quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Setembro é o mês dedicado à Sagrada Escritura

12 coisas que você pode não saber sobre a Bíblia

Podemos dizer que a Bíblia é uma biblioteca, por si só. São 73 livros divididos entr o Antigo e o Novo Testamento, com textos bem distintos entre si, sendo cada um escrito em um período diferente da história. Existem uma infinidade de fatos sobre a Bíblia que, muitas vezes, desconhecemos pelo simples fato de sermos “desinteressados”.
Amemos a Palavra de Deus!
A Palavra de Deus é um universo imenso que, como católicos, devemos fazer a experiência de imersão. Recordando as palavras do Papa Francisco, a Bíblia poderia ser para nós como um celular, que a todo o momento estamos utilizando. Se a levássemos ela sempre conosco (ou pelo menos um Evangelho de bolso), o que aconteceria? Se voltássemos quando a esquecemos, se a abríssemos várias vezes por dia; se lêssemos as mensagens de Deus contidas na Bíblia como lemos as mensagens em nosso celular, o que aconteceria?
Pra auxiliar você a conhecer mais a Bíblia, trazemos algumas curiosidades para instigá-lo, cada vez mais, a conhecer a Palavra de Deus:
#1 –  Foi o primeiro livro impresso no mundo;
#2 – Foi traduzida em 1.800 línguas e é a publicação mais popular do mundo;
#3 - A origem da Bíblia é atribuída ao povo hebreu;
#4 - A Bíblia, inicialmente, foi composta em três idiomas: os livros mais antigos, em hebraico, mais ou menos ¾ do total, os mais recentes, em grego, com ¼ aproximadamente; e poucas páginas em aramaico
#5- A tradução latina mais conhecida foi feita por São Jerônimo à base de textos originais do hebraico e grego;
#6 - O livro mais antigo não é Gênesis, mas Jó;
#7 - O maior versículo está em Ester 8, 9. Na tradução da Bíblia de Aparecida ele contém 424 palavras;
8# - A Torá compõe os cinco primeiros livros do Antigo Testamento (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio);
#9 - Evangelho significa “Boa nova”;
# 10- O evangelista Lucas não foi discípulo de Jesus. Para escrever o evangelho, recorreu a testemunhas oculares que acompanharam a vida de Cristo. Já o Evangelista Marcos era discípulo de Pedro, primo de Barnabé e companheiro de Paulo na primeira viagem missionária;
#11- No Novo Testamento, as cartas eram mensagens direcionadas as primeiras comunidades de fé;
#12 - A Carta de Pedro, possivelmente, não foi escrita por ele, mas por Silvano, apostolo de Paulo.
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                                                                                      Fonte: a12.com   Foto: Shutterstock

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Papa Francisco:
A memória da vocação reaviva a esperança

Cidade do Vaticano (RV) -  “A memória da vocação reaviva a esperança”. Com este tema de sua catequese, o Papa Francisco voltou a realizar a Audiência Geral na Praça São Pedro, que esta quarta-feira teve a presença de sacerdotes do Colégio Pio Brasileiro e da equipe da Chapecoense, que na noite de sexta-feira disputará um amistoso no Estádio Olímpico contra o Roma.
"Recordar-se de Jesus, do fogo de amor com o qual um dia concebemos a nossa vida como um projeto de bem e reavivar com esta chama a nossa esperança" é "uma dinâmica fundamental da vida cristã".
O Papa Francisco concentrou sua catequese da Audiência Geral desta quarta-feira – que voltou a ser realizada na Praça São Pedro -na relação entre memória e esperança, com particular referência à memória da vocação.
E para ilustrar isto, usou como exemplo o chamado dos primeiros discípulos de Jesus, uma experiência que ficou de tal forma impressa em suas memórias, que João já idoso chegou até mesmo a precisar a hora: "Eram cerca de 4 horas da tarde".
Após a frase pronunciada às margens do Jordão por João Batista "Eis o Cordeiro de Deus", Jesus ganha dois novos jovens seguidores, a quem pergunta: "Que procurais?".
"Jesus - observou o Papa - aparece nos Evangelhos como um especialista de coração humano. Naquele momento, havia encontrado dois jovens que estavam buscando, com uma saudável inquietude":
"Com efeito, que juventude é uma juventude satisfeita, sem uma busca de sentido? Os jovens que não buscam nada não são jovens, estão aposentados, envelheceram antes do tempo. É triste ver jovens aposentados. E Jesus, em todo o Evangelho, em todos os encontros que lhe acontecem ao longo do caminho, aparece como um "incendiário" dos corações".
Por isso faz a pergunta "o que procurais?", justamente para “fazer emergir o desejo de vida e de felicidade que cada jovem traz dentro”.
Então, Francisco pergunta aos jovens que estão na Praça São Pedro e aqueles que acompanham pela mídia:
“Tu, que és jovem, o que procuras? O que procuras no teu coração?”
E foi assim que começou a vocação de João e de André, dando início a uma amizade com Jesus tão forte, que criou uma comunhão de vida e de paixão com Ele. E esta convivência com Jesus, transformou-os logo em missionários, tanto que seus irmãos Simão e Tiago também passam a seguir Jesus.
"Foi um encontro tão tocante, tão feliz, que os discípulos recordarão para sempre aquele dia que iluminou e orientou a juventude deles", ressaltou o Papa.
Francisco diz a seguir que a própria vocação neste mundo pode ser descoberta de diferentes maneiras, "mas o primeiro indicador é a alegria do encontro com Jesus":
"Matrimônio, vida consagrada, sacerdócio: cada vocação verdadeira inicia com um encontro com Jesus que nos dá alegria e uma esperança nova; e nos conduz, mesmo em meio às provações e dificuldades, a um encontro sempre mais pleno, cresce, aquele encontro, maior, o encontro com Ele e à plenitude da alegria".
O Papa observa então, que "o Senhor não quer homens e mulheres que o sigam de má vontade, sem ter no coração o vento da alegria", perguntando aos presentes: “Vocês, que estão na praça, vocês têm o vento da alegria? Cada um se pergunte: Eu tenho dentro de mim, no coração, o vento da alegria?”:
"Com efeito,
que juventude é uma juventude satisfeita, sem uma busca de sentido?"
"Jesus quer pessoas que tenham experimentado que estar com Ele traz uma felicidade imensa, que pode ser renovada a cada dia da vida. Um discípulo do Reino de Deus que não é alegre, não evangeliza este mundo,  é um triste. Nos tornamos pregadores de Jesus, não aperfeiçoando as armas da retórica: tu podes falar, falar, falar, mas se não existe uma outra coisa, como pode se tornar pregador de Jesus? Tendo nos olhos o brilho da verdadeira felicidade. Vemos tantos cristãos, também entre nós, que com os olhos te transmitem a alegria da fé: com os olhos!”.
Por isto o cristão - assim como o fez a Virgem Maria - deve proteger "a chama de seu enamoramento":
"Certamente, existem provações na vida, existem momentos em que é necessário seguir em frente não obstante o frio e os ventos contrários. Porém os cristãos conhecem o caminho que conduz àquele fogo sagrado que os acendeu uma vez para sempre".
O Papa por fim, alerta para não darmos atenção à quem nos tira o entusiasmo e a esperança, mas a sonharmos com um mundo diferente e cultivarmos sãs utopias:
"Mas por favor, recomendo: não demos ouvidos às pessoas desiludidas e infelizes; não escutemos quem recomenda cinicamente para não cultivar esperanças na vida; não confiemos em quem apaga ao nascer cada entusiasmo, dizendo que nenhuma empresa vale o sacrifício de toda uma vida; não escutemos "velhos" de coração que sufocam a euforia juvenil.  Procuremos os velhos que têm os olhos brilhantes de esperança! Cultivemos, pelo contrário, sãs utopias: Deus nos quer capazes de sonhar como Ele e com Ele, enquanto caminhamos bem atentos à realidade. Sonhar um mundo diferente. E se um sonho se apaga, voltar a sonhá-lo de novo, indo com esperança à memória das origens, aquelas brasas que, talvez, depois de uma vida não tão boa, estão escondidas sob as cinzas do primeiro encontro com Jesus". 
Antes de saudar os peregrinos de língua italiana, o Papa Francisco fez um apelo pelo Dia de Oração pelo Cuidado da Criação:
“Depois de amanhã, 1º de setembro, recorre o Dia de Oração pelo cuidado da criação. Nesta ocasião, eu e meu querido irmão Bartolomeu, Patriarca ecumênico de Constantinopla, preparamos juntos uma Mensagem. Nela convidamos todos a assumir uma atitude respeitosa e responsável com a criação. Fazemos, além disto, um apelo àqueles que desempenham papeis influentes, para escutar o grito da terra e o grito  dos pobres, que são os que mais sofrem pelos desequilíbrios ecológicos”. (JE)
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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Belo testemunho de Dom José Maria Pires, falecido no domingo:

O 'Pacto das Catacumbas'

Cidade do Vaticano (RV) – Depois do velório na Paróquia Nossa Senhora das Dores, na capital mineira, o corpo de Dom José Maria Pires chegou a João Pessoa na madrugada de terça-feira (29/08), onde será sepultado.
Às 16h, na Catedral das Neves, será celebrada a missa exequial, com o rito da última encomendação e despedida. Em seguida, faz-se o sepultamento.
Vida e trajetória
Sessão do Concílio Vaticano II
Natural de Córregos, em Minas Gerais, Dom José Maria Pires tinha 70 anos de ordenação como padre e 60 como bispo. Como bispo, foi presidente da Comissão Episcopal do Nordeste 2, que reúne os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Ele foi o quarto bispo da região metropolitana de João Pessoa e esteve à frente da Igreja Católica na Arquidiocese entre os anos de 1966 e 1995. 
Dom José participou do Concílio Vaticano II, entre 1962 e 1965, tendo sido um dos signatários do Pacto das Catacumbas. Transferido para João Pessoa (PB), em 1965, ficou mais próximo de Dom Helder Câmara, um aliado na luta pelos direitos humanos. Teve participação valiosa nos conflitos pela terra na Paraíba, ao defender camponeses.
Em defesa dos mais pobres, sempre
Sua atuação na época da Ditadura Militar, quando desenvolveu um trabalho pautado na conjunção da atividade religiosa com a defesa dos direitos humanos, com vistas à mudança social é destaque na sua trajetória.
Participante ativo da luta pelos direitos dos negros, em 2013, publicou o livro “A cultura religiosa afro-brasileira e seu impacto na cultura universitária”. Tornou-se emérito e voltou a ser pároco de Córregos e Santo Antônio do Norte, no Vale do Jequitinhonha, desde 1995, onde se dedicou também a um projeto de geração de renda para centenas de famílias carentes dessa região. Nos últimos anos, residia na Arquidiocese de Belo Horizonte.
Confira o vídeo da ‘Verbo Filmes’ em que ‘Dom Pelé’ explica o significado do Pacto das Catacumbas (1965), com o qual os bispos se comprometeram em viver na pobreza, rejeitar símbolos e privilégios do poder e colocar os pobres no centro do seu ministério pastoral. (cm)
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Assista:
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                                                                    Fonte: radiovaticana.va   Foto: pantokrator.org.br

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Bispos da Repam em nota:

“Extinção da Renca vilipendia democracia brasileira”

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) divulgou nota nesta segunda-feira, 28, na qual repudia a extinção da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), feita pelo Governo Federal na última quarta-feira. No texto, o organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) considera que o decreto baixado pelo Executivo “vilipendia a democracia brasileira, pois com o objetivo de atrair novos investimentos ao país o Governo brasileiro consultou apenas empresas interessadas em explorar a região”.
De acordo com a Repam, nenhuma consulta aos povos indígenas e comunidades tradicionais foi realizada, como manda o Artigo 231 da Constituição Federal de 1988 e a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). “O Governo cede aos grandes empresários da mineração que solicitam há anos sua extinção e às pressões da bancada de parlamentares vinculados às companhias extrativas que financiam suas campanhas”, lê-se no texto.
A manifestação da Repam ainda cita como consequências à extinção da área o aumento do desmatamento; a perda irreparável da biodiversidade; a impossibilidade de garantir a proteção da floresta, das unidades de conservação e das terras indígenas; além de representar uma ameaça política para o Brasil inteiro, “impondo mais pressão sobre as terras indígenas e Unidades de Conservação”.
Leia o texto na íntegra, que é assinado pelo presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB e também da Repam, cardeal Cláudio Hummes, e pelo Presidente da Repam-Brasil e Secretário da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, dom Erwin Kräutler.

Brasília, 28 de agosto de 2017
Nota de repúdio ao Decreto Presidencial que extingue a RENCA
Ouvimos o grito da terra e o grito dos pobres
A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), ligada ao Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (CELAM), e no Brasil organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), juntamente com a Comissão Episcopal para a Amazônia, da CNBB, por meio de sua Presidência, unida à Igreja Católica da Pan-Amazônia e à sociedade brasileira, em especial aos povos das Terras Indígenas Waãpi e Rio Paru D’Este, vem a público repudiar o anúncio antidemocrático do Decreto Presidencial, altamente danoso, que extingue a Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (RENCA) na última quarta-feira (23).
A RENCA é uma área de reserva, na Amazônia, com 46.450 km2 – tamanho do território da Dinamarca. A região engloba nove áreas protegidas, sendo três delas de proteção integral: o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, as Florestas Estaduais do Paru e do Amapá; a Reserva Biológica de Maicuru, a Estação Ecológica do Jari, a Reserva Extrativista Rio Cajari, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e as Terras Indígenas Waiãpi e Rio Paru d`Este. A abertura da área para a exploração mineral de cobre, ouro, diamante, ferro, nióbio, entre outros, aumentará o desmatamento, a perda irreparável da biodiversidade e os impactos negativos contra os povos de toda a região.
O Decreto de extinção da RENCA vilipendia a democracia brasileira, pois com o objetivo de atrair novos investimentos ao país o Governo brasileiro consultou apenas empresas interessadas em explorar a região. Nenhuma consulta aos povos indígenas e comunidades tradicionais foi realizada, como manda o Artigo 231 da Constituição Federal de 1988 e a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Governo cede aos grandes empresários da mineração que solicitam há anos sua extinção e às pressões da bancada de parlamentares vinculados às companhias extrativas que financiam suas campanhas.
Ao contrário do que afirma o Governo em nota, ao abrir a região para o setor da mineração, não haverá como garantir proteção da floresta, das unidades de conservação e muito menos das terras indígenas – que serão diretamente atingidas de forma violenta e irreversível. Basta observar o rastro de destruição que as mineradoras brasileiras e estrangeiras têm deixado na Amazônia nas últimas décadas: desmatamento, poluição, comprometimento dos recursos hídricos pelo alto consumo de água para a mineração e sua contaminação com substâncias químicas, aumento de violência, droga e prostituição, acirramento dos conflitos pela terra, agressão descontrolada às culturas e modos de vida das comunidades indígenas e tradicionais, com grandes isenções de impostos, mas mínimos benefícios para as populações da região.
Riscos ambientais e sociais incalculáveis ameaçam o “pulmão do Planeta repleto de biodiversidade” que é a Amazônia, como nos lembra Papa Francisco na carta encíclica Laudato Si, alertando que “há propostas de internacionalização da Amazônia que só servem aos interesses econômicos das corporações internacionais” (LS 38). A política não deve submeter-se à economia e aos ditames e ao paradigma eficientista da tecnocracia, pois a prioridade deverá ser sempre a vida, a dignidade da pessoa e o cuidado com a Casa Comum, a Mãe Terra. Em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, em 9 de julho de 2015, o papa Francisco não hesitou em proclamar: “digamos não a uma economia de exclusão e desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Esta economia mata. Esta economia exclui. Esta economia destrói a mãe terra”.
Na LS, o papa Francisco alerta ainda que “o drama de uma política focalizada nos resultados imediatos (…) torna necessário produzir crescimento a curto prazo” (LS 178).
Ao contrário, para ele “no debate, devem ter lugar privilegiado os moradores locais, aqueles mesmos que se interrogam sobre o que desejam para si e para os seus filhos e podem ter em consideração as finalidades que transcendem o interesse econômico imediato” (LS 183).
A extinção da Renca representa uma ameaça política para o Brasil inteiro, impondo mais pressão sobre as terras indígenas e Unidades de Conservação, e abrindo espaço para que outras pautas sejam flexibilizadas, como a autorização para exploração mineral em terras indígenas, proibida pelo atual Código Mineral.
Por todos esses motivos, nos unimos às Dioceses locais do Amapá e de Santarém, aos ambientalistas e à parcela da sociedade que, por meio de manifestações nas redes sociais e de abaixo-assinados, pedem a imediata sustação do Decreto Presidencial que extingue a Reserva.
Convocamos as senhoras e os senhores parlamentares a defenderem a Amazônia, impedindo que mais mineradoras destruam um dos nossos maiores patrimônios naturais.
Não nos resignemos à degradação humana e ambiental! Unamos esforços em favor da vida dos povos que vivem no bioma amazônico. O futuro das gerações vindouras está em nossas mãos!
Que Deus nos anime no mais fundo de nossos corações e nos ilumine e confirme na busca da tão sonhada Terra Sem Males.
Dom Cláudio Cardeal Hummes - Presidente da REPAM e da Comissão Episcopal para a Amazônia
Dom Erwin Kräutler - Presidente da REPAM-Brasil e Secretário da Comissão Episcopal para a Amazônia
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domingo, 27 de agosto de 2017

Papa Francisco:
Igreja sempre tem necessidade de ser reformada, reparada

Cidade do Vaticano (RV) –  "Cada um de nós é uma pequena pedra, mas nas mãos de Jesus participa da construção da Igreja", a Igreja que "sempre precisa ser reformada, reparada", pois mesmo com fundamentos sólidos, tem rachaduras. Foi o que afirmou em síntese o Papa Francisco este domingo, na alocução que precede a oração do Angelus.
Inspirando-se no Evangelho do dia (Mt 16, 13-20), que “traz uma passagem-chave no caminho de Jesus com os seus discípulos”, o Papa falou da averiguação que Jesus faz com seus discípulos sobre quem ele é para eles, que são seus seguidores mais próximos, que “estão com ele todos os dias e o conhecem”, esperando naturalmente uma resposta diferente daquela manifestada pela opinião pública, que o considerava um profeta.
E a resposta vem de Simão Pedro, que o professa como “o Cristo, o Filho do Deus vivo”:
Bênção na Praça São Pedro
“Simão Pedro encontra em seus lábios palavras que são maiores do que ele, palavras que não vem de suas capacidades naturais. Talvez ele não tenha feito a escola fundamental, e é capaz de dizer estas palavras, mais fortes do que ele! Mas são inspiradas pelo Pai celeste, que revela ao primeiro do Doze a verdadeira identidade de Jesus”.
Assim, o Mestre descobre que “graças à fé dada pelo Pai, existe um fundamento sólido sobre o qual se pode construir a sua comunidade, a sua Igreja. Por isto diz a Simão: “Tu és Pedro – isto é, rocha – e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”:
“Também conosco, hoje, Jesus quer continuar a construir a sua Igreja, esta casa com alicerces sólidos, mas onde não faltam rachaduras, e que tem contínua necessidade de ser reparada. Sempre. A Igreja sempre tem necessidade de ser reformada, reparada”.
Mas nos sentimos pedras pequenas e não rochas – observou o Papa, acrescentando:
“Todavia, nenhuma pedra pequena é inútil, antes pelo contrário, nas mãos de Jesus a menor pedra se torna preciosa, porque Ele a recolhe, a guarda com grande ternura, a trabalha com o seu Espírito, e a coloca no seu lugar certo, que Ele desde sempre pensou e onde pode ser mais útil para toda a construção. Cada um de nós é uma pequena pedra, mas nas mãos de Jesus participa da construção da Igreja”.
Assim, como pedras trabalhadas por Jesus, “todos nós, por menores que sejamos, nos tornamos “pedras vivas”, porque quando Jesus pega a sua pedra, a faz sua, a torna viva, cheia de vida, repleta de vida pelo Espírito Santo, repleta de vida de seu amor, e assim temos um lugar e uma missão na Igreja: ela é comunidade de vida, feita de tantas pedras, todas diferentes, que formam um único edifício no sinal da fraternidade e da comunhão”.
Ao recordar o martírio dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, o Papa volta ao Evangelho do dia que “nos recorda que Jesus quis para a sua Igreja um centro visível de comunhão em Pedro – também ele não é uma grande pedra, mas pega por Jesus, torna-se o centro de comunhão – em Pedro e naqueles que o sucederiam na mesma responsabilidade”, os “Bispos de Roma”, a cidade onde “Pedro e Paulo deram o testemunho de sangue”.
Por fim, o pedido a Maria nossa Mãe, para que “nos sustente e nos acompanhe com a sua intercessão, para que realizemos plenamente a unidade e a comunhão pela qual Cristo e os Apóstolos rezaram e deram a vida”. (JE)
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Assista:
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                                                                                           Fonte: radiovaticana.va   news.va

Reflexão para seu domingo

Poder do Inferno

Quem vive a fé no Cristo não se amedronta com o desafio de quem vive contrariamente aos valores e propostas dele.

Jesus interroga os seus seguidores a respeito do que pensam sobre sua pessoa. Pedro respondeu ser Ele o Messias, ou seja, o Salvador da humanidade. Jesus dá o poder a esse apóstolo, designando-o a ser o chefe de sua Igreja. Diz em seguida que o poder do inferno não se sobreporá a seu rebanho  (Mateus 1,18). De fato, a Igreja do Filho de Deus é sustentada por Ele. As forças contrárias a ela, por mais poderosas aparentem ser, são muito limitadas para contrastar o amor divino.  O mal humano não tem a força do bem divino. Por isso, os que se colocam ao lado da ética, da moral, do amor e da justiça têm a sustentação daquele que criou a vida para vencer a morte. O dinheiro e tudo o que é material têm menos valor e força do que é valor espiritual e de conteúdo humano fundamentado no sobrenatural .
Para se saber sobre o valor sobrenatural provindo do divino, basta ver os frutos de promoção da vida e da dignidade humana de quem realiza tudo para o bem real do semelhante.  Isso acontece dentro dos parâmetros éticos e iluminados pela revelação do Filho de Deus. Já na ordem natural encontramos pessoas de bem, que são profundamente altruístas e capazes de dar de si pela promoção da vida e da dignidade do ser humano. Em tudo procuram trabalhar pelo bem comum. São sinceras, de altivez de caráter, honestas e de retidão moral. A iluminação da vida com os valores religiosos e cristãos potencializam ainda mais as pessoas de bem. Tornam-nas  coerentes em seguir quem as lidera e garante que o caminho iluminado pela fé no Filho de Deus lhes dá base segura de seguirem na vida  pautados  por quem lhes dá segurança divina. Deste modo, alcançam o termo feliz de sua caminhada terrena. Como consequência, cooperam com a convivência realmente humanizada e segura.
Quem vive a fé no Cristo não se amedronta com o desafio de quem vive contrariamente aos valores e propostas dele. Estes criticam e desmerecem a vida pautada pela justiça, pela dignidade da família cristã, pelo respeito aos deixados de lado do convívio social justo e solidário e pela vida defendida a partir da concepção. Não são capazes de canalizar os instintos em vista do seu encaminhamento para um ideal de vida pautado na dignidade do corpo e na promoção do bem comum.
O profeta Isaías lembra que Deus destituirá do cargo de liderança os que afrontam os valores de seus mandamentos  (Cf. Isaías 22,19). De fato, o valor de quem tem cargo de comando e o exerce com os critérios da justiça e da promoção do bem comum, deve ser encaminhado não só pela lei, mas também pela ética e o trabalho pelo bem de toda a comunidade. Isso é seguir os ditames de consciência bem formada com os critérios dos valores  inoculados na formação do bom caráter. Isso tem origem em Deus e é recompensado por Ele. Ao contrário, esse cargo desmoronará como o de muitos poderosos.
Se o governo ou reino humano não tiver inspiração no do Filho de Deus, certamente soçobrará. O poder humano tem força enquanto usado com a inspiração divina.
                          Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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                                          Fonte: cnbbleste2.org.br     Ilustração: portalsaofrancisco.com.br

sábado, 26 de agosto de 2017

Dia do Catequista

Mensagem aos Catequistas

Querido Irmão, querida Irmã Catequista, 
Transcorrerá no dia 27 de agosto de 2017 o Dia do Catequista. Como o tempo parece muito veloz escrever-lhe outra vez pode até parecer apenas um hábito que se repete a cada ano. Mas se lançarmos um olhar às tantas experiências catequéticas de amor, de dor, de cruz e de vitórias, então as lembranças conferem sentido a estas linhas. Esta carta, além de uma palavra de gratidão em nome dos Bispos do Brasil, quer lhe encorajar à perseverança.
Lembra daquele catequizando(a) repleto de muitas carências, que esboçou um sorriso tímido ao receber seu gesto de ternura de catequista? É bem possível que a Catequese seja um dos poucos ambientes em que alguém lhe manifestou afeto. E Você Catequista estava lá para amar aquele(a) que Deus queria abraçar. Nem Deus nem o catequizando vão esquecer. Se por um lado houve caminhos espinhosos, por outro, quão belas devem ter sido aquelas experiências de amor gratuito!!
Que Deus abençoe e fortaleça os catequistas em sua bela missão!
Enquanto escrevo recordo a página de um excelente catequista de outros tempos. Refiro-me ao evangelista Mateus. Em Mt 14,14 ele destacou que “Jesus, ao ver a grande multidão, sentiu compaixão...”. Instantes depois os discípulos, preocupados com suas próprias impossibilidades, ouviram do seu Senhor: “Dai-lhes vós mesmos de comer...”. Eles perceberam que lhes faltava quase tudo. “Só temos cinco pães e dois peixes”. Ainda outros instantes e eis aqueles que tinham “só cinco pães” a oferecer da imensa generosidade amorosa do Senhor. O evangelista com sensibilidade catequética completou: “Ele deu aos discípulos, e os discípulos às multidões” (14,19).
Façamos agora um pequeno exercício de imaginação. Vamos recordar quão grandes são as necessidades das nossas comunidades, dos nossos catequizandos, das suas famílias... Mais um passo e agora pensemos nas nossas pequenezas. Se o Senhor Jesus estiver por perto, falemos-lhe sobre “Só o que temos...”. O que ouviríamos? Ele aguarda nossa palavra. E eles, os catequizandos, como que a nos olhar, também estão a observar nossos gestos.
Não precisamos oferecer do que não temos. Mas do que o Senhor tem a nos dar, dos seus dons, destes podemos transbordar. Vale lembrar que “Ele deu aos discípulos, e os discípulos às multidões”. Quando as forças faltarem, se as motivações diminuírem, se as desilusões lhe cansarem... entre tantas vozes, escolha a voz do Senhor. Ouça-o. Ele não deixará os seus escolhidos sem respostas. Como no caso dos discípulos, não lhes tirou nada, e lhes deu tudo.
Em nome da CNBB, que representa os Bispos do Brasil, com muita afeição quero manifestar às centenas de milhares de Catequistas do Brasil as mais fortes palavras de gratidão. Que Deus lhes multiplique em bênçãos pela grande Bênção que são à nossa Igreja. 
Dom José Antonio PeruzzoPresidente da Comissão Episcopal Pastoral Bíblico-Catequética da CNBB
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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Resenhas da Revista Bote Fé

abordam duas importantes publicações para a Igreja

Na edição n º 20 da Revista Bote Fé, editada pelas Edições da CNBB, duas resenhas tratam de assuntos importantes para Igreja no Brasil. A primeira delas, é sobre o Documento nº 107 – “Iniciação à vida cristã: itinerário para formar discípulos missionários”. A outra Vade-Mécum do Motu Proprio Mitis Ludex Dominus Iesusaborda o processo de nulidade matrimonial. Leia abaixo, a íntegra das duas resenhas.
Novo documento da CNBB sobre a Iniciação à Vida Cristã
Em 04 de Maio de 2017, no transcurso da 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em Aparecida/SP, foi aprovado por unanimidade, pelo episcopado brasileiro, um novo documento sobre a grande urgência da Igreja hoje: a Iniciação à Vida Cristã. O documento, que durante a Assembleia teve a condição deTema Central, será publicado na série azul da Conferência Episcopal, como palavra e orientações oficiais de nossos bispos sobre esse tema para toda a Igreja no Brasil. Recebeu o título de: Iniciação à Vida Cristã: itinerário para formar discípulos missionários.
Na longa tradição da Igreja, a iniciação das pessoas ao mistério de Cristo Jesus e seu Evangelho, acontecia, inicialmente, pelo catecumenato e, depois, pela catequese. Desde o final do séc. XIX a catequese vem sendo continuamente renovada em vista de uma maior eficácia na transmissão e educação da fé. Durante séculos ela foi marcada quase exclusivamente pela dimensão doutrinal, como era exigido pela situação de uma sociedade bastante cristã. Apesar de muita renovação, esse modelo de catequese que chegou até nós não correspondia mais às necessidades de nossa época de intensas mudanças. Desde o Concílio Vaticano II vem sendo sugerida, não só a renovação da catequese, mas de todo o processo de Iniciação à Vida Cristã, conforme o catecumenato que tantos frutos deu nos primeiros séculos de vida da Igreja.
Assim, hoje, em vista de uma verdadeira formação de discípulos missionários, a própria catequese, sobretudo com adultos e/ou afastados da Igreja, é considerada a serviço da Iniciação à Vida Cristã ou uma catequese com dimensão catecumenal. Isso implica o querigma e, sobretudo a mistagogia, ou seja, uma transmissão e educação da fé impregnada de Sagrada Escritura, celebrações, símbolos, sinais, dimensão orante, ritos que proporcionem aos catequizandos um maior contato e vivência dos conteúdos da fé. É uma mudança radical de paradigma, para a qual as comunidades e, sobretudo os catequistas precisam estar preparados e com muita coragem para assumir.
Tendo presente muitas experiências já realizadas nessa direção, documentos já escritos, como o Estudo 97 da CNBB (2009), e tantos estudos já realizados, o novo documento está estruturado em 4 capítulos. O primeiro, apresenta o belo e profundo diálogo entre Jesus e a Samaritana, levando-a à descoberta do mistério de sua Pessoa humana e divina: é o exemplo ou ícone de toda Iniciação à Vida Cristã. O segundomostra como a história da Igreja sugere muitos elementos que podem ser resgatados para a transmissão da fé hoje; analisa também a atual situação da iniciação. Já oterceiro capítulo procura esclarecer os conceitos e ideias mais importantes para a transmissão da fé através da mistagogia, do catecumenato. Entre outras coisas, reflete sobre a importância da união entre Liturgia e Catequese, sobretudo pelo conhecimento e prática do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA). Fala também da necessidade de uma maior união dos três Sacramentos da Iniciação à Vida Cristã. Finalmente, o últimocapítulo é muito rico em propostas e sugestões para que os processos de Iniciação à Vida Cristã sejam implantados eficazmente em nossas comunidades.
O novo documento sobre a Iniciação à Vida Cristã é mais uma esperança para que a Igreja realize sua missão de Evangelizar numa sociedade cada vez mais pluralista, através da transmissão e educação da fé das pessoas. A mistagogia, bem entendida e realizada por toda comunidade e pelos catequistas, terá como fruto a formação de cristãos conscientes, atuantes e inseridos na comunidade, vivendo no mudo como autênticos discípulos missionários de Jesus Cristo.
Vade-Mécum do Casamento – Motu Proprio Mitis Iudex Dominus Iesus
Organizado pelo bispo auxiliar de Brasília, dom José Aparecido Gonçalves de Almeida o Vade-Mécum do Casamento – Motu Proprio Mitis Iudex Dominus Iesus, trata do processo de nulidade matrimonial. O Motu Proprio foi escrito a partir da carta apostólica do para Francisco sobre a reforma do processo canônico para as causas de declaração de nulidade do matrimônio no código de direito canônico para ser um instrumento prático, ágil e com soluções acessíveis aos inúmeros fieis que sofrem por ter passado por uma experiência matrimonial infeliz.
A obra apresenta questões importantes como: conceitos fundamentais do poder judicial da Igreja e os respectivos papéis dos envolvidos no processo eclesiástico; a fase pré-processual e processual. O livro de 155 páginas traz sete anexos: Modelo de libelo; Questionário para as testemunhas; Formulário do Processo Ordinário: primeira fase; Formulário do Processo Ordinário: segunda fase; Formulário do Processo mais breve; Formulário do Processo Documental; e Infográficos Explicativos.
O texto apresenta de forma simplificada e prática os conceitos canônicos necessários e a visão dividida em 4 etapas dos vários tipos de processos: Processo ordinário, processo mais breve e processo documental. Além disso, traz vários anexos, minutas que podem ajudar a preparar os documentos requeridos em várias fases do processo e infográficos explicativos para ajudar na formação de agentes da pastoral judiciária, de operadores das câmaras e dos tribunais eclesiásticos.
Este guia visa ser um instrumento para atenção pastoral aos fieis cuja declaração de nulidade abrirá as portas para um novo início ou para colocar na presença de Deus uma união que não podia ser até então regularizada.
Encontre estas publicações nas Edições da CNBB: https://www.edicoescnbb.com.br/
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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Em sintonia com Ano Mariano,

comissão lança subsídio para Semana da Vida

A Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresentou o subsídio “Hora da Vida”, preparado para a Semana Nacional da Vida e o Dia do Nascituro, que ocorrem de 1º a 7 de outubro e no dia 8 de outubro, respectivamente. No contexto das celebrações dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no rio Paraíba do Sul e do Ano Mariano, instituído pela CNBB, o tema escolhido para esta edição é “Bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42).
Para o bispo de Osasco (SP) e presidente da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, dom João Bosco Barbosa de Sousa, a frase dita por Isabel a Maria serve para “nos orientar e dar muita importância àquele fruto que está no ventre das mães, que é o nascituro, que é a esperança, a vida que nasce, o dom de Deus”.
Subsídio para a Semana da Vida
Durante a Semana Nacional da Vida, oficializada pela CNBB em âmbito nacional no ano de 2005, a Igreja no Brasil passará por um momento de evangelização e de compreensão da dignidade da vida. O subsídio “Hora da Vida” tem como objetivo ajudar comunidades e famílias a se organizarem e viverem bem esta semana.
“A Semana da Vida e o Dia do Nascituro é essa oportunidade de nós enquanto agentes de Pastoral Familiar fazermos frente àquilo que é contra a vida, nocivo à vida. Mais uma vez estaremos unidos em oração neste mês de outubro para defendermos a vida e refletirmos a beleza de ser mãe e pai, que dão a vida para aqueles filhos que nascem e cuidam dos filhos. Então, a Igreja com essa celebração e as reflexões propostas quer ajudar a todas as famílias a defenderem esse grande e importantíssimo dom que Deus nos deu, que é a vida”, reflete o assessor da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, padre Jorge Alves Filho.
Ele explica que os sete encontros do livreto estão ligados desde a anunciação do anjo que Maria seria a mãe do menino até a vida de Jesus enquanto criança. O material – preparado pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) em parceria com o Movimento Brasil Sem Aborto e o grupo Promotores da Vida – ainda conta com propostas de Celebração da Vida para o Dia do Nascituro e de bênção para o momento do parto. “Em cada encontro temos a oportunidade de recordar a história de Jesus e também de sua mãe, que protagonizou a bela atitude de acolher uma vida que teria a missão de salvar as vidas”, conta padre Jorge Filho.
Defesa da vida
Missão exigente da Igreja nos últimos anos, a defesa da vida desde sua concepção ao seu declínio natural é a principal motivação para a Semana Nacional da Vida. “Nós como Igreja, como agentes de pastoral, precisamos ajudar para que a palavra do Cristo ‘Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em plenitude’ seja realmente uma palavra que seja respeitada no mundo. Por isso, nós reafirmamos o valor da vida, a nossa luta contra o aborto de inocentes, e reafirmamos a nossa pertença a essa Igreja que luta pela vida”, sustenta o assessor.
Ressaltando a relação amorosa de Deus para com a criação presente no mistério da encarnação, dom João Bosco Barbosa destaca o dever e a responsabilidade de respeitar e promover a vida plena. “O Deus da vida se faz presente onde a vida se mostra mais frágil: no nascituro, no adolescente, no abandonado e no perseguido, no migrante, no enfermo, no idoso. Nestes tempos em que a vida familiar tem sido tão agredida, cabe-nos buscar na fonte e levar a todos os homens e mulheres a certeza de que vale a pena cultivar esse dom”, afirma o bispo.
A Semana Nacional da Vida parte da dinâmica de defesa da vida e é celebrada oficialmente desde 2005 quando foi oficializada pela CNBB. Antes disso, porém, desde a década de 1980 aconteciam iniciativas, como campanhas, aprofundamentos, encontros e cursos relacionados à temática.
O subsídio Hora da Vida está disponível no endereço lojacnpf.org.br. Encomendas podem ser feitas no mesmo endereço, pelo telefone (61) 3443-2900 ou ainda pelo e-mail vendas@cnpf.org.br O material também é distribuído pelos casais coordenadores e agentes da Pastoral Familiar nos regionais e dioceses.
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Durante encontro em Brasília, bispos referenciais
de Liturgia criam a Pastoral do Artista Sacro
A Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) esteve reunida com os bispos referenciais de Liturgia nos regionais em um encontro na sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM), em Brasília (DF), entre os dias 21 e 23 de agosto.
Comissão Episcopal
Na ocasião, os bispos referenciais dos regionais aprovaram a criação da Pastoral do Artista Sacro, trabalho a ser articulado pelo setor Espaço Litúrgico e que terá a missão de reunir todos os envolvidos na arte a serviço da liturgia. O projeto e o primeiro encontro deverá acontecer durante o 11º Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra, que será realizado de 19 a 23 de setembro, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), em Curitiba (PR). Para que seja efetivamente colocada em prática, a Patoral deverá passar ainda pelo aval do Conselho Permanente da CNBB.
O grupo partilhou a caminhada litúrgica nos regionais, relatando as ações e desafios enfrentados por cada comissão. Além de estudar e refletir numa perspectiva litúrgica o recém-publicado Documento 107 da CNBB, sobre Iniciação à Vida Cristã, e a formação litúrgica a partir da nova Ratio Fundamentalis sobre a formação dos novos presbíteros.
Também foi refletida a formação litúrgico-musical nos seminários, a organização do setor de Espaço Litúrgico nos regionais, além de diversos outros assuntos pertinentes à ação pastoral litúrgica da Igreja no Brasil.
A Comissão Episcopal Pastoral para Liturgia da CNBB é presidida pelo bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA), dom Armando Bucciol, e composta pelos bispos de Paranaguá (PR), dom Edmar Peron, e o arcebispo de Londrina (PR), dom Geremias Steinmetz. Também fazem parte da comissão os assessores dos três setores: frei Faustino Paludo, da Pastoral Litúrgica; padre Thiago Faccini Paro, do Espaço Litúrgico; e o irmão Fernando Vieira, da Música Litúrgica.
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Leituras do

21º Domingo do Tempo Comum


1ª Leitura: Is 22,19-23
Livro do profeta Isaías:
Assim diz o Senhor a Sobna, o administrador do palácio: “Eu vou te destituir do posto que ocupas e demitir-te do teu cargo. Acontecerá que nesse dia chamarei meu servo Eliacim, filho de Helcias, e o vestirei com a tua túnica e colocarei nele a tua faixa, porei em suas mãos a tua autoridade; ele será um pai para os habitantes de Jerusalém e para a casa de Judá.
Eu o farei levar aos ombros a chave da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém poderá fechar; ele fechará, e ninguém poderá abrir. Hei de fixá-lo como estaca em lugar seguro e aí ele terá o trono de glória na casa de seu pai”.
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Salmo: 137
Ó Senhor, vossa bondade é para sempre!/ Completai em mim a obra começada!
Ó Senhor, vossa bondade é para sempre!/ Completai em mim a obra começada!
- Ó Senhor, de coração eu vos dou graças,/ porque ouvistes as palavras dos meus lábios!/ Perante os vossos anjos vou cantar-vos/ e ante o vosso templo vou prostrar-me.
- Eu agradeço vosso amor, vossa verdade,/ porque fizestes muito mais que prometestes;/ naquele dia, em que gritei, vós me escutastes/ e aumentastes o vigor da minha alma.
- Altíssimo é o Senhor, mas olha os pobres,/ e de longe reconhece os orgulhosos./ Ó Senhor, vossa bondade é para sempre!/ Eu vos peço: não deixeis inacabada/ esta obra que fizeram vossas mãos!
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2ª Leitura: Rm 11,33-36
Carta de São Paulo aos Romanos:
Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus! Como são inescrutáveis os seus juízos e impenetráveis os seus caminhos! De fato, quem conheceu o pensamento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem se antecipou em dar-lhe alguma coisa, de maneira a ter direito a uma retribuição? Na verdade, tudo é dele, por ele e para ele. A ele a glória para sempre. Amém!
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Evangelho:  Mt 16,13-20
Evangelho de São Mateus:
Naquele tempo, Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e aí perguntou a seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”.
Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”
Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe disse: “és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.
Jesus, então, ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Messias.
Reflexão:
O poder das chaves

O Papa detém o “poder das chaves”, dizemos. Mas que significa isso? A liturgia de hoje nos proporciona maior compreensão a respeito. Pela 1ª leitura aprendemos que “o poder das chaves” significa a administração da casa ou da cidade. O administrador do palácio do rei, Sobna, será substituído por Eliacim, o qual receberá “as chaves da casa de Davi”. No evangelho, Pedro, em nome dos doze apóstolos, proclama Jesus Messias e Filho de Deus. Jesus, em compensação, proclama Pedro fundamento da Igreja e confia-lhe “as chaves do Reino dos Céus”. Dá-lhe também o poder de “ligar e desligar”, o que significa obrigar e deixar livre, ou seja, o poder de decisão na comunidade (em Mt 18,18, este poder é dado à Igreja como tal).
“As chaves do Reino dos Céus” é uma figura que significa o ministério/serviço pastoral, portanto, uma realidade no nível da fé. Nesta expressão, “Reino dos Céus” não é o céu como vida do além, mas o Reino de Deus (os judeus chamavam a Deus de “os Céus”). Trata-se do Reino de Deus entendido como comunidade, contraproposta às “portas do inferno”, a cidade do Satanás, que não prevalecerá contra a comunidade da qual Pedro recebe as chaves. Trata-se, pois, de duas cidades que se enfrentam aqui na terra. Pedro é o prefeito da cidade de Deus aqui na terra.
Pedro, respondendo pelos Doze, administra as responsabilidades da fé e da evangelização. Na medida em que a Igreja realiza algo do Reino de Deus neste mundo, Jesus pode dizer que Pedro tem “as chaves do Reino dos Céus”, isto é, do domínio de Deus. Ele administra a comunidade de Deus no mundo. Quem exerce este serviço hoje é o Papa, bispo de Roma e sucessor de Pedro.
Mas já os antigos romanos diziam: o prefeito não deve se meter nas mínimas coisas. Pedro e seus sucessores não exercem sua responsabilidade sozinhos. A responsabilidade ordinária está com os bispos como pastores das “igrejas particulares” (= dioceses). Pedro e seus sucessores devem cuidar especificamente dos problemas que dizem respeito a todas as igrejas particulares. O Papa é o “servo da Unidade”.
Há quem não gosta de que se fale em “poder” na Igreja; muito menos, no poder papal. Mas quem já teve de coordenar um serviço sabe que precisa de autoridade, pois, senão, nada acontece. No desprezo da “administração pastoral” da Igreja pode haver um quê de antiautoritarismo juvenil. Aliás, os jovens de hoje, pelo menos de modo confuso, já estão cansados do antiautoritarismo e percebem a falta de autoridade. Sem cair no autoritarismo de épocas anteriores, convém ter uma compreensão adequada da autoridade como serviço na Igreja. O evangelho nos ensina que essa autoridade tem um laço íntimo com a fé. Pedro é responsável pelo governo porque “respondeu pela fé” dos Doze.
Por outro lado, se é verdade que Pedro e seus sucessores têm a última palavra na responsabilidade pastoral, eles devem também escutar as “penúltimas” palavras de muita gente. Devemos chegar a uma obediência adulta na Igreja: colaborar com os responsáveis num espírito de unidade, sabendo que se trata de uma causa comum, que não é nossa, mas de Deus. Nem mistificação da autoridade, nem anarquia.
                    Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                                        Reflexão e Ilustração: franciscanos.org.br  Banner: cnbb.org.br