terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Te Deum com o Papa:

com Deus, fazer novas todas as coisas
“Deus habita em meio ao seu Povo, caminha com ele e vive a sua vida. A sua fidelidade é concreta, é proximidade à existência cotidiana dos seus filhos. Ou melhor, quando Deus quer fazer novas todas as coisas por meio do seu Filho, não começa do templo, mas do ventre de uma mulher pequena e pobre do seu Povo.”
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano Agradeçamos a Deus pela sua graça que nos amparou neste ano e, com alegria, elevemos a Ele o canto de louvor: com espírito de gratidão o Papa Francisco presidiu às vésperas da Solenidade de Maria Mãe de Deus na Basílica Vaticana, na tradicional cerimônia com o Te Deum.
Novos olhos
Em sua homilia, o Pontífice fez um paralelo entre as cidades de Jerusalém e de Roma, inspirado no capítulo quarto de Gálatas: “Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho”. Em Jerusalém, afirmou, nenhum dos habitantes percebe que o Filho de Deus feito homem está caminhando pelas ruas, provavelmente nem mesmo os seus discípulos.
Papa faz a homilia
As palavras e os sinais de salvação que Ele realiza na cidade suscitam estupor e um entusiasmo momentâneo, mas não são acolhidos em seu pleno significado.
“Na cidade, Deus fincou a sua tenda... e dali jamais se afastou! A sua presença na cidade, também nesta nossa cidade de Roma, não deve ser fabricada, mas descoberta e desvelada. Somos nós que devemos pedir a graça de olhos novos.”
Olhos novos capazes de um “olhar contemplativo”, isto é, um olhar de fé que descubra Deus que habita em nas casas, ruas e praças da cidade.
A partir do ventre de uma mulher
Nas escrituras, explicou o Papa, os profetas alertam para a tentação de relacionar a presença de Deus somente ao templo.
Interior da Basílica de São Pedro
“Ele habita em meio ao seu Povo, caminha com ele e vive a sua vida. A sua fidelidade é concreta, é proximidade à existência cotidiana dos seus filhos. Ou melhor, quando Deus quer fazer novas todas as coisas por meio do seu Filho, não começa do templo, mas do ventre de uma mulher pequena e pobre do seu Povo.”
“É extraordinária esta escolha de Deus!”, exclamou Francisco. Ele não transforma a história através dos homens poderosos das instituições civis e religiosas, mas a partir das mulheres da periferia do império, como Maria, e dos ventres estéreis, como o de Isabel.
“Gostaria esta noite que o nosso olhar sobre a cidade de Roma colhesse as coisas do ponto de vista do olhar de Deus”, disse ainda o Papa, afirmando que Deus exulta ao ver as inúmeras obras de bem que são realizadas todos os dias.
“Roma não é somente uma cidade complicada, com muitos problemas, desigualdades, corrupção e tensões sociais. Roma é uma cidade em que Deus envia a sua Palavra”, que encontra morada no coração dos seus habitantes e os leva a acreditar não obstante tudo.
A escuta é um ato de amor
O Pontífice citou as inúmeras pessoas “corajosas” – fiéis ou não – que encontrou nesses anos e que representam o coração “palpitante” de Roma. Através dos pequeninos e dos pobres, Deus jamais deixou de mudar a história e o rosto da cidade, inspirando-os a construir pontes e não muros.
Momento de reflexão
O Senhor chama a todos a lançarem-se em meio à multidão, a colocarem-se à escuta. A escuta, aliás, é um ato de amor:
“Ter tempo para os outros, dialogar, reconhecer com um olhar contemplativo a presença e a ação de Deus nos demais, testemunhar com os fatos, mais do que as palavras, a vida nova do Evangelho, é realmente um serviço de amor que transforma a realidade.”
Deste modo, acrescentou Francisco, na cidade e também na Igreja circula ar novo, vontade de colocar-se em caminho, de superar as antigas lógicas de contraposição, para colaborar juntos, edificando uma cidade mais justa e fraterna.
O Papa concluiu recordando que não devemos ter medo ou nos sentir inadequados para uma missão assim tão importante. “Lembremo-nos: Deus não nos escolhe por causa das nossas qualidades, mas justamente porque somos e nos sentimos pequenos. Agradeçamos a Deus pela sua graça que nos amparou neste ano e, com alegria, elevemos a Ele o canto de louvor.”
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Papa Francisco reza diante do presépio na Praça São Pedro
Ao final da celebração das vésperas da Solenidade de Maria Santíssima, o Papa Francisco deixou a Basílica Vaticana e foi conhecer de perto o presépio montado na Praça São Pedro. Diante do Menino Jesus, o Pontífice ficou alguns minutos em oração.

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Confira em imagens
o ano do Papa Francisco
A JMJ do Panamá, o encontro para a proteção dos menores no Vaticano, a assinatura do documento sobre a fraternidade em Abu Dhabi, o Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, a viagem ao Japão e os 50 anos de sacerdócio de Bergoglio.... O Vatican News selecionou as imagens que narram o ano de 2019 do Papa Francisco.
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Veja:
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Leituras da

Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus
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1ª Leitura: Nm 6,22-27
Leitura do Livro dos Números:
O Senhor falou a Moisés, dizendo: “Fala a Aarão e a seus filhos: Ao abençoar os filhos de Israel, dizei-lhes: ‘O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!’ Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei”
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Salmo: 66
- Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.
- Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.
- Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção,/ e sua face resplandeça sobre nós!/ Que na terra se conheça o seu caminho/ e a sua salvação por entre os povos.
- Exulte de alegria a terra inteira,/ pois julgais o universo com justiça;/ os povos governais com retidão,/ e guiais, em toda a terra, as nações.
- Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor,/ que todas as nações vos glorifiquem!/ Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe,/ e o respeitem os confins de toda a terra!
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2ª Leitura: Gl 4,4-71
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas:
Irmãos: se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá - ó Pai!
Assim, já não és escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso por graça de Deus.
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Evangelho: Lc 2,16-21
Naquele tempo, os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. Quanto a Maria, guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração. Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido.
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segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Arquidiocese de Pouso Alegre

Transferências e nomeações do clero do arquidiocesano

O arcebispo metropolitano de Pouso Alegre, dom José Luiz Majella Delgado - C.Ss.R., divulgou na tarde desta segunda-feira (30), a lista de transferências e nomeações do clero arquidiocesano. Os padres devem estar em suas novas paróquias no primeiro final de semana de fevereiro. (Veja o comunicado na íntegra aqui).
"Acompanhando de perto as necessidades da vida de nossa Igreja Particular no que diz respeito (1) às realidades de nossas comunidades; (2) à vida dos presbíteros; (3) ao tempo de serviço por eles exercido nas paróquias; (4) à importância de se conhecer e experimentar as variadas realidades de nossas paróquias; (5) aos ofícios que são exercidos por alguns presbíteros nos organismos eclesiais de nossa Arquidiocese, vimos por bem providenciar algumas transferências (para mesmo ofício), nomeações (para novos ofícios) dos senhores párocos e vigários paroquiais, bem como a indicação dos quatro seminaristas que concluíram os estudos teológicos na FACAPA para o estágio pastoral em nossas paróquias", escreveu dom Majella. 
Dom Majella agradeceu aos padres e também às comunidades onde exerceram seus ministérios até hoje. 
"Sou agradecido a todos os clérigos pela compreensão, diálogo e obediência às  propostas diante do que expus; pelos serviços prestados em nossas paróquias por longos anos ou por menos tempo e pela dedicação com que nosso clero vive a vida de nossa Igreja Particular. Agradeço, também, aos fiéis em nossas paróquias pelo carinho com que cercam e recebem nossos padres e pelos serviços prestados em favor de suas missões à frente das paróquias, bem como, a compreensão de todos neste momento – sempre delicado das transferências e nomeações - para a enriquecedora experiência de desprender e acolher, oferecer e receber, perseverando todos na missão, cuja obra é de Cristo e do Reino de Deus".
Os párocos devem comparecer no dia 4 de fevereiro de 2020, às 11h, no seminário arquidiocesano, onde celebrativamente serão realizadas a profissão de fé, o juramento de fidelidade e a renovação das promessas sacerdotais, concluindo com a assinatura da ata de posse, que servirá aos senhores para os atos jurídicos e administrativos nas novas paróquias.
Confira a lista de transferências: 
SETOR MOGI
1. Paróquia Nossa Senhora da  Medalha Milagrosa – Monte Sião
Pároco e Reitor: Côn. Sebastião Camilo de Almeida; Vigário Paroquial: Pe Luciano Aparecido Pereira
2. Paróquia Santo Antônio – Ouro Fino
Pároco: Pe. João Bosco de Freitas
3. Paróquia São Geraldo – Inconfidentes
Pároco: Pe. Fábio de Souza Leão
4. Paróquia Nossa Senhora do Carmo – Borda da Mata
Vigário Paroquial: Pe. Juares Martins da Silva
SETOR MANTIQUEIRA
1. Paróquia Sagrada Familia – Itajubá
Pároco e Reitor: Pe. Omar Aparecido Silveira
2.  Paróquia São Benedito – Itajubá
Pároco: Pe. Eduardo Rodrigues da Silva
3. Paróquia Nossa Senhora das Graças – Itajubá
Pároco e Reitor: Pe. Rodrigo Carneiro Paiva Mendes
Vigário Paroquial: Pe. Leandro Luiz Mota Ribeiro
4. Paróquia São José Operário – Itajubá
Vigário Paroquial: Pe. Sebastião Laércio Rosa
5. Paróquia Nossa Senhora de Lourdes – Maria da Fé
Vigário Paroquial: Pe. Nailton José Gonçalves
6. Capelão Hospitalar (Hospital de Clínicas, Santa Casa de Misericórdia e Ceam)
Itajubá: Pe. Silvino Cândido de Almeida
7. Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Marmelópolis
Seminarista estagiário: Júlio César dos Santos Junior
SETOR PARAÍSO
1. Paróquia São José – Paraisópolis
Pároco – Pe. Leandro de Carvalho Raimundo
Vigário: Pe. Inácio Pires
2. Paróquia Nossa Senhora da Consolação – Consolação
Pároco: Pe. Rafael Gouveia Domingues (Residente e colaborador em Paraisópolis)
3. Paróquia Sant’Ana – Sapucaí Mirim
Seminarista estagiário: Rafael Silveira Pires Xavier
SETOR SAPUCAI
1. Paróquia São João Batista – Cachoeira de Minas
Pároco: Pe. Heraldo José dos Reis
Vigário Paroquial: Pe. Benedito Ferreira da Costa
2. Paróquia Santa Rita – Santa Rita do Sapucaí
Pároco e Reitor – Pe. Omar Aparecido Siqueira
Vigário paroquial: Pe. Maycon Vinicius Leal Silva
3. Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Santa Rita do Sapucai
Pároco: Pe. Sebastião Márcio Maciel
Vigário paroquial: Pe. José Francisco Ferreira
4. Paróquia São Sebastião – São Sebastião da Bela Vista
Pároco: Pe. Mauricio Rowan Peixoto
SETOR DOURADO
1. Paróquia Sant’Ana – Silvianópolis
Pároco: Côn. Benedito Ramon Pinto Ferreira
SETOR EXTREMO SUL
1. Paróquia Santa Rita de Cássia – Extrema
Pároco e Reitor: Pe. Mauro Ricardo de Freitas
Vigário Paroquial: Pe. Carlos Cézar Raimundo
2. Paróquia São Francisco de Assis – Monte Verde
Pároco: Pe. Antônio Aparecido Muniz
3. Paróquia São José – Toledo
Pároco: Pe. Flávio Sobreiro da Costa
Residente: Pe. Otávio Oliveira Rocha
4. Paróquia São Benedito e São Cristovão - Extrema
Seminarista estagiário: Felipe Mateus da Silva
SETOR FERNÃO DIAS
1. Paróquia Bom Jesus – Córrego do Bom Jesus
Pároco e Reitor: Pe. José Cândido de Andrade
2. Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Cambui
Pároco – Pe. Dirlei Abércio da Rosa
Os padres Dirlei e José Cândido residirão na casa paroquial do Córrego do Bom Jesus, colaborando mutuamente na pastoral de ambas as paróquias. 
3. Paróquia São Sebastião – Senador Amaral
Pároco: Pe. Antônio Brentegani
SETOR MANDU
1. Paróquia São José – Congonhal
Pároco: Pe. Daniel Santini Rodrigues
Vigário paroquial: Pe. Thiago de Oliveira Raimundo
2. Paróquia São José Operário – Pouso Alegre
Pároco: Pe. Adriano São João
3. Paróquia São Cristóvão – Pouso Alegre
Pároco: Pe. Clemildes Francisco de Paiva
Vigário Colaborador – Pe. Francisco José da Silva
4. Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Pouso Alegre
Pároco: Pe. Jésus Andrade Guimarães
5. “Paróquia Nova” a ser criada com sede no bairro Cidade Jardim
Pároco: Pe. Tales Tadeu Ananias (residente na casa paroquial da Paróquia N. Sra. Fátima)
6. Paróquia Bom Jesus - Catedral Metropolitana  – Pouso Alegre
Vigário paroquial: Pe. Marcos Eduardo Caliari
7. Paróquia Santo Antônio – Pouso Alegre
Exercício do diaconato: Diácono Adilson Firmino
SETOR ALTO DA SERRA
1. Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida - Andradas
Seminarista estagiário: Anderson Ribeiro dos Santos
CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ - Cúria Romana - Vaticano
Pe. Juliano de Almeida Oliveira
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                                                                                                     Fonte: arquidiocese-pa.org.br

Vale refletir:

A paz tão sonhada
Entende-se, então, porque Jesus disse “bem-aventurados os que constroem a paz...” (Mt 5,9)
O ano novo está às portas. As mensagens natalinas são acompanhadas de votos de feliz ano novo. Os augúrios de paz são os mais repetidos. É praticamente unânime desejar a paz no início de um novo ano. Os católicos celebram no dia 1º de janeiro a solenidade de Maria, Mãe de Deus. Celebra-se o belo título Theotókos (mãe de Deus) dado à Maria, mãe de Jesus, no Concílio de Éfeso, no ano de 431. No primeiro dia do ano, desde o pontificado de São Paulo VI, celebra-se, também, o Dia Mundial da Paz, ocasião em que o papa escreve sua mensagem para todos os homens e mulheres de boa vontade, sempre com o apelo à paz.
Dom João Justino de Medeiros Silva
Desta vez o Papa Francisco tratou da “paz como caminho de esperança: diálogo, reconciliação e conversão ecológica”. A humanidade traz na memória e na carne as lembranças dos conflitos e guerras que ferem o sentido da paz entre os povos e entre as pessoas. Nós cristãos devemos escutar uma vez mais o anúncio dos anjos aos pastores: “Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra, paz a todos por ele amados” (Lc 2,14).
Jesus, ao ensinar as bem-aventuranças, que assinalam o que deve ser tomado como essencial na vida dos seus discípulos, pontua: “Bem-aventurados os que constroem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). Vencedor da morte, ressuscitado, dá aos seus discípulos como dom pascal a paz: “A paz esteja convosco” (Jo 20,19), diz Jesus ressuscitado quando se dirige aos discípulos no anoitecer daquele domingo de sua ressurreição. Essas palavras mostram a imediata relação entre trabalhar pela paz e ser chamado ou reconhecido como filho de Deus. Portanto, é nítida a contradição quando quem se diz cristão escolhe o caminho do armamento, do lucro das armas e da sua insana fabricação.
É bom desejar a paz aos outros. No entanto, é urgente trabalhar pela paz. E isso passa pelo compromisso de muitas mudanças. A começar pela linguagem, pois costumamos ser violentos nas palavras que agridem e nas palavras que parecem justificar a violência. Nesse sentido, educar para a paz deve ser o compromisso de todo aquele que professa crer em Jesus como Filho de Deus. E a educação para a paz começa com a proposição do evangelho da fraternidade. Somos todos irmãos e tudo devemos fazer para conter os impulsos de violência e agressão contra as pessoas. Qualquer forma de agressão, de violência, de desrespeito aos direitos da pessoa afasta a paz.
Com efeito, é urgente a superação do feminicídio. É inadmissível qualquer espécie de violência contra as mulheres. É preciso por fim à matança dos jovens, vítimas, sobretudo, da praga do século, a dependência das drogas. Não se pode esquecer da paz tão desejada no campo, lugar de disputas de terras, de conflitos e de mortes. Nessas disputas por território, os indígenas se encontram em grande desvantagem diante de um Estado que enfraquece os mecanismos de controle para favorecer os mais poderosos. É fundamental proteger as crianças e adolescentes de todas as formas de violência. É preciso, ainda, cuidar e proteger os idosos. Enfim, quem deseja a paz, deve trabalhar pela paz. Entende-se, então, porque Jesus disse “bem-aventurados os que constroem a paz...” (Mt 5,9). Assim, todos são convocados a participar da construção da tão sonhada paz...
                Dom João Justino de Medeiros Silva - Arcebispo de Montes Claros - MG
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domingo, 29 de dezembro de 2019

No Angelus, Papa Francisco convida

a retomar a comunicação em família, um tesouro precioso
No Angelus deste domingo, Festa da Sagrada Família, o Papa fez os votos que todos terminem o ano em paz, paz do coração, e comunicando-se em família, um com o outro.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano - A família é um tesouro precioso que precisa ser apoiado e tutelado, disse o Papa neste domingo, 29, Festa da Sagrada Família, quando deu uma tarefa: retomar a comunicação em família: os pais, os pais com os filhos, com os avós, os irmãos entre eles.
No último Angelus do ano de 2019, Francisco propôs a Sagrada Família de Nazaré como modelo para nossas famílias. “O termo "sagrada" - começou explicando - insere essa família no âmbito de santidade que é dom de Deus mas, ao mesmo tempo, é uma adesão livre e responsável ao projeto de Deus. Assim foi para a família de Nazaré: foi totalmente disponível à vontade de Deus.”
Maria ouve a Palavra de Deus e a coloca em prática
Falando aos milhares de peregrinos e turistas presentes na Praça São Pedro em um domingo ensolarado, com a temperatura por volta dos 9º C, Francisco chamou a atenção para o fato de que “os três componentes da Família de Nazaré, ajudam-se um ao outro a descobrir e realizar o plano de Deus”, e explicou brevemente o papel desempenhado por cada um nesta missão divina, a começar por Maria:
“Como não ficar maravilhados, por exemplo, com a docilidade de Maria à ação do Espírito Santo, que pede a ela para se tornar mãe do Messias?”
Maria, como toda jovem do seu tempo, estava para concretizar seu projeto de vida, isto é, casar-se com José. Mas quando percebe que Deus a chama para uma missão particular, não hesita em proclamar-se sua "serva”.
O Papa explica que Jesus exaltará a grandeza de Maria não tanto por seu papel de mãe, mas por sua obediência a Deus: "Bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a põe em prática, como Maria":
“E quando não compreende bem os eventos que a envolvem, Maria medita no silêncio, reflete e adora a iniciativa divina. A sua presença aos pés da Cruz consagra essa total disponibilidade”.
José, homem do silêncio e da obediência
Quanto a José, ele “não fala, mas age obedecendo”, “é o homem do silêncio, o homem da obediência” - ressalta Francisco - sob a condução de Deus, representada pelo anjo:
A página do Evangelho de hoje recorda três vezes essa obediência de José, relacionada à fuga para o Egito e ao retorno à terra de Israel. Sob a guia de Deus, representada pelo anjo, José distancia sua família das ameaças de Herodes, e a salva. A Sagrada Família solidariza assim com todas as famílias do mundo forçadas ao exílio, solidariza com todos aqueles que são forçados a abandonar a própria terra por causa da repressão, da violência, da guerra.
Jesus, a vontade do Pai
Por fim Jesus, a terceira pessoa da Sagrada Família. Jesus, em quem – explica o Papa - houve somente “sim”, o que é manifestado em tantos momentos de sua vida terrena, citando o episódio em que seus pais aflitos o acharam no templo pregando aos doutores da lei, sua oração de entrega ao Pai no Jardim das Oliveiras, todos eventos que são a perfeita realização das próprias palavras de Cristo que diz: “Não quiseste sacrifício nem oblação [...]. Então disse: "Eis que eu venho [...] fazer vossa vontade, Meu Deus".
Uma tarefa: retomar a comunicação em família
Assim, disse Francisco, “Maria, José e Jesus, a Família de Nazaré, representam uma resposta uníssona à vontade do Pai. Os três componentes dessa família singular se ajudam reciprocamente a descobrir e realizar o plano de Deus. Eles rezavam, trabalhavam, se comunicavam”. E então o Papa se pergunta:
Tu, em tua família, sabes te comunicar, ou és como aqueles jovens na mesa, cada um com o telefone celular, [que] estão [trocando mensagens] em chats? Naquela mesa parece um silêncio, como se estivessem na Missa ... Mas não se comunicam. Devemos retomar a comunicação em família: os pais, os pais com os filhos, com os avós, mas comunicar-se, com os irmãos, entre eles... Esta é uma tarefa a ser feita hoje, precisamente no dia da Sagrada Família.
“Devemos retomar a comunicação em família: os pais, os pais com os filhos, com os avós, mas comunicar-se, com os irmãos, entre eles... Esta é uma tarefa a ser feita hoje, precisamente no dia da Sagrada Família”
Sagrada Família, modelo para as famílias
“Que a Sagrada Família possa ser modelo para nossas famílias, para que pais e filhos se apoiem mutuamente na adesão ao Evangelho, fundamento da santidade da família.”
Confiemos a Maria "Rainha da família" – disse o Papa ao concluir - todas as famílias do mundo, especialmente aquelas provadas pelo sofrimento, e invoquemos sobre elas a sua materna proteção.
Família, um tesouro a ser protegido
Ao saudar os peregrinos e turistas presentes na Praça São Pedro, o Papa dirigiu uma saudação às famílias:
“Hoje dirijo uma saudação especial às famílias aqui presentes e àquelas que participam de casa através da televisão e do rádio. A família é um tesouro precioso: é preciso sempre apoiá-la, protegê-la: em frente!”
Acabar o ano com paz no coração
Antes de despedir-se com o tradicional bom domingo, bom almoço e não se esqueçam de rezar por mim, o Papa fez votos de que todos terminem o ano em paz:
Saúdo a todos, e a todos desejo um bom domingo e um final de ano sereno. Terminemos o ano em paz, paz de coração: esses são meus votos a vocês. E em família, se comunicando. Agradeço novamente a vocês pelas felicitações [de Natal] e pelas orações. E por favor continue rezando por mim. Bom almoço e até logo!
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Assista:
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sábado, 28 de dezembro de 2019

O 2019 do Papa Francisco:

A certeza da fé e a luta contra as idolatrias
Um ano intenso para Francisco, com muitas viagens e muitos encontros, com um objetivo: anunciar a Boa Nova da misericórdia de Deus.
Sergio Centofanti - Cidade do Vaticano - Também neste ano, o Papa Francisco nos presenteou com uma catequese simples, para todos, sobre o amor de Deus. A missão mais importante é anunciar o Evangelho, disse ele, e neste 2019 ele o fez com as 41 Audiências Gerais (com os ciclos sobre o Pai Nosso e sobre os Atos dos Apóstolos, este último em andamento), 56 Angelus e Regina Caeli, mais de 60 homilias em celebrações públicas, 44 homilias na Santa Marta (isto sem falar nas mensagens, cartas, documentos, entrevistas que se tornaram livros e cerca de 260 discursos públicos).
Certezas, não confusão
Francisco recorda a todos que, na base da nossa vida, há uma certeza consoladora: Deus nos ama e em Jesus deu a vida por nós. Trata-se da mensagem central de toda a sua missão (Evangelii gaudium, texto programático do Pontificado de Francisco). Convida a recordar a "fé simples e robusta" das mães e avós, que "dava a elas força e perseverança para seguir em frente e não deixar cair os braços", “uma fé caseira, que passa despercebida, mas que constrói pouco a pouco o reino de Deus”. Uma fé que não se deixa confundir, porque se baseia nos fundamentos do Evangelho.
Fé e idolatria
Francisco exorta a adorar o único verdadeiro Deus, Uno e Trino, em uma sociedade que se torna cada vez mais pagã. "A idolatria - disse ele - não é somente ir a um templo pagão e adorar uma estátua. Não, idolatria é uma atitude do coração", é quando se prefere algo porque é mais cômodo para si e se esquece do Senhor. Os ídolos mudaram de nome, mas estão mais presentes do que nunca: o ídolo do dinheiro, do sucesso, da carreira, da auto realização, do prazer e todos aqueles ídolos que prometem felicidade, mas que não a dão, antes pelo contrário, escravizam, nos roubam o amor. Os ídolos prometem vida, mas a tiram - disse o Papa em uma bela catequese no ano passado - enquanto o verdadeiro Deus não pede a vida, mas a dá.
O fariseu dentro de nós não quer ser corrigido
Às vezes, as palavras do Papa são fortes, como sabia fazer Jesus. No fundo é o seu Vigário. Como ele, adverte em particular para o comportamento farisaico daqueles que se consideram justos, mais ortodoxos, melhores que os outros. É "a religião do eu", com seus ritos e suas orações, daqueles que "se confessam católicos, mas esqueceram de ser cristãos e humanos", esqueceram de prestar o "verdadeiro culto a Deus, que sempre passa pelo amor ao próximo".
Francisco propõe o caminho da autoacusação: em todos nós - observa – ressurge sempre "o fariseu", presunçoso, campeão em justificar-se. O caminho da fé é sempre o de ter a humildade de deixar-se corrigir.
Mansidão diante dos ataques
Como as palavras fortes de Jesus, também as do Papa têm um duplo efeito: ou se sai convertidos ou ainda mais endurecidos. Disto as resistências internas e os ataques. Francisco não teme um cisma, disse ele no voo de volta da África.
"Hoje - observa - temos tantas escolas de rigidez dentro da Igreja, que não são cismas, mas são caminhos cristãos pseudocismáticos, que terminarão mal", porque por trás desse comportamento rígido "não há santidade do Evangelho".
O Papa convida a responder ao mal com o bem, a "ser mansos com as pessoas que são tentadas a fazer esses ataques", porque "estão passando por algum problema" e devem ser acompanhadas "com mansidão".
Eles temem que a Igreja de hoje não seja mais católica, colocando palavras nunca ditas na boca do Pontífice: mas não mudou nenhum dogma, há somente um passo adiante na acolhida e na misericórdia, não foram canceladas devoções, há somente o convite para vivê-las com o coração.
Com a exortação para caminhar unidos como povo, para que o desenvolvimento da doutrina esteja sempre unido à verdadeira Tradição. E fica uma pergunta: os cristãos conseguirão ser misericordiosos entre eles?
Sínodo para a Amazônia: conversão a Jesus, Ele é o centro
Em outubro passado realizou-se o Sínodo para a região Pan-Amazônica. O Papa repetiu muitas vezes a palavra "conversão", que é o conceito que encontrou seu lugar no Documento final como a principal exortação da assembleia. O Sínodo pede uma conversão quádrupla: sinodal, porque a Igreja deve ser cada vez mais um caminhar juntos e não dividida ou sozinha; cultural, porque é necessário saber falar com as diferentes culturas; ecológica, porque a exploração egoísta do meio ambiente leva à destruição dos povos; pastoral, porque o anúncio do Evangelho é urgente.
Na base dessas quatro conversões há a única conversão ao Evangelho vivo, que é Jesus. A verdadeira conversão é colocar-se de lado - diz Francisco – sair do centro, colocar Cristo no centro e deixar que o Espírito Santo seja o protagonista de nossa vida.
Lutar contra os abusos, dentro e fora da Igreja
Pode-se definir como histórico o encontro realizado em fevereiro no Vaticano: os responsáveis das Igrejas de todos os continentes trataram do flagelo dos abusos de menores, cometidos na esfera eclesial, e fizeram isso diante do mundo inteiro com coragem e transparência.
No discurso de encerramento do encontro, Francisco recorda, citando dados, que a maior parte dos abusos são cometidos por familiares e educadores, portanto no âmbito doméstico, escolar, esportivo e eclesial, sem mencionar o flagelo do turismo sexual e outras violências.
O fato de ser "um problema universal e transversal que infelizmente se encontra em toda parte" – precisa o Pontífice - "não diminui sua monstruosidade dentro da Igreja", onde se torna ainda mais grave e escandaloso”, porque em contraste com sua autoridade moral e sua credibilidade ética".
Com o Motu proprio Vos estis lux mundi, o Papa estabelece novos procedimentos para denunciar abusos, moléstias e violências, e assegurar que os bispos e superiores religiosos respondam por seu agir. ​​ 
É introduzida a obrigação para clérigos e religiosos de denunciar os abusos. Cada diocese deve criar um sistema facilmente acessível ao público para receber denúncias. Francisco também abole o segredo pontifício para esses casos e altera a norma relativa ao delito de pornografia infantil, incluindo na categoria "delicta graviora"  - os delitos mais graves - a posse e a disseminação de imagens pornográficas envolvendo menores de 18 anos.
Reforma: mais estruturas missionárias
Tiveram continuidade os trabalhos do Conselho de Cardeais (C6) para a reforma da Cúria Romana, para que todas as estruturas da Igreja sejam mais missionárias.
Está sendo finalizado o exame do esboço da nova Constituição Apostólica, cujo título provisório é "Praedicate evangelium”, para significar que o principal serviço que a Santa Sé deve prestar é o do anúncio do Evangelho.
O Papa altera, enquanto isso, o papel do Decano do Colégio Cardinalício: aceita a renúncia do cardeal Sodano, no cargo desde 2005, e com um Motu proprio fixa um tempo determinado para esta missão: cinco anos, eventualmente renováveis.
Que o dinheiro seja para servir ao Evangelho e aos pobres
Prossegue também a reforma financeira, especialmente nos quesitos transparência e contenção de custos. O Papa Francisco renovou o Estatuto do IOR: é introduzida de forma permanente a figura do Auditor externo para a verificação das contas, segundo os padrões internacionais.
Os princípios católicos subjacentes à missão do IOR são especificados, para que a instituição seja mais fiel à sua missão original.
O jesuíta Juan Antonio Guerrero Alves é nomeado prefeito da Secretaria para a Economia. O Papa autoriza uma investigação da magistratura vaticana em relação a várias pessoas que servem à Santa Sé, no âmbito de algumas transações financeiras.
E a Propósito do Óbolo de São Pedro, o Pontífice ressalta que é uma boa administração fazer o dinheiro recebido render, e não deixá-lo parado, guardado na gaveta. Mas o investimento deve sempre ser "moral", porque o dinheiro está a serviço da evangelização e dos pobres.
Redescobrir a Palavra de Deus para conhecer Jesus
Com a Carta Apostólica "Aperuit illis", de 30 de setembro, o Papa institui o Domingo da Palavra de Deus, um dia especial para exortar todos os fiéis a ler e meditar a Bíblia, porque - como dizia São Jerônimo – a "ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo."
É preciso redescobrir a importância fundamental de uma Palavra que transforma concretamente a vida. A data solene foi estabelecida, todos os anos, no terceiro domingo do Tempo Ordinário (em 2020, será em 26 de janeiro).
Que não falte a bela tradição do Presépio
Em 1º de dezembro, Francisco assina em Greccio a Carta Apostólica Admirabile signum, na qual exorta a se redescobrir e revitalizar a bela tradição do presépio.
"Representar o evento do nascimento de Jesus - escreve - é equivalente a anunciar o mistério da Encarnação do Filho de Deus com simplicidade e alegria". É um ato de evangelização, bonito de se ver "nos locais de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nas prisões, nas praças".
Cristãos perseguidos, hoje mais do que nos primeiros tempos
Francisco nunca se cansa de denunciar as perseguições anticristãs. Hoje - repete - há mais mártires do que nos primeiros tempos do cristianismo.
Em janeiro, a Suprema Corte do Paquistão absolveu definitivamente Asia Bibi, da acusação injusta de blasfêmia, pela qual havia sido condenada à morte. Esta mulher católica, mãe de 5 filhos, estava presa desde 2009. Ela deixou o país com sua família. Tanto Bento XVI quanto o Papa Francisco haviam acompanhado o desenrolar de sua história com grande discrição, por razões de segurança.
Uma das filhas, Eisham, havia encontrado Francisco no ano passado, trazendo a ele um beijo de sua mãe. O Papa disse a ela: "Penso seguidamente em sua mãe e rezo por ela". E a define como "maravilhosa mulher mártir".
21 de abril é Páscoa: um ataque de extremistas islâmicos contra igrejas cristãs no Sri Lanka provoca a morte de mais de 250 pessoas enquanto rezavam. O apelo do Papa chega no mesmo dia. Mas Francisco não deixa de denunciar também ataques contra outras religiões, como aquele contra a mesquitas em Christchurch, Nova Zelândia, em 15 de março, que provocou mais de 50 vítimas fatais.
Defender a família e a vida, toda vida
O Papa, em 25 de março em Loreto, reitera que, em particular no mundo de hoje, "a família fundada no casamento entre um homem e uma mulher assume uma importância e uma missão essenciais", e seu representante na ONU, o arcebispo Bernardito Auza, recorda suas palavras sobre a ideologia de gênero: é um "passo atrás" para a humanidade.
Francisco defende a vida desde a concepção até seu fim natural. Ele intervém diretamente em favor de Vincent Lambert, o enfermeiro francês de 42 anos, em estado de consciência mínima, que faleceu em julho do ano passado: “Não construímos – foi sua advertência - uma civilização que elimina pessoas cuja vida acreditamos não vale mais a pena ser vivida: toda vida tem valor, sempre”.
O olhar do Papa é de 360​​°: a vida, os direitos e a dignidade devem ser sempre defendidos, desde os nascituros àqueles que sofrem de fome ou sofrem violências, dos doentes e dos anciãos aos migrantes que correm o risco de morrer em busca de um futuro melhor. A justiça não é seletiva, não é para algumas categorias humanas e outras não, é universal.
Aos jovens: descubram o amor de Deus e caminhem contra a corrente
Este ano o Papa publicou a Exortação Apostólica "Christus vivit", fruto do Sínodo sobre os jovens realizado no Vaticano em outubro de 2018. Este é o incipit: "Cristo vive. Ele é a nossa esperança e a juventude mais bonita deste mundo. (...) Por isso, as primeiras palavras que quero dirigir a cada jovem cristão são: Ele vive e quer você vivo!”.
O Papa escreve: “Peçamos ao Senhor que liberte a Igreja daqueles que querem envelhecê-la, fixá-la no passado, freá-la, torná-la imóvel. Peçamos também que a liberte de outra tentação: acreditar que é jovem porque cede a tudo o que o mundo lhe oferece," mimetizando-se com os outros. “Não! Ela é jovem quando é ela mesma."
Francisco propõe "caminhos de fraternidade" para viver a fé, evitando correr "o risco de fechar-se em pequenos grupos". Convida os jovens a viver o compromisso social em contato com os pobres e a serem protagonistas da mudança para uma civilização mais justa e fraterna.  Por fim, exorta-os a se tornarem "missionários corajosos", testemunhando o Evangelho em todos os lugares com suas próprias vidas, indo também contra a corrente, especialmente contra as chamadas colonizações ideológicas.
Viagens internacionais: paz para o mundo, porque somos irmãos
 Neste 2019, Francisco realizou 7 viagens internacionais, visitando 11 países em 4 continentes, um ano recorde para suas missões extra-italianas. Anuncia o Evangelho da alegria no Panamá para a Jornada Mundial da Juventude; nos Emirados Árabes Unidos assina o histórico documento sobre a Fraternidade humana com o Grão Imame de al- Azhar; no Marrocos reitera a importância do diálogo inter-religioso; na Bulgária, Macedônia do Norte e Romênia, fala da unidade dos cristãos; em Moçambique, Madagascar e Maurício, levanta sua voz em defesa dos pobres e da Criação; na Tailândia, apela à promoção dos direitos das mulheres e das crianças, e no Japão, uma viagem centrada na paz, repete que não apenas o uso, mas também a posse de armas nucleares é imoral.
Santos e Beatos: mártires, leigos e com a púrpura
Também neste ano houve inúmeras canonizações e beatificações. Muitos mártires de todos os continentes e de todas as ideologias: muitos foram mortos com ódio à fé durante a guerra civil espanhola, mortos perdoando seus assassinos; outros, como os sete bispos da Igreja Greco-católica na Romênia beatificados por Francisco em Blaj, são mártires do regime comunista; outros ainda, como o bispo argentino Enrique Angel Angelelli e seus companheiros, foram vítimas de ditadura de direita.
Mas há também os santos leigos, como a suíça Margherita Bays, santos da "porta ao lado" que viveram sua vocação em família, em meio a mil dificuldades. E há tantos santos cardeais, como John Henry Newman, um convertido anglicano à fé católica.
Sacerdote há cinquenta anos, pela misericórdia de Deus
Em 2019, o Papa celebrou 50 anos de sacerdócio. Sua vocação remonta a 21 de setembro de 1953, memória de São Mateus, o cobrador de impostos convertido por Jesus: durante uma confissão, ele tem uma profunda experiência da misericórdia de Deus. É uma imensa alegria que o leva a tomar uma decisão "para sempre": tornar-se sacerdote para dar aos outros a misericórdia recebida.
O padre, afirma Francisco, vive entre as pessoas com o coração misericordioso de Jesus. Hoje é o tempo da misericórdia. A Igreja  compreende isso cada vez mais em sua caminhada na história: com João XXIII, ela dá um importante passo nessa direção, continuado por todos os seus sucessores, em particular por João Paulo II, que institui o Domingo da Divina Misericórdia, inspirado por Santa Faustina Kowalska. Um dia, todos sem distinção, invocaremos o excesso de misericórdia de Deus que talvez aqui não tenhamos entendido.
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                                                                                                                 Fonte: vaticannews.va