sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Leituras do

27º Domingo do Tempo Comum


1ª Leitura: Hab 1, 2-3; 2,2-4
Senhor, até quando chamarei, sem me atenderes? Até quando devo gritar a ti: “Violência!”, sem me socorreres?
Por que me fazes ver iniquidades, quando tu mesmo vês a maldade? Destruições e prepotência estão à minha frente; reina a discussão, surge a discórdia.
Respondeu-me o Senhor, dizendo: “Escreve esta visão, estende seus dizeres sobre tábuas, para que possa ser lida com facilidade. A visão refere-se a um prazo definido, mas tende para um desfecho, e não falhará; se demorar, espera, pois ela virá com certeza, e não tardará. Quem não é correto, vai morrer, mas o justo viverá por sua fé”.
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Salmo: 94
Não fecheis o coração; ouvi vosso Deus!
- Não fecheis o coração; ouvi vosso Deus!
Vinde, exultemos de alegria no Senhor,/ aclamemos o Rochedo que nos salva!/ Ao seu encontro caminhemos com louvores,/ e com cantos de alegria o celebremos!
- Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra,/ e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!/ Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor,/ e nós somos o seu povo e seu rebanho,/ as ovelhas que conduz com sua mão.
- Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:/ “Não fecheis os corações como em Meriba,/ como em Massa, no deserto, aquele dia,/ em que outrora vossos pais me provocaram,/ apesar de terem visto as minhas obras”.
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2ª Leitura: 2Tm 1,6-8.13-14
Caríssimo: Exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade.
Não te envergonhes do testemunho de Nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus.
Usa um compêndio das palavras sadias que de mim ouviste em matéria de fé e de amor em Cristo Jesus.
Guarda o precioso depósito, com a ajuda do Espírito Santo, que habita em nós.
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Evangelho:  Lc 17,5-10
Naquele tempo, os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!”
O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria.
Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Vem depressa para a mesa?’
Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso tu poderás comer e beber?’ Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado?
Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’”.
Reflexão:
Somos simples servos
Quem não gosta de um elogio? Não estão nossas igrejas tradicionais cheias de inscrições elogiando os generosos doadores dos bancos, dos vitrais ou da imagem de Santa Filomena?
Ora, o Evangelho nos propõe uma atitude que parece inaceitável a uma pessoa esclarecida, hoje em dia: o empregado não deve reclamar quando, depois de todo o serviço no campo, em vez de ganhar elogio, ele ainda deve servir a janta. Ele é um empregado sem importância; tem de fazer seu serviço, sem discutir.
Jesus nos quer ensinar a estar a serviço do Reino sem darmos importância a nós mesmos. Ele mesmo dará o exemplo disso, apresentando-se, na Última Ceia, como aquele que serve (Lc 22,27).
Isto não rima com a mentalidade calculista e materialista da nossa sociedade, que procura compensação para tudo o que se faz – aliás, compensação superior ao valor daquilo que se faz…
Se levarmos a sério a parábola de Jesus, como então ensinamos aos empregados e operários reivindicarem sempre mais (porque, se não reivindicam, são explorados)? Certamente, Jesus não quer condenar os movimentos de reivindicação. A questão é outra. Ele quer apontar a dedicação integral no servir. Interesse próprio, lucro, reconhecimento, fama poder… não são do nível do Reino, mas apenas da sobrevivência na sociedade que está aí. A parábola não serve para recusar as reivindicações de justiça social, mas para declarar impróprios os interesses pessoais no serviço do Reino.
Convém fazer um sério exame de consciência sobre a retidão e a gratuidade de nossas intenções conscientes e de nossas motivações inconscientes. Na Igreja, tradicional ou progressista, quanta ambição de poder, quanto querer aparecer, quantas compensaçõezinhas!
E mesmo com relação às estruturas da sociedade, a parábola de Jesus hoje nos ensina a não focalizarmos única e exclusivamente as reivindicações. Estas são importantes, no seu devido tempo e lugar, para garantir a justiça e conseguir as transformações necessárias. Mais fundamental, porém, na perspectiva de Deus, é criar o espírito de serviço e disponibilidade, que nunca poderá ser pago. Quem vive no espírito de comunhão nunca achará que está fazendo demais para os outros.
“Somos simples servos”. Antigamente se traduzia: “Somos servos inúteis”. Tal tradução era psicológica e sociologicamente nefasta, pois fomentava a acomodação, além de contraditória, pois servo inútil não serve… Servindo com simplicidade, não em função de compensações egoístas, mas em função da fidelidade e da objetividade, somos muito úteis para o projeto de Deus.
                                    Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                          Reflexão: franciscanos.org.br    Ilustração: família.com.br  Banner: cnbb.org.br

16ª Viagem Apostólica do Papa Francisco

Rumo à Geórgia e ao Azerbaijão:
Paz e diálogo

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco deixou o Vaticano na manhã desta sexta-feira (30/09) para realizar sua 16ª viagem apostólica internacional.
Trata-se de sua segunda etapa no Cáucaso. Depois de visitar a Armênia em junho passado, agora é a vez de Geórgia e Azerbaijão. “Acompanhem-me com suas orações para semear juntos paz, unidade e reconciliação”, pediu o Pontífice a seus seguidores no Twitter esta manhã.
Papa embarca rumo à Geórgia e Azerbaijão
Ao chegar à capital georgiana, Tbilisi, quatro eventos aguardam o Papa ainda esta sexta-feira:  a visita de cortesia ao Presidente da República, Giorgi Margvelashvili; o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático; o encontro com Sua Beatitude Elias II, Catholicos e Patriarca de toda a Geórgia e, por fim, a oração pela paz com a comunidade assírio-caldeia. Todos esses eventos serão transmitidos ao vivo pela Rádio Vaticano, com comentários em português.
“Pax Vobis” (a paz esteja convosco) é o lema da viagem à Geórgia, marcada pelo ecumenismo. A Igreja ortodoxa georgiana, com a qual a Santa Sé mantém boas relações, é uma das poucas que não reconhecem a validez do batismo administrado pelos católicos. O Papa Francisco e o Patriarca Elias II se abraçarão, mas não rezarão juntos. O Patriarca e Catholicos dos ortodoxos georgianos não participará pessoalmente da missa celebrada pelo Pontífice no sábado, 1° de outubro, mas decidiu enviar uma delegação.
Raízes cristãs
A peregrinação à Geórgia é uma viagem às raízes cristãs da Europa: o cristianismo foi declarado religião de Estado em 337 d.C. e a Igreja georgiana se proclamou autocéfala, tornando-se autônoma do Patriarcado de Antioquia já no século V.
A viagem na fronteira entre Europa e Ásia se insere na tipologia de visitas que Francisco instituiu no Velho Continente: países pequenos, ainda feridos por conflitos,  onde o Papa espera encorajar percursos de reconciliação e de paz. Países onde os católicos são um “pequeno rebanho”, mas nos quais convivem com outras confissões cristãs e com outras religiões. Além disso, o Pontífice terá a oportunidade de aprofundar o drama dos refugiados que fogem da Síria e do Iraque, reunindo-se com a comunidade assírio-caldeia, e dos refugiados do conflito com a Federação Russa em 2008.
Caminho da paz
Em junho passado, o Papa assim explicou a decisão de conhecer essas três nações do Cáucaso: “Acolhi o convite a visitar esses países por dois motivos: de um lado, valorizar as antigas raízes cristãs presentes naquelas terras – sempre em espírito de diálogo com as outras religiões e culturas – e, de outro, encorajar esperanças e sendas de paz. A história nos ensina que o caminho da paz requer uma grande tenacidade e passos contínuos.
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Papa chega à Geórgia
Tbilisi (RV) – O Papa chegou à Geórgia dando início à segunda etapa de sua visita à região do Cáucaso (a primeira foi em junho com a visita à Armênia). É a 16ª Viagem Apostólica internacional do Pontificado de Francisco.A visita será de três dias, incluindo etapa no Azerbaijão no domingo.
Papa chega em terras georgianas
O A321 da Alitália aterrissou no Aeroporto de Tbilisi pouco antes das 15 horas locais (8 horas em Brasília). 
Durante o voo, o Santo Padre dirigiu algumas palavras de boas-vindas e de agradecimento aos jornalistas e ao séquito papal, sublinhando também que esta é a primeira viagem do novo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Geg Burke.
“Esta viagem será breve, graças a Deus. Em três dias retornaremos para casa”, brincou o Pontífice, antes de saudar um a um, todos os 70 jornalistas presentes no voo.
Ao descer do avião que o levou à capital da Geórgia, o Papa foi saudado no aeroporto pelo Presidente da República Georgi Margvelashvili.
A seguir, aproximou-se do Patriarca de toda a Geórgia, Primaz da Igreja Apostólica Ortodoxa georgiana, Elias II, abraçando-o duas vezes e trocando algumas palavras. (A Igreja Ortodoxa da Geórgia é uma das mais rígidas da ortodoxia e, pela primeira vez, uma delegação ortodoxa (não o Patriarca) participará da missa com o Papa). Ainda nesta sexta-feira o Papa irá à sede do Patriarcado para um novo e mais prolongado encontro com Elias II.
A cerimônia de boas vindas foi breve, com a apresentação dos hinos nacionais e as honras militares. Logo a seguir o Pontífice transferiu-se ao Palácio Presidencial para a visita de cortesia ao Chefe de Estado e para o encontro com as autoridades e a sociedade civil. (je/agências)
Assista:
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Papa Francisco:
Que as diferenças sejam fonte de enriquecimento recíproco

Tbilisi (RV) – O primeiro compromisso do Papa Francisco em terras georgianas foi a visita de cortesia ao Presidente da República Giorgi Margvelashvili.
Papa no encontro com Presidente da Geórgia Giorgi Margvelashvili
Acolhido na entrada do Palácio Presidencial, o Pontífice e o Chefe de Estado da Geórgia posaram para a fotografia protocolar, dirigindo-se após à Sala da Presidência para um encontro privado. Ao final do colóquio, o Presidente apresentou ao Papa a sua família e houve a troca de dons.
Na sequência, o Papa e o Presidente transferiram-se ao Pátio de Honra do Palácio, para o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o Corpo Diplomático. Após do discurso do mandatário georgiano, Francisco proferiu seu primeiro discurso.
Cristianismo, identidade dos valores georgianos
Ao agradecer ao Presidente o convite para a visita ao país, Francisco recordou que a Geórgia é uma “terra abençoada, local de encontro e intercâmbio vital entre culturas e civilizações, que achou no cristianismo, desde a pregação de Santa Nino, no início do século IV, a sua identidade mais profunda e o fundamento seguro dos seus valores”. Francisco citou palavras de João Paulo II ao visitar o país em 1999. “O cristianismo tornou-se a semente do sucessivo florescimento da cultura georgiana”.
Ponte entre Europa e Ásia
A posição geográfica do país “é quase uma ponte natural entre a Europa e a Ásia”, o que facilita as comunicações e as relações entre os povos, tendo possibilitado ao longo dos séculos o comércio, o diálogo e a troca de ideias e experiências entre mundos diversos.
“A pátria – disse Francisco - é como um ícone que define a identidade, delineia as características e a história, enquanto as montanhas, erguendo-se livres para o céu, longe de ser uma muralha insuperável, enchem de esplendor os vales, distinguem-nos e relacionam-nos, tornando cada um deles diferente dos outros e todos solidários com o céu comum que os cobre e protege”.
Desenvolvimento inclusivo
O Papa recordou que o país, desde a proclamação da independência da URSS há 25 anos - quando recuperou a plena liberdade - “construiu e consolidou as suas instituições democráticas e procurou os caminhos para garantir um desenvolvimento o mais possível inclusivo e autêntico. Tudo isto com grandes sacrifícios, que o povo enfrentou corajosamente para se assegurar a tão suspirada liberdade”.
Oportunidades para todos
Neste sentido, o Papa almejou “que o caminho de paz e desenvolvimento prossiga com o esforço solidário de todas as componentes da sociedade, para criar as condições de estabilidade, equidade e respeito da legalidade suscetíveis de favorecer o crescimento e aumentar as oportunidades para todos”.
Coexistência pacífica entre os povos
A condição prévia para um progresso autêntico – salientou o Pontífice – “é a coexistência pacífica entre todos os povos e Estados da região”, o que requer o crescimento de “sentimentos de mútua estima e consideração, que não podem ignorar o respeito das prerrogativas soberanas de cada país no quadro do direito internacional”.
Convivência concreta, ordenada e pacífica entre as nações
Para o Pontífice, a abertura de caminhos que levem a uma paz duradoura e a uma verdadeira colaboração” requerem a consciência de que “os princípios relevantes para um relacionamento équo e estável entre os Estados estejam ao serviço da convivência concreta, ordenada e pacífica entre as nações”:
“De fato, em demasiados lugares da terra, parece prevalecer uma lógica que torna difícil sustentar as legítimas diferenças e as disputas – que sempre podem surgir – num contexto de verificação e diálogo civil onde prevaleça a razão, a moderação e a responsabilidade. Isto revela-se muito necessário no momento histórico atual, em que não faltam também extremismos violentos que manipulam e distorcem os princípios de natureza civil e religiosa, pondo-os ao serviço de obscuros desígnios de domínio e morte”.
Diferenças, fonte de enriquecimento para o bem comum
É preciso – disse Francisco - que todos tenham a peito primariamente as sortes do ser humano na sua situação concreta e realizem, com paciência, toda e qualquer tentativa para evitar que as divergências descambem em violências, fadadas a provocar enormes ruínas para o homem e a sociedade:
“Qualquer distinção de caráter étnico, linguístico, político ou religioso, longe de ser utilizada como pretexto para transformar as divergências em conflitos e estes em tragédias sem fim, pode e deve ser, para todos, fonte de enriquecimento recíproco em benefício do bem comum”.
Isto – explicou o Santo Padre - exige que cada um “possa fazer pleno uso das especificidades próprias, a começar pela possibilidade de viver em paz na sua terra ou de retornar a ela livremente se, por qualquer motivo, foi forçado a abandoná-la”.
Coragem para reconhecer bem autêntico
O Papa reitera que para resolver a situação destas pessoas, é exigida “clarividência e coragem para reconhecer o bem autêntico dos povos e demandá-lo com determinação e prudência, sendo indispensável ter sempre diante dos olhos os sofrimentos das pessoas para prosseguir com convicção no caminho, paciente e árduo mas também emocionante e libertador, da construção da paz”.
“A Igreja Católica – disse Francisco - compartilha as alegrias e preocupações do povo georgiano e deseja prestar o seu contributo para o bem-estar e a paz da nação, colaborando ativamente com as autoridades e a sociedade civil”.
Renovado diálogo Igreja Ortodoxa Georgiana
Ao concluir o Papa expressou o desejo de que a contribuição da Igreja para o crescimento da sociedade georgiana continue “através do testemunho comum da tradição cristã que nos une, do seu compromisso a favor dos mais necessitados e mediante um diálogo renovado e mais intenso com a Igreja Ortodoxa Georgiana antiga e as outras comunidades religiosas do país”. (JE)
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Papa ao Patriarca Elias II:
Firmes no Senhor e unidos entre nós

Cidade do Vaticano (RV) -“Deixemo-nos de novo olhar pelo Senhor Jesus, deixemo-nos ainda atrair pelo seu convite a pôr de lado tudo o que nos impede de ser, juntos, anunciadores da sua presença.” Foi a exortação do Papa Francisco em seu segundo discurso em terras georgianas, no encontro com Sua Beatitude Elias II, Catholicós e Patriarca de toda a Geórgia. Marcado por grande cordialidade, o encontro teve lugar na sede do Patriarcado Ortodoxo da Geórgia.
Francisco quis recordar, já no início de seu discurso, que o Patriarca Elias inaugurara uma página nova nas relações entre a Igreja Ortodoxa da Geórgia e a Igreja Católica, ao realizar a primeira visita histórica ao Vaticano dum Patriarca georgiano.
O Papa Francisco e o Catholicós Elias II
O Papa lembrou que com tal gesto foi possível revigorar os laços de grande significado que existem entre as duas Igrejas desde os primeiros séculos do cristianismo. Após ressaltar também o carácter de colaboração e receptividade recíprocas que caracterizam esta relação, o Santo Padre disse ter chegado como peregrino e amigo a esta terra abençoada, quando, para os católicos, está no seu ponto alto o Ano Jubilar da Misericórdia.
O Pontífice recordou ainda a visita de João Paulo II ao país – o primeiro dos Sucessores de Pedro – num momento muito importante, ou seja, no limiar do Jubileu do ano 2000:
“Viera reforçar os ‘vínculos profundos e fortes’ com a Sé de Roma e lembrar a grande necessidade que havia, no limiar do terceiro milênio, da ‘contribuição da Geórgia, esta antiga encruzilhada de culturas e tradições, para a edificação (…) duma civilização do amor’.”
Agora, acrescentou, “a Providência divina faz-nos encontrar novamente e, face a um mundo sedento de misericórdia, unidade e paz, pede-nos que os vínculos entre nós recebam novo impulso, renovado ardor”.
Assim a Igreja Ortodoxa da Geórgia, enraizada na pregação apostólica e de modo especial na figura do apóstolo André, e a Igreja de Roma, fundada sobre o martírio do apóstolo Pedro, têm a graça de renovar hoje, em nome de Cristo e da sua glória, a beleza da fraternidade apostólica.
Tendo lembrado que Pedro e André eram irmãos, Francisco fez uma premente exortação:
-“Deixemo-nos de novo olhar pelo Senhor Jesus, deixemo-nos ainda atrair pelo seu convite a pôr de lado tudo o que nos impede de ser, juntos, anunciadores da sua presença”.
Após citar o grande poeta georgiano Rustaveli, reiterou que “verdadeiramente o amor do Senhor eleva-nos, porque nos permite subir acima das incompreensões do passado, dos cálculos do presente e dos medos do futuro”.
“O povo georgiano testemunhou, ao longo dos séculos, a grandeza deste amor. Nele encontrou a força para se levantar de novo depois de inúmeras provações; nele se elevou até aos cumes duma beleza artística extraordinária”, disse ainda o Pontífice.
Em seguida, Francisco lembrou uma figura luminosa de santidade, filha daquela terra caucásica:
“A gloriosa história do Evangelho nesta terra deve-se de modo especial a Santa Nino, que é comparada aos Apóstolos: ela espalhou a fé sob o sinal particular da cruz feita de lenho de videira. Não se trata duma cruz desnudada, porque a imagem da videira, para além do fruto que sobressai nesta terra, representa o Senhor Jesus. Na verdade, Ele é ‘a videira verdadeira’ e pediu aos Apóstolos para permanecerem fortemente enxertados n’Ele, como ramos, para dar fruto.”
Dirigindo-se diretamente ao Catholicós e Patriarca de toda a Geórgia, o Papa disse:
“E para que o Evangelho dê fruto também hoje, é-nos pedido, caríssimo Irmão, que permaneçamos cada vez mais firmes no Senhor e unidos entre nós. A multidão de Santos, que conta este país, encoraja-nos a colocar o Evangelho em primeiro lugar, evangelizando como no passado, e mais do que no passado, livres das amarras dos preconceitos e abertos à perene novidade de Deus.”
“Que as dificuldades não sejam impedimentos, mas estímulos para nos conhecermos melhor, compartilharmos a seiva vital da fé, intensificarmos a oração de uns pelos outros e colaborarmos com caridade apostólica no testemunho comum, para glória de Deus nos céus e ao serviço da paz na terra.
O Papa concluiu afirmando que o povo georgiano gosta de comemorar os valores mais queridos, brindando com o fruto da videira. A par do amor que eleva, é reservada um papel particular à amizade.
“Desejo ser amigo sincero desta terra e deste povo querido, que não esquece o bem recebido e cujo tratamento hospitaleiro se alia com um estilo de vida genuinamente esperançoso, mesmo no meio das dificuldades que nunca faltam. Também este caráter positivo se enraíza na fé, que leva os georgianos, à volta da própria mesa, a implorar a paz para todos, lembrando até os inimigos. (RL)
Assista:
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                                                                                           Fonte: radiovaticana.va     news.va

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Ação de Graças pelo

10º Aniversário de Ordenação Presbiteral do Pe. Sebastião


Nesta quinta-feira, mais de uma centena de fiéis, entre os quais visitantes de outras paróquias, participaram na Matriz de São José da Missa do 10º Aniversário Sacerdotal do Pe. Sebastião Márcio Maciel, que presidiu a Eucaristia.
Momento da Comunhão
Concelebraram os padres José Raimundo do Prado, Francisco Ferreira da Silva, Tales Tadeu Ananias (Paraisópolis), Márcio Mota de Oliveira (Gonçalves), Júlio César Bernardes (Ipuiúna), Daniel Santini Rodrigues (Cachoeira de Minas) e Heraldo José dos Reis (Silvianópolis), sendo os dois últimos colegas de turma do aniversariante.
A homilia foi feita pelo Pe. Júlio César, que foi ordenado diácono na mesma celebração de Ordenação Presbiteral do sacerdote aniversariante. Falando sobre a importância do sacerdote na vida do povo, ressaltou, entre outras,  três virtudes do Pe. Sebastião, humildade, resiliência e esperança.
No final da missa, o aniversariante recebeu diversas homenagens e, em nome dos padres foi saudado pelo coordenado de Pastoral do Setor Paraíso, Pe. Márcio.
Pe. Sebastião agradeceu a participação e o carinho de todos e assmbleia foi abençada pelos padres celebrantes.
Após o encerramento da Eucaristia, o sacerdote aniversariante recebeu os cumprimentos de participantes da missa e convidou a todos para uma confraternização no Centro Pastoral São José.

Momentos
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Aos cristãos e pessoas de boa vontade:
Missão de votar
Quando encaramos e assumimos a vida como missão dada pelo Criador, preocupamo-nos com o bem comum a ponto de usarmos nossas capacidades e carismas para fazer o bem. É claro que devemos nos preocupar conosco mesmos. Porém, se não convivermos fazendo o bem aos outros, temos, como contrapartida, os efeitos nocivos para nós mesmos. Ao invés de só pensarmos em fazer muros altos, concertinas, cercas elétricas e câmeras de segurança, precisamos  formar a consciência cidadã e o desarmamento dos ânimos e de todo tipo de arma para a segurança de todos. A educação com os valores do altruísmo, da ética e da moral nos ajuda a sermos mais solidários com todos. Jesus é o maior Mestre que faz e dá lição de amor a ser vivido por todos.
Ao votar tenha em vista o bem comum
Muitos vão às urnas votar displicentemente e dar seu apoio por retribuição de algum favor recebido ou por ignorar ou não usar do discernimento anterior para conhecer o verdadeiro perfil ético, honesto e de competência da pessoa escolhida para governar ou legislar em benefício do bem comum. Outros têm consciência de sua real missão de votar com responsabilidade em quem sabe ser o melhor para exercer o importante cargo público para legislar ou administrar a coisa pública. A corrupção eleitoral é o modo mais deletério de exercer a política, que deveria ser um nobre exercício de trabalhar em proveito da sociedade.
Vários Pontífices já alertaram sobre o bom exercício da política, como a melhor maneira de se fazer caridade. De fato, o político eleito para o cargo público, tem em mãos os meios para promoverem a boa saúde, a educação, a segurança e todos os outros instrumentos para irem ao encontro dos benefícios em relação às necessidades do povo, principalmente e a partir dos que mais são carentes. Se for pessoa honesta e com capacidade de legislar e administrar adequadamente a coisa pública, com pouco faz muito. Ao contrário, há os que, com muito fazem nada. Vemos muito disso no Brasil e no mundo.
Iniciamos o mês das missões com a grande missão de ajudarmos os municípios a terem mais gente de caráter e capacidade humana, ética e cristã, eleitas para realmente servirem bem o povo. Ajudar o coronelismo político inescrupuloso é o avesso da cidadania. O eleitor que se preze,  dá o voto bem preparado, pensado e responsável para eleger quem realmente tem competência moral para servir o povo no cargo a que for eleito. A Palavra de Deus orienta nossa ação missionária de tornarmos nossa caminha humana com mais acerto na direção da promoção da justiça, da verdade, da misericórdia e do bem de todos.
Nossa oração suba a Deus pedindo luzes aos eleitores e aos que forem eleitos para se unirem na grande missão de tornarmos a caminhada existencial mais humana e cheia de amor a Deus e de uns para com os outros.
 Um profeta  nos questiona em relação à realidade social, para ajudarmos a reverter essa situação: “Violência!, sem me socorreres? Por que me fazes ver iniqüidades quando tu mesmo vês a maldade? Destruições e prepotência estão à minha frente; reina a discussão, surge a discórdia... Quem não é correto vai morrer, mas o justo viverá por sua fé” (Habacuc 1,2-3;2,4).
                                           Dom José Alberto Moura – Arcebispo de Montes Claros (MG)
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                                 Fonte: cnbb.org.br      Ilustração: livrevozdopovo.blogspot.com