domingo, 31 de março de 2024

Papa na Urbi et Orbi:

a paz
nunca é construída com armas, mas estendendo nossas mãos

"Jesus de Nazaré, o crucificado, ressuscitou!" Com essas palavras o Papa Francisco abriu sua mensagem e concedeu aos fiéis a Bênção Urbi et Orbi da sacada central da Basílica de São Pedro, neste Domingo de Páscoa na Ressurreição do Senhor. Recordou os povos martirizados por conflitos e violência e pediu a paz para o mundo.

Queridos irmãos e irmãs, Feliz Páscoa! Hoje ressoa em todo o mundo o anúncio que partiu de Jerusalém há dois mil anos: "Jesus de Nazaré, o crucificado, ressuscitou!"

Assim, o Papa Francisco saudou os milhares de fiéis presentes, na Praça São Pedro, tapeçada de flores e plantas coloridas, e também todas as pessoas no mundo, através dos meios de comunicação, que acompanharam a missa neste Domingo de Páscoa na Ressurreição do Senhor (31/03), ouviram sua mensagem pascal e receberam a Benção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo inteiro).

Remover as pedras que fecham as esperanças

“A Igreja revive o espanto das mulheres que foram ao sepulcro na madrugada do primeiro dia da semana. O túmulo de Jesus tinha sido fechado com uma grande pedra; e assim, ainda hoje, pedras pesadas, demasiadamente pesadas, fecham as esperanças da humanidade: a pedra da guerra, a pedra das crises humanitárias, a pedra das violações dos direitos humanos, a pedra do tráfico de pessoas e outras.”

"O túmulo de Jesus está aberto e vazio! É aqui que tudo começa. Através desse túmulo vazio passa o novo caminho, o caminho que nenhum de nós, mas somente Deus, poderia abrir: o caminho da vida em meio à morte, o caminho da paz em meio à guerra, o caminho da reconciliação em meio ao ódio, o caminho da fraternidade em meio à inimizade", disse o Papa em sua mensagem.

Irmãos e irmãs, Jesus Cristo ressuscitou, e somente Ele é capaz de remover as pedras que fecham o caminho para a vida. De fato, Ele mesmo, o Vivente, é o Caminho: o Caminho da vida, da paz, da reconciliação, da fraternidade. Ele nos abre a passagem, algo humanamente impossível, porque somente Ele tira o pecado do mundo e perdoa os nossos pecados. E sem o perdão de Deus, essa pedra não pode ser removida.

"Sem o perdão dos pecados", disse ainda Francisco, "não se consegue sair dos fechamentos, dos preconceitos, das suspeitas mútuas e das presunções, que sempre levam a absolver a si mesmo e acusar os outros. Somente o Cristo Ressuscitado, ao dar-nos o perdão dos pecados, abre o caminho para um mundo renovado".

Paz para as populações atormentadas pela guerra

"Somente ele nos abre as portas da vida, aquelas portas que fechamos continuamente com as guerras que se alastram pelo mundo", disse o Papa, nos convidando a voltar o "nosso olhar, em primeiro lugar, para a Cidade Santa de Jerusalém, testemunha do mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus, e para todas as comunidades cristãs da Terra Santa".

Meu pensamento se dirige, sobretudo, às vítimas dos muitos conflitos em andamento no mundo, começando pelos que ocorrem em Israel, na Palestina e na Ucrânia. Que o Cristo Ressuscitado abra um caminho de paz para as populações atormentadas dessas regiões. Ao mesmo tempo que convido a que sejam respeitados os princípios do direito internacional, espero que haja uma troca geral de todos os prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia: todos por todos!

“Além disso, faço novamente um apelo para que seja garantido o acesso da ajuda humanitária a Gaza e insisto, uma vez mais, na pronta libertação dos reféns sequestrados em 7 de outubro e em um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.”

Diálogo entre os povos

"Não permitamos que as hostilidades em andamento continuem afetando seriamente a população civil, já exausta, especialmente as crianças. Não permitamos que ventos de guerra cada vez mais fortes soprem sobre a Europa e o Mediterrâneo. Não nos rendamos à lógica das armas e do rearmamento. A paz nunca é construída com armas, mas estendendo nossas mãos e abrindo nossos corações", sublinhou o Pontífice.

A seguir, o Papa convidou a não nos esquecer da "Síria, que vem sofrendo as consequências de uma guerra longa e devastadora há quatorze anos. Tantos mortos, pessoas desaparecidas, tanta pobreza e destruição estão esperando por respostas de todos, inclusive da Comunidade internacional".

Voltou o seu olhar para "o Líbano, que há muito tempo vem sendo afetado por um bloqueio institucional e por uma profunda crise econômica e social, agora agravada pelas hostilidades na fronteira com Israel", "para a região dos Bálcãs Ocidentais, onde estão sendo dados passos significativos para a integração no projeto europeu", encorajou "o diálogo entre a Armênia e o Azerbaijão, para que, com o apoio da Comunidade internacional, se possa continuar o diálogo, ajudar os deslocados, respeitar os locais de culto das diferentes denominações religiosas e chegar a um acordo de paz definitivo o mais rápido possível".

Haiti e Continente africano

Francisco espera que "o Cristo Ressuscitado abra um caminho de esperança às pessoas que, em outras partes do mundo, sofrem com a violência, os conflitos, a insegurança alimentar e os efeitos das mudanças climáticas". Que Ele "conceda conforto às vítimas de todas as formas de terrorismo". O Pontífice convidou "a rezar pelos que perderam suas vidas" e implorou "arrependimento e conversão para os autores de tais crimes". O Papa pediu ao Senhor Ressuscitado para que "ajude o povo haitiano, a fim de que a violência, que derrama sangue e dilacera o País, possa cessar o mais rápido possível e que se possa progredir no caminho da democracia e da fraternidade", "dê conforto aos Rohingyas, afligidos por uma grave crise humanitária, e abra o caminho da reconciliação em Mianmar, dilacerado por anos de conflito interno, a fim de que toda lógica de violência seja definitivamente abandonada".

“Que Ele abra caminhos de paz no continente africano, especialmente para as populações provadas no Sudão e em toda a região do Sahel, no Chifre da África, na região de Kivu, na República Democrática do Congo, e na província de Cabo Delgado, em Moçambique, e ponha fim à prolongada situação de seca que afeta vastas áreas e causa fome e carestia.”

Em sua mensagem Urbi et Orbi, o Papa recordou também "os migrantes e aqueles que estão passando por dificuldades econômicas". Pediu ao Senhor para que "guie todas as pessoas de boa vontade a se unirem em solidariedade, para enfrentarem juntas os muitos desafios que as famílias mais pobres enfrentam em sua busca por uma vida melhor e pela felicidade".

Que a luz da ressurreição converta nossos corações

Neste dia em que celebramos a vida que nos foi dada na ressurreição de Cristo, Francisco recordou que "a preciosa dádiva da vida é desprezada! Quantas crianças não conseguem sequer ver a luz? Quantas morrem de fome, ou são privadas de cuidados essenciais, ou são vítimas de abuso e violência? Quantas vidas são mercantilizadas pelo crescente comércio de seres humanos?"

No dia em que Cristo nos libertou da escravidão da morte, exorto aqueles com responsabilidade política a não pouparem esforços no combate ao flagelo do tráfico humano, trabalhando incansavelmente para desmantelar suas redes de exploração e trazer liberdade àqueles que são suas vítimas. Que o Senhor console suas famílias, especialmente aquelas que aguardam ansiosamente notícias de seus entes queridos, assegurando-lhes conforto e esperança.

Francisco concluiu, pedindo "que a luz da ressurreição ilumine nossas mentes e converta nossos corações, conscientizando-nos do valor de toda vida humana, que deve ser acolhida, protegida e amada".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

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Papa Francisco preside

Missa de Páscoa na Praça São Pedro

Milhares de fiéis participaram da Missa de Páscoa presidida pelo Santo Padre. Mais de sessenta mil fiéis de todo o mundo preencheram a praça vaticana desde as primeiras horas da manhã.

O Papa Francisco presidiu, com mais de 350 concelebrantes, a Missa de Páscoa na Praça São Pedro, decorada com milhares de flores multicoloridas, fruto da generosa contribuição de paisagistas holandeses. Na liturgia, que começou com o rito do "Resurrexit", mais de sessenta mil fiéis de todo o mundo preencheram a praça vaticana desde as primeiras horas da manhã.

"Renascidos para a luz da vida, renovados por vosso Espírito" foi a oração do Papa em latim após o canto do Glória. A liturgia da Palavra remete-nos à experiência narrada dos Apóstolos, e nos exorta, por meio de São Paulo, a buscar "as coisas do alto, onde está Cristo". O Evangelho de João, proclamado primeiro em latim e depois em grego, apresenta a maravilhosa narração de Maria de Magdala que vai ao sepulcro do qual a pedra foi removida.

O Papa Francisco durante a Missa de Páscoa


A assembleia, conforme a tradição, manteve alguns minutos de silêncio para a reflexão pessoal que substituiu a homilia. Ao término da celebração, Francisco percorreu com o papamóvel os vários setores da praça e também a Via da Conciliação para saudar e abençoar os peregrinos e os turistas em festa.

Em seguida, o Papa dirigiu-se à sacada central da Basílica Vaticana para a tradicional Mensagem de Páscoa e Bênção Urbi et Orbi - à cidade de Roma e ao mundo inteiro. Em suas palavras, um apelo insistente às diversas realidades que afligem a humanidade, e a certeza de que "a vida nos foi dada na ressurreição de Cristo".

Após conceder a bênção aos fiéis, o Santo Padre prestigiou as apresentações musicais festivas dos corpos de guarda. Em meio a tantos sorrisos e felicitações, o Papa se despediu da multidão, e no trajeto final, uma parada rápida para contemplar a Capela Sistina.

Thulio Fonseca - Vatican News

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Assista:

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sábado, 30 de março de 2024

Solene Vigília Pascal

 na noite deste Sábado Santo

Nesta noite santa, podemos alegremente proclamar: Jesus Cristo ressuscitou! Ele está vivo em nosso meio e caminha conosco!

Centenas de fiéis que participaram da solene Vigília Pascal na matriz de São José e na igreja de Santa Antônio vivenciaram momentos de fé e alegria pela Ressurreição do Senhor Jesus.

Na matriz, presidiu a bela cerimonia o padre Leandro Carvalho e na igreja de Santo Antônio o padre Rafael Gouvêa, que teve como concelebrante o cônego Braz Tenório Rocha.

Inicialmente na parte exterior dos templos foi abençoado o Fogo Novo, no qual foi aceso o Círio Pascal, que foi levado até o altar. Seguiu-se a proclamação de diversas leituras com o relato da história da salvação. Proclamou-se então o Evangelho e foi feita a homilia.

Na matriz, alguns adultos foram batizados. Em ambos os templos, os fiéis renovaram as promessas do batismo. Seguiu-se a Liturgia Eucarística.

No final da missa, no interior da igreja de Santo Antônio o celebrante conduziu o Círio Pascal pelos corredores do templo.

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Momentos














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Reflexão para este Sábado Santo:

O novo rosto de Deus

José Antonio Pagola

Os discípulos de Jesus já não são mais os mesmos. O encontro com Jesus, cheio de vida, depois de sua execução, transformou-os totalmente. Eles começaram a vê-lo de maneira nova. Deus era o ressuscitador de Jesus. De pronto tiraram as consequências.

Deus é amigo da vida. Agora não restava mais nenhuma dúvida. O que Jesus havia dito era verdade: “Deus não é um Deus dos mortos, mas dos vivos”. Os humanos poderão destruir a vida de mil maneiras, mas, se Deus ressuscitou Jesus, isto significa que Ele só quer a vida para seus filhos. Não estamos sós nem perdidos diante da morte. Podemos contar com um Pai que, acima de tudo, inclusive acima da morte, quer ver-nos cheios de vida. Daí em diante só há uma maneira cristã de viver que assim se resume: trazer vida onde outros trazem morte.

Deus é dos pobres. Jesus o havia dito de muitas maneiras, mas não era fácil acreditar nele. Agora é diferente. Se Deus ressuscitou Jesus, quer dizer que é verdade: “Felizes os pobres, porque têm a Deus”. A última palavra não é de Tibério nem de Pilatos, a última decisão não é de Caifás nem de Anás. Deus é o último defensor dos que não interessam a ninguém. Só existe uma maneira de parecer-se com Ele: defender os pequenos e indefesos.

Deus ressuscita os crucificados. Deus reagiu diante da injustiça criminal daqueles que crucificaram Jesus. Se Ele o ressuscitou, é porque quer introduzir justiça diante de tanto abuso e crueldade que se comete no mundo. Deus não está do lado dos que crucificam, está com os crucificados. Só há uma maneira de imitá-lo: estar sempre junto dos que sofrem, lutar sempre contra os que fazem sofrer.

Deus secará nossas lágrimas. Deus ressuscitou Jesus. O rejeitado por todos foi acolhido por Deus. O desprezado foi glorificado. O morto está mais vivo do que nunca. Agora sabemos como é Deus. Um dia Ele “enxugará todas as nossas lágrimas, e não haverá mais morte, não haverá gritos nem fadigas. Tudo isto terá passado”.

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JOSÉ ANTONIO PAGOLA cursou Teologia e Ciências Bíblicas na Pontifícia Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversas obras de teologia, pastoral e cristologia. Atualmente é diretor do Instituto de Teologia e Pastoral de São Sebastião. Este comentário é do livro “O Caminho Aberto por Jesus”, da Editora Vozes.

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                                                       Fonte: franciscanos.org.br       Banner: Frei Fábio M. Vasconcelos

Para refletir:

Sábado Santo, o dia do grande silêncio

O Sábado Santo marca o intervalo entre a dor pela morte de Jesus e a alegria de sua ressurreição. Nesse dia, os fiéis são convidados a refletir e esperar, seguindo o exemplo de Maria, a mãe de Jesus, enquanto também recordam a perplexidade dos apóstolos diante da morte de Cristo. Os protagonistas são o silêncio, a introspecção e a meditação.

Papa Francisco na Vigília Pascal de 2023, na Basílica de São Pedro  (Vatican Media)

O Sábado Santo, definido pelos padres da Igreja como "o mais longo dos dias", nos convida a uma espera silenciosa, para reviver a consternação dos apóstolos após a morte de Jesus. A reforma litúrgica de Pio XII "restaurou" o Sábado Santo como dia de silêncio e espera, no qual todo cristão, ainda hoje, medita sobre a morte de Jesus e sobre o inevitável fim da vida terrena. Neste dia, a fé é posta à prova, pois o Messias está morto e ninguém sabe o que irá acontecer; só podemos viver na expectativa de que o vazio que se sente seja preenchido.

Cristo está agindo

Apesar do aparente silêncio, Cristo está agindo. Segundo uma antiga tradição, de fato, neste dia Jesus desce à mansão dos mortos, nas profundezas do reino da morte, para salvar o homem e levá-lo consigo para o céu, onde nos precede e nos espera de braços abertos.  Lá, encontra Adão, o primeiro homem que aqui simboliza toda a humanidade, o sacode, o desperta e lhe dá o anúncio da salvação do qual ninguém está excluído, colocando de fato uma ponte entre o sepulcro e o Reino de Deus. Jesus carrega a arma infalível da Cruz, porque "com a morte vence a morte".

O padre Diogo Shishito, da Diocese de Mogi das Cruzes - SP, doutorando em Liturgia na Universidade Sant'Anselmo em Roma, nos auxilia a refletir sobre o significado da espera silenciosa à qual somos convidados a viver.

"O que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos."

Assim começa uma homilia do século IV que a Igreja retoma no Ofício das Leituras em cada Sábado Santo e da qual nasce o costume de chamar esse dia como o “Dia do Grande Silêncio”. De fato, diante do Mistério Pascal de Jesus, o silenciar parece ser natural para a nossa pequenez humana, uma vez que não se encontram palavras para expressar o misto de surpresa e gratidão que move interiormente quem se coloca diante de tamanha Graça.

O Silêncio é o lugar da ação do Espírito Santo

O silêncio parece apresentar-se como único caminho para aqueles que são inundados de um amor sem igual manifestado na entrega sem reservas do Deus feito homem que, ao dar seu último suspiro no alto da cruz, rasgou de cima abaixo o véu que separava a habitação divina da sua criatura predileta. É o silêncio de quem faz espaço para acolher algo de novo e nunca antes presenciado no tempo. O silêncio de quem, admirado, não encontra no elenco das reações uma atividade capaz de responder ao que se apresenta diante de seus olhos. Mas o silêncio, diferentemente do que muitas vezes se pensa, não é vazio.

No silêncio se encontra aquele espaço necessário entre uma ação e outra que nos permite comunicar a multiforme expressão de vida presente em cada um de nós. O silêncio é a pausa sem a qual a comunicação não seria possível, pois é ela que separa as palavras e dá clareza ao discurso. Só com o silêncio se pode passar de um conceito a outro, de uma ideia à outra. O grande silêncio desse dia faz passar da morte à Vida, do tempo à eternidade. Por isso podemos dizer que o Silêncio é o lugar da ação do Espírito Santo. Quando o Verbo cala, o Espírito trabalha no germinar de uma realidade nova.

Fé e expectativa

No alto da Cruz, com o calar-se do Verbo divino, a Palavra Eterna transformou-se em silêncio, produzindo na humanidade um sentimento de expectativa… Uma espera que brota da fé, que nasce da confiança sem reservas na promessa feita pelo próprio Senhor de que estaria conosco sempre. Para os Discípulos, que não sabiam como seriam as coisas depois da cruz e não imaginavam que a ressurreição se daria, esse silêncio certamente produziu dúvidas e medos, mas também é certo que, assim como quando um discurso é interrompido, fica a expectativa de como seria sua continuidade, no coração de cada um deles brotava também a esperança de que o Senhor, de algum modo, daria sentido àquilo que eles não conseguiam entender ainda.

Mulheres portadoras de mirra no sepulcro de Cristo, 1200-1210

Esperar com Maria

Olhando para Maria, que sabia com clareza que Jesus é o Filho de Deus, podemos pensar que o silêncio que brota da morte do Senhor tenha levado seu pensamento à doce espera da sua chegada, àquele silêncio de contemplação da surpreendente ação divina que realiza o que aos critérios humanos parecia impossível, de maneira que aquele silêncio se tornasse mais uma vez um ato de espera do próximo passo na história da Salvação. Para a Igreja, no entanto, esse silêncio é memorial da nossa fé, é a ação que reconhece a grandeza do mistério pascal de Cristo e abre espaço para o agir transformador de Deus que faz germinar, a partir dos nossos limites, o amor gerador de uma nova realidade. O amor verdadeiro daquele que nos amou até o fim e que manifestou a sua graça à humanidade quando estava ainda imersa no pecado.

O Senhor venceu a morte

De fato, por suas qualidades, uma pessoa pode ser admirada, mas só pelas suas limitações que pode ser acolhida e amada. É fácil acolher alguém quando tudo vai de acordo com o que nos agrada; somente quando o outro se mostra diferente do que gostaríamos é que a acolhida de suas inconstâncias se torna amor. Imbuídos da certeza da ressurreição, cada um de nós é chamado, através do silêncio, a abrir espaço para que o Senhor transforme em nosso interior as situações de morte fazendo brotar a vida nova e eterna que é Dele e da qual podemos participar pela sua misericórdia.

Peçamos então que o nosso silenciar possa de verdade dar espaço à ação silenciosa do Espírito Santo, que revigora em nós a graça dos que têm a vida escondida com Cristo em Deus e que o ressoar do esperado Aleluia dessa noite santa renove em nosso interior a força de ser no mundo uma voz que proclama o centro da nossa fé: o Senhor venceu a morte e está vivo no meio de nós.

Thulio Fonseca - Vatican News

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sexta-feira, 29 de março de 2024

Domingo da Páscoa:

Leituras e Reflexão

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1ª Leitura: At 10,34a.37-43

Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos 

Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: “Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele.

E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz.

Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos.

E Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos.

Todos os profetas dão testemunho dele: “Todo aquele que crê em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados”.

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Responsório: Sl 117

— Este é o dia que o Senhor fez para nós:/ alegremo-nos e nele exultemos!
— Este é o dia que o Senhor fez para nós:/ alegremo-nos e nele exultemos!

— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!/ “Eterna é a sua misericórdia!”/ A casa de Israel agora o diga:/ “Eterna é a sua misericórdia!”

— A mão direita do Senhor fez maravilhas,/ a mão direita do Senhor me levantou./ Não morrerei, mas ao contrário, viverei/ para contar as grandes obras do Senhor!

— A pedra que os pedreiros rejeitaram,/ tornou-se agora a pedra angular;/ pelo Senhor é que foi feito tudo isso!/ Que maravilhas ele fez a nossos olhos!

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2ª Leitura: Cl 3,1-4
Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses

Irmãos: Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus.

Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória.

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Evangelho da Procissão: Jo 20,1-9

Proclamação do Evangelho de São  João

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus bem de madrugada, quando ainda estava escuro. Ela viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Então saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo que Jesus amava. E disse para eles: «Tiraram do túmulo o Senhor, e não sabemos onde o colocaram.» Então Pedro e o outro discípulo saíram e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos. Mas o outro discípulo correu mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao túmulo. Inclinando-se, viu os panos de linho no chão, mas não entrou. Então Pedro, que vinha correndo atrás, chegou também e entrou no túmulo. Viu os panos de linho estendidos no chão e o sudário que tinha sido usado para cobrir a cabeça de Jesus. Mas o sudário não estava com os panos de linho no chão; estava enrolado num lugar à parte. Então o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também. Ele viu e acreditou. De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura que diz: «Ele deve ressuscitar dos mortos.» 10 Os discípulos, então, voltaram para casa.

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Reflexão do padre Johan Konings:

Ver Jesus com olhos pascais

Todo evangelho de João serve para aprender a ver com olhos novos (veja a história do cego, Jo 9). Não com os olhos da carne (= meramente humanos), mas com olhos iluminados pelo sopro do Espírito Divino que se manifestou na ressurreição de Jesus. Neste dia de Páscoa, a liturgia apresenta o evangelho de Jo 20, 1-9, mas vamos olhar para o conjunto Jo 20, 1-18. Jo 20,1-18 narra uma história em duas cenas. A primeira cena começa com Maria Madalena, que logo no primeiro dia da semana (nosso domingo!), passado o repouso do sábado, vai ao sepulcro para chorar Jesus. Mas que surpresa, quando vê a pedra que fechava o túmulo rolada para o lado! Ela corre para avisar os seguidores de Jesus, Simão Pedro e aquele outro discípulo, o melhor amigo de Jesus (e cujo nome nunca é falado). Eles correm ao túmulo. Pedro chega depois do outro, mas, como é mais digno, entra primeiro e constata: de Jesus nenhum sinal, mas roubado não foi, pois a mortalha e o sudário estão cuidadosamente arranjados! Quem tira a conclusão é o discípulo amigo, que representa aqueles que compreendem Jesus porque o comungam com ele pelo amor. Ele conhece Jesus não só com os olhos, mas com o coração. Ele entra no sepulcro, vê e crê! É o primeiro a crer na ressurreição de Jesus, embora vendo apenas os sinais de sua ausência.

Segunda cena: enquanto Pedro e o outro discípulo voltam para casa, Madalena, que não entrara juntamente com eles, aproxima-se do túmulo, constata a ausência de Jesus e vê dois misteriosos mensageiros – duas testemunhas? – sentados no lugar onde ele ficara. Perguntam por que chora, e ela responde que “levaram meu Senhor” e que não sabe “onde o puseram”. Voltando-se, vê um outro personagem e pensa que é o guarda, que certamente não gostara de encontrar aquele crucificado no túmulo destinado para seu dono, rico proprietário. Madalena declara-se disposta a cuidar do corpo. E então o desconhecido a chama com o nome, no idioma dela: “Mariamne”. E ela o reconhece e responde, na mesma língua: “Rabuni” (= “mestre”).

Então, o evangelista conta um detalhe que é central para entender o sentido da cena. Maria se joga aos pés de Jesus e quer abraçá-los, à maneira oriental, em veneração. Jesus a impede: “Não me segures, pois ainda não subi para junto do Pai”. Ela deve deixar Jesus livre, pois está subindo para a glória do Pai. Não deve segurar Jesus como se aí estivesse simplesmente aquele que ela seguiu desde os dias da Galileia. “É bom que eu me vá”, disse Jesus (Jo 16,7).

A ausência física de Jesus é necessária para que ele esteja conosco de modo glorioso, sem as restrições da existência na carne. É isso que o discípulo-amigo havia compreendido ao ver o túmulo vazio: ele creu. Madalena também crê, e recebe a missão de ser a primeira a anunciar a ressurreição aos irmãos (v. 17-18).

Não nos apeguemos exclusivamente ao Jesus das estradas da Galileia, o Jesus dos milagres e das parábolas. Deixemos que ele se torne ausente, passando pela cruz, assumida por amor fiel aos seus, para se tornar presente, de outro modo, na glória da ressurreição, que significa que sua crucificação foi “endossada” por Deus como expressão de seu amor. O Jesus da Páscoa é incomparavelmente mais presente para nós que o das estradas da Galileia. Este deixou suas pegadas nas narrativas dos apóstolos e dos evangelistas. Mas o Ressuscitado, que só pode ser visto com os olhos da fé, está conosco nas estradas da América Latina, hoje.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella

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Fonte: franciscanos.org.br   Imagem: vaticannews.va  Banner: Fr. Fábio M. Vasconcelos

Via Sacra no Coliseu:

as meditações de Francisco

Nas meditações da Via Sacra, pensadas no Ano da Oração, Francisco propõe uma conversa face a face com Jesus e, nas quatorze estações, convida todos a se questionarem, olhando para si mesmos e para a própria consciência, mas também lançando um olhar para o mundo contemporâneo e suas distorções.

É um diálogo com Jesus que o Papa Francisco desenvolve nas meditações da Via-Sacra da Sexta-feira Santa no Coliseu, uma conversa face a face com Cristo, feita de reflexões, interrogações, introspecções, confissões, invocações. Uma longa oração íntima que, neste Ano da Oração, prelúdio do Jubileu, deixa o coração humano falar. Nas quatorze estações, os sofrimentos de Jesus a caminho do Gólgota, os encontros ao longo da Via Dolorosa, o olhar amoroso de Maria que, sob a Cruz, torna-se Mãe de todos os homens, as mulheres capazes de gestos ternos e corajosos nos momentos mais dramáticos, o Cireneu pronto para oferecer sua ajuda ao nazareno condenado à morte, José de Arimatéia que oferece aquele sepulcro onde Deus derrotará a morte, provocam um exame de consciência que depois se torna oração, com uma invocação final que repete o nome de Jesus quatorze vezes.

O Papa introduz a Via-Sacra, enfatizando que a oração caracterizou cada um dos dias de Jesus, com diferentes nuances: como uma conversa com Deus, "luta e pedido, 'Afasta de mim este cálice'", "entrega e dom, 'Mas não o que eu quero, mas o que tu queres'". Diante, então, do medo da morte e da "angústia sob o peso do nosso pecado", essa oração se tornou mais intensa e "a veemência da dor" se tornou "uma oferta de amor" pela humanidade.

O silêncio de Jesus

Na primeira estação o que nos faz refletir é o silêncio de Jesus diante do "falso julgamento" que o condenou, um silêncio fecundo que "é oração, é mansidão, é perdão, é o caminho para redimir o mal", para converter o que foi sofrido em dom oferecido, explica Francisco. Um silêncio que o homem de hoje não conhece, porque não encontra tempo para parar e permanecer com Deus e "deixar agir a sua Palavra", mas que "sacode", porque ensina que a oração nasce "de um coração que sabe escutar".

A cruz com a qual Cristo é carregado (segunda estação), por outro lado, lembra experiências que todos nós também vivemos: dores, tristezas, decepções, feridas, fracassos, cruzes que também carregamos. "Jesus, como se faz para rezar ali?", pergunta o Papa, dando voz a um pedido comum: como você reza quando se sente esmagado pela vida? Cristo nos convida a nos aproximarmos dele, se estivermos cansados e oprimidos, para nos dar descanso, mas nós ponderamos, cismamos, nos afundamos na vitimização, e então Ele "vem ao nosso encontro", carregando nossas cruzes nos ombros, "para tirar o nosso peso". No entanto, Jesus cai (terceira estação), mas tem a força para se levantar novamente; a mola que o empurra para frente é o amor, enfatiza Francisco, "porque quem ama não fica no chão, começa de novo; quem ama não se cansa, corre; quem ama voa".

Maria, mãe de Jesus, dom para a humanidade

Depois da Eucaristia, Cristo nos dá "Maria, o dom supremo antes de morrer", escreve o Papa meditando sobre a quarta estação. Jesus no caminho para o Calvário e sua Mãe: um encontro que evoca cuidado e ternura, e que nos impele a recorrer a ela, a Maria - Mãe que Deus dá a todos os homens - para poder "preservar a graça", "recordar o perdão e as maravilhas de Deus", "saborear novamente as maravilhas da providência" e "chorar de gratidão". O Cireneu que ajuda Jesus a carregar a cruz (quinta estação), por outro lado, leva-nos a refletir sobre a presunção de fazer tudo sozinho "diante dos desafios da vida". "Como é difícil pedir uma mão, com medo de dar a impressão de não estar à altura, nós que sempre temos o cuidado de parecer bem e de se colocar em evidência! Não é fácil confiar, menos ainda de se confiar". Quem reza, porém, "sabe que está em necessidade", observa Francisco, e Jesus, que na oração sempre se confia, não despreza a ajuda do Cireneu, cujo gesto ensina "que amar significa ajudar os outros ali mesmo, nas fraquezas das quais se envergonham".

A coragem da compaixão

Entre a multidão que testemunha o "espetáculo bárbaro" da execução do Nazareno, há também aqueles que emitem "julgamentos e condenações", lançando sobre ele "infâmia e desprezo", sem conhecê-lo "e sem conhecer a verdade". "Isso acontece ainda hoje, Senhor", reconhece Francisco, "basta um teclado para insultar e publicar julgamentos", mas em Jerusalém, enquanto "muitos estão gritando e julgando" Jesus, surge uma mulher que "não fala: age. Ela não reclama: ela se compadece. Ela vai contracorrente: sozinha, com a coragem da compaixão, ela se arrisca por amor, encontra uma maneira de passar entre os soldados só para lhe dar o conforto de uma carícia no rosto". Um gesto de consolação, o de Verônica (sexta estação), que passa para a história e que nos coloca diante de Cristo, "amor não amado", que ainda hoje procura "entre a multidão corações sensíveis" ao seu sofrimento e à sua dor, "verdadeiros adoradores, em espírito e verdade". Mas "a cruz pesa, carrega o fardo da derrota, do fracasso, da humilhação".

Então Jesus cai pela segunda vez (sétima estação), e nos vemos nele novamente quando somos esmagados pelas coisas, visados pela vida, incompreendidos pelos outros, comprimidos "nas garras da ansiedade" e assaltados pela melancolia, achamos que não podemos nos levantar, ou quando caímos novamente em nossos erros e pecados, quando somos escandalizados pelos outros e depois percebemos que não somos diferentes. Mas com Jesus, "a esperança nunca acaba, e depois de cada queda nos levantamos novamente", porque Deus espera e perdoa, sempre, mesmo se caímos muitas vezes. "Lembre-me de que as quedas podem se tornar momentos cruciais do caminho, porque elas me levam a entender a única coisa que conta: que eu preciso de ti, Jesus", é a oração do Papa, porque a vida recomeça com o perdão de Deus.

Reconhecer a grandeza das mulheres

Jesus encontra as mulheres de Jerusalém (oitava estação) e, para Francisco, é o motivo para exortar "a reconhecer a grandeza das mulheres, aquelas que na Páscoa foram fiéis e próximas" a Cristo, "mas que ainda hoje são descartadas, sofrendo ultrajes e violências". O choro delas nos faz perguntar se sabemos nos comover diante de Jesus, crucificado por nós, se choramos nossas falsidades, ou diante das tragédias, "da loucura da guerra, dos rostos das crianças que não sabem mais sorrir, das mães que as veem desnutridas e famintas e não têm mais lágrimas para derramar".

E contemplando Cristo despojado de suas vestes (nona estação), o convite do Papa é para ver Deus feito homem "nos sofredores", "naqueles despojados de sua dignidade, nos cristãos humilhados pela prepotência e pela injustiça, pelos ganhos iníquos obtidos na pele de outros na indiferença geral" e a despojar-se "de tantas aparências exteriores". Na cruz, então, "enquanto a dor física é mais atroz", perdoando aqueles que "estão cravando pregos em seus pulsos" (10ª estação), Jesus nos ensina que podemos "encontrar a coragem de escolher o perdão, que liberta o coração e relança a vida" e nos revela "a altura da oração de intercessão, que salva o mundo".

O amor não fica sem resposta

No momento mais sombrio e extremo em que Jesus grita seu abandono (11ª estação), qual é o ensinamento a ser guardado? "Nas tempestades da vida: em vez de se calar e se conter, gritar" a Deus, sugere Francisco, que na décima segunda estação se detém no ladrão que se confia a Cristo, que lhe promete o Paraíso, tornando assim "a cruz, emblema da tortura, o ícone do amor", transformando "a escuridão em luz, a separação em comunhão, a dor em dança, e até mesmo o túmulo, a última estação da vida, no ponto de partida da esperança". Maria, que em seus braços acolhe Jesus morto (13ª estação), nos ajuda a dizer sim a Deus, ela que, "forte na fé", acredita "que a dor, atravessada pelo amor, produz frutos de salvação; que o sofrimento com Deus não tem a última palavra" e, enfim, José de Arimateia, que toma a custódia do corpo de Jesus para dar-lhe uma digna sepultura (14ª estação) nos mostra que "cada dom feito a Deus recebe uma recompensa maior", "que o amor não fica sem resposta, mas dá novos começos", que dando se recebe, "porque a vida se encontra quando é pedida e se possui quando é doada”.

Tiziana Campisi – Vatican News

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                                                                                                           Fonte: vaticannews.va