terça-feira, 31 de julho de 2018

Papa encontra coroinhas de 18 países

e responde perguntas feitas em diferentes idiomas
"A fé é essencial, me faz viver. Eu diria que a fé é como o ar que respiramos. Não pensamos, a cada respiro, em quanto necessário seja o ar, mas quando falta ou não está limpo, reparamos o quanto é importante!"
Cidade do VaticanoRealiza-se em Roma a 12ª Peregrinação Internacional dos Ministrantes que teve início no dia 30 de julho e se conclui no dia 3 de agosto, organizada pela Coetus Internationalis Ministrantium (CIM).
São mais de 80 mil jovens e adolescentes provenientes de países europeus como Itália, França, Bélgica, Croácia, Luxemburgo, Áustria, Portugal, Romênia, Suíça, Sérvia, Eslováquia, República Tcheca, Ucrânia, Hungria, Polônia, mas também dos Estados Unidos, Antigua e Barbuda. "Busca a paz e vai ao seu encalço"(Salmo 33,15b) é o lema escolhido para o evento que teve seu ponto alto com o encontro com o Papa Francisco na Praça São Pedro, no final da tarde desta terça-feira, 31 de julho.
Queridos ministrantes, disse o Papa no início do encontro, "é com muita alegria que vejo vocês tão numerosos aqui na Praça São Pedro, enfeitada com as cores das suas bandeiras. Vocês me entregaram os sinais distintivos da sua peregrinação: obrigado de coração! Sou peregrino como vocês, que vieram de muitos países do mundo. Estamos unidos na fé em Jesus Cristo, estamos em caminho com Ele que é nossa paz". O Papa agradeceu ainda ao presidente da Coetus Internationalis Ministrantium (CIM), Dom Nemet, pela saudação que lhe dirigiu em nome de todos os presentes. em seguida um momento de colóquio em forma de perguntas. Foram cinco perguntas em cinco línguas diferentes.
[Primeira pergunta em língua francesa]: Santo Padre, como coroinhas e também como crentes, damos a paz um ao outro, dando-nos o sinal de paz durante a Santa Missa. Como podemos contribuir a fazer sair essa paz também fora dos muros de nossas igrejas e sermos construtores de paz nas nossas famílias, nos nossos países e no mundo?
Papa: Obrigado! Você falou muito bem: a paz e a Santa Missa vão juntas. Antes do sinal da paz, pedimos ao Senhor que dê paz e unidade à comunidade da Igreja. A paz é Seu dom que nos transforma, para que nós, como membros do Seu corpo, possamos sentir os mesmos sentimentos de Jesus, possamos pensar como Ele pensa, amar como Ele ama. E ao término da Missa somos enviados com a palavra: “Ide em paz”. O compromisso concreto em prol da paz é a prova de que somos de verdade discípulos de Jesus. A busca da paz começa pelas pequenas coisas. Por exemplo, em casa, depois de uma briga entre irmãos eu me fecho em mim mesmo, se fazendo de ofendido, ou me esforço para dar um passo em direção do outro? Estou pronto a me perguntar em cada situação: “O que Jesus faria no meu lugar?”. Se fizermos isso e procurarmos pôr em prática com firmeza, levaremos a paz de Cristo na vida de cada dia e seremos construtores e instrumentos de paz.
[Segunda pergunta em língua portuguesa]: Santo Padre, somos acólitos. Servimos o Senhor junto do altar e contemplamo-Lo na Eucaristia. Como poderemos viver a contemplação espiritual a exemplo de Maria e o serviço prático a exemplo de Marta, procurando reconhecer concretamente, na nossa vida, aquilo que Jesus quer de nós?
Papa: Como coroinhas, na verdade, vocês fazem a experiência de Marta e Maria. É bom se, além de seus turnos de serviço litúrgico, vocês sabem por um lado comprometer-se na vida paroquial e por outro lado ficar em silêncio na presença do Senhor. E assim, neste entrelaçamento de ação e contemplação, também se reconhece o desígnio de Deus para nós: pode-se ver quais são os talentos e os interesses que Deus coloca no nosso coração e como desenvolvê-los; mas sobretudo, nós nos colocamos humildemente diante de Deus, assim como nós somos, com nossas qualidades e nossos limites, pedindo-Lhe como melhor servir Ele e nosso próximo. E não tenham medo de pedir um bom conselho sempre que vocês se perguntarem como poder servir Deus e as pessoas que precisam de ajuda no mundo. Lembrem-se de que, quanto mais vocês se doarem aos outros, tanto mais vão receber em plenitude vocês mesmos e vão ficar felizes!
[Terceira pergunta em língua inglesa]: Santo Padre, sendo coroinhas, entristece-nos ver poucos coetâneos que participam da Santa Missa e da vida paroquial. A Igreja, em alguns países, está perdendo rapidamente, por diferentes razões, muitos jovens. Como podemos nós e nossas comunidades alcançar essas pessoas e trazê-las de volta a Cristo e à família da Igreja?
Papa: Hoje vocês, como jovens, podem ser apóstolos que sabem atrair os outros a Jesus.  Isso vai acontecer se vocês estiverem cheios de entusiasmo por Ele, se vocês já encontraram e conheceram Ele pessoalmente e foram, vocês por primeiros,  “conquistados” por Ele. Por isso eu lhes digo: procurem conhecer e amar cada vez mais o Senhor Jesus, encontrando-O na oração, na Missa, na leitura do Evangelho, no rosto dos pequenos e dos pobres. E procurem ser amigos, com gratuidade, de quem está ao seu redor, para que um raio da luz de Jesus possa chegar até ele através do coração de vocês apaixonado por Ele. Não são necessárias muitas palavras, são mais importantes os fatos, a proximidade, o serviço. Os jovens – como todos, na realidade  – precisam de amigos que deem o bom exemplo, que façam sem pretender, sem esperar algo em troca. E deste modo vocês também fazem sentir como é bonita a comunidade dos crentes, pois o Senhor habita entre eles, como é bom fazer parte da família da Igreja.
[Quarta pergunta em língua alemã]: Santo Padre, muitas pessoas dizem que não precisam de Deus, da religião e da Igreja em suas vidas. Por que alguém deveria decidir precisamente pela fé católica? Qual é a coisa mais importante? E por que a fé é tão importante para o senhor?
Papa: A fé é essencial, me faz viver. Eu diria que a fé é como o ar que respiramos. Não pensamos, a cada respiro, em quanto necessário seja o ar, mas quando falta ou não está limpo, reparamos o quanto é importante! A fé nos ajuda a entender o sentido da vida: existe alguém que nos ama infinitamente, e este alguém é Deus. Podemos reconhecer Deus como nosso criador e salvador; amar Deus e acolher a nossa vida como um dom Seu. Deus quer entrar em um relacionamento vital conosco; quer criar relações e nós somos chamados a fazer a mesma coisa. Não podemos acreditar em Deus e pensar que somos filhos únicos! Todos somos filhos de Deus. Somos chamados a formar a família de Deus, ou seja a Igreja, a comunidade de irmãos e irmãs em Cristo – somos « familiares de Deus» como diz São Paulo (Ef 2,19). E nesta família da Igreja o Senhor alimenta seus filhos com Sua Palavra e Seus Sacramentos.
[Quinta pergunta em língua húngara]: Santo Padre, nosso serviço de coroinhas é bonito, gostamos muito. Queremos servir ao Senhor e ao próximo. Mas fazer o bem nem sempre é fácil, ainda não somos santos. Como podemos traduzir nosso serviço, na vida cotidiana, em obras concretas de caridade e em um caminho de santidade?
Papa:  Sim, é preciso esforço para fazer sempre o bem e nos tornarmos santos… Vejo que vocês coroinhas  estão comprometidos neste caminho. O Senhor Jesus nos deu um programa simples para caminharmos rumo à santidade: o mandamento do amor de Deus e do próximo. Procuremos estar bem enraizados na amizade com Deus, agradecidos pelo seu amor e desejosos de servi-Lo em tudo, e assim não podemos fazer outra coisa senão compartilhar o dom do Seu amor com os outros. E para concretizarmos o mandamento do amor, Jesus nos indicou as obras de misericórdia. Elas são um caminho desafiador, mas ao alcance de todos. É suficiente que cada um de nós comece a se perguntar: “O que eu posso fazer hoje para ir ao encontro das necessidades do meu próximo?”. E não importa se seja amigo ou desconhecido, co-nacional ou estrangeiro. Acreditem, assim fazendo vocês podem se tornar verdadeiramente santos, homens e mulheres que transformam o mundo vivendo o amor de Cristo.
Obrigado por este colóquio, disse o Papa!
O encontro prosseguiu com um momento litúrgico - uma breve liturgia da Palavra, na qual o Santo Padre em sua homilia dirigiu as seguintes palavras aos presentes:
“Façam tudo para a glória de Deus”: com estas palavras São Paulo nos exorta à leitura que ouvimos. Servir a glória de Deus em todas as coisas que fazemos é o critério decisivo para o nosso agir, a máxima síntese do que significa viver a amizade com Jesus. É a indicação que nos orienta quando não temos certeza do que seja certo fazer, ajuda-nos a reconhecer a voz de Deus dentro de nós, que nos fala à consciência para que possamos discernir a sua vontade. A glória de Deus é a agulha da bússola da nossa consciência.
São Paulo fala-nos também de um outro critério: esforçar-se por agradar em tudo a todos, a fim de que sejam salvos.
Somos todos filhos de Deus, temos os mesmos desejos, sonhos e ideais. Algumas vezes alguns ficam desiludidos, e somos nós que devemos reacender a luz, transmitir um pouco de bom humor. Fazendo assim, é mais fácil conviver e testemunhar na vida de todos os dias o amor de Deus e a glória da fé. Depende da nossa coerência que nossos irmãos reconheçam Jesus Cristo, como único salvador e a esperança do mundo.
Talvez vocês se perguntem: “Como eu posso fazer? Não é um dever difícil demais?” É verdade, é uma missão grande, mas possível. São Paulo nos encoraja mais uma vez: “Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo”. Sim, podemos viver esta missão imitando Jesus como fez o apóstolo Paulo e todos os santos. Olhemos para os santos, que são o Evangelho vivido, porque souberam traduzir a mensagem de Cristo na própria vida.
O santo de hoje, Inácio de Loyola, quando era um jovem soldado pensava na sua própria glória, depois, em um bom momento da sua vida foi atraído pela glória de Deus, e descobriu que ali encontra-se o sentido da vida. Sejamos imitadores dos santos, façamos tudo pela glória de Deus e pela salvação dos irmãos, concluiu o Papa Francisco.
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O mês vocacional está chegando

Pela Graça do Batismo
os leigos e leigas cristãos têm a missão de testemunhar a fé
O bispo de Caçador (PR), dom Severino Clasen, presidente da Comissão do Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em pleno Ano Nacional do Laicato celebrado pela Igreja no Brasil até a Festa de Cristo Rei, celebrada em 25 de novembro deste ano, fala ao Portal da CNBB sobre a vocação dos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade. Segundo o religioso, os leigos são chamados a viver os sentimentos de Cristo, que pela sua misericórdia ensina a ser irmão.
Dom Severino (Foto: O Santuário)
“Eles têm a missão de testemunhar a fé no seu ambiente de vida comum, ou seja, na família, no trabalho, no estudo, na comunicação, na política, em todo o lugar”, disse e são chamados a atuar nas pastorais, movimentos, liturgia e catequese, entre outros, e a participar dos grupos de reflexão, estudos bíblicos, formação cristã para poder ser sal na terra e luz no mundo.
A presença e atuação dos cristãos leigos e leigas na Igreja é uma chave de ouro que enriquece a vida eclesial no seguimento do Mestre de Nazaré defende o bispo. Para ele, os leigos são fermento na massa, ramos ligados ao tronco, que revitalizam as relações fraternas na Igreja, na família e na sociedade. “Os leigos e leigas são chamados a experimentar, no seu dia a dia a amizade com Jesus Cristo que caminha conosco e nos ajuda a sermos solidários, amigos e fraternos”, aponta.
O bispo de Caçador, também presidente da Comissão Especial do Ano do Laicato, chama a atenção para o fato de que a metade do Ano Nacional do Laicato já tenha se passado mas que tem outra parte ainda. Segundo ele, para os próximos meses, muitas dioceses continuam oferecendo semanas de estudos sobre a teologia do laicato, congressos, romarias, etc.
A expectativa, segundo dom Severino, é celebrar muito bem o Dia do Leigo, que é a festa de Cristo Rei em novembro. O religioso lembra aos cristãos que as igrejas particulares estão se organizando para participar, em Aparecida do Norte (SP), no dia 25 de novembro deste ano, da Romaria do Ano do Laicato. Na mesma ocasião, acontecerá a 9ª Assembleia dos Organismos do Povo de Deus, no Santuário Nacional de Aparecida (SP).
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Irmã Dionísia Pereira:
O religioso não está nas ‘arquibancadas’, mas em campo
Por ocasião do Mês Vocacional, celebrado em Agosto, a irmã Dionísia Pereira Duarte, Irmâzinha da Imaculada Conceição, secretária da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) Nacional deu pistas para quem sente o chamado à vida religiosa consagrada, uma das formas de ser e estar à serviço da Igreja no Brasil e no mundo. Para ela, a vocação a viver a vida religiosa consagrada é um grande desafio à misteriosa e exultante experiência de sentir-se chamado/a a viver a “forma de vida de Jesus”. E a caminhar numa “Igreja em saída”. A CRB é um organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que atualmente integra 455 congregações religiosas, sendo 352 femininas e 103, masculinas. Acompanhe a íntegra da entrevista abaixo.
Quantas congregações religiosas (masculinas e femininas) atuam no Brasil?
Ir.Dionísia: Podemos informar sobre as que estão cadastradas na CRB Nacional. São 103 Congregações masculinas e 352 Congregações femininas. Esperamos que, a partir de 2019, o censo da Igreja Católica que está sendo realizado pelo CERIS, apresentará dados mais concretos quanto ao número de congregações e de religiosos/as existentes no Brasil.
Quais os desafios da Vida Religiosa Consagrada atualmente?
Ir.Dionísia: A VRC é chamada a viver a vida cristã com mais radicalidade no seguimento de Jesus. Busca ser sinal profético do Reino e dar testemunho de vida de fé, esperança e caridade. Neste contexto e nestes tempos, o desafio é viver uma mística e espiritualidade que signifiquem e ressignifiquem a vida do/a consagrado/a.
À direita, na foto, irmã Dionísia Pereira.
A seu lado, irmã Maria Inês, presidente da CRB Nacional
A vocação à VRC é um grande desafio à misteriosa e exultante experiência de sentir-se chamado/a a viver a “forma de vida de Jesus”. Essa é, de fato, a vocação originária da Vida Religiosa: reproduzir a “forma de vida” de Jesus, deixando-se configurar em tudo pelos seus valores e estilo de vida. O chamado de Jesus altera vida da pessoa e a obriga a pensar de outra forma o próprio “eu”. Só essa experiência pode justificar que alguém abra mão de algo que até o momento era para ele absoluto, irrenunciável.
O Livro “Vida Religiosa Consagrada em Processo de Transformação”, publicado em 2015 aborda esta temática atual da VRC.
Qual o atual rosto da vida religiosa consagrada no Brasil?
Ir.Dionísia:O rosto da VRC apresenta-se num processo de transformação.
Como Jesus, procura viver e lutar pela causa do Reino, o que não se identifica com uma espiritualidade alienante, fora da realidade do mundo. Vive-se como pessoas tão inseridas ao que acontece ao redor e na atualidade, que a vida religiosa consagrada é um protesto constante e firme a tantos despropósitos e atropelos, a tanto desamor e egoísmo, a tanta violência, ódio e sofrimento que o mundo provoca.
O número de religiosos é suficiente para a consolidação da caminhada da Igreja no Brasil?
Ir.Dionísia: Quando pensamos numa Igreja Povo de Deus, e aí está a VRC, a caminhada acontece e se realiza nesta parceria e compromisso com todos os cristãos e cristãs. Estamos celebrando o Ano Nacional do Laicato. Os Leigos no Brasil estão inseridos na Igreja e a VRC faz parte do Laicato. Assim, juntos, se busca ser “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14). A vida religiosa consagra a Deus o próprio mundo. Como todos, o religioso/a não está nas “arquibancadas”, mas entra em campo, caminha com toda a “Igreja em saída”. Nunca seu número será suficiente. O próprio Jesus experimentou isto quando sugeriu: “Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe (Lc 10,2-3).
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                                                                                                                      Fonte: cnbb.org.br

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Dom José Roberto Palau:

“Vocações existem, elas precisam ser despertadas”

Todos os anos durante o mês de agosto, a Igreja no Brasil celebra o ‘Mês Vocacional’ e cada domingo é dedicado à celebração de uma determinada vocação. Este ano, a temática é “Seguir Jesus a luz da fé” e o lema “Eu sei em quem depositei a minha fé”.
O portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) conversou com o bispo auxiliar de São Paulo (SP) e referencial da Pastoral Vocacional, dom José Roberto Fortes Palau, sobre os principais aspectos do mês dedicado as vocações.
Por que celebrar o mês Vocacional?
Dom José Roberto: O mês de agosto é um mês temático, então, no primeiro domingo celebramos o dia do padre, a vocação ao ministério sacerdotal. No segundo domingo, nós celebramos o dia dos pais, a vocação a paternidade, a família. No terceiro domingo, celebramos a vocação a vida consagrada, os religiosos e religiosas e no quarto domingos celebramos o dia do catequista, o serviço prestado a igreja por todos os batizados nos mais variados ministérios. Por isso, no mês de agosto focamos as diversas vocações que existem na igreja.
O que as vocações representam na vida dos cristãos, e de que forma eles devem vivenciar esse tema?
Dom José Roberto Fortes Palau
Dom José Roberto: Todos nós cristãos, todos nós batizados somos chamados a servir a Igreja na evangelização. O papa Francisco tem insistindo muito numa ‘Igreja em saída’, uma Igreja evangelizadora, que dá testemunho do Evangelho de Cristo. Por isso, que todas as vocações são importantes, de tal forma, que nós também nos santificamos na nossa vocação. Então, quem é chamado a vocação a vida familiar se santifica vivendo o evangelho numa vida de família, no seu ambiente de trabalho, se sanificando. E aquele que é chamado a uma vocação mais específica, por exemplo, a vida consagrada, busca a santidade servindo como consagrado. De tal forma que todos nós colaboramos para o crescimento e a santidade da Igreja.
Como a temática das vocações deve ser trabalhado nas comunidades? 
Dom José Roberto: Todo mês de agosto nós fazemos um trabalho vocacional nas comunidades. Nós temos um subsídio preparado pelo Setor de Vocações e Ministérios da CNBB, que as comunidades têm a oportunidade de ter esse material em mãos, e durante todo mês de agosto fazer reflexões sobre as mais diversas vocações que existem na Igreja. Então, por ser um mês temático a gente procura trabalhar a questão vocacional de modo muito particular a vocação à vida consagrada. Vocações existem, elas precisam ser despertadas. Nós precisamos de padres, religiosos e religiosas para servir à Igreja e agosto é um mês especial para despertar essas vocações na Igreja.
Em 2019, vai acontecer de 5 a 8 de setembro, em Aparecida (SP), o 4º Congresso Vocacional do Brasil, cujo tema será: “Vocação e discernimento”. Qual a importância desse evento para Igreja no Brasil? 
Dom José Roberto: Nós vamos discutir as mais variadas vocações e a Igreja precisa de que todos os batizados, aqueles que são cristãos participem de suas comunidades. De modo muito particular, precisamos fortalecer a cultura vocacional em nossas dioceses, paróquias e comunidades. O Congresso Vocacional do Brasil é um despertar, é uma sacudida para que a gente possa trabalhar esse tema em nossas comunidades e, assim, criar uma cultura vocacional. Então, acredito que o Congresso será de suma importância para a Igreja no Brasil no despertar para questão vocacional.
Durante o mês vocacional, também será lançado o texto base do 4º Congresso Vocacional do Brasil que vai acontecer de 5 a 8 de setembro de 2019, em Aparecida (SP), cujo tema será: “Vocação e discernimento”.
O mês vocacional foi instituído em 1981, pela CNBB, em sua 19ª Assembleia Geral. O objetivo principal era o de conscientizar as comunidades da responsabilidade que compartilham no processo vocacional. O cartaz pode ser encontrado no site das Edições CNBB
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                                                                            Fonte: cnbb.net.br    Fotos: Warley Leite/Meon

domingo, 29 de julho de 2018

Jovens paraisopolenses e de diversas cidades

participam de Treinamento de Liderança Cristã
Reunidos no Colégio Santa Ângela de sexta até este domingo, sob a coordenação de jovens e adultos das equipes telecistas de diversas paróquias de nossa Arquidiocese, cerca de quarenta jovens de diversas cidades, dentre elas a nossa, participaram do 9º Treinamento de Liderança Cristã (TLC) de Paraisópolis. 
Vários temas com ricas reflexões foram partilhados. Da Celebração Eucarística que encerrou o encontro no final deste domingo também participaram pais, familiares e amigos dos encontristas.
O TLC, movimento criado em 1967 pelo jesuíta Pe. Haroldo Rahm, procura despertar nos jovens o desejo de conhecer e caminhar com Jesus em seu discipulado e ação missionária, vivendo a alegria da juventude e da filiação divina por meio da inserção e atuação nos diversos segmentos sociais em que se fazem presentes e nas comunidades que formam nossas paróquias.
Nossos cumprimentos aos jovens participantes e nossas homenagens aos organizadores, pela disponibilidade, determinação e compromisso com o testemunho de Jesus Cristo e o anúncio do Evangelho a adolescentes e jovens. Que Deus continue abençoando a todos!
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Papa no Angelus deste domingo:

Nunca colocar fora a comida que sobra,
reutilizar ou doar a quem precisa.

A passagem do Evangelho da multiplicação dos pães e dos peixes proposta pela liturgia deste domingo, inspirou a reflexão do Papa Francisco, que alertou para o desperdício e o colocar comida fora quando tantos passam fome.

Cidade do Vaticano - “O ícone do jovem corajoso que dá o pouco que tem para saciar a fome de uma grande multidão” e a frase que é “um questionamento, um exame de consciência: o que se faz em casa com a comida que sobra?”.
Antes de rezar o Angelus com os milhares de fiéis e turistas reunidos na Praça São Pedro, o Papa Francisco já havia alertado que “diante do grito de fome - todos os tipos de "fome" - de tantos irmãos e irmãs em todas as partes do mundo, não podemos permanecer como espectadores distantes e tranquilos”. E falando de improviso, chamou a atenção para o desperdício e para o destino da comida que sobra em nossas refeições. 
A inspirar sua reflexão, a passagem do Evangelho da multiplicação dos pães e dos peixes, que alimentaria à saciedade a multidão que seguia Jesus nas proximidades do lago de Tiberíades. E dela, o Papa destaca a atitude corajosa do rapaz que, vendo a multidão faminta, “coloca à disposição tudo o que tem: cinco pães e dois peixes:
“Bravo rapaz! Ele, também ele, via a multidão; também via os cinco pães. Disse: "Mas eu tenho isto, se serve está à disposição". Este rapaz nos faz pensar um pouco em nós... Aquela coragem: os jovens são assim, têm coragem. Devemos ajudá-los a levar em frente esta coragem”.
Seguindo a reflexão, Francisco aponta mais uma vez para a coragem e a sensibilidade do rapaz, que a exemplo de Jesus, viu a grande multidão e entendeu a compaixão, dizendo: "Ah, pobre gente.... Eu tenho isto". A compaixão o levou a oferecer o que tinha.”
Jesus atento às necessidades básicas das pessoas
A narrativa de João mostra Jesus atento às necessidades primárias das pessoas: “as pessoas têm fome e Jesus envolve seus discípulos, para que essa fome seja saciada. Este é o fato concreto”:
“Para as multidões, Jesus não se limitou a dar isto - ofereceu a sua Palavra, a sua consolação, a sua salvação e finalmente a sua vida - mas certamente fez também isso:  cuidou da comida para o corpo. E nós, seus discípulos, não podemos fazer de conta não saber nada. Somente ouvindo as demandas mais simples das pessoas e colocando-se ao lado de suas situações existenciais concretas, se poderá ser escutados quando se fala de valores mais elevados”.
“O amor de Deus pela humanidade faminta de pão, de liberdade, de justiça, de paz e, acima de tudo da sua graça divina, nunca falha”, reiterou o Santo Padre, recordando que Jesus continua também hoje a satisfazer a fome, a tornar-se uma presença viva e consoladora”, através de nós.
O Evangelho nos convida a sermos disponíveis e atuantes, como aquele rapaz que se dá conta de ter cinco pães e diz: 'Mas, eu dou isto, depois tu verás’".
“Diante do grito de fome - todos os tipos de "fome" - de tantos irmãos e irmãs em todas as partes do mundo não podemos permanecer como espectadores distantes e tranquilos.”
A ação de proximidade e de caridade para com os pobres, os fracos, os últimos, os indefesos, é a melhor forma de comprovar a qualidade de nossa fé, tanto a nível pessoal como a nível comunitário, pois  “o anúncio de Cristo, pão da vida eterna, requer um generoso compromisso de solidariedade” para com eles.
O destino da comida que sobra
Outra passagem da narrativa de João destacada por Francisco, foi a frase de Jesus aos discípulos, após a multidão ter sido saciada: "Recolham os pedaços que sobraram, para que nada seja perdido". O Papa propôs esta mesma frase aos presentes na Praça São Pedro, chamando a atenção para o desperdício de comida, quando tantos passam fome:
“Penso nas pessoas que têm fome e em quanta comida que sobra que botamos fora... Cada um de nós pense: a comida que sobra no almoço, na janta, para onde vai? Na minha casa, o que se faz com a comida que sobra? Se joga fora? Não. Se você tem este costume, dou a você um conselho: fale com seus avós, que viveram no pós-guerra, e pergunte a eles o que faziam com a comida que sobrava. Nunca jogar fora a comida que sobra. Se reutiliza ou se dá a quem possa comê-la, a quem tem necessidade. Nunca colocar fora a comida que sobra. Este é um conselho e também um exame de consciência: o que se faz em casa com a comida que sobra?”.
“Rezemos a Virgem Maria - disse ao concluir - para que no mundo prevaleçam os programas dedicados ao desenvolvimento, à alimentação, à solidariedade e não àqueles do ódio, dos armamentos e da guerra”.
Após rezar o Angelus, o Papa Francisco saudou os grupos presentes na Praça São Pedro, em particular, os fiéis brasileiros vindos do Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Viseu, Quixadá e Fortaleza.
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Assista:
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Reflexão para seu domingo

Distribuir e sobrar
A formação do adequado senso crítico ajuda a pessoa a discernir o joio do trigo e, a quem tem bom caráter e espírito altruísta e de hipoteca social, a cooperar com a implantação do bem comum.
Vivemos numa sociedade em que o dinheiro e o acúmulo de riquezas materiais são concentrados demais nas mãos de poucos. Esses parecem insaciáveis e com medo de não terem ainda o suficiente para viver, esquecendo-se de que não viverão eternamente nesta terra. Não percebem que na colaboração com a promoção dos mais necessitados estaria sua grandeza de humanismo que lhes dê mais segurança de vida digna. Aliás, nosso sistema tributário também favorece o descompromisso dos que têm demais com o bem da sociedade. Quem ganha ou tem pouco acaba pagando mais impostos, proporcionalmente, do que os de grandes ganhos e fortunas. É possível mudar isso se o povo se conscientizar e escolher políticos de compromisso com o bem social.
Dom José Alberto Moura
Na época do profeta Eliseu um homem foi dar-lhe vinte pães. Ele mandou que o doador os distribuísse para o povo. Mas esse falou que os pães não seriam suficientes para todos. O profeta insistiu pela distribuição, dizendo que os alimentos dariam e sobrariam, como, de fato, ocorreu (Cf. 2 Reis 4,42-44). Isso aconteceu à semelhança do que Jesus faria depois com a multiplicação de pães e peixes em diferentes ocasiões.
Hoje temos cerca de um quarto da humanidade morrendo de fome em diversos países. Por outro lado, há o desperdício de um terço dos alimentos produzidos no planeta. A racionalização da distribuição dos alimentos e dos bens materiais acontecer  de melhor forma, com governos que fizessem o planejamento do ganho, do trabalho e das exigências de solidariedade e compromisso de inclusão social. Políticas públicas deveriam ser elaboradas com programas de governo dos que se apresentam para exercer cargos eletivos na coisa pública, com a fiscalização do resultado dos mesmos. Na apresentação dos candidatos precisamos mais de programas de ação do que de promessas vazias e eleitoreiras. As ideologias de partidos (se é que todos as tenham!) não podem sufocar a disposição de se trabalhar pelo bem comum e não simplesmente para o bem dos mesmos partidos.
Até na variedade de mentalidades e história de vida das pessoas, os órgãos de formação, como famílias, escolas, Igrejas, instituições de serviço público e privado poderiam ajudar, talvez ainda mais, na conscientização de todos para a cultura da alteridade. Aí se daria mais a formação do caráter para a solidariedade, a justiça e a inclusão social, bem como a formação para a adequada política, em que todos colaborem com a prática da cidadania e o bem comum. Caso contrário, o egoísmo, com influência dos que vivem ao contrário da colaboração com a comunidade é que vai reinar, produzindo sempre mais o individualismo roedor do tecido social.
A formação do adequado senso crítico ajuda a pessoa a discernir o joio do trigo e, a quem tem bom caráter e espírito altruísta e de hipoteca social, a cooperar com a implantação do bem comum. Se não é possível nem conveniente arrancar todo o joio, para não se estragar também o trigo, na parábola contada por Jesus (Cf. Mateus 113,24-30), é preciso que  os bons sejam persistentes no seu ideal e sua prática de promover o benefício dos que são injustiçados e empobrecidos.
                                 Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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Arquidiocese de Pouso Alegre realiza pesquisa

com as comunidades, pastorais e movimentos

Dentro dos preparativos para a celebração do seus 120 anos de história, a Arquidiocese de Pouso Alegre está realizando uma pesquisa sociorreligiosa com membros leigos de nossas comunidades, pastorais e movimentos. A pesquisa é on-line (clique aqui e responda à pesquisa). Segundo o coordenador de pastoral da Arquidiocese, padre Mauro Ricardo de Freitas, todas as respostas, quando compiladas, irão dar bases para o planejamento pastoral nos próximos anos. 
A importância e razão dessa pesquisa, é o esforço de conhecer melhor o chão sociorreligioso da arquidiocese para buscar responder de maneira mais adequada à ação evangelizadora da Igreja. Queremos alcançar o maior número de pessoas possível, incluindo pessoas que não façam parte de nenhum grupo ou movimento dentro de nossas comunidades. Todos estão convidados a responder, pediu. 
Além desse questionário apresentado, outros três estão sendo realizados e querem atingir públicos específicos: clero, que já vem sendo realizado; religiosos e coordenadores de comunidades, que ainda vão começar. A realização desse questionário on-line é uma das linhas de ação para coleta de dados. A outra será feita através de visitas domiciliares em alguns municípios, o que será realizado pela empresa Giga, contratada pela Arquidiocese de Pouso Alegre para gerir e analisar todos os dados levantados.  
Os agentes da empresa irão visitar 2200 domicílios em vários municípios da diocese. Esses municípios foram escolhidos obedecendo alguns dados, como número de eleitores, presença de migrantes e setores pastorais. Essa fase deve durar até final de agosto ou início de setembro, sendo que o resultado final está previsto para novembro ou dezembro, explicou. 
Uma comissão foi designada pelo arcebispo metropolitano, Dom José Luiz Majella Delgado - C.Ss.R., para que coordenasse junto à empresa responsável todo o processo da pesquisa. Compõem a comissão: Cônego Wilson Mário de Morais, padre Paulo Adolfo Simões, padre Mauro Ricardo de Freitas e Suzana Coutinho. 
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                                                                                                      Fonte: arquidiocese-pa.org.br

sábado, 28 de julho de 2018

"Vatican Audio",

o App para ouvir o Papa em seis línguas
Italiano, espanhol, português, inglês, francês e alemão: graças ao aplicativo “Vatican Audio” será mais fácil ouvir as palavras do Papa Francisco.
Cidade do Vaticano - Agora é possível ouvir o Papa Francisco em seis línguas. Isto graças ao App “Vatican Audio", disponível na App Store e no Google Play. Basta baixar o aplicativo e escolher entre italiano, português, espanhol, francês, alemão e inglês.
A acessibilidade também é rápida e fácil da Praça São Pedro. Se o Papa fala em italiano ou em sua língua materna, o espanhol, este aplicativo também é um serviço para os peregrinos brasileiros, ou para outras nacionalidades..
O aplicativo estará disponível para a próxima terça-feira, quando o Papa Francisco encontrará na Praça São Pedro mais de 60 mil coroinhas presentes em Roma para a Peregrinação dos Ministrantes da Associação Coetus Internationalis Ministrantium (CIM).
Estarão presentes jovens e adolescentes de 18 países, mas o maior grupo será da Alemanha, com cerca de 50.000 coroinhas, acompanhados pelo Presidente da Comissão da Juventude da Conferência Episcopal Alemã, o bispo Stefan Oster, S.D.B. (Diocese de Passau) e numerosos membros da Conferência Episcopal.
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                                                                                                                Fonte: vaticannews.va

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Leituras do

17º Domingo do Tempo Comum

1ª Leitura: 2Rs 4,42-44
Segundo livro dos Reis
Naqueles dias, veio também um homem de Baal-Salisa, trazendo em seu alforje para Eliseu, o homem de Deus, pães dos primeiros frutos da terra: eram vinte pães de cevada e trigo novo. E Eliseu disse:
“Dá ao povo para que coma”.
Mas o seu servo respondeu-lhe:
“Como vou distribuir tão pouco para cem pessoas?”
Eliseu disse outra vez: 
“Dá ao povo para que coma; pois assim diz o Senhor: ‘Comerão e ainda sobrará’”.
O homem distribuiu e ainda sobrou, conforme a palavra do Senhor.
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Salmo: 144
Saciai os vossos filhos, ó Senhor!
Saciai os vossos filhos, ó Senhor!
- Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, / e os vossos santos com louvores vos bendigam! / Narrem a glória e o esplendor do vosso reino / e saibam proclamar vosso poder!
- Todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam, / e vós lhes dais no tempo certo o alimento; / vós abris a vossa mão prodigamente / e saciais todo ser vivo com fartura.
- É justo o Senhor em seus caminhos, / é santo em toda obra que ele faz. / Ele está perto da pessoa que o invoca, / de todo aquele que o invoca lealmente.
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2ª Leitura: Ef 4,1-6
Carta de São Paulo aos Efésios
Irmãos, eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: com toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor. Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos. 
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Evangelho: Jo 6,1-15
Evangelho de São João:
Naquele tempo, Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. Jesus subiu ao monte e sentou-se aí com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
Levantando os olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe:
“Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?”
Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. Filipe respondeu:
“Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”.
Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 
“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?”
Jesus disse:
“Fazei sentar as pessoas”.
Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes.
Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos:
“Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”
Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam:
“Este é verdadeiramente o profeta, aquele que deve vir ao mundo”.
Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.

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Reflexão:
O pão da multidão e a voz da Igreja
Em certa sociedade é comum ouvir-se críticas à ação social da Igreja e, muito mais, às suas declarações sobre a política econômica. Julga-se que a Igreja não deve tocar em assuntos “temporais”,  mas ocupar-se com o “espiritual”. Mas a violência, a impunidade, a falta de saúde e educação, a fome de grande parte da população não dizem respeito ao Reino de Deus que Jesus veio anunciar e inaugurar e que a Igreja pretende atualizar?
No domingo passado, Mc descreveu a chegada de Jesus diante da multidão: compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar, com a conseqüência de que, no fim do dia, teve de alimentar a multidão. Hoje, para descrever esse gesto, a liturgia prefere dar a palavra ao evangelista João (evangelho), porque nos domingos seguintes vai continuar o “sermão do Pão da Vida”, que não está em Mc.
A maneira em que João apresenta a multiplicação dos pães salienta que Jesus não agiu surpreendido pelas circunstâncias (a hora avançada), mas porque ele quis apresentar pão
ao povo (Jô 6,5-6) – para depois mostrar qual é o verdadeiro “pão”. Se em Mc Jesus manda os discípulos distribuir o pão (exemplo para a Igreja), João diz que Jesus mesmo o distribui, para acentuar que o pão é o dom de Jesus. E, no fim, João menciona que o povo quer proclamar Jesus rei (messias), mas Jesus se retira, sozinho, na região montanhosa (Jô 6,14-15).
Este último traço é muito significativo. Jesus não veio propriamente para distribuir cestas básicas e ser eleito prefeito, para resolver os problemas materiais do povo. Isso é apenas um “sinal” que acompanha sua missão. Para resolver problemas materiais do povo há  meios à disposição, desde que as pessoas ajam com responsabilidade e justiça. Mas para que isso  aconteça, é preciso algo mais fundamental: que conheçam o Deus de amor e justiça que se  revela em Jesus. E é para isso que Jesus vai pronunciar o sermão do Pão da vida, como veremos nos próximos domingos.
A preocupação social da Igreja deve pautar-se por essa linha. Para resolver os problemas econômicos e sociais não é preciso vir o Filho de Deus ao mundo. Os meios estão aí. O Brasil é rico; é só ter pessoas justas, sensíveis às necessidades do povo, para bem gerenciar essa riqueza. Mas a missão da Igreja é em primeiro lugar colocar os responsáveis diante da vontade de Deus, como Jesus fez. E criar uma comunidade em que as pessoas vivam como Jesus ensinou.
Isso não significa pregar ingenuamente a “boa vontade”, sem fazer nada que obrigue as pessoas a pô-la em prática. Somos todos filhos de Adão, portadores de pecado desde a origem. Quem diz que não tem pecado fala mentira (1Jo 1,8-10). A boa vontade de usar bem os meios econômicos segundo a justiça social precisa de leis que funcionem, de mecanismos econômicos e de “estruturas” que os reproduzam, para amarrar essa boa vontade e realizações concretas. Não é o papel da Igreja inventar e implantar tais mecanismos, assim como Jesus não se transformou em fornecedor de pão e de bem-estar. Mas a Igreja tem de mostrar o rosto de Deus, que é Pai de todos e deseja que nos tratemos como irmãos. E para isso ela não pode deixar de apontar quais são as responsabilidades concretas.
                             Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                                                                                     Reflexão e banner: franciscanos.org.br