Francisco:
"Crianças nos ensinam a sorrir e a chorar"
Cidade do
Vaticano (RV) – Milhares de pessoas participaram na manhã desta quarta-feira,
18, da audiência geral. O sol reapareceu após dias de chuva e o público lotou a
Praça São Pedro para ver o Papa e ouvir suas palavras. Depois do tradicional
giro de jipe para cumprimentar os fiéis de perto, Francisco se dirigiu ao adro
diante da Basílica para proferir a catequese, anunciando seu tema: ‘as
crianças, dom para a Humanidade’. E acrescentou, improvisando: “São também as
grandes excluídas, pois às vezes nem as fazem nascer”.
Atenção da
sociedade às crianças
As crianças são "uma riqueza para a humanidade e para a Igreja" |
“Uma sociedade
se julga pelo modo em que trata suas crianças, se é livre ou escrava de
interesses internacionais”, iniciou o Papa, afirmando que “Deus não tem
dificuldade em se explicar às crianças, e elas não têm problemas em entender
Deus”. Francisco explicou que o termo ‘pequenos’ indica todas as pessoas que
dependem da ajuda e dos cuidados de outros, e citou dois trechos do Evangelho
de Mateus que ilustram como as crianças são “uma riqueza para a humanidade e
para a Igreja”.
“Elas nos
lembram constantemente que a condição necessária para ingressar no Reino de
Deus é não se considerar autossuficientes, mas sempre necessitados de ajuda, de
amor e de perdão; todos precisamos disto”.
Todos somos
filhos
"As crianças guardam pureza e simplicidade interior" |
O Pontífice
tocou ainda outro ponto: “as crianças nos lembram que somos sempre filhos”,
independentemente de nossa idade, de nossa situação, de nossa condição social;
somos sempre “radicalmente dependentes”, visto que nós não “nos demos a vida,
mas a recebemos. O grande dom da vida é o primeiro presente que recebemos”.
Dentre as
riquezas que as crianças oferecem à Humanidade, Francisco citou “o seu modo de
ver a realidade, com confiança e pureza”: elas confiam sempre, espontaneamente,
na mãe e no pai, em Jesus e Maria, pois dentro de si não são ainda contaminadas,
não são ‘calejadas’, não têm o coração endurecido. “As crianças guardam pureza
e simplicidade interior”, disse o Papa, completando. “As crianças não são
diplomáticas. Dizem o que sentem e veem, não têm duas ‘caras’”.
A ternura
infantil
Além disso, as crianças
são portadoras da capacidade de receber e de dar ternura: ternura é ter um
coração de carne e não de pedra; é poesia, é ‘sentir’ as coisas e os eventos e
não tratá-los como simples objetos a serem usados.
Falsidade dos
adultos
Crianças também
possuem a capacidade de sorrir e de chorar. “Algumas, quando me veem sorriem;
outras choram, porque pensam que eu, vestido de branco, sou o médico que veio
para lhes dar a vacina. Nós adultos temos que aprender de novo a sorrir e a
chorar, e a nos questionar sobre isso. São duas coisas que nos ‘paralisam’”.
Então,
prosseguiu o Papa, “é por isso que Jesus nos convida a sermos como crianças,
porque “o Reino dos céus é delas e de quem se parece com elas”. Concluindo,
Francisco deduziu que “as crianças trazem alegria, esperança; certamente
acarretam preocupações e por vezes, problemas, mas é melhor uma sociedade
preocupada e problemática do que uma sociedade triste e cinzenta, sem
crianças!”. “Quando vemos
que o índice de natalidade de uma sociedade é de 1%, significa que ela é triste
e cinza”, terminou.
Antes de se
despedir, o Papa concedeu a todos a sua benção. (CM)
....................................................................................................................
Fonte: radiovaticana.va news.va
Nenhum comentário:
Postar um comentário