voto!”, escreveu o arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes na apresentação da campanha.
Entre as várias indicações e reflexões contidas no material, há um capítulo dedicado às orientações normativas sobre condutas e posturas assumidas pela instituição e seus meios de comunicação. O objetivo é evitar confusão de conceitos e entendimento em relação à presença de candidatos, por exemplo, no Santuário.
Os meios de comunicação do Santuário (TV e rádio Aparecida e portal A12.com) são impedidos de mostrar rostos políticos eleitos ou em disputa eleitoral nas missas e eventos, exceto em necessidade de cobertura jornalística, além convite para participação especial em programas de TV. Atenção também é dada para discursos e falas, tanto em celebrações, quanto em redes sociais e entrevistas à imprensa.
Sobre as redes sociais, a orientação é que os Missionários Redentoristas não declarem em suas redes sociais pessoais o apoio a determinado partido ou político. “Orienta-se ainda o cuidado com os discursos nas mídias digitais, bem como com o compartilhamento de informações e marcações em fotos e eventos”, encontra-se no texto.
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                                                                                                              Fonte: cnbb.org.br