terça-feira, 30 de novembro de 2021

Papa Francisco:

catequista, missão insubstituível na transmissão da fé

"Ser catequista significa que a pessoa "é catequista", não que "trabalha como catequista". É todo um modo de ser, e são necessários bons catequistas, que sejam ao mesmo tempo companheiros e pedagogos", diz Francisco.

No último vídeo 2021 com a intenção de oração para o mês de dezembro, o Papa Francisco dedica sua mensagem "aos catequistas e às catequistas", agradecendo-lhes "pelo entusiasmo interior com que vivem esta missão a serviço da Igreja".

Os catequistas têm uma missão insubstituível na transmissão e no aprofundamento da fé. O ministério laical do catequista é uma vocação, é uma missão. Ser catequista significa que a pessoa "é catequista", não que "trabalha como catequista". É todo um modo de ser, e são necessários bons catequistas, que sejam ao mesmo tempo companheiros e pedagogos.

Nestes tempos em que o mundo passa por tantas mudanças, Francisco agradece pelo entusiasmo dos batizados que, com esforço e alegria constantes, transmitem a fé, encorajando-os a continuar anunciando o Evangelho "com sua vida, com mansidão, com uma linguagem nova e abrindo novos caminhos". "Em tantas dioceses, em tantos continentes, a evangelização está fundamentalmente nas mãos de um catequista", diz ainda o Papa no vídeo.

Rezemos juntos pelos catequistas, chamados a anunciar a Palavra de Deus, para que a testemunhem com coragem, com criatividade, com a força do Espírito Santo, com alegria e com muita paz.

Em maio deste ano, Francisco deu grande importância aos catequistas, ao instituir seu ministério laical por meio do Motu Proprio Antiquum ministerium. Agora, no final de 2021, o Santo Padre ratifica esta forma de serviço que se manteve ao longo da história da Igreja.

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Pistas para

a vivência do Tempo do Advento

A liturgia Católica é muito rica e dinâmica! Cada tempo litúrgico apresenta aos fieis uma oportunidade para o crescimento espiritual e moral. O crescimento na profundidade da fé em Jesus Cristo, por seu dinamismo próprio, estimula o fiel a qualificar as suas atitudes.

A liturgia tem uma íntima relação com a vida e lá onde a fé celebrada se distancia da fé vivida, há um grave problema religioso. Se o amor a Deus e ao próximo são inseparáveis, da mesma forma, serve para a relação entre a liturgia e a vida.  A liturgia está para a vida, e a vida, permeada pela liturgia, ganha novo brilho e conteúdo!

Sobre essa íntima relação entre fé e vida, o concílio Ecumênico Vaticano II na Constituição Dogmática Sacrossanctum Concilium afirmou que a liturgia impele os fiéis, saciados pelos mistérios pascais, a viverem unidos no amor; pede que sejam fiéis na vida a quanto receberam pela fé e através da Eucaristia para crescerem na Caridade de Cristo (cf. SC,10). Isso significa que a liturgia tem uma séria dimensão moral, ou seja, deve levar o fiel a assumir boas atitudes. Esse é um caminho de santidade!

Estímulos do tempo do advento

Cada tempo litúrgico traz consigo uma grande carga de estímulos. Dessa forma o advento se apresenta como um tempo grávido de convites à alegria pela vinda do Senhor; é tempo de esperança, renovação, reflexão, vigilância, sobriedade, prática da caridade, mudança de mentalidade, conversão, etc.

O advento tem muitas dimensões! Tem uma dimensão religiosa por ser um tempo de ressignificação da nossa relação com Deus que vem ao encontro da humanidade; tem uma dimensão litúrgica com suas orações próprias, cores, textos e celebrações específicas; tem uma dimensão socioafetiva e familiar por se tratar de um tempo de expectativa do nascimento do Salvador da humanidade dentro do contexto de uma família concreta.

O advento tem também uma dimensão estética e, sobriamente festiva, como sinais reveladores do sentimento de alegria, e expectativa da acolhida do Filho de Deus. Esse sentimento de esperança e alegria leva os fies à decoração de ambientes. Sinais evidentes e significativos dessa dimensão estética, rica de memória, é a montagem do presépio e da árvore de Natal.

O Filho de Deus é a árvore da Vida, por isso disse: “eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10); “Eu sou o pão da vida” (Jo 6,48); “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11,25); “quem crê possui a vida eterna” (Jo 6,47); «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). O tempo do advento é uma ocasião especial para uma renovada contemplação da beleza da vida humana, pois o Senhor da Vida a assume e se encarna por inteiro no concreto da nossa história.

Pistas para compromissos

Diante disso, não devemos reduzir o tempo do advento às celebrações litúrgicas. O esquecimento dos seus compromissos concretos esvaziaria a grandeza da sua finalidade. Somos convidados a fazer todo esforço possível para conceber a experiência do advento como um caminho de preparação ao Natal; naturalmente esse processo de preparação tem sempre diversas dimensões e deve abraçar a nossa vida.

Com a intenção de facilitar a vivência do tempo do advento seguem algumas pistas que podem ser colocadas em práticas em diversos níveis: pessoal, familiar e comunitário. Dependendo do fervor do zelo do fiel, da família ou da comunidade, pode-se organizar uma agenda dessas atividades para cada dia, considerando que algumas delas podem ser repetidas. Seguem as atividades.

Preparar uma celebração penitencial. De preferência na comunidade ou na família. Essa celebração favorece a reflexão, o exame de consciência e a abertura para da conversão como sinal de mudança de vida. A celebração penitencial tem como finalidade a revisão de vida nos estimulando o desejo de mudança.

Organizar uma celebração da Reconciliação. Quantas vezes tanto na família, quanto nas comunidades, há conflitos, antipatias, rixas, mágoas, relacionamentos rompidos, hostilidade, indiferença, frieza, fofoca… de problemas interpessoais não resolvidos! A celebração da reconciliação fraterna gera a oportunidade para o retorno da paz, do perdão, da amizade. O caminho para a celebração do Natal deve nos levar à restauração das relações fraternas, caso contrário, não haverá Natal.

Preparar a celebração da Esperança. O tempo do advento é uma estrada de renovação da esperança, do otimismo e da alegria. Os profetas, sobretudo Isaías, nos convidam a essa reflexão. No mundo atual há muito medo, incerteza, pessimismo, opressão psicológica, desânimo, tristeza, pesar, luto… É preciso realimentar a esperança! O Messias que renasce em nós, é o mesmo que passa pela cruz, morte e ressuscita!

A novena do Natal. Já é um caminho proposto pela Igreja envolvendo, sobretudo, as famílias. Mas não devem ser feitas mecanicamente e com pressa… É preciso que os encontros sejam preparados e bem participados. Às vezes, poucos falam muito e grande parte fica calada. É preciso incentivar a partilha!

A Leitura Orante da Palavra de Deus. A liturgia da Palavra do tempo do advento é muito rica. Alguns encontros semanais, talvez, usando as leituras do domingo, poderia ser de grande enriquecimento para grupos. Pessoalmente cada um pode fazê-la todos os dias.

A experiência de visita à pessoas necessitadas como gesto de solidariedade e compromisso com a justiça. Pode ser também visitas à instituição como hospitais, abrigos, asilos, prisões, viciados… O Messias vem ao encontro dos oprimidos.

Propósito de uma boa ação para cada dia em casa, no trabalho, na comunidade, com os amigos… É experiência de treinamento de virtudes.

Aprofundamento sobre a identidade do Messias lendo o profeta Isaías.

Meditação sobre as virtudes de Maria, buscando conhecê-la mais profundamente.

Reflexão sobre as palavras e atitudes de João Batista e qual é a sua relação com a vida pessoal e os nossos dias.

Récita do Terço, mas com uma breve meditação dos mistérios entre cada dezena.

Uma experiência de retiro sobre o advento. Vale a pena reservar uma manhã ou um final de semana para um retiro e nele já fazer uma avaliação do ano.

Fazer a decoração da própria casa, colocando a cada semana algumas novidades. Não fazer tudo de uma só vez; a ideia é estimular um caminho de reflexão, como um convite para a ornamentação da vida.

Montar o presépio enfeitando-o com palavras e frases referentes às profecias, valores cristãos e bons estímulos como: ser fraterno, promover a paz, acolhida, perdão, solidariedade…

Visitar uma família e fazer com ela um encontro de oração e breve meditação da Palavra de Deus.

Distribuir frases bíblicas e valores pela casa e na frente, colocar algo que estimule as pessoas a pensar no verdadeiro Natal. Os símbolos e palavras nos ajudam!

Preparar o “amigo secreto” dentro de um contexto celebrativo, orante, festivo e fraterno ressaltando as virtudes das pessoas e seus bons propósitos de vida para o ano vindouro. Isso pode ser feito tanto na família, quanto no trabalho, nas comunidades… É importante que a confraternização não se reduza à comida e bebida.

Organizar a própria árvore de Natal decorando-a com palavras (valores).

Preparar a caixinha dos bons propósitos para que as pessoas, todos os dias, possam tirar uma sugestão de compromisso pessoal. Os compromissos devem ser simples, concretos e possíveis de serem cumpridos no dia. Pode ser também uma boa mensagem.

Escolher uma família muito pobre ou portadora de graves problemas para ser “adotada”, por um tempo, ou ao longo do ano e ajudá-la na superação dos dramas pelos quais passa.

Visitar uma Igreja e fazer um tempo de oração pessoal (adoração, louvor, súplica de perdão, ação de graças) e meditação mais aprofundada de um texto bíblico.

Convidar para a Ceia de Natal uma família pobre compartilhando com ela os próprios alimentos, amizade estímulos para o futuro.

Fazer uma seleção de músicas natalinas para serem ouvidas a longo do tempo do advento. A música tem um influxo educativo e terapêutico.

Promover um encontro com gestantes para compartilharem a experiência da gestação em todas as dimensões e compromissos.

Dedicar um tempo para estudo em grupo refletindo sobre o sentido do verdadeiro e o falso Natal. O que pode nos desviar do verdadeiro Natal? Como se manifesta as falsas celebrações do Natal?

PARA REFLEXÃO PESSOAL:

- Quais são, em geral, as suas preocupações no tempo do advento?

- Você acha importante assumirmos compromissos concretos no advento?

- O que a sua família faz de extraordinário no tempo do advento?

                                  Dom Antonio de Assis - Bispo auxiliar de Belém do Pará (PA)

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Presidente da Comissão para a Vida e a Família

estimula a preparação do presépio nos lares brasileiros

O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers divulgou um vídeo no qual convida as famílias do Brasil a participarem da campanha “Minha Família acolhe o Menino Jesus”.

Segundo o bispo, montar um presépio é uma oportunidade para fortalecer a espiritualidade, momento no qual a família pode rezar junto em torno da manjedoura. “É um momento de unir a família dentro dos valores que a Sagrada Família ensina: cuidado, amor, perdão e da vida nova que o Natal oferece”, diz.

Dom Ricardo convida também as famílias, em torno do presépio, pensar em realizar um gesto de solidariedade e atos concretos que podem tornar o Natal mais feliz para quem não tem condições.

A Campanha está em sua segunda edição e é realizada pela Comissão para a Vida e a Família e pela Pastoral Familiar. Surgiu em 2020 no contexto provocado pela pandemia. O vídeo é o quarto de uma série de produções que estimulam as famílias a montarem o presépio em seus lares.

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Conheça o convite:

Conheça os outros vídeos no canal da Comissão para a Vida e a Família no youtube: aqui

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Cardeal Parolin:

não é cancelando
a palavra Natal que se combate a discriminação

“Quem vai contra a realidade se coloca em sério perigo”, afirma à mídia vaticana o cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, ao comentar o documento da Comissão Europeia que convida a não usar palavras e nomes como Natal, Maria ou João.

Infelizmente, a tendência é a de padronizar tudo. Não sabendo respeitar as justas diferenças, no final corre-se o risco de destruir a pessoa. Este é o comentário do secretário de Estado da Santa Sé,  cardeal Pietro Parolin, após a divulgação de um documento interno que teria como objetivo evitar discriminações e convidar à inclusão.

No manual para uma comunicação mais adequada, há o convite a dar preferência a expressão "período de festividades" ao invés de "período de Natal". De fato, para garantir o direito de "cada pessoa a ser tratada com igualdade", eliminam-se palavras como "Senhora" e "Senhor", mas também "Natal" e nomes como "Maria" ou "João". "Não estamos proibindo o uso da palavra Natal", disse um porta-voz da Comissão Europeia.

Eminência, qual seu pensamento sobre este assunto? Por que isso acontece?

Cardeal Pietro Parolin.- Eu acredito que seja correta a preocupação de eliminar todas as discriminações. É um caminho sobre o qual temos adquirido cada vez mais consciência e que, naturalmente, deve traduzir-se também no campo prático. No entanto, a meu ver, certamente esse não é o caminho para atingir esse objetivo. Porque no final se corre o risco de destruir, aniquilar a pessoa, em duas direções principais. A primeira, aquela da diferenciação que caracteriza o nosso mundo, a tendência infelizmente é de padronizar tudo, não sabendo respeitar nem mesmo as corretas diferenças, que naturalmente não devem se tornar contraposição ou fonte de discriminação, mas devem se integrar justamente para construir uma humanidade plena e integral. A segunda: o esquecimento daquilo que é uma realidade. E quem vai contra a realidade se coloca em sério perigo. E depois há o cancelamento daquilo que são as raízes, sobretudo no que diz respeito às festas cristãs, à dimensão cristã também da nossa Europa. Claro, nós sabemos que a Europa deve a sua existência e a sua identidade a muitas contribuições, mas certamente não se pode esquecer que uma das contribuições principais, senão a principal, foi precisamente o cristianismo. Portanto, destruir a diferença e destruir as raízes significa destruir a pessoa.

O Papa prepara-se para partir para uma viagem na Europa onde certamente a cultura, a tradição e os valores marcam um caminho de acolhimento. No entanto, há quem continue a construir uma Europa que elimina as suas raízes ...

Cardeal Pietro Parolin.- Sim, parece-me que o Papa, também na mensagem em vídeo que dirigiu à Grécia e a Chipre antes da sua partida há poucos dias, sublinha precisamente esta dimensão europeia: isto é, ir às fontes da Europa, portanto reencontrar aqueles que são os elementos constituintes. Certamente, a cultura grega é um desses elementos. Depois, o Papa também se refere a Chipre como uma das ramificações europeias da Terra Santa. Portanto, me parece que essa viagem chegue justamente na hora certa, é uma viagem que nos remete precisamente a essas dimensões fundamentais que não podem ser canceladas. Devemos redescobrir a capacidade de integrar todas essas realidades sem ignorá-las, sem combatê-las, sem eliminá-las e marginalizá-las.

                                                                                                   Massimiliano Menichetti

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Assista:   

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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Assembleia Eclesial - Mensagem Final:

“A sinodalidade
é a essência da Igreja, não é uma moda passageira”

Miguel Cabrejos, presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), começa por confessar que “é Jesus Cristo Ressuscitado que nos convocou mais uma vez” para “comunicar por um transbordamento de alegria a alegria do encontro com Ele, para que nele tenhamos vida plena”, como nos diz Aparecida.

Sentindo a companhia de Jesus na “tarefa empreendida de repensar e relançar a missão evangelizadora”, a mensagem final reconhece a necessidade de “um caminho de conversão resolutamente missionário”, que tem como pressuposto a necessidade de “maior responsabilidade pastoral”.

A Assembleia foi vivida, o documento afirma, como “uma verdadeira experiência de sinodalidade, em escuta mútua e discernimento comunitário do que o Espírito quer dizer a sua Igreja”. Da “diversidade multifacetada”, os participantes da Assembleia “voltaram-se para as realidades do continente, em suas dores e esperanças”.

Confira a íntegra do documento: Mensagem Final da Assembleia Eclesial

O texto observa e denuncia a dor “dos mais pobres e vulneráveis que sofrem o flagelo da miséria e da injustiça”; também “o grito de destruição da casa comum” e a “cultura descartável” que afeta sobretudo as mulheres, migrantes e refugiados, os idosos, os povos indígenas e afrodescendentes”. A Assembleia diz sentir a dor provocada “pelo impacto e pelas consequências da pandemia que aumenta ainda mais as desigualdades sociais, comprometendo até mesmo a segurança alimentar de uma grande parte de nossa população”.

Os pecados intra-eclesiais também provocam dor, como “o clericalismo e o autoritarismo nas relações, o que leva à exclusão dos leigos, especialmente das mulheres, no discernimento e na tomada de decisões sobre a missão da Igreja, constituindo um grande obstáculo à sinodalidade”. Junto com isso, é expressa a preocupação com “a falta de profetismo e de solidariedade efetiva com os mais pobres e vulneráveis”.

Mas também há esperança, nascida da “presença dos sinais do Reino de Deus, que levam a novas formas de escuta e de discernimento”. A mensagem mostra o caminho sinodal como “um espaço significativo de encontro e abertura para a transformação das estruturas eclesiais e sociais que permitem um renovado impulso missionário e uma proximidade com os mais pobres e excluídos”. A vida religiosa, “mulheres e homens que, vivendo contra a maré, dão testemunho da boa nova do Evangelho”, e a piedade popular são também um motivo de esperança.

Kairós de escuta e discernimento

Vivemos “um Kairos, um tempo favorável à escuta e ao discernimento” que se conecta com o Magistério e “nos impele a abrir novos caminhos missionários em direção às periferias geográficas e existenciais e aos lugares próprios de uma Igreja em saída”.

A partir daí ele pergunta sobre os desafios e orientações pastorais a serem assumidos, dizendo que “a voz do Espírito ressoou em meio ao diálogo e ao discernimento”, pedindo uma maior encarnação, acompanhamento e promoção dos jovens, atenção às vítimas de abusos, participação ativa das mulheres nos ministérios e nos espaços de discernimento e tomada de decisões eclesiais.

Também a promoção da vida em sua totalidade, a formação em sinodalidade para erradicar o clericalismo, a participação leiga em espaços de transformação, a escuta e o acompanhamento do grito dos pobres, dos excluídos e dos descartados. Foi apontada a necessidade de novos programas de formação nos seminários, de dar valor aos povos nativos, de inculturação e interculturalidade, de lidar com questões sociais e de formação em sinodalidade.

Na longa lista de elementos a serem levados em conta, não é fácil resumir as contribuições de tantas pessoas, foi lembrada a importância da experiência do Povo de Deus, de viver os sonhos da Querida Amazônia, de acompanhar os povos originários e afrodescendentes na defesa da vida, da terra e de suas culturas.

Por Luís Miguel Modino, membro da Equipe de Comunicação Assembleia Eclesial.

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Os 12 desafios pastorais da Igreja da América Latina e do Caribe apontados pela Assembleia Eclesial

No sábado, 27 de novembro, penúltimo dia de Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe, foram apresentados os desafios pastorais que foram refletidos durante os dias de trabalho. Os delegados construíram juntos, através das apresentações e, sobretudo, diálogos em grupo, os 12 números que podem orientar e motivar a vida pastoral do povo latino-americano.



Os 12 desafios pastorais
da Igreja da América Latina e do Caribe

1. Reconhecer e valorizar o papel dos jovens na comunidade eclesial e na sociedade como agentes de transformação.

2. Acompanhar as vítimas de injustiças sociais e eclesiais com processos de reconhecimento e reparação.

3. Promover a participação ativa das mulheres em ministérios, órgãos governamentais, discernimento e tomada de decisões eclesiais.

4. Promover e defender a dignidade da vida e da pessoa humana desde a sua concepção até o seu fim natural.

5. Aumentar a formação da sinodalidade para erradicar o clericalismo.

6. Promover a participação dos leigos em espaços de transformação cultural, política, social e eclesial.

7. Ouvir o grito dos pobres, excluídos e descartados.

8. Reformar os itinerários formativos dos seminários, incluindo temas como ecologia integral, povos nativos, inculturação e interculturalidade e pensamento social da Igreja.

9. Renovar, à luz da Palavra de Deus e do Vaticano II, nosso conceito e experiência da Igreja do Povo de DEUS, em comunhão com a riqueza de sua ministerialidade, que evita o clericalismo e favorece a conversão pastoral.

10. Reafirmar e dar prioridade a uma ecologia integral em nossas comunidades a partir dos quatro sonhos da Querida Amazônia.

11. Promover um encontro pessoal com Jesus Cristo encarnado na realidade do continente.

12. Acompanhar os povos nativos e afrodescendentes na defesa da vida, da terra e das culturas.

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domingo, 28 de novembro de 2021

Pascom Brasil dá dicas de criação de conteúdos

para as redes sociais no mês de dezembro

Dezembro: que conteúdos criar para as redes sociais?

Chegou dezembro e a sua agenda com as datas importantes para criar conteúdo nas redes sociais da diocese, paróquia, comunidade ou movimento. Por isso, a Pastoral da Comunicação, Pascom Brasil, elaborou uma série de dicas para tornar o tempo do Advento ainda mais especial.No dia 28 de novembro, por exemplo, celebra-se o 1º Domingo do Advento. Um tempo especial para o católico se preparar para o Natal do Senhor.

Para cada domingo, a Pascom Brasil sugere elaborar conteúdo exclusivo e criativo a partir das leituras, com fotos, vídeos e artes.Para o Natal, aquele post de “Feliz e Santo Natal” é clássico, mas a Pastoral aconselha a não deixar de criar vídeos com mensagens do bispo, do pároco e mesmo dos paroquianos. Esta é uma forma legal de humanizar as redes e aumentar o engajamento.

Intenção do Papa Francisco

Para o mês de dezembro, o Papa Francisco propõe como tema para sua intenção mensal os catequistas (pela Evangelização):

Rezemos pelos catequistas, chamados a anunciar a Palavra de Deus, para que sejam testemunhas da Palavra com coragem e criatividade na força do Espírito Santo.

Campanha para a Evangelização 2021

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil divulgou no dia 6 de setembro, o texto-base orientador e o cartaz da Campanha para a Evangelização 2021. Neste ano, uma expressão de envio missionário “Ide, sem medo, para servir”, proferida pelo Papa Francisco na homilia de encerramento da Jornada Mundial da Juventude, em 2013, no Brasil, é usada como o grande tema motivador da Campanha.

Coleta da Campanha para a Evangelização será realizada nos dias 11 e 12 de dezembro

Vinculada ao pilar da Caridade das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil, a campanha tem como um de seus grandes objetivos “despertar os fiéis para o compromisso evangelizador e para a corresponsabilidade pelo sustento das atividades pastorais e evangelizadoras da Igreja no Brasil”.

Neste sentido, a Pascom sugere uma conversa com o pároco para o desenvolvimento de ações de divulgação da Campanha de Evangelização. A campanha conta com uma colaboração que repercute em cada comunidade por meio de um gesto concreto: a coleta para a Evangelização, realizada todos os anos no 3º Domingo do Advento que, em 2021, será no fim de semana dos dias 11 e 12 de dezembro.

Novena de Natal

É tradição em nosso país a realização da Novena de Natal nos dias que antecedem 25 de dezembro. Em alguns lugares, ela é realizada nas próprias Igrejas e um formato já consagrado é o Natal em Família, quando as pessoas se reúnem nas casas para rezar.

“Diante da pandemia, nem tudo o que era feito antes pode ser realizado. Mas verifique em sua região como será a novena de Natal. É importante seguir todos os protocolos sanitários para evitar a disseminação do coronavírus!”

A Pascom indica a todos a levarem a experiência da Novena de Natal para as redes sociais, por meio de testemunhos das famílias que participam, orações, proposição de leituras bíblicas e também gestos concretos para que os seguidores possam realizar a cada dia, mantendo sintonia com os que estão rezando.

Leituras de cada domingo do Advento 2021

As leituras bíblicas proclamadas durante o tempo do Advento, especialmente o livro do profeta Isaías, são um itinerário muito especial para um verdadeiro retiro espiritual. Para agilizar suas pesquisas, a Pastoral da Comunicação deu dicas sobre as leituras para os Domingos do Advento desse ano:

1º Domingo do Advento: 28/11

Primeira Leitura: Jeremias 33, 14-16

Segunda Leitura: 1 Tessalonicenses 3, 12- 4, 2

Evangelho: Lucas 21, 25-28. 34-36


2º Domingo do Advento: 05/12

Primeira Leitura: Baruc 5, 1-9

Segunda Leitura: Filipenses 1, 4-6. 8-11

Evangelho: Lucas 3, 1-6


3º Domingo do Advento: 12/12

Primeira Leitura: Sofonias 3, 14-18a

Segunda Leitura: Filipenses 4, 4-7

Evangelho: Lucas 3, 10-18

 

4º Domingo do Advento: 19/12

Primeira Leitura: Miqueias 5, 1-4a

Segunda Leitura: Hebreus 10, 5-10

Evangelho: Lucas 1, 39-45


A semana que antecede o Natal, conhecida como Semana do Ó, traz Sete Antífonas marcadas da espiritualidade própria deste tempo. Estas antífonas são aclamações a Cristo precedidas pelo vocativo “Ó”. Constituem um resumo da teologia do Advento: expressam o desejo de salvação da humanidade e a expectativa pela vinda de Jesus Cristo, invocado com títulos messiânicos do Antigo Testamento.

Confira abaixo quais são as antífonas:

17 de dezembro: “Ó Sabedoria que saístes da boca do Altíssimo, / e atingis até os confins de todo o universo / e com força e suavidade governais o mundo inteiro: / oh vinde ensinar-nos o caminho da prudência!”

18 de dezembro: “Ó Adonai, guia da casa de Israel, / que aparecestes a Moisés na sarça ardente / e lhe destes vossa lei sobre o Sinai: / vinde salvar-nos com o braço poderoso!”

19 de dezembro: “Ó Raiz de Jessé, ó estandarte, / levantado em sinal para as nações! / Ante vós se calarão os reis da terra, / e as nações implorarão misericórdia: / Vinde salvar-nos! Libertai-nos sem demora!”

20 de dezembro: “Ó Chave de Davi, Cetro da casa de Israel, / que abris e ninguém fecha, que fechais e ninguém abre: / vinde logo e libertai o homem prisioneiro, / que nas trevas e na sombra da morte, está sentado!”

21 de dezembro: “Ó Sol nascente justiceiro, resplendor da Luz eterna: / Oh, vinde e iluminai os que jazem entre as trevas / e na sombra do pecado e da morte, estão sentados!”

22 de dezembro: “Ó Rei das nações. Desejado dos povos; / ó Pedra angular, que os opostos unis: / Ó, vinde e salvai esse homem tão frágil, / que um dia criastes do barro da terra!”

23 de dezembro: “Ó Emanuel: Deus conosco, nosso Rei Legislador, / Esperança das nações e dos povos Salvador; / Vinde, enfim, para salvar-nos, ó Senhor e nosso Deus!”

Agenda com datas para criar conteúdo

Datas litúrgicas e pastorais

01 – Santo Elói ou Elígio
02 – Santa Bibiana
03 – São Francisco Xavier
04 – Santa Bárbara e São João Damasceno
05 – 2º Domingo do Advento; São Sabas
06 – São Nicolau de Mira (ou de Bari)
07 – Santo Ambrósio
08 – Imaculada Conceição de Nossa Senhora
09 – São Juan Diego Cuauhtlatoatzin
10 – São Melquíades
11 e 12 – Campanha de Evangelização
11 – São Dâmaso I
12 – 3º Domingo do Advento; Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina
13 – Santa Luzia
14 – São João da Cruz
15 – Santa Cristiana
16 – Santa Adelaide
17 – São Lázaro de Betânia; São João da Mata
18 – Santos Rufo e Zózimo
19 – 4º Domingo do Advento; Santo Urbano V
20 – São Domingos de Silos
21 – São Pedro Canísio
22 – Santa Franciscana Xavier Cabrini
23 – São João Câncio
24 – São Charbel Makhlouf
25 – Natal de Jesus
26 – Sagrada Família de Nazaré; Santo Estevão
27 – São João Evangelista
28 – Santos Inocentes
29 – São Tomás Becket
30 – São Sabino
31 – São Silvestre

Datas Cívicas

01 – Dia Internacional da Luta contra a AIDS
03 – Dia Internacional das Pessoas com Deficiência
05 – Dia da Pastoral da Criança
05 – Dia Internacional do Voluntário
17 – Aniversário do Papa Francisco
18 – Dia Internacional dos Migrantes

Para finalizar, a Pascom indicou conteúdos para leitura e pesquisa que poderão ajudar no uso das redes sociais e na criação de conteúdos:

– Como manter os Paroquianos atualizados?

– O que é e como usar CTAs (Chamadas para ação) nas redes sociais?

– Como usar o recurso “Collabs” no Instagram?

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Papa no Angelus deste domingo:

Advento,

esperar o Senhor com alegria mesmo em meio às tribulações

“Erguei-vos e levantai a cabeça porque é justamente nos momentos em que tudo parece estar acabado que o Senhor vem para nos salvar; esperá-lo com alegria mesmo em meio às tribulações, nas crises da vida e nos dramas da história”, exortou o Papa comentando a liturgia desde I Domingo do Advento, em preparação para o Natal do Senhor.

O Papa Francisco conduziu a oração do Angelus ao meio-dia deste domingo - o I Domingo do Advento - com os fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro. Na alocução que precedeu a oração mariana, comentando o Evangelho da liturgia do dia ressaltou-nos que o mesmo nos fala da vinda do Senhor no final dos tempos.

“Jesus anuncia eventos desoladores e tribulações, mas justamente neste ponto nos convida a não ter medo. Por quê? Porque tudo vai correr bem? Não, mas porque Ele virá, disse Francisco destacando uma passagem do Evangelho:

Ele diz: "Erguei-vos e levantai a cabeça, pois está próxima a vossa libertação" (Lc 21,28). É bom ouvir esta palavra de encorajamento: erguei-vos e levantai a cabeça porque é justamente nos momentos em que tudo parece estar acabado que o Senhor vem para nos salvar; esperá-lo com alegria mesmo em meio às tribulações, nas crises da vida e nos dramas da história.

Jesus nos mostra o caminho

Mas como levantar a cabeça, como não nos deixarmos absorver por dificuldades, pelos sofrimentos, pelas derrotas? – perguntou o Santo Padre.

Jesus nos mostra o caminho com um forte apelo: "Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados. Ficai acordados, portanto, orando em todo momento". "Ficai acordados": a vigilância. Detenhamo-nos sobre este importante aspecto da vida cristã, frisou o Pontífice.

Estar vigilantes

Pelas palavras de Cristo, vemos que a vigilância está ligada à atenção: cuidado, não se distraiam, ou seja, fiquem acordados! Vigilar significa isto: não permitir que o coração se torne preguiçoso e que a vida espiritual se enfraqueça na mediocridade. Ter cuidado porque se pode ser "cristãos adormecidos", sem impulso espiritual, sem ardor na oração, sem entusiasmo pela missão, sem paixão pelo Evangelho. E isto leva a "adormecer": a continuar com as coisas por inércia, a cair na apatia, indiferentes a tudo, exceto ao que nos convém.

Precisamos estar vigilantes para não arrastar nossos dias para o hábito, para não nos fazer ficar pesados - diz Jesus - pelas preocupações da vida. Hoje, então - prosseguiu -, é uma boa oportunidade para nos perguntarmos: o que pesa no meu espírito? O que me faz acomodar na poltrona da preguiça? Quais são as mediocridades que me paralisam, os vícios que me esmagam até o chão e me impedem de levantar a cabeça? E com relação aos fardos que pesam sobre os ombros dos irmãos, estou atento ou indiferente?

Estas perguntas nos fazem bem, porque ajudam a proteger o coração da preguiça, que é um grande inimigo da vida espiritual. Ela é aquela preguiça que nos mergulha na tristeza, que nos tira o gosto de viver e o desejo de fazer. É um espírito maligno que aprisiona a alma no torpor, roubando-lhe a alegria. O Livro dos Provérbios diz: "Guarda teu coração, porque dele brota a vida" (Pr 4,23). Custodiar o coração: isso significa vigilar!

O segredo para estar vigilante é a oração

E acrescentemos um ingrediente essencial: o segredo para estar vigilante é a oração. Pois Jesus diz: "Vigiai em todo momento orando" (Lc 21,36). É a oração que mantém acesa a lâmpada do coração. Especialmente quando sentimos que nosso entusiasmo esfriou, a oração reacende-o, porque nos traz de volta a Deus, ao centro das coisas. Ela desperta a alma do sono e a concentra no que importa, sobre o fim da existência. Mesmo nos dias mais movimentados, não negligenciamos a oração.

A oração do coração pode nos ajudar, repetindo frequentemente pequenas invocações. No Advento, acostumemo-nos a dizer, por exemplo: "Vem, Senhor Jesus". Repitamos esta oração ao longo do dia: a alma permanecerá vigilante!

                                                                                                          Raimundo de Lima

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Assista:

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sábado, 27 de novembro de 2021

Desafios pastorais e conclusões

são apresentados no sétimo dia da Assembleia Eclesial

Os delegados participaram do último dia de trabalhos antes do encerramento da Assembleia Eclesial neste sábado (27). Resultados dos grupos de discernimento comunitário, desafios pastorais e mensagem final para o povo latino-americano e caribenho foram apresentados em clima de encerramento e ação de graças.

Saudação de dom Claudio Hummes e testemunhos

O sétimo dia de atividades da Assembleia Eclesial começou às 11h (horário de Brasília) com a oração da manhã. Em seguida, Maurício López, diretor do Centro de Redes e Ação Pastoral da Conferência Episcopal Latino-americana (CELAM) saudou e agradeceu a todos no último dia de trabalhos da Assembleia Eclesial.

Dom Claudio Hummes discursa no início do sétimo dia da Assembleia Eclesial, dia 27 de novembro. Foto: Prensa CELAM.

Depois, o cardeal dom Claudio Hummes, OFM, presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) deu as boas-vindas aos delegados.

Em sua fala, o cardeal brasileiro considerou que “os tempos atuais são difíceis, desafiantes, mas também abertos a inovações e novos sonhos”. Para ele, um exemplo disso é a Assembleia Eclesial.

Inicialmente, o cardeal Hummes recordou-se da homilia do papa Francisco após sua eleição com os cardeais do Conclave. Dessa homilia, o cardeal destacou as palavras caminho e caminhar. Para ele, o papa Francisco insistiu em derrubar muros e construir pontes para sair, encontrar-se com as periferias e com elas construir “caminhos eclesiais, caminhos sinodais”. Caminhos que faziam parte da Igreja primitiva, retomados no Concílio Vaticano II e mantidos nos sensus fidei e sensus fidelium.

Para o cardeal brasileiro, uma Igreja sinodal é “uma instituição pastoral e missionária, constituída não só por bispos, mas também por representantes das demais categorias do povo de Deus”. Além disso, ele se recordou do processo para se chegar à Assembleia Eclesial, principalmente por meio do Sínodo da Amazônia, o qual foi ao encontro de todos, mas especialmente dos mais sofredores e pobres das periferias geográficas e existenciais da Pan-Amazônia com objetivo de escutar.

O presidente da CEAMA também se recordou das palavras do papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude em 2013, na qual ele falou que a Igreja está na Amazônia não como os que têm malas nas mãos para ir embora depois de explorar tudo que podiam. A pedido do papa Francisco, é preciso consolidar o rosto amazônico da Igreja, com audácia e valentia. Segundo o cardeal Hummes, isso se concretizou com a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e que foi o germe da Assembleia Eclesial e na qual não só participam e decidem os bispos, mas todo o povo de Deus, segundo o Concílio Vaticano II.

Por fim, o cardeal brasileiro destacou a criação da CEAMA, aprovada canonicamente pelo papa Francisco em 9 de outubro. Para dom Claudio Hummes, isso é um ponto firme irreversível para a Igreja universal e um avanço extraordinário, pois a CEAMA tem como objetivo participar plenamente desta nova etapa da Igreja na América Latina e no Caribe em termos de uma Igreja sinodal, que se alimenta das grandes propostas de Aparecida e do Vaticano II.

Veja a mensagem do cardeal Hummes na íntegra.

Depois do cardeal Hummes, o cardeal Jean-Claude Hollerich, SJ, arcebispo de Luxemburgo e presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia e relator geral da XVI Assembleia Geral dos Bispos (2021-2023), apresentou sua mensagem.

Cardeal Hollerich apresenta sua mensagem no sétimo dia da Assembleia Eclesial, no dia 27 de novembro. Foto: YouTube Asamblea Eclesial.

Para o cardeal Hollerich, a Europa é um velho continente, na qual a Igreja está um pouco cansada por causa da secularização. Além disso, ele vê a Assembleia Eclesial como um momento para se unir a muitas realidades onde Deus se encontra no plano existencial e pessoal de cada um dos participantes. Nela, segundo o cardeal europeu, foi possível unir as alegrias e as dores das pessoas, de suas comunidades e povos. O relator do Sínodo dos Bispos reconheceu, por fim, que a Assembleia o ajudará na missão como relator do Sínodo e que é necessária a sua própria conversão ao Evangelho, pois sem ela ele pode ouvir, mas não escutar. Com a conversão, ele poderá ver a presença do Senhor nas declarações e palavras de seus irmãos e irmãs.

O último dia de trabalho seguiu com testemunhos dos delegados. A irmã Maria Inês Ribeiro Vieira, presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e natural da paróquia de Nossa Senhora das Dores, em Gonçalves, da arquidiocese de Pouso Alegre, deixou seu testemunho. Para ela, a Assembleia Eclesial é um processo que pede de nós conversão contínua e uma possibilidade para que o projeto de Aparecida seja colocado em prática para sermos realmente uma Igreja sinodal.

Irmã Maria Inês Vieira, natural da arquidiocese de Pouso Alegre, apresenta seu testemunho sobre a Assembleia Eclesial. Foto: YouTube Asamblea Eclesial. 

Conclusões das sistematizações dos grupos de discernimento comunitário

Após os testemunhos dos delegados, dom Jorge Lozano, secretário geral do CELAM, explicou como se deu a sistematização das contribuições dos delegados nos dias de trabalho. Os grupos de trabalho possuíam secretários, que enviavam as contribuições. Além disso, havia uma equipe de discernimento, que realizava leitura e discernimento dos elementos que poderiam ser utilizados no caminho da Assembleia Eclesial.

Dom Lozano explica como foi a sistematização das contribuições dos grupos de discernimento comunitário nos dias de trabalho da Assembleia Eclesial. Foto: YouTube Asamblea Eclesial.

Todo esse processo de recebimento das contribuições foi trabalhado por 13 pessoas que fizeram a escrita final da síntese, em duas versões.

As conclusões apresentadas foram compostas de 41 desafios pastorais, que serão utilizados no caminho de discernimento pós Assembleia Eclesial. Segundo, Mauricio López, os desafios pastorais formam os novos caminhos que o Senhor nos chama a seguir e construir. 

Antes da apresentação dos desafios pastorais, os delegados fizeram um tempo de silencio. Maurício López apresentou os desafios em forma de meditação. Ele considerou que os desafios formam chamados e sentidos no processo da Assembleia Eclesial.

Mauricio López apresenta os 41 desafios pastorais conclusivos da Assembleia Eclesial. Foto: YouTube Asamblea Eclesial.

Em seguida, o padre David Jasso, secretário adjunto do CELAM, apresentou os documentos sobre os desafios. Foram apresentados os resultados dos grupos de trabalho da última sexta (26), que deram origem à síntese final dos desafios pastorais. 

Desses resultados, foram selecionados 12 desafios, que correspondem a 30% daquilo a que se chegou por meio de acordo sobre o mais importante que foi tomado como Assembleia. Para o padre secretário, será preciso enfrentar, de maneira prioritária, esses desafios na Igreja da América Latina e Caribe. Os delegados acolheram aquilo que foi proposto com aplausos.

Padre David Jasso apresenta a síntese dos desafios pastorais. Foto: YouTube Asamblea Eclesial.

Leia na íntegra os desafios pastorais propostos pela Assembleia Eclesial. 

Mauricio López salientou que a conclusão dos desafios pastorais foi uma experiência feita em comum e que será importante uma recepção proativa desses desafios na experiência de cada Igreja local.

Além disso, monsenhor Lucio Ruiz, secretário do Dicastério para a Comunicação, falou sobre a Statio Orbis, proferida pelo papa Francisco em 27 de março de 2020, ilustrada com um vídeo. Na ocasião, o monsenhor presenteou os delegados com livro sobre essa celebração.

Monsenhor Lucio Ruiz deixa seu testemunho após a apresentação dos desafios pastorais. Foto: YouTube Asamblea Eclesial. 

Os desafios pastorais foram acolhidos pelos delegados com celebração de ação de graças, ambientada com uma rede compartilhada por eles e colorida com as cores dos continentes, em sinal de comunhão e disposição em ser uma Igreja sinodal.

Delegados na celebração de ação de graças. Foto: Prensa CELAM.

Após a celebração de ação de graças, dom Miguel Cabrejos, presidente do CELAM, proferiu a mensagem final da Assembleia Eclesial, dirigida a todo povo latino-americano e caribenho. Em seguida, o padre David Jasso e Mauricio López apresentam as ações que serão feitas após a Assembleia.

Estão programados um seminário sobre identidade e missão pastoral, assembleias regionais, assembleia extraordinária do CELAM, aprofundamento das orientações pastorais propostas pela Assembleia Eclesial.

Para concluir os trabalhos e agradecer a todos os envolvidos, dom Miguel Cabrejos proferiu as últimas palavras do sétimo dia da Assembleia Eclesial.

Dom Miguel Cabrejos encerrou as atividades do sétimo dia da Assembleia Eclesial. Foto: YouTube Asamblea Eclesial.

“Em um momento histórico, no qual muitas instituições estão atravessadas por uma crise de representatividade, a convocação do CELAM coloca a Assembleia Eclesial em todo o continente durante um ano e fazendo evidente a capacidade do espírito de participação comunitária latino-americana e caribenha. Obrigado e lhes peço um forte aplauso a todos os colaboradores e colaboradoras”, concluiu o arcebispo de Trujillo (Peru).

O encerramento do dia se deu com a oração do papa Francisco para o Sínodo da sinodalidade, lida por dom Cabrejos. Em seguida, o padre David Jasso destacou o último parágrafo do Documento de Aparecida, que pede “Fica conosco, Senhor!” (cf. Lc 24,13-35 e DAp n. 554).

O sétimo dia foi encerrado com coletiva de imprensa. A última atividade da Assembleia Eclesial será a missa de encerramento amanhã (28), às 14h (horário de Brasília), na basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, Cidade do México.

Com informações e imagens de Prensa CELAM. A imagem destacada da notícia traz delegados presenciais e virtuais da Assembleia Eclesial, como agradecimento a todos os envolvidos. Ela foi reproduzida na conclusão do último dia de trabalhos.

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                                                                                                            Fonte: arquidiocesepa.org.br