quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Inscrições abertas para o

XII Congresso Mariológico em Aparecida
A Academia Marial de Aparecida, em parceira com a Faculdade Dehoniana de Taubaté, promovem o XII Congresso Mariológico, com o tema “O rosto Mariano da Igreja”, de 16 a 19 de maio deste ano. Inspirado no Ano do Laicato, promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), as reflexões apresentarão Maria como modelo para a Igreja e “primeira leiga cristã”.
As palestras serão conduzidas por teólogos experientes, bispos, sacerdotes, religiosas e leigos e leigas, contando também com a presença do arcebispo de Salvador, primaz do Brasil e vice-presidente da CNBB, dom Murilo Krieger e o secretário do dicastério para os Leigos, a Família e a Vida de Roma e representante oficial do papa Francisco, padre Alexandre Awi Mello.
O Congresso acontecerá no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, no complexo Santuário. As inscrições já podem ser feitas no site a12.com/academia ou pessoalmente na Academia Marial de Aparecida, até o dia 6 de maio.  Toda a programação do XII Congresso Mariológico e o processo de inscrição está disponível na página do evento (clique aqui). Outras informações no e-mailacademia@santuarionacional.com ou pelo telefone (12) 3104-1549.
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                                                Fonte: www.cnbb.net.br   Com informações do portal A12.com

“A Alegria da Verdade”

Nova Constituição Apostólica
reflete sobre as universidades e faculdades eclesiásticas
Um novo documento escrito pelo papa Francisco foi apresentado na segunda-feira, 29, durante coletiva de imprensa no Vaticano. A Constituição Apostólica “Veritatis Gaudium” ou “A Alegria da Verdade” versa sobre as universidades e faculdades eclesiásticas e substitui a Constituição Apostólica “Sapientia Christiana ou “Sabedoria Cristã”, escrita pelo então papa João Paulo II. Francisco assumiu a revisão do documento após a Congregação para a Educação Católica propor um novo quadro formativo.
“Passados quase quarenta anos, fiéis ao espírito e às orientações do Vaticano II e como sua oportuna atualização, torna-se hoje necessário e urgente uma atualização da referida Constituição Apostólica. De fato, permanecendo plenamente válida na sua visão profética e no seu lúcido ditame, precisa de ser integrada com as disposições normativas entretanto emanadas, tendo em conta ao mesmo tempo o desenvolvimento no campo dos estudos acadêmicos que se registou nas últimas décadas bem como as mudanças no contexto sociocultural a nível global, e ainda quanto foi recomendado a nível internacional na implementação das várias iniciativas a que aderiu a Santa Sé”, escreveu o pontífice.
Na apresentação do documento, o prefeito da Congregação para a Educação Católica, cardeal Giuseppe Versaldi afirmou aos jornalistas que a Constituição sobre os estudos acadêmicos eclesiásticos indica o sentido para uma renovação e um impulso da contribuição dos estudos eclesiásticos para uma Igreja missionária em saída, como inspirada na “Evangelii Gaudium”. Também presente na coletiva o secretário da Congregação, dom Angelo Vincenzo Zani destacou algumas novidades do documento. De acordo com ele, além de confirmar as disposições anteriores, a Constituição prevê novidades de natureza diversa, sendo que algumas dizem respeito aos cursos de estudos e aos relativos títulos, outras a figura dos docentes e de pessoas com cargo de responsabilidade e ainda algumas de aspectos institucionais.
Novidades
Uma das singularidades da nova Constituição é o Ensino à Distância. “A revolução informática e telemática é perpetrada amplamente nos sistemas acadêmicos abrindo cenários antes impensáveis com oportunidades novas de conhecimento, estudos e pesquisa”, afirmou dom Zani. Isto porque o documento prevê que uma parte dos cursos possa ser desenvolvida na modalidade à distância se o ordenamento dos estudos, aprovado pela Congregação para a Educação Católica, pressupor e determinar as condições.
Acesse a Constituição na íntegra.
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Papa Francisco na Audiência desta quarta:

Ouvido, coração e mãos: o itinerário da Palavra de Deus
"A Palavra de Deus faz um caminho dentro de nós. A escutamos com os ouvidos, passa pelo coração, não permanece nos ouvidos, deve ir ao coração e do coração passa às mãos, às boas obras. Este é o percurso que faz a Palavra de Deus: dos ouvidos ao coração e às mãos", disse o Santo Padre.
Cidade do Vaticano - "Como poderíamos enfrentar a nossa peregrinação terrena, com as suas dificuldades e as suas provas, sem ser regularmente nutridos e iluminados pela Palavra de Deus que ressoa na liturgia?"
Ao dar continuidade a sua série de catequeses sobre a Santa Missa, o Papa Francisco falou na Audiência Geral desta quarta-feira, a 4ª de 2018 e a 213ª de seu Pontificado, sobre a Liturgia da Palavra, "que é uma parte constitutiva porque nos reunimos justamente para escutar o que Deus fez e pretende ainda fazer em nós".
"É uma experiência que acontece "ao vivo" e não por ouvir dizer - explicou o Santo Padre aos fiéis presentes na Praça São Pedro - porque quando na Igreja se lê a Sagrada Escritura, é Deus mesmo que fala ao seu povo e Cristo, presente na sua palavra, anuncia o Evangelho".
O Papa alertou então, que muitas vezes enquanto se lê a Palavra de Deus, se fazem comentários sobre como o outro se veste ou se comporta. Ao invés disto, "devemos escutar, abrir o coração porque é o próprio Deus que nos fala e não pensar em outras coisas ou em falar de outras coisas. Entenderam? Não acredito que aconteça muito, mas explicarei o que acontece nesta Liturgia da Palavra":
"As páginas da Bíblia deixam de ser um escrito para tornarem-se palavra viva, pronunciada por Deus. É Deus que por meio do que se lê nos fala e interpela a nós que escutamos com fé (...). Mas para escutar a Palavra de Deus, é preciso ter também o coração abertopara receber a palavra no coração. Deus fala e nós nos colocamos em escuta, para depois colocar em prática o que ouvimos. É muito importante ouvir. Algumas vezes não entendemos bem porque existem algumas leituras um pouco difíceis. Mas Deus nos fala o mesmo em outro modo: em silêncio e ouvir a Palavra de Deus. Não esqueçam isto. Na Missa, quando começam as leituras, ouvimos a Palavra de Deus".
"Temos necessidade de escutá-lo!", enfatizou o Papa. "É de fato uma questão de vida, como bem recorda a incisiva expressão «nem só de pão o homem viverá, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus»". 
Neste sentido, "falamos da  Liturgia da Palavra como da "mesa" que o Senhor prepara para alimentar a nossa vida espiritual".
A mesa litúrgica é abundante, "abre mais largamente os tesouros da Bíblia", do Antigo e do Novo Testamento, porque neles é anunciado pela Igreja o único e idêntico mistério de Cristo:
"Pensemos na riqueza das leituras bíblicas oferecidas pelos três ciclos dominicais que, à luz do Evangelhos Sinóticos, nos acompanham no decorrer do ano litúrgico, uma grande riqueza".
O Papa chamou a atenção para a importância do Salmo responsorial, "cuja função é favorecer a meditação do que foi escutado na leitura que o precede".
"É bom que o Salmo seja valorizado com o canto, ao menos  do refrão", observou Francisco, acrescentando que também as leituras dos dias feriais constituem "um grande nutrimento para a vida cristã".
O Santo Padre explicou então que "as leituras da Missa, variadamente ordenadas segundo as diferentes tradições do Oriente e Ocidente, estão contidas nos Lecionários":
"A proclamação litúrgica das mesmas leituras, com os cantos deduzidos da Sagrada Escritura, exprime e favorece a comunhão eclesial, acompanhando o caminho de todos e de cada um".
Neste sentido - explica - "se entende porque escolhas subjetivas, como a omissão de leituras e a sua substituição com textos não bíblicos, são proibidas":
"Isto de fato empobrece e compromete o diálogo entre Deus e o seu povo em oração. Pelo contrário, a dignidade do ambão e o uso do lecionário, a disponibilidade de bons leitores e salmistas. Mas procurem bons leitores, eh!, aqueles que saibam ler, não aqueles que leem e não se entende nada, eh! é assim, eh! Bons leitores, eh! Devem se preparar e ensaiar antes da Missa para ler bem. E isto cria um clima de silêncio receptivo".
A Palavra do Senhor é uma ajuda indispensável para não nos perdermos, nos nutre e nos ilumina, nos ajudando assim a enfrentarmos as dificuldades e as provas de nossa peregrinação terrena.
Mas "não basta ouvir com os ouvidos, sem acolher no coração a semente da divina Palavra, permitindo a ela dar fruto":
"A ação do Espírito, que torna eficaz a resposta, tem necessidade de corações que se deixem trabalhar e cultivar, de modo que aquilo que é ouvido na Missa passe para a vida cotidiana, segundo a advertência do apóstolo Tiago: «Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes; isto equivaleria a vos enganardes a vós mesmos»."
"A Palavra de Deus faz um caminho dentro de nós. A escutamos com os ouvidos, passa pelo coração, não permanece nos ouvidos, deve ir ao coração e do coração passa às mãos, às boas obras. Este é o percurso que faz a Palavra de Deus: dos ouvidos ao coração e às mãos. Aprendamos estas coisas. Obrigado.”
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Assista:
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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Papa Francisco na missa desta terça-feira:

Pastores não sejam rígidos, mas ternos e próximos
O Papa pediu para rezarmos hoje pelos nossos pastores, para que Deus dê a eles a graça de caminhar com o povo com ternura e proximidade.
Cidade do Vaticano - As atitudes do verdadeiro pastor são aquelas com as quais Jesus acompanhou o Seu povo: proximidade e ternura concretas, não rigidez nem julgamento. Esta foi a reflexão feita pelo Papa na homilia da Missa celebrada na manhã de terça-feira (30/01) na capela da Casa Santa Marta.
As páginas do Evangelho de Marcos narram dois episódios de cura a serem mais contemplados do que refletidos, disse o Papa, porque indicam “como era um dia na vida de Jesus”, modelo de como deveria ser também a vida dos pastores, bispos ou sacerdotes.
Caminhar, estar no meio do povo, ocupar-se dele
O Apóstolo descreve Jesus mais uma vez circundado por uma multidão, "a multidão de pessoas que o seguia”, ao longo do caminho ou às margens do mar e com as quais Jesus se preocupava: foi assim que Deus prometeu acompanhar o Seu povo, destacou Francisco, estando no meio dele:
Jesus não abre um escritório de aconselhamento espiritual com um cartaz 'O profeta recebe segunda, quarta e sexta das 3 às 6. A entrada custa tanto ou, se quiserem, podem deixar uma oferta'. Não. Jesus não faz assim. Jesus tampouco abriu um consultório médico com o cartaz ‘Os doentes devem vir tal dia, tal dia, tal dia e serão curados’. Jesus se joga no meio do povo.
E “esta é a figura de pastor que Jesus nos dá”, observou Francisco, citando um sacerdote “santo que acompanhava assim o seu povo” e que, à noite, por este motivo, estava “cansado”, mas de um “cansaço real, não ideal”, “de quem trabalha” e está no meio das pessoas.
Ir ao encontro das dificuldades com ternura  
Mas o Evangelho de hoje ensina também que Jesus é "comprido" entre a multidão e "tocado". Por cinco vezes este verbo aparece na narração de Marcos, notou o Papa, destacando que também hoje o povo faz assim durante as visitas pastorais, o faz para “pegar a graça” e o pastor sente isto.
E Jesus jamais se retrai, pelo contrário, “paga”, inclusive com a “vergonha” e a “zombaria”, “por fazer o bem”. São estas as “rmarcas do modo de agir de Jesus” e, portanto, as “atitudes do verdadeiro pastor”:
“O pastor é ungido com óleo no dia de sua ordenação: sacerdotal e episcopal. Mas o verdadeiro óleo, aquele interior, é o óleo da proximidade e da ternura. O pastor que não sabe se fazer próximo, falta a ele alguma coisa: talvez seja o dono do campo, mas não é um pastor. Um pastor ao qual falta a ternura, será um rígido, que bate nas ovelhas. Proximidade e ternura: vemos isso aqui. Assim era Jesus”.
Proximidade e ternura dos pastores: uma graça a ser pedida ao Senhor
Como Jesus, também o pastor – acrescenta ainda Francisco – “termina o seu dia cansado”, cansado de “fazer o bem”, e se o seu comportamento for este, o povo sentirá a presença viva de Deus.
Disto, eleva-se a oração de hoje de Francisco:
“Hoje poderemos rezar na Missa pelos nossos pastores, para que o Senhor dê a eles esta graça de caminhar com o povo, estar presente em meio ao povo com tanta ternura, com tanta proximidade. E quando o povo encontra o seu pastor, tem aquele sentimento especial que somente se pode sentir na presença de Deus – e assim termina a passagem do Evangelho – “E todos ficaram admirados”. A admiração de sentir a proximidade e a ternura de Deus no pastor”.
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Assista:
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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Papa na missa desta segunda-fera:

Não existe uma verdadeira humildade sem humilhação
O Papa Francisco inspirou sua reflexão no Rei Davi, “um grande”, tinha uma “alma nobre”, mas era também um pecador, tinha “pecados grandes”.
Cidade do Vaticano - “Não existe uma verdadeira humildade sem humilhação” . Foi o que disse em síntese o Papa Francisco na Missa celebrada na manhã desta segunda-feira na Capela da Casa Santa Marta.
Uma reflexão que parte da figura do Rei Davi, centro da primeira leitura.
Davi de fato, é “um grande”. Havia vencido o filisteu, tinha uma “alma nobre” - porque por duas vezes poderia ter matado Saul e não o fez – mas era também um pecador, tinha “pecados grandes”: “o do adultério e do assassinato de Urias, o marido de Betsabá”, “aquele do censo”.
Mesmo assim – observa Francisco – a Igreja o venera como Santo,  “porque deixou-se transformar pelo Senhor, deixou-se perdoar”, arrependeu-se, e por “aquela capacidade não tão fácil de reconhecer ser pecador: “Sou pecador’”.
Em particular a Primeira leitura coloca o foco na humilhação de Davi: seu filho Absalão, “faz uma revolução contra ele”.
Naquele momento Davi não pensa “na própria pele”, mas em salvar o povo, o Templo, a Arca.
E foge, “um gesto que parece  covarde, mas é corajoso”, sublinha o Papa. Chorava, caminhando com a cabeça coberta e pés descalços.
Mas o grande Davi é humilhado, não somente com a derrota e a fuga, mas também com o insulto.
Durante a fuga, um homem chamado Semei o insultava dizendo que o Senhor fez recair sobre ele todo o sangue da casa de Saul – “cujo trono usurpastes – e entregando o trono ao filho Absalão: “eis que estás na ruína – afirmava – porque és um homem sanguinário”.
Davi o deixa fazer, não obstante os seus quisessem defendê-lo: “É o Senhor que inspira de insultar-me”, talvez “este insulto comoverá o coração do Senhor e me abençoará”.
Às vezes, nós pensamos que a humildade é ir tranquilos, ir talvez de cabeça baixa olhando para o chão... mas também os porcos caminham de cabeça baixa: isso não é humildade. Esta é aquela humildade falsa, prêt-à-porter, que não salva nem protege o coração. É bom que nós pensemos nisto: não existe verdadeira humildade sem humilhação, e se você não for capaz de tolerar, de carregar nas costas uma humilhação, você não é humilde: faz de conta, mas não é.
Davi carrega nas costas os próprios pecados. “Davi é Santo; Jesus, com a santidade de Deus, é Santo”, afirmou o Papa e acrescentou: “Davi é pecador, Jesus é pecador, mas com o nossos pecados. Mas os dois, humilhados”.
Sempre existe a tentação de lutar contra quem nos calunia, contra quem nos humilha, quem nos faz passar vergonha, como este Semei. E Davi diz: “Não”. O Senhor diz: “Não”. Este não é o caminho. O caminho é o de Jesus, profetizado por Davi: carregar as humilhações. “Talvez o Senhor olhará para a minha aflição e me dará o bem em troca da maldição de hoje”: transformar as humilhações em esperança.
Francisco advertiu, porém, que a humildade não é justificar-se imediatamente diante da ofensa, tentando parecer bom: “Se você não sabe viver uma humilhação, você não é humilde”, afirmou. “Esta é a regra de ouro”.
Peçamos ao Senhor a graça da humildade, mas com humilhações. Havia aquela freira que dizia: “Eu sou humilde, sim, mas humilhada jamais!”. Não, não! Não existe humildade sem humilhação. Peçamos esta graça. E também, se alguém for corajoso, pode pedir – como ensina Santo Inácio – pode pedir ao Senhor que lhe envie humilhações para se parecer sempre mais com o Senhor.
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Publicada a Constituição Apostólica "Veritatis gaudium":
Contribuição dos estudos
eclesiásticos para uma Igreja em saída missionária
Publicada a Constituição Apostólica "Veritatis gaudium" do Papa acerca das Universidades e Faculdades eclesiásticas. Francisco promove a renovação dos estudos católicos rumo a uma corajosa revolução cultural à luz da Tradição.
Papa em visita à Pontifícia Universidade Católica de Santiago do Chile (17-01-2018)
Cidade do Vaticano“A alegria da verdade é expressão do desejo ardente que traz inquieto o coração de cada ser humano enquanto não encontra, habita e partilha com todos a Luz de Deus”: assim tem início a Constituição Apostólica Veritatis gaudium do Papa Francisco acerca das Universidade e as Faculdades eclesiásticas, publicada esta segunda-feira (29/01).
Síntese da Veritatis gaudium
“A verdade não é uma ideia abstrata, mas é Jesus, o Verbo de Deus, em quem está a Vida que é a Luz dos homens”, ressalta o texto, e “esta é a alegria que a Igreja, instada por Jesus, deve testemunhar e anunciar, sem interrupção e com uma paixão sempre nova, na sua missão”.
Renovação corajosa dos estudos eclesiásticos
No transformado contexto sociocultural a nível planetário, caracterizado por uma crise antropológica e socio-ambiental, o Santo Padre considera “urgente” uma “renovação sapiente e corajosa” dos estudos eclesiásticos, por uma mais incisiva missão nesta nova época da história como programaticamente proposta “na Evangelii gaudium”.
Universidades católicas por uma Igreja em saída
Partindo da exigência prioritária da transformação  missionária de uma Igreja “em saída” que deve envolver todo o Povo de Deus, o Pontífice evidencia que hoje os estudos eclesiásticos “não são somente chamados a oferecer lugares e percursos de formação qualificada dos presbíteros, das pessoas de vida consagrada e dos leigos engajados, mas constituem uma espécie de providencial laboratório cultural no qual a Igreja faz exercício da interpretação performativa da realidade que brota do evento de Jesus Cristo e que se alimenta dos dons da Sabedoria e da Ciência dos quais o Espírito Santo enriquece em várias formas todo o Povo de Deus: do sensus fidei fidelium ao magistério dos Pastores, do carisma dos profetas ao dos doutos e dos teólogos.
Revolução cultural à luz da Tradição
Trata-se de realizar uma mudança radical de paradigma, aliás, “uma corajosa revolução cultural” em que a rede mundial das Universidades e Faculdades eclesiásticas é chamada a levar a decisiva contribuição do fermento, do sal e da luz do Evangelho de Jesus Cristo e da Tradição viva da Igreja sempre aberta a novos cenários e a novas propostas, afirma Francisco.
Torna-se hoje cada vez mais evidente que “é necessária uma verdadeira hermenêutica evangélica para compreender melhor a vida, o mundo, os homens; não de uma síntese, mas de uma atmosfera espiritual de investigação e certeza fundamentada nas verdades da razão e da fé. A filosofia e a teologia permitem adquirir as convicções que consolidam e fortalecem o intelecto e iluminam a vontade... mas tudo isto só será fecundo, se for feito com a mente aberta e de joelhos”, afirma o Papa.
“O teólogo que se compraz com o seu pensamento completo e concluído é um medíocre. O bom teólogo e filósofo mantém um pensamento aberto, ou seja, incompleto, sempre aberto ao maius de Deus e da Verdade, sempre em fase de desenvolvimento.
Descobrir Deus em cada homem
O Santo Padre indica 4 critérios de fundo para uma renovação e um relançamento da contribuição dos estudos eclesiásticos para uma Igreja em saída missionária: Antes de mais nada, critério prioritário e permanente é a contemplação e a introdução espiritual, intelectual e existencial no coração do querigma, ou seja, da feliz notícia, sempre nova e fascinante, do Evangelho de Jesus,  “que cada vez mais e melhor se vai fazendo carne»” na vida da Igreja e da humanidade.
Daí brota aquela fraternidade universal “que sabe ver a grandeza sagrada do próximo, que sabe descobrir Deus em cada ser humano, que sabe tolerar as moléstias da convivência agarrando-se ao amor de Deus, que sabe abrir o coração ao amor divino para procurar a felicidade dos outros como a procura o seu Pai bom”.
Daí o imperativo a escutar no coração e fazer ressoar na mente o clamor dos pobres e da terra,  para tornar concreta a “dimensão social da evangelização”  como parte integrante da missão da Igreja: porque “Deus, em Cristo, não redime somente a pessoa individual, mas também as relações sociais entre os homens”.
Diálogo com crentes e não crentes
Um segundo critério inspirador é o diálogo sem reservas: não como mera atitude tática, mas como exigência intrínseca para fazer experiência comunitária da alegria da Verdade e aprofundar o seu significado e implicações práticas. O que o Evangelho e a doutrina da Igreja estão atualmente chamados a promover, em generosa e franca sinergia com todas as instâncias positivas que fermentam o crescimento da consciência humana universal, é uma autêntica cultura do encontro,  antes – bem se poderia dizer – uma cultura do encontro entre todas as culturas autênticas e vitais, graças a um intercâmbio recíproco dos respetivos dons no espaço de luz desvendado pelo amor de Deus para todas as suas criaturas.
Unidade do saber diante de um pluralismo incerto e fragmentado
O terceiro critério fundamental é “a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade exercidas com sabedoria e criatividade à luz da Revelação”, segundo o princípio vital e intelectual da unidade do saber”, e isso também em relação ao fragmentado e não raro desintegrado panorama hodierno dos estudos universitários e ao pluralismo incerto, conflitual ou relativista, das convicções e das opções culturais.
O Papa cita Bento XVI quando na Caritas in veritate afirma que hoje há “uma carência de sabedoria, de reflexão, de pensamento capaz de realizar uma síntese orientadora».  Joga-se aqui, especificamente, a missão que está confiada ao sistema dos estudos eclesiásticos” a fim de que tenham uma “efetiva relevância cultural e humanizadora”.
Criar rede
O quarto e último critério diz respeito à necessidade urgente de “criar rede” entre as várias instituições que, em todas as partes do mundo, cultivam e promovem os estudos eclesiásticos, ativando decididamente as oportunas sinergias também com as instituições acadêmicas dos diferentes países e com as que se inspiram nas várias tradições culturais e religiosas, “dando vida simultaneamente a centros especializados de investigação com a finalidade de estudar os problemas de grandeza epocal que hoje investem a humanidade, chegando a propor pistas oportunas e realistas de resolução”.
Relançar a pesquisa
Ademais, Francisco afirma a grande exigência de dar um novo impulso à pesquisa científica em nossas Universidades e Faculdades eclesiásticas. Os estudos eclesiásticos não podem limitar-se  a transferir conhecimentos, competências, experiências aos homens e às mulheres de nosso tempo, desejosos de crescer em sua consciência cristã, mas devem adquirir a urgente tarefa de elaborar instrumentos intelectuais capazes de propor-se como paradigmas de ação e de pensamento, úteis ao anúncio num mundo marcado pelo pluralismo ético-religioso.
Teologia viva na fronteira
A teologia e a cultura de inspiração cristã estiveram à altura da sua missão quando souberam, de forma arriscada e fiel, viver na fronteira. O desafio de hoje é “um grande desafio cultural, espiritual e educativo que implicará longos processos de regeneração” também para as Universidades e as Faculdades eclesiásticas.
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domingo, 28 de janeiro de 2018

Papa Francisco neste domingo:

Maria é a arca segura no meio do dilúvio
                                 "A Mãe não é um dom opcional, é o testamento de Cristo", disse o Santo Padre na homilia.
Cidade do Vaticano - O Papa Francisco presidiu a celebração eucarística, na manhã neste domingo (28/01), na Basílica Papal de Santa Maria Maior, Festa da Trasladação do ícone Salus Populi Romani, que retrata Maria tendo nos braços o Menino Jesus abençoando.
“Estamos aqui, como povo de Deus a caminho, para uma pausa no templo da Mãe. A presença da Mãe faz deste templo uma casa familiar para nós, filhos."
“Associando-nos a gerações e gerações de romanos, reconhecemos nesta casa materna a nossa casa, a casa onde encontrar repouso, consolação, proteção e refúgio.”
“O povo cristão compreendeu, desde o início, que, nas dificuldades e provações, é preciso recorrer à Mãe, como indica a mais antiga antífona mariana: À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita”, disse o Pontífice em sua homilia.
"Recorremos, procuramos refúgio. Os nossos pais na fé nos ensinaram que, nos momentos turbulentos, é preciso acolhermo-nos sob o manto da Santa Mãe de Deus.
Outrora os perseguidos e os necessitados procuravam refúgio junto das mulheres nobres da alta sociedade: quando o seu manto, que era considerado inviolável, se estendia em sinal de acolhimento, a proteção era concedida”, frisou o Papa.
“O mesmo, fazemos nós em relação a Nossa Senhora, a mulher mais sublime do gênero humano. O seu manto está sempre aberto para nos acolher e recolher-nos.”
"Bem o recorda o Oriente cristão, onde muitos celebram a Proteção da Mãe de Deus, que, num lindo ícone, é representada com o seu manto abrigando os filhos e cobrindo o mundo inteiro.
Os próprios monges antigos recomendavam que, nas provações, nos refugiássemos sob o manto da Santa Mãe de Deus: invocá-La – «Santa Mãe de Deus» – já era garantia de proteção e ajuda.”
Segundo Francisco, “esta sabedoria, que vem de longe, nos ajuda: a Mãe guarda a fé, protege as relações, salva nas intempéries e preserva do mal. Onde Nossa Senhora é de casa, o diabo não entra; onde está a Mãe, a perturbação não prevalece, o medo não vence.
Quem de nós não precisa disto? Quem de nós não se sente às vezes perturbado ou inquieto? Quantas vezes o coração é um mar em tempestade, onde as ondas dos problemas se amontoam e os ventos das preocupações não cessam de soprar!
“Maria é a arca segura no meio do dilúvio.”
"Não serão as ideias ou a tecnologia a dar-nos conforto e esperança, mas o rosto da Mãe, as suas mãos que acariciam a vida, o seu manto que nos abriga. Aprendamos a encontrar refúgio, indo todos os dias junto da Mãe”.
"Não desprezeis as súplicas. Quando nós A imploramos, Maria intercede por nós. Há um lindo título em grego – Grigorusa – que significa «Aquela que intercede prontamente»; que não demora, como ouvimos no Evangelho, onde imediatamente leva a Jesus a necessidade concreta daquelas pessoas: «Não têm vinho!» (Jo 2, 3).
Assim faz, sempre que A invocamos: quando nos falta a esperança, quando escasseia a alegria, quando se esgotam as forças, quando se obscurece a estrela da vida, a Mãe intervém.
“Está atenta ao cansaço, sensível às turbulências, próxima do coração.”
E nunca, nunca despreza as nossas orações; não deixa perder-se uma sequer. É Mãe, nunca Se envergonha de nós; antes, só espera poder ajudar os seus filhos.”
“Um episódio pode nos ajudar a compreender isto. Junto duma cama de hospital, uma mãe velava pelo seu filho, sofrendo em consequência dum acidente. Aquela mãe estava sempre ali, dia e noite. Uma vez lamentou-se com o sacerdote, dizendo: «Mas a nós, mães, o Senhor não permitiu uma coisa!» «O quê?»: perguntou o padre. «Carregar a dor dos filhos»: replicou a mulher.
Eis o coração de mãe: não se envergonha das feridas, das fraquezas dos filhos, mas quer tomá-las sobre si mesma. E a Mãe de Deus e nossa sabe tomar sobre Si, consolar e curar.”
"Livrai-nos de todos os perigos. O Papa disse ainda que “o próprio Senhor sabe que precisamos de refúgio e proteção em meio a tantos perigos. Por isso, no momento mais alto, na cruz, disse ao discípulo amado, a cada discípulo: «Eis a tua Mãe!»
“A Mãe não é um dom opcional, é o testamento de Cristo.”
E precisamos d’Ela como precisa de repouso um viajante, de ser levado nos braços como um bebê. É um grande perigo para a fé viver sem Mãe, sem proteção, deixando-nos arrastar pela vida como as folhas pelo vento.
O Senhor sabe isso, e recomenda-nos acolher a Mãe. Não é um galanteio espiritual, é uma exigência de vida. Amá-La, não é poesia; é saber viver. Porque, sem Mãe, não podemos ser filhos. E, antes de tudo, nós somos filhos, filhos amados, que têm Deus por Pai e Nossa Senhora por Mãe.”
Francisco recordou que “o Concílio Vaticano II ensina que Maria é «sinal de esperança segura e de consolação para o povo de Deus ainda peregrinante».
É sinal: é o sinal que Deus posicionou para nós. Se não o seguirmos, extraviamo-nos. Com efeito, há uma sinalização da vida espiritual, que deve ser observada. A nós, «que, entre perigos e angústias, caminhamos ainda na terra», tal sinalização indica-nos a Mãe, que já chegou à meta.
Quem melhor do que Ela nos pode acompanhar no caminho? Por que esperamos? Como o discípulo que, ao pé da cruz, acolheu consigo a Mãe «como sua», também nós convidamos Maria, desta casa materna, para a nossa casa.”
“Não se pode ficar indiferente, nem separado da Mãe, caso contrário perdemos a nossa identidade de filhos e de povo, e vivemos um cristianismo feito de ideias e programas, sem consagração, sem ternura, nem coração.”
"Mas, sem coração, não há amor; e a fé corre o risco de se tornar uma linda fábula doutros tempos. Ao contrário, a Mãe guarda e prepara os filhos. Ama-os e protege-os, para que amem e protejam o mundo. Façamos da Mãe o hóspede do nosso dia-a-dia, a presença constante em nossa casa, o nosso refúgio seguro. Consagremos-Lhe cada dia. Invoquemo-La em cada turbulência. E não nos esqueçamos de voltar junto d’Ela para Lhe agradecer”, concluiu o Papa.
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Papa Francisco no Angelus:
Violência desumana contra o povo afegão
Francisco lembrou que neste domingo, celebra-se o Dia Mundial do Hanseniano.
Cidade do Vaticano - Após a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco fez um forte apelo pela paz no Afeganistão.
“Ontem, chegou do Afeganistão a notícia dolorosa sobre a terrível tragédia terrorista perpetrada, em Cabul, com mais de cem mortos e vários feridos.
Poucos dias atrás, outro atentado grave, sempre em Cabul, semeou terror e morte num grande hotel. Até quando o povo afegão deverá suportar esta violência desumana?"
“Rezemos em silêncio por todas as vítimas e por todas as famílias, e rezemos por todos aqueles que, no país, continuam trabalhando para construir a paz.”
Francisco lembrou que neste domingo, celebra-se o Dia Mundial do Hanseniano.
“Esta doença, infelizmente, afeta sobretudo ainda as pessoas desfavorecidas e pobres. A estes irmãos e irmãs asseguro a minha proximidade e solidariedade. Rezemos também pelas pessoas que cuidam deles e trabalham por sua reinserção na sociedade.”
O Papa saudou as famílias, as paróquias, as associações e todos aqueles que vieram da Itália e várias partes do mundo, como os estudantes de Badajoz, na Espanha, os fiéis de Liubliana, na Eslovênia, para o Angelus dominical.
Francisco saudou com afeto os jovens da Ação Católica da Diocese de Roma, presentes na Praça São Pedro. “Espero que além do barulho vocês saibam fazer também coisas boas”, disse o Papa aos jovens.
“Queridos jovens, também este ano, acompanhados pelo arcebispo vigário, por seus pais, educadores e sacerdotes assistentes, vocês vieram numerosos no final da ‘Caravana da Paz’."
“Agradeço a todos pela iniciativa. Não se cansem de ser instrumentos de paz e alegria entre os seus coetâneos!”
A seguir, dois adolescentes da Ação Católica de Roma, que estavam com o Papa na janela da residência pontifícia, leram uma mensagem de paz para o Santo Padre.
O Pontífice convidou os dois adolescentes a saudarem sem medo os fiéis na Praça São Pedro.
“E agora junto com as nossas orações pela paz, cada um de nós em seu coração reze pela paz”, disse o Papa.
Da janela da residência pontifícia foram soltados alguns balões e na Praça São Pedro também.
“Junto a essas orações sobem também ao céu os balões. Vocês viram os balões?
“Quando nós rezamos mal, quando levamos uma vida que não é a vida que Jesus quer, as nossas orações não chegam e deve vir uma ajuda para fazê-las ir para o alto.”
Quando vocês sentirem que as suas orações não sobem, procurem a ajuda de alguém”, disse Francisco que desejou a todos um bom domingo e pediu aos fiéis para não se esquecerem de rezar por ele.
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sábado, 27 de janeiro de 2018

Dia 28 de janeiro é marcado como o

 Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil

No dia 30 de outubro de 2009 foi publicada no Diário Oficial da União a lei nº 12.064 que instituiu o dia 28 de janeiro de cada ano como sendo o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil. A data foi escolhida em homenagem aos auditores-fiscais do trabalho Eratóstenes de Almeida, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e ao motorista Ailton Pereira de Oliveira, assassinados quando investigavam denúncias de trabalho escravo em Unaí (MG).
Informações recentes estimam a ocorrência de 200 mil trabalhadores no país vivendo em regime de escravidão, segundo dados do Índice de Escravidão Global, elaborado por Organizações Não Governamentais (ONGs) ligadas à Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O bispo de Ipameri (GO), Dom Guilherme Werlang, presidente da Comissão para a Ação Social Transformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lembra que em outubro de 2017, durante reunião de seu Conselho Permanente, a CNBB se manifestou repudiando de forma muito forte a Portaria nº 1.129 do Ministério do Trabalho.
Segundo o religioso a iniciativa do Governo Federal elimina as proteções legais contra o trabalho escravo arduamente conquistadas, restringindo-o apenas ao trabalho forçado com o cerceamento da liberdade de ir e vir. “A Portaria permitia, também, a jornada exaustiva e condições degradantes, prejudicando assim a fiscalização, autuação, penalização e erradicação da escravidão por parte do Estado brasileiro”, disse.
Mapa do trabalho escravo
Não por coincidência, as manchas mais escuras no mapa ao lado indicam um maior número de trabalhadores escravizados resgatados nas zonas de expansão da fronteira agrícola do país, atingindo, em maior parte, trechos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
O Brasil, segundo um ranking elaborado pela Organização Não Governamental Walk Free Foundation, ocupa a 94ª posição no mundo entre os países que, proporcionalmente à sua população, mais possuem trabalhadores em regime de escravidão. Apesar de as ações brasileiras serem consideradas exemplares internacionalmente, o país ainda encontra dificuldades em avançar nessa questão, pois esbarra em vários interesses, principalmente de latifundiários.
A Igreja no Brasil, por meio da Comissão Pastoral da Terra (CPT) foi pioneira neste trabalho, levando denúncias, inclusive, à ONU. A CPT possui uma campanha permanente desde o ano de 1997 cujo nome é “De olho aberto para não virar escravo” e ajudou a libertar milhares de pessoas.
A CNBB, desde 2012, vem atuando com o Grupo de Enfrentamento do Trabalho Escravo constituído por várias pastorais da Igreja no Brasil. Este GT, em 2016, foi transformado numa Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano para fortalecer ainda mais o trabalho de articulação e o diálogo permanente entre as distintas iniciativas existentes no seio da Igreja no Brasil e em parceria com outros segmentos sociais.
A política de erradicação do trabalho escravo no Brasil foi muito destacada pela comunidade internacional e pelas organizações da ONU e da OEA em função dos resultados que produziu: libertou mais de 52 mil pessoas de 1995 para até 2017 (metade delas na Amazônia, palco de 70% dos casos identificados) e possibilitou que se pactuasse compromissos nacionais para eliminar essa prática, envolvendo a sociedade civil, os governos estaduais e setores empresariais.
A Igreja, segundo dom Guilherme, tem um papel importante de cobrar dos governantes que tal política seja sempre mais fortalecida, que os infratores flagrados praticando trabalho escravo sejam punidos. “Não se pode, em hipótese alguma, retroceder na política nacional de combate ao trabalho escravo, iniciada a mais de 20 anos. As autoridades precisam tomar consciência desta trágica realidade do trabalho escravo, que constitui um retrocesso para a humanidade”, disse.
Conheça mais o trabalho escravo no mapa:
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Papa a membros da Cruz Vermelha:

Sejam testemunhas de humanidade
"A cultura do descarte, muito atual hoje, é uma cultura anônima, sem laços e rostos", disse o Papa.
Cidade do Vaticano - O Papa Francisco recebeu, em audiência, neste sábado (27/01), na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de sete mil membros da Cruz Vermelha Italiana.
“A cultura do descarte” causa um número indefinido de invisíveis, aprisionados “na indiferença”. Segundo Francisco, o trabalho realizado pelos membros da Cruz Vermelha recorda a figura evangélica do Bom Samaritano e gera esperança para o futuro do ser humano. Homens e mulheres que são verdadeiros profetas, capazes de “despertar o mundo indiferente”.
“A sua presença junto aos migrantes é um sinal profético, necessário em nosso tempo.”
"Eu disse a palavra ‘sinal profético’: o profeta, para dizer numa linguagem que todos entendam, é aquele que dá bofetadas com a sua maneira de viver, com o serviço que faz e com as palavras. Dá verdadeiras bofetadas ao egoísmo social, ao egoísmo das sociedades, e faz despertar o que tem de melhor no coração!”  
Francisco agradeceu aos membros da Cruz Vermelha Italiana pelo serviço prestado, pela capacidade de reconhecer o rosto de crianças, idosos, homens e mulheres que a cultura do descarte exclui “sem ouvir o seu clamor e perceber seus sofrimentos”.
“A cultura do descarte, muito atual hoje, é uma cultura anônima, sem laços e rostos. Ela cuida somente de alguns, excluindo muitos outros.”
"Afirmar o princípio de humanidade significa também ser promotores de uma mentalidade arraigada no valor de cada ser humano, e de uma prática que coloque no cento da vida social não os interesses econômicos, mas o cuidar das pessoas.”
Em seu discurso, o Papa ressaltou que a associação trabalha segundo os princípios de humanidade, de imparcialidade e neutralidade, inclinando-se de forma “amorosa e desinteressada” sobre aqueles que estão em dificuldade, que são vítimas de calamidades naturais ou dos migrantes, “durante o seu percurso árduo no mar”. Esse critério de ação contrasta com a “tendência, muito difundida, infelizmente, de distinguir quem merece atenção e socorro, de quem não seja digno”.
O Papa recordou que quem “olha os outros com os óculos da amizade e não com as lentes da competição ou do conflito, torna-se construtor de um mundo mais vivível e humano”.
Francisco lembrou também de modo especial os membros da Cruz Vermelha que “no exercício da missão de ajuda, doaram a vida” para socorrer quem precisava.
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