segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Papa Francisco aos juízes:

uma sentença justa é uma poesia que repara, redime e nutre

“Nenhuma sentença pode ser justa, se gera mais desigualdade, mais perda de direitos, indignidade ou violência”. Assim afirma o Papa Francisco em uma saudação aos juízes que participam do Primeiro Encontro virtual dos Comitês para os Direitos Sociais da África e da América.

Jane Nogara - Vatican News - O Papa Francisco enviou uma saudação aos juízes, homens e mulheres, da África e da América que participam do Primeiro Encontro virtual dos membros dos Comitês para os Direitos Sociais. O Pontífice inicia congratulando-se pela iniciativa de pensar, decodificar e construir a “nova” justiça social. “É importante”, afirma, “fazer uma pausa em seu trabalho do dia a dia para pensar e pensar em si mesmo. Estou certo de que esta prática lhes ajudará a adquirir uma dimensão mais completa de sua missão e responsabilidade social. Francisco recordou aos juízes suas palavras em um encontro anterior quando afirmava “como os movimentos sociais, vocês também são poetas. Quero retomar esta idéia”.

E o Papa pondera:

“O poeta precisa contemplar, pensar, compreender a música da realidade e moldá-la com palavras. Vocês juízes, em cada decisão, em cada sentença, estão diante da feliz oportunidade de fazer poesia: uma poesia que cure as feridas dos pobres, que integre o planeta, que proteja a Mãe Terra e todos os seus descendentes. Uma poesia que repara, redime e nutre”

Em seguida encoraja os juízes: “não renunciem a esta oportunidade. Assumam a graça a que têm direito, com determinação e coragem. Estejam ciente de que tudo o que contribuírem com sua retidão e compromisso é muito importante”.

Injustiça gera desigualdade e indignidade

Francisco insiste em recordar que “quando a justiça é verdadeiramente justa, aquela justiça torna os países felizes e seus povos dignos. Nenhuma sentença pode ser justa, nenhuma lei é legítima se o que geram é mais desigualdade, se o que geram é mais perda de direitos, indignidade ou violência”.

Poesia que não transforma é um punhado de palavras mortas

Por fim o Papa Francisco exprime mais uma vez seu encorajamento ao afirmar “façam de sua poesia uma prática e assim vocês serão melhores poetas e melhores juízes. E jamais esqueçam que uma poesia que não transforma é apenas um punhado de palavras mortas” .

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Assista:

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Papa:

uma revisão da ideia de "Justiça Social"

“Não há justiça social que possa ser baseada na iniquidade, o que pressupõe a concentração da riqueza”. São palavras do Papa Francisco por ocasião do Primeiro Encontro virtual dos Juízes membros do Comitê para os Direitos Sociais da África e do continente americano. Na sua mensagem o Pontífice faz uma revisão conceitual integrada, da ideia de justiça social.

Jane Nogara - Vatican News - O Papa Francisco enviou uma mensagem em vídeo por ocasião do Primeiro Encontro virtual dos Juízes membros do Comitê para os Direitos Sociais da África e do continente americano. O Papa exprime sua satisfação pela iniciativa e afirma: “Em um momento tão crítico para toda a humanidade, o fato de mulheres e homens que trabalham pela justiça se unirem para pensar em seu trabalho e em construir a nova justiça social é, sem dúvida, uma excelente notícia”.

Justiça Social

Francisco sugere que para “construir, analisar, a partir de uma revisão conceitual integrada, a ideia de justiça social, é essencial recorrer a outro conjunto de ideias e situações que constituem a base sobre a qual esta deve se sustentar”. Em seguida sugere vários pontos a serem analisados:

“O primeiro ponto tem a ver com a dimensão da realidade. As ideias sobre as quais vocês trabalham” afirma aos juízes, não devem perder de vista a pequena parte da humanidade que vive na opulência, enquanto que a maioria tem sua “dignidade desconhecida” e seus “direitos humanos ignorados e violados”. “Não podemos pensar desconectados da realidade”. E esta é uma "realidade que deve ser considerada", diz o Papa.

Trabalho coletivo

“O segundo ponto - continua o Pontífice - nos remete de volta às formas pelas quais a justiça é gerada. Refiro-me a um trabalho coletivo, a um trabalho de conjunto” onde as pessoas bem intencionadas admitem que, “o direito é uma tarefa que deve ser conquistada todos os dias, porque o desequilíbrio é uma tentação em cada momento”. Portanto, cada dia é uma conquista. Francisco explica que não se trata apenas de se unir para uma justiça social. É necessário fazê-lo com uma atitude de compromisso, seguindo o caminho do Bom Samaritano.

“E este – continua o Papa -  é o terceiro paradigma a ser considerado, reconhecendo a tentação tão frequente de desinteressar-se pelos outros, especialmente pelos mais fracos”. “O compromisso incondicional é assumir a dor do outro, e não deslizar para uma cultura de indiferença”.

Reflexão histórica como eixo condutor

Ao se referir ao quarto ponto para a construção da justiça social o Papa sugere a ideia da história como um eixo condutor. É obrigatório, “acrescentar às reflexões a perspectiva do passado. Ou seja, uma reflexão histórica. Recordar as lutas, os triunfos e as derrotas. Recordar o sangue dos que deram suas vidas por uma humanidade plena e integrada. No passado existem todas as raízes das experiências, mesmo as da justiça social, que hoje queremos repensar, crescer e fortalecer”.

Povo de Deus, não a elite de Deus

Seguindo o pensamento Francisco recorda que a história nos leva ao povo, e o povo é a quinta base para construir a justiça social. E, a partir do Evangelho, o que Deus pede a nós crentes é que sejamos o povo de Deus, não a elite de Deus. Porque aqueles que seguem o caminho da "elite de Deus" acabam nos conhecidos clericalismos elitistas que trabalham para o povo, mas não fazem nada com o povo, não se sentem povo.

Terra, teto e trabalho

“Por fim – acrescenta o Papa - sugiro que ao repensar sobre a ideia de justiça social, o façam demonstrando-se solidários e justos. Solidários, lutando contra as causas estruturais da pobreza, da desigualdade, da falta de trabalho, de terra e de moradia. Terra, teto e trabalho, techo, tierra y trabajo, os três ‘T's’ que nos fazem dignos”. Lutando contra os que negam os direitos sociais e de trabalho. “Não esqueçam que a solidariedade, no seu sentido mais profundo é um modo de fazer história”.

O Papa Francisco conclui suas reflexões sobre o sentido da justiça social exortando aos juízes:

“Construamos a nova justiça social admitindo que a tradição cristã nunca reconheceu como absoluto e intocável o direito à propriedade privada e sempre sublinhou a função social de todas as suas formas. O direito de propriedade é um direito natural secundário derivado do direito que todos têm,nascido do destino universal dos bens criados. Não há justiça social que possa ser baseada na iniquidade, o que pressupõe a concentração da riqueza”.

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Veja:

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Mensagem de dom Majella

aos catequistas e catequizandos da Arquidiocese

Amados catequizandos, catequizandas

Queridos/as catequistas

Saudações de paz e saúde!

“Iluminar a casa”

Iniciamos o Advento. Período em que todos os anos a Igreja se propõe viver para preparar o Natal, quando se comemora a encarnação do Filho de Deus, o seu nascimento e as suas primeiras manifestações à humanidade. É um tempo que, pelo seu próprio ritmo interpela, provoca e faz crescer. É o tempo que nos é dado para aprender a esperar, ou para aprender a viver esperando. Pede caminho.

Estamos convivendo com a pandemia que nos trouxe não só a doença, mas as vulnerabilidades sociais, econômicas, políticas, na vida das comunidades de fé e etc.  A pandemia tem sido devastadora para nós e espero que nos ajude a repensar várias dimensões do nosso ser, o estar em sociedade, na relação com os outros e na vida eclesial. Todos vamos aprender com esta pandemia.

Programamos no início deste ano celebrar a sua Primeira Eucaristia ou Crisma e não nos foi possível vivenciar este encontro de fé na data prevista, por causa do inesperado começo desta pandemia. Adiamos o dia sem saber para quando realizar esta celebração. Entramos num caminho de espera. 

O que estamos fazendo da espera? Um espaço de conversão? Precisamos manter viva a espera. Só a espera desperta a atenção e só a atenção é capaz de amar e de rezar. Nessa vida de fidelidade e de espera orante, o desejo torna-se sempre maior. 

A nossa Arquidiocese de Pouso Alegre elaborou um Plano de Retomada das atividades litúrgicas e pastorais neste tempo de pandemia. Já avançamos para a terceira fase do Plano, que por sua vez, contempla a possibilidade da celebração da primeira comunhão eucarística de crianças, bem como a iniciação sacramental dos adultos que estão preparados. Aos crismandos e crismandas, continuamos dependendo da situação epidemiológica da nossa região. Não desanimem. Mantenham-se firmes na fé e com coragem, que a fé brilhe nesta hora que tanto exige de vocês. 

Queremos agradecer a dedicação e o empenho das catequistas e dos catequistas neste “ano de excepcionalidades”, com valiosas contribuições e criatividades com a catequese das paróquias da Arquidiocese de Pouso Alegre. 

O tempo do Advento proporciona a toda a Igreja a vivência da expectativa como construtora do dia a dia mais aberto à presença de Deus. Às famílias, o tempo do Advento vem abrir uma oportunidade de, na expectativa cristã do encontro sempre mais profundo com Jesus Cristo, reconstruir relações, redefinir prioridades, encontrar momentos comuns de oração, desafiar ao compromisso eclesial em favor dos outros, investir valores e tempos na educação dos filhos. 

A você, catequizanda e catequizando, é tempo de “iluminar a casa”, seja a casa da família, seja a casa da Igreja, seja o mundo em que vivemos, num encontro com a Palavra de Deus que constrói comunidade, que constrói a Igreja; num diálogo com Jesus na oração, centrada na capacidade de amar a Deus e amar ao próximo, parando um tempo durante a rotina cotidiana e preparando assim a vinda de Jesus que quer nascer. 

Confiemos o nosso caminho à Virgem Maria, cujo espírito exultou em Deus Salvador. Ela guie os nossos corações na espera jubilosa da vinda de Jesus, o Salvador.

Sinto-me feliz por formular desde já os votos mais cordiais de um santo Natal a todos, aos seus familiares, aos catequistas e às comunidades de fé. 

Concedo a todos, na caridade de Cristo, a bênção

Dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R.
Arcebispo Metropolitano de Pouso Alegre

Pouso Alegre, 28 de novembro de 2020

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                                                                                                           Fonte: arquidiocese-pa.org.br

Refletindo com Dom Paulo Peixoto

Humanidade ferida 

"Existe hoje muito espaço para a construção do bem, para a mesma prática do bom samaritano"

A existência das culturas, que marginalizam as pessoas e provocam um significativo aumento da pobreza e da miséria, reflete o tipo de projetos econômicos, políticos, sociais e religiosos que estão sendo geridos no mundo. Com isto, toda a sociedade, de uma forma ou de outra, fica ferida e assaltada na sua identidade. Há necessidade do surgimento de bons samaritanos com seus gestos de fraternidade.

Dom Paulo Peixoto

Na Encíclica “Fratelli Tutti”, Papa Francisco diz que estamos na hora da verdade, de superação da mentalidade egoísta para cuidar de quem está ferido em sua dignidade. Não ter medo de aproximar-se de quem está caído pelo caminho, mergulhado em suas crises. A história do bom samaritano precisa acontecer hoje para ajudar os marginalizados por uma economia de disputas pelo lucro.

Num mundo de tantos salteadores, daqueles que agem firmados em práticas totalmente sem espírito e critérios humanos, eles acabam provocando densas sombras e violência na sociedade. São atitudes feitas por interesses mesquinhos de poder e acúmulo. É difícil ficar indiferente mediante tais situações, porque elas degradam a ordem humana e provocam transtorno na convivência social.

Pode-se dizer que é lamentável e perigoso ficar indiferente diante dos problemas. Temos muita facilidade, mesmo sendo pessoas religiosas, de passar ao lado dos que estão marginalizados, apenas olhar, desprezar e não fazer nada. Significa ser cristão dentro do templo e sem ação diante dos problemas que estão lá fora. É triste hipocrisia, que ocasiona desconfiança e perplexidade.

Não faz bem viver numa cultura que provoca desencanto e falta de esperança no esforço de mudança cultural. É importante ter consciência de que não é impossível construir uma nova sociedade, uma prática diferente e sem muitos feridos e marginalizados. Mas supõe por a mão na massa, sair do comodismo, de uma religião com espiritualidade desencarnada e transformar a fé em obras.

Existe hoje muito espaço para a construção do bem, para a mesma prática do bom samaritano. O problema é quando repetimos a lógica dos violentos, dos que nutrem ambições egoístas, pensando só em si mesmos, espalhando confusão e mentira no meio em que exercem relações na sociedade. É fundamental alimentar o que é bom e colocar nossa ação ao serviço do bem das pessoas.

                                            Dom Paulo Mendes Peixoto – Arcebispo de Uberaba (MG)

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                                                                                                                    Fonte: cnbbleste2.org.br

domingo, 29 de novembro de 2020

Papa no Angelus deste domingo:

Nas tempestades da vida Deus estende sempre a sua mão

Hoje tem início um novo ano litúrgico. O Advento – disse o Papa - é um apelo incessante à esperança: recorda-nos que Deus está presente na história para o conduzi-la ao seu fim último e à sua plenitude, que é o Senhor Jesus Cristo.

Silvonei José – Vatican NewsNo Angelus deste domingo, primeiro do tempo de Advento, o Papa Francisco recordou que "a liturgia de hoje convida-nos a viver o primeiro 'tempo forte' do ano litúrgico, o Advento, que nos prepara para o Natal, como um tempo de espera e de esperança:

"O nosso Deus é o Deus que vem: Ele não desilude a nossa espera! Ele veio num momento preciso da história e tornou-se homem para tomar sobre Si os nossos pecados; Ele virá no fim dos tempos como juiz universal; Ele vem todos os dias a visitar o Seu povo, a visitar todos os homens e mulheres que O acolhem na Palavra, nos Sacramentos, nos seus irmãos e irmãs".

Jesus, nos diz a Bíblia, está à porta e bate. Todos os dias. Ele  - continuou o Papa - está à porta dos nossos corações. Ele bate. "Você consegue ouvir o Senhor bater à porta? Quem veio hoje visitar você, que bate no seu coração com uma inquietação, com uma ideia, com uma inspiração? Ele veio a Belém, virá no fim do mundo. Mas todos os dias ele vem até nós. Estejam atentos, veja o que vocês sentem no coração quando o Senhor bate à porta".

A coragem nasce da esperança

"A vida", disse o Pontífice, "é feita de altos e baixos, de luzes e sombras".  Cada um de nós experimenta momentos de desilusão, de fracasso e desorientação:

“Além disso, a situação em que vivemos, marcada pela pandemia, gera em muitas pessoas preocupação, medo e desânimo; corremos o risco de cair no pessimismo, no fechamento e na apatia. Como devemos reagir a isto? O Salmista sugere-nos: "Nossa alma espera pelo Senhor, é ele o nosso auxílio e o nosso escudo. Nele se alegra o nosso coração” (Sl 32,20-21). A espera confiante do Senhor faz-nos encontrar conforto e coragem nos momentos sombrios da existência. E de onde nasce esta coragem e esta aposta confiante? Nasce da esperança”.

Deus estende sempre a sua mão

A esperança, disse enfim o Papa, marca este período do ano litúrgico de preparação para o Natal:

"O Advento é um apelo incessante à esperança: recorda-nos que Deus está presente na história para o conduzi-la ao seu fim último e à sua plenitude, que é o Senhor Jesus Cristo. Deus está presente na história da humanidade, Ele é o "Deus conosco", Ele caminha ao nosso lado para nos apoiar. O Senhor nunca nos abandona; Ele nos acompanha nos nossos acontecimentos existenciais para nos ajudar a descobrir o significado do caminho, o significado da vida quotidiana, para infundir coragem nas provações e na dor. No meio das tempestades da vida, Deus estende sempre a sua mão para nós e liberta-nos das ameaças".

Na conclusão o Papa invocou Maria Santíssima mulher de expectativa, para que “acompanhe os nossos passos neste novo ano litúrgico que estamos iniciando, e nos ajude a cumprir a tarefa dos discípulos de Jesus, indicada pelo apóstolo Pedro: dar razão à esperança que há em nós”.

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Assista:

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Inicia-se o Tempo do Advento

Preparar o Presépio

Com o Tempo Litúrgico do Advento começa, para os cristãos católicos, a preparação para o Natal de 2020. Não são 2020 anos que nos separam daquele acontecimento central da história da humanidade, mas 2020 anos que esta notícia continua ecoando: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor!” (Lucas 2, 10-11). Uma das formas de se preparar para celebrar o Natal é preparar o presépio.

Dom Rodolfo Weber

No dia 01 de dezembro de 2019, o Papa Francisco escreveu a Carta Apostólica: Admirabile Signum sobre o significado e o valor do presépio. Estimula a montagem do presépio nos lugares em que se conserva este bom costume e nos ambientes em que se perdeu este hábito salutar, o Papa deseja que ele seja redescoberto e revitalizado.

“Admiração e encanto” são os sentimentos imediatos que brotam diante do presépio, por isso ele é um “sinal admirável”, nos ensina o pontífice na primeira frase da carta. Representar o mistério do nascimento de Jesus em forma de presépio é forma bem humana de penetrar no mistério insondável da encarnação. Na encarnação Jesus assume a condição humana para viver entre os humanos e partilhar as suas alegrias e dores, do nascimento até a morte.

Na carta o Papa recorda um pouco da história do presépio. São Francisco de Assis havia viajado para Belém e depois também para Roma para obter a aprovação da Regra Franciscana. Provavelmente, em Roma, visitou a Igreja Santa Maria Maior na qual existe um belo mosaico do nascimento de Jesus. Voltando à Assis, em 1223, quis celebrar o Natal numa gruta conforme a descrição dos textos bíblicos. A partir daí tomou impulso a montagem de presépios. Segundo o Papa Francisco o “Presépio faz parte do suave e exigente processo de transmissão da fé”. São Francisco queria experimentar, junto com os confrades e moradores da região, como foi o nascimento de Jesus naquele ambiente despojado, onde o recém-nascido foi colocado sobre as palhas de uma manjedoura.

O pedido do Papa para montarmos presépios nas casas, em lojas, fábricas, nos mais diferentes ambientes merece ser ouvido. Pede que a montagem do presépio seja coletiva, na medida do possível, envolvendo todos os moradores da casa e dos outros ambientes. Na medida em que todos participam vão colocando a sua vida em cena e no presépio. Fazer a montagem aos poucos, e na medida em se aproxima o Natal, vai ficando completo até ser posto o Menino Jesus.

Existem os personagens centrais no presépio que não podem faltar pois recordam o fato original, mas é vivido no “hoje”, por isso tem espaço para usar a “imaginação criativa”, recomenda Francisco. Podemos e devemos introduzir no cenário outros fatos e personagens da atualidade. Naquele tempo foram aqueles personagens que participaram do evento, mas o Menino Jesus que estende os braços se deixa abraçar por cada pessoa que dele se aproxima. Assim nos recorda o Papa: “Não importa a exata forma como se monta o Presépio, pode ser sempre igual ou pode mudar cada ano. O que conta é que ele fala à nossa vida. Por todo o lado e na forma que for, o Presépio narra o amor de Deus, o Deus que se fez menino para nos dizer quão próximo está de cada ser humano, independentemente de sua condição”.

                                     Dom Rodolfo Luís Weber Arcebispo de Passo Fundo (RS)

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Advento e Natal

Advento e Natal - Tempo de esperança e de oração

Caros diocesanos. Vivemos em 2020 um ano muito diferente dos outros, em que uma pandemia nos deixou apreensivos, inseguros, com medo e até ameaçados pela morte. A saúde do planeta sentiu-se fragilizada diante de um vírus de tamanho invisível. Até nos acostumamos a ouvir frases de impacto, como essa: “O planeta está doente”. O coronavírus Covid 19 colocou em crise desesperadora o poder, o mercado e seus endeusados objetivos de consumo e de bem-estar. Perto de nós, certamente também nos damos conta das graves consequências sociais, políticas, econômicas e não deixaram de aparecer sinais de crise existencial que questionaram o próprio sentido da vida, apontando para sinais preocupantes de desesperança. Outros perderam a capacidade do diálogo, se tornaram intolerantes ou viveram agressivos e em solidão. Não perceberam a presença de Deus em meio ao sofrimento e à difícil situação de saúde que se havia criado; ou somente viram um Deus castigador ou até ausente ou indiferente. Situações como estas se parecem como um Natal, apenas com um Papai Noel na manjedoura, figura fictícia e mítica de um natal pagão e que não consegue dar sentido à nossa vida, sobretudo em momentos de dificuldade.

Dom Aloísio Dilli

Mas o tempo da pandemia também nos revelou que é hora de voltar os olhos para o essencial da nossa vida: sua origem, seu sentido, seus valores, seu destino. Como cristãos, experimentamos durante a quarentena o quanto dependemos da graça divina e da solidariedade dos outros. Talvez nunca sentimos tanta necessidade de celebrar a presença de Deus na Páscoa de nossa vida, como neste ano, para unir nossos medos e sofrimentos à cruz do Senhor, e de inspirar-nos na ressurreição de Jesus Cristo a fim de podermos viver a esperança na saúde e na vida nova, e mesmo na vida eterna. Sentimos necessidade de lembrar que Jesus Cristo vive e que nos quer vivos e que Ele está conosco, também nas horas difíceis, em que a cruz do sofrimento se apresenta.

Em 2020 desejamos celebrar um Natal com a presença do Emanuel – Deus conosco! Com ou sem pandemia, será Ele nossa alegria, nossa esperança e nossa luz. Não percamos esta oportunidade! Faz tão bem cantarmos neste tempo de pandemia: “Vem, Senhor Jesus, o mundo precisa de Ti”!

Estamos no advento, tempo de preparação para o santo Natal. Um Natal sem a presença de Jesus é vazio e será mais uma festa, como tantas outras. O verdadeiro Natal consiste em acolher Jesus como nosso salvador, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza. Com Ele poderemos dar novo sentido a todas as situações de nossa vida, até mesmo à pandemia do Covid-19. Jesus Cristo vem apagar a escuridão do nosso pecado e acender nova luz para devolver-nos o horizonte da esperança e a alegria de viver e conviver. Ele vem ao nosso encontro para que nós possamos ir a Ele e receber seu perdão, iniciando vida nova e melhor.

O Advento é tempo de renovar a esperança e tempo propício de oração. Por isso rezemos com a Igreja: “Ó Deus, Pai de misericórdia, a encarnação de vosso Filho mereceu-nos novo sentido para a vida. Nele fomos recriados com dignidade sem par, que nos tornou filhos e herdeiros, vocacionados a participar de vossa vida divina. Concedei-nos a graça de irmos vigilantes ao encontro de seu nascimento, com as lâmpadas acesas, sobretudo neste temido tempo da pandemia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém”!

                                      Dom Aloísio Alberto DilliBispo de Santa Cruz do Sul (RS)
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sábado, 28 de novembro de 2020

Papa aos novos cardeais:

Vigilância para permanecer no caminho de Jesus

O Colégio Cardinalício ganhou 13 novos membros, oriundos de quatro continentes e de oito países: Itália, Malta, Chile, Estados Unidos, México, Filipinas, Brunei e Ruanda. "O vermelho purpúreo das vestes cardinalícias, que é a cor do sangue, pode tornar-se, para o espírito mundano, a cor duma distinção eminente", advertiu o Pontífice em sua homilia.

Bianca Fraccalvieri - Vatican News - “Todos nós amamos Jesus, todos queremos segui-Lo, mas devemos estar sempre vigilantes para permanecer no seu caminho.”

Palavras do Papa Francisco na homilia ao presidir na tarde deste sábado, na Basílica Vaticana, ao Consistório Ordinário Público para a criação de 13 novos cardeais, na seguinte ordem: Dom Mario GRECH, Dom Marcello SEMERARO, Dom Antoine KAMBANDA, Dom Wilton Daniel GREGORY, Dom Jose F. ADVINCULA, Dom Celestino AÓS BRACO, Dom Cornelius SIM, Dom Augusto Paolo LOJUDICE, Dom Mauro GAMBETTI, Dom Felipe ARIZMENDI ESQUIVEL, Dom Silvano Maria TOMASI, Fr. Raniero CANTALAMESSA, Dom Enrico FEROCI.

Descobrir com a pandemia o sentido da existência

Os reflexos da pandemia puderam ser notados na forma da realização do rito, mas não tocaram a sua essência. Logo no início da cerimônia, o Pontífice dirigiu sua saudação, correspondida por sua vez por um dos novos nomeados, Card. Mario Grech, bispo emérito de Gozo, em Malta, secretário do Sínodo dos Bispos.

De fato, a sinodalidade – tema inclusive do próximo Sínodo em 2022 – foi a tônica do seu discurso, sem esquecer que este Consistório se realiza em “tempos assim tão graves para toda a humanidade”. Por isso, Dom Grech dirigiu seu pensamento aos “fratelli tutti” que estão na provação.

“As dramáticas circunstâncias que a Igreja e o mundo estão atravessando nos desafiam a oferecer uma leitura da pandemia que ajude todos e cada um a colher nesta tragédia também a oportunidade e, sobretudo, o sentido da nossa existência.”

A meta do nosso caminho

Na sequência, o rito se realizou como de costume: depois da oração e da leitura, o Papa fez a sua homilia, comentado o trecho do Evangelho de Marcos, em que Jesus caminha com os discípulos e anuncia pela terceira vez o que O aguarda em Jerusalém.

“A cena descrita pelo evangelista Marcos passa-se no caminho. E, no mesmo ambiente, se desenrola o percurso da Igreja: o caminho da vida, da história, que é história de salvação na medida em que o percorrermos com Cristo, rumo ao seu Mistério PascalA Cruz e a Ressurreição pertencem à nossa história: são o nosso hoje, mas constituem sempre também a meta do nosso caminho.”

A intenção do Mestre é preparar os Doze para a provação, a fim de conseguirem estar com Ele agora e sobretudo depois, quando Jesus já não estiver no meio deles. Para que estejam sempre com Ele e sigam pelo seu caminho.

Mas o desejo expresso por Tiago e João - de se sentarem um à direita e outro à esquerda de Jesus na Glória - desvia este caminho. “Não é o caminho de Jesus; é outro”, disse o Papa. “É o caminho de quem, talvez sem se dar conta sequer, se aproveita do Senhor para se promover a si mesmo; o caminho de quem – como diz São Paulo – procura os próprios interesses, e não os de Cristo.” Francisco então advertiu:

“Queridos irmãos, todos nós amamos Jesus, todos queremos segui-Lo, mas devemos estar sempre vigilantes para permanecer no seu caminho. Pois com os pés, com o corpo, podemos estar com Ele, mas o nosso coração pode estar longe e levar-nos para fora do caminho. Assim, por exemplo, o vermelho purpúreo das vestes cardinalícias, que é a cor do sangue, pode tornar-se, para o espírito mundano, a cor duma distinção eminente. E você não será mais o pastor perto do povo. Sentirá somente a eminência. Quando ouvir isto, estará fora do caminho.”

No caminho, não fora do caminho

Esta narração evidencia o contraste nítido entre Jesus e os discípulos. Ele, no caminho; os discípulos, fora do caminho. “Por eles, e por todos, Jesus dividirá em pedaços o seu corpo e derramará o seu sangue.”

Esta passagem evangélica, finalizou Francisco é uma palavra salutar também para nós hoje.

“Também nós, Papa e Cardeais, devemos espelhar-nos sempre nesta Palavra de verdade. É uma espada afiada: corta, é dolorosa, mas ao mesmo tempo cura-nos, liberta-nos, converte-nos. A conversão é precisamente isto: sair de fora do caminho, ir para o caminho de Deus.”

A cerimônia prosseguiu com o Papa pronunciando a fórmula de criação, elencando os nomes dos novos cardeais e anunciando a ordem presbiteral ou diaconal à qual foram designados. Os novos membros do Colégio Cardinalício fizeram então a profissão de fé e juraram fidelidade e obediência ao Papa e aos seus sucessores.

Depois, houve a imposição do barrete, a entrega do anel cardinalício e da bula de criação com a designação do Título ou da Diaconia Presbiteral ou Diaconal. Somente o abraço da paz com os demais membros do Colégio Cardinalício foi omitido.

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Nova identidade:

Pastoral Familiar
articula nova proposta de trabalho de serviço à vida

O trabalho de promoção e defesa da vida desenvolvido pela Pastoral Familiar tem nova proposta e nova identidade. A partir de agora, essa atuação pastoral terá o nome de “serviço à vida” e consistirá numa ação contínua e permanente de articulação da Pastoral Familiar que também vai considerar o “cuidado” com a vida.

A nova proposta foi apresentada pelo bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, durante encontro virtual de formação, na ultima terça-feira, 24 de novembro, com os escolhidos para atuar no serviço à vida em todos os regionais do Brasil.

Dom Ricardo

Dom Ricardo apresentou o material que norteará a “assimilação do carisma pelo qual nós queremos viver dentro da dimensão vida e família o serviço à vida”. Tal carisma, segundo dom Ricardo, deve ter “uma identidade, uma expressão, uma linguagem”, o que está em construção a partir do material estudado durante o encontro.

A ideia do serviço à vida parte da exortação apostólica Familiaris Consortio, do Papa João Paulo II. O documento propõe quatro deveres essenciais para fortalecer o sentido da família na vida cristã: a formação de uma comunidade de pessoas; o serviço à vida; a participação no desenvolvimento da sociedade; e a a participação na vida e na missão da Igreja.

“Desses quatro deveres, destacamos neste projeto, o SERVIÇO À VIDA, como fundamento para organizarmos nossa Pastoral Familiar em nível Nacional com ações concretas para a promoção, defesa e cuidado da vida dentro do agir pastoral, em coerência com os documentos da Igreja: ‘Assim a tarefa fundamental da família é o serviço à vida’ (FC n.28)”, destaca o material.

A expressão SERVIÇO À VIDA caracteriza muito bem a proposta da Comissão Vida e Família no organograma da Pastoral Familiar, tendo em vista que, pela abrangência e multiplicidade de iniciativas e ações no Brasil, a dimensão da vida precisa ser expressa de maneira a abarcar e envolver todos os trabalhos afins.

Atualmente, são encontrados diversos exemplos de serviço à vida, como as casas pró-vida, casas de acolhida, observatórios de Bioética, associações, comissões diocesanas de defesa da vida e muitas outras atividades. A expressão SERVIÇO À VIDA, dessa forma, contempla e abraça a todas essas iniciativas, pois trata-se de um serviço permanente e integral que perpassa todas as ações da Pastoral Familiar.

Dom Ricardo Hoepers destaca, no entanto, que o serviço à vida não é uma nova estrutura. “Não estamos criando nenhum trabalho paralelo, não estamos criando nada de novo, não estamos criando mais um setor, não estamos criando nenhum movimento. Estamos sim organizando o nosso trabalho de promoção, de defesa e de cuidado no serviço à vida dentro da Pastoral Familiar. É muito importante essa perspectiva que é fundamental de unidade”, sustentou o bispo, que ainda sublinhou no material oferecido o caráter transversal do serviço.

Casais cooperadores

Para articular o serviço à vida, a Pastoral Familiar conta, desde o primeiro semestre, com casais escolhidos para esta missão. Dom Ricardo ressaltou a identidade proposta para estes agentes: casais cooperadores do SERVIÇO À VIDA. A origem da expressão também está na Familiaris Consortio, no segundo capítulo, sobre a transmissão da vida, quando São João Paulo II fala dos “Cooperadores do amor de Deus criador” (FC n. 28).

“Este casal será responsável em motivar, organizar e participar de atividades pastorais que vão promover, defender e cuidar dos temas relacionados os dilemas da vida propostas pela Comissão Vida e Família da CNBB”.

O material indica que o casal cooperador terá a responsabilidade de atuar como uma “ponte” entre as propostas da Pastoral Familiar Nacional com os Regionais e Dioceses, com as demais Pastorais, como a da Criança, da Pessoa Idosa, da AIDs e da Saúde.

Após três formações realizadas nos últimos meses, o grupo que atuará na cooperação no serviço à vida iniciará no levantamento de iniciativas e situações que mereçam atenção no âmbito local.

Texto: Comissão Nacional da Pastoral Familiar - CNPF

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Neste sábado o Consistório:

números, recordes e curiosidades do "senado" da Igreja

O Consistório deste 28 de novembro, o sétimo convocado pelo Papa Francisco, eleva o número de presenças no Colégio Cardinalício para 229 (101 não-eleitores). Notícias e dados de uma instituição que tem 900 anos de vida.

Alessandro De Carolis, Silvonei José – Vatican News - Por alguns séculos tinham sido 30. Depois Sisto V em 1586 elevou-os a 70, mas nada a ver com a amplitude que conhecemos hoje, um grupo de pessoas que representa também geograficamente os evangélicos "extremos confins da terra". O Colégio dos Cardeais na sua dimensão e composição atuais é uma escolha que amadurece gradualmente no século XX. Foi João XXIII quem primeiro "violou" o limite histórico de Sisto V, tanto que as púrpuras que no final dos últimos Pontificados entre os séculos XIX e XX tinham oscilado numa média de 60 membros, na morte do Papa Roncalli eram 82 e entre eles há traços somáticos inéditos, com os primeiros cardeais filipino, japonês, africano.

Colégio "global”

Passaram-se poucos anos e Paulo VI completou o trabalho. Ele criou 143 cardeais, ampliando ainda mais a "latitude" das suas proveniências (o primeiro neozelandês, o primeiro malgaxe, o primeiro cingalês, etc.), determinou o lugar dos Patriarcas Orientais no Colégio e, sobretudo, estabeleceu o limiar ainda hoje válido de 80 anos para ter direito a voto num eventual Conclave. Na morte do Papa Montini havia 129 cardeais, um número que é um prelúdio a uma nova mudança realizada por João Paulo II. Com o Papa Wojtyla, o Colégio Cardinalício tornou-se uma expressão completa da mundialidade e dos 231 cardeais de cerca de setenta países por ele criados em nove Consistórios (até mesmo 42 no Consistório de 2001, um recorde para a Igreja), existem ainda 16 cardeais eleitores dos 65 presentes no grupo, o mais velho dos quais é Jozef Tomko, de 96 anos, criado em 1985.

Mais idoso, mais jovem

O Pontificado de Bento XVI viu também a entrada no Colégio de 90 cardeais em cinco Consistórios. Entre aqueles que obtiveram o barrete do Papa emérito há atualmente 39 eleitores e 30 não-eleitores, incluindo o mais idoso de todo o grupo, o francês de 96 anos Albert Vanhoye, que foi criado cardeal em 2006. Ao Papa Francisco pertence a criação do mais jovem cardeal vivo, Dieudonné Nzapalainga - com apenas 49 anos de idade em 2016 no momento da publicação - que, nas vestes de Metropolita de Bangui, é também o primeiro cardeal nascido na República Centro-Africana.

Francisco, cardeais e periferias

Com o deste de 28 de novembro, Francisco terá presidido ao seu sétimo Consistório e criado um total de 101 cardeais, 73 dos quais se encontram atualmente entre os que têm direito de voto num eventual Conclave. Para o Papa das "periferias" a convocação deste sábado também mostra o início e o retorno. Ao primeiro caso pertence Brunei e Ruanda - países que fazem a sua entrada histórica no Colégio - ao segundo caso pertence Malta, que por um pouco tempo não estava representada, ou seja, desde a morte do cardeal Prosper Grech ocorrida em dezembro de 2019. Ao Pontificado de Francisco também pertencem outros recordes.

Entre outros, o das sedes cardinalícias em países que nunca a tiveram (além da já citada República Centro-Africana, Brunei e Ruanda, também Haiti, Dominica, Birmânia, Panamá, Cabo Verde, Tonga, Bangladesh, Papua Nova Guiné, Malásia, Lesoto, Mali, Suécia, Laos, El Salvador, Luxemburgo), o primeiro cardeal afro-americano (o metropolita  de Washington Wilton Gregory), o primeiro nascido após o Concílio (Nzapalainga), o primeiro convertido ao catolicismo desde os tempos de Jean-Marie Lustiger (Bispo de Estocolmo Anders Arborelius, luterano de nascimento).

Curiosidade

Alguns nomes estão ligados a algumas curiosidades estatísticas. Por exemplo, o tailandês Michael Michai Kitbunchu, de 91 anos, emérito de Bangcoc, é o que faz parte do Colégio dos Cardeais há mais tempo (37 anos). Um recorde de duração partilhado com o neozelandês Thomas Stafford Williams, 90 anos de idade, ordinário militar emérito do seu país. Ambos receberam o barrete do Papa Wojtyla em 1983.

Outro dado diz respeito à presença de famílias religiosas no atual Colégio: são 26, para um total de 51 cardeais (29 eleitores) que vestem o hábito do seu Instituto sob a púrpura. Os mais representados são os Salesianos (9), seguidos pelos Jesuítas (7). Note-se que com o Padre Mauro Gambetti, guardião do Sacro Convento de Assis, a Ordem dos Franciscanos Conventuais também se torna parte do grupo dos cardeais.

Também a geografia, como foi dito, especialmente pela vontade do Papa Francisco, continua a se redesenhar, expandindo o mapa do Colégio, que atinge agora 90 países representados, da Albânia ao Vietnã, com o grupo dos cardeais italianos (47) o mais numeroso, seguido pelos Estados Unidos (15) e Espanha (14). Do ponto de vista dos continentes, a Europa conta, entre eleitores e não-eleitores, 106 cardeais, África 30, Ásia 27. A América do Norte conta 26, América do Sul 25, América Central 9 e finalmente Oceânia 6. O Brasil tem 9 cardeais, 4 eleitores e 5 não eleitores: AGNELO Geraldo Majella; ASSIS Raymundo DAMASCENO; AVIZ João BRAZ deda ROCHA Sérgio; FALCÃO FREIRE José; HUMMES Cláudio; SCHEID Eusébio Oscar; SCHERER Odilo Pedro; TEMPESTA Orani João.

Portugal tem 5, três dos quais eleitores.

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Disponível o roteiro “Celebrar em família”

para o 1º Domingo do Advento 

Está disponível o roteiro “Celebrar em família” para o primeiro domingo do Advento. O material é oferecido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Acolhendo as orientações das autoridades sanitárias, os bispos, nas mais diversas situações e realidades, vão, a partir de um cuidadoso discernimento, orientando suas dioceses, paróquias e comunidades sobre como e quando vão sendo retomadas as celebrações comunitárias presenciais. Contudo, pessoas impossibilitadas por motivo de saúde ou idade, ou porque pertencem ao denominado ‘grupo de risco’ devem ainda, segundo a Comissão para a Liturgia, abster-se de participar das celebrações comunitárias dominicais.

Assim, a Comissão para a Liturgia continua a oferecer a sugestão de Celebração da Palavra de Deus para ser feita em casa, com os familiares. “São muitos os horários de transmissão de missas em nossos canais católicos que podemos acompanhar, mas vivendo a dignidade de povo sacerdotal que nosso batismo nos conferiu, podemos não só acompanhar, mas celebrar com nossas famílias o Dia do Senhor”.

A Comissão orienta que se faça a escolha de um local adequado para celebrar e rezar juntos: “Prepare sua Bíblia com o texto a ser proclamado, um vaso com flores, uma pequena representação do presépio ou da Sagrada Família e uma vela a ser acesa no momento da celebração. Se possível, prepare uma pequena coroa do advento composta por quatro velas dispostas em um círculo de ramos verdes. A cada domingo celebrado uma vela é acesa indicando que cada vez mais vamos nos aproximando da festa do Natal de Jesus Cristo, Luz do mundo”.

BAIXE O ROTEIRO PARA A CELEBRAÇÃO

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                                                                                                                              Fonte: cnbb.org.br

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

1º Domingo do Advento:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: Is 63,16b-17.19b;64,2b-7

Leitura do Livro do Profeta Isaías:

Senhor, tu és nosso Pai, nosso redentor; eterno é o teu nome. Como nos deixaste andar longe de teus caminhos e endureceste nossos corações para não termos o teu temor? Por amor de teus servos, das tribos de tua herança, volta atrás. Ah! Se rompesses os céus e descesses! As montanhas se desmanchariam diante de ti.

Desceste, pois, e as montanhas se derreteram diante de ti. Nunca se ouviu dizer nem chegou aos ouvidos de ninguém, jamais olhos viram que um Deus, exceto tu, tenha feito tanto pelos que nele esperam. Vens ao encontro de quem pratica a justiça com alegria, de quem se lembra de ti em teus caminhos. Tu te irritaste, porque nós pecamos; é nos caminhos de outrora que seremos salvos.

Todos nós nos tornamos imundície, e todas as nossas boas obras são como um pano sujo; murchamos todos como folhas, e nossas maldades empurram-nos como o vento. Não há quem invoque teu nome, quem se levante para encontrar-se contigo; escondeste de nós tua face e nos entregaste à mercê da nossa maldade.

Assim mesmo, Senhor, tu és nosso pai, nós somos barro; tu, nosso oleiro, e nós todos, obra de tuas mãos.

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 Salmo: 79
Iluminai a vossa face sobre nós,/ convertei-nos, para que sejamos salvos!

Iluminai a vossa face sobre nós,/ convertei-nos, para que sejamos salvos!

- Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos./ Vós, que sobre os querubins vos assentais,/ aparecei cheio de glória e esplendor!/ Despertai vosso poder, ó nosso Deus,/ e vinde logo nos trazer a salvação!

- Voltai-vos para nós, Deus do universo!/ Olhai dos altos céus e observai./ Visitai a vossa vinha e protegei-a!/ Foi a vossa mão direita que a plantou;/ protegei-a, e ao rebento que firmastes!

- Pousai a mão por sobre o vosso protegido,/ o filho do homem que escolhestes para vós!/ E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus!/ Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!

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2ª Leitura: 1Cor 1,3-9

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios: 

Irmãos: Para vós, graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

Dou graças a Deus sempre a vosso respeito, por causa da graça que Deus vos concedeu em Cristo Jesus: Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, 6à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre vós. Assim, não tendes falta de nenhum dom, vós que aguardais a revelação do Senhor nosso, Jesus Cristo. É ele também que vos dará perseverança em vosso procedimento irrepreensível, até ao fim, até ao dia de nosso Senhor, Jesus Cristo. Deus é fiel; por ele fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso. 

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Evangelho:  Mt 13,33-37
Leitura do Evangelho de São Mateus:

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando. 

Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!”. 


Reflexão do Pe. Johan Konings

Estar pronto para Cristo

Começa o Advento, início do novo ano litúrgico (ano B). Na 1ª leitura, o profeta Isaías provoca Deus a “rasgar o céu”e a descer para nos salvar. Estamos murchos como folhas mortas. E, contudo, Deus é nosso Pai, nós somos obras de suas mãos.

Como o povo humilhado, no tempo do exílio babilônico, fazemos nosso o desejo de que Deus venha nos socorrer.

Encontrar-se com Deus não é motivo de terror, mas de esperança. Se nos voltarmos para ele, ele se voltará para nós.

Na 2ª leitura, Paulo nos assegura que Deus nos fortalecerá até o fim, quando Cristo abrirá o céu e descerá para nos fazer entrar em sua glória. O encontro definitivo com Deus significa para o cristão a plena manifestação daquilo que Cristo iniciou.

O evangelho, todavia, adverte: não sabemos quando o Senhor voltará para pedir contas do serviço que ele deixou em nossas mãos. Por isso, convém vigiar. A ressurreição de Jesus é como a viagem de um empresário. Enquanto ele está fisicamente longe somos nós os responsáveis por sua obra. Ora, a obra que Jesus iniciou e levou a termo, até a morte, foi a obra da justiça e do amor fraterno. Quando nos empenhamos por isso, sua obra acontece. A causa de Deus é causa nossa. Devemos sempre estar preocupados com o amor fraterno, que Jesus deixou aos nossos cuidados e do qual ele mesmo deu o exemplo até o fim.

O ano litúrgico é o espelho de nossa vida. Desde o início, coloca-nos na presença permanente de Deus como sentido último de nossa vida, a cada momento. Põe diante de nossos olhos a vocação final: o encontro com Cristo na glória de seu pai. Nesta perspectiva, sentimo-nos obra inacabada, mas em Cristo temos o exemplo e a garantia do acabamento que Deus nos quer conferir: uma vida doada no amor até o fim. Jesus, ressuscitado e vivo na glória do Pai, quer vir até nós, para completar a obra do Pai em nós e nos aperfeiçoar no amor fraterno, com a condição de sermos encontrados empenhados no serviço que ele nos confia.

Advento é preparação para Natal, celebração da vinda de Jesus no meio de nós. Vinda no presépio, mas também vinda no dia-a-dia e no encontro definitivo. Advento significa que nos preparamos para nos encontrar com ele, na alegria, cuidando do amor que ele veio aperfeiçoar em nós.

Deus nos respeita tanto que conta com a nossa colaboração; a salvação não vem só de um lado. Em Jesus, ele nos mostrou em que consiste sermos salvos: em sermos como Jesus, agora, na vida terrena, e eternamente, na glória. Essa é a parte da salvação que Deus realiza. A nossa parte é: estarmos prontos, acatarmos sua obra, no amor disponível e eficaz de cada dia. Muitos hoje, se sentem abandonados, deprimidos. Existe até uma indústria da depressão, procurando vender remédios antidepressivos…

“Há alguém que se preocupe comigo?”, pergunta o deprimido. Mas talvez ele não se prontifique para encontrar. Aquele que transforma nossa vida debilitada em esperança engajada… Por isso, a liturgia de hoje nos ensina a correr ao seu encontro!

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atua como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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                                                      Fonte e ilustração: franciscanos.org.br       Banner: cnbb.org.br