quinta-feira, 31 de agosto de 2023

A intenção de oração do Papa Francisco para setembro

é pelas pessoas marginalizadas

“Paremos de tornar invisíveis aqueles que estão à margem da sociedade”, pede o Papa Francisco no vídeo divulgado nesta semana com a sua intenção de oração para o mês de setembro. O chamado do pontífice é para que “concentremo-nos no acolhimento”.

A intenção de oração da Rede Mundial de Oração do Papa para o mês de setembro é “para que as pessoas que vivem à margem da sociedade, em condições de vida desumanas, não sejam esquecidas pelas instituições e jamais sejam consideradas descartáveis”.

Francisco questiona como a cultura do descarte, “na qual milhões de homens e mulheres não valem nada em relação aos benefícios econômicos”, dominou o “nosso modo de vida”. “Vai-nos endurecer o pescoço de tanto olhar para o outro lado para não ver esta situação”, lamenta.

“Por favor, paremos de tornar invisíveis aqueles que estão à margem da sociedade, seja por motivos de pobreza, dependência, doença mental ou deficiência. Concentremo-nos no acolhimento. Em acolher todas as pessoas que precisam. A ‘cultura do acolhimento’, de receber, de dar um teto, de dar um abrigo, de dar amor, de dar calor humano”, exorta o Papa.

No vídeo, o Papa também lamenta que os marginalizados são esquecidos pelos meios de comunicação social. A Rede Mundial de Oração do Papa preparou imagens que apresentam pessoas sem abrigo – sozinhas ou em pequenos grupos, às vezes quase pisadas pelos transeuntes – nos passeios do Canadá, Estados Unidos, Quénia, Camarões e Índia; crianças da rua que passam o dia a lavar os vidros dos automóveis parados nos semáforos de San Salvador; pessoas com deficiências diversas, na Espanha, nas Filipinas ou na América Central; barracas junto dos arranha-céus de Vancouver, de edifícios de Buenos Aires ou do Rio de Janeiro.

Segundo as Nações Unidas, mais de 700 milhões de pessoas, mais de três vezes a população brasileira, vivem em situação de pobreza extrema, com dificuldade para satisfazer as necessidades mais básicas, como saúde, educação e acesso a água e saneamento.



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quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Papa anuncia

publicação da segunda parte da Laudato Si

4 de outubro, festa de São Francisco de Assis, é a data de publicação de uma Exortação Apostólica que atualiza questões concernentes ao cuidado da criação.

No final da Audiência Geral desta quarta-feira, 30, o Papa anunciou que a segunda parte da Laudato siserá publicada na forma de Exortação Apostólica em 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis, que conclui o "Tempo ecumênico da Criação", que tem início em 1° de setembro e cujo tema em 2023 é «Que jorrem a justiça e a paz»:

Permanecer ao lado das vítimas da injustiça ambiental

Nessa data tenho a intenção de publicar uma Exortação, uma segunda Laudato si’. Unamo-nos aos nossos irmãos e irmãs cristãos no compromisso de salvaguardar a Criação como um dom sagrado do Criador.

Francisco já havia antecipado em 21 de agosto que estava "escrevendo uma segunda parte da Laudato si’ para atualizar as questões", ao receber uma delegação de advogados de países membros do Conselho da Europa.

Continuando seu apelo na Audiência desta quarta-feira, o Papa resume o cerne da Mensagem para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação divulgada em maio:

É necessário permanecer ao lado das vítimas da injustiça ambiental e climática, esforçando-se para acabar com a guerra sem sentido contra nossa casa comum, que é uma guerra mundial terrível. Exorto todos vocês a trabalhar e rezar para que ela volte a transbordar de vida.

Transformar políticas públicas

Na Mensagem, o Papa propõe “transformar os nossos corações, os nossos estilos de vida e as políticas públicas que regem as nossas sociedades”. Falou novamente da conversão ecológica e da necessidade de não considerar mais a criação como um objeto a ser explorado, mas uma realidade a ser preservada “como um dom sagrado do Criador”.

Neste mesmo texto da mensagem, o Pontífice insiste na necessidade de “transformar as políticas públicas que regem as nossas sociedades e moldam a vida dos jovens de hoje e de amanhã.”. Ele sublinha ainda a importância da sinodalidade e espera “neste Tempo da Criação, como seguidores de Cristo no nosso caminho sinodal comum, vivamos, trabalhemos e rezemos para que a nossa casa comum seja novamente repleta de vida”.

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Assista:

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O Papa em Santa Maria Maggiore
confia à Virgem sua viagem à Mongólia

Como tem se tornado habitual desde o início de seu Pontificado, antes de iniciar sua 43ª visita apostólica internacional, Francisco quis se deter em oração diante do ícone da Salus Populi Romani. Na tarde desta quinta-feira, 31de agosto, parte para Ulan Bator

Esta quinta-feira, 31 de agosto, o Papa iniciará sua viagem à Mongólia e Francisco quis confiá-la à Virgem Maria, indo esta quarta-feira à tarde, na véspera de sua partida, à Basílica de Santa Maria Maior, no centro histórico de Roma.  Um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé deu a notícia, informando que "nesta tarde de quarta-feira, 30 de agosto, o Papa Francisco deixou a Casa Santa Marta e se dirigiu à Basílica de Santa Maria Maior, onde, como de costume, se deteve em oração diante do ícone da Virgem Salus populi romani, confiando-lhe a sua próxima Viagem Apostólica à Mongólia. Ao término, ele retornou ao Vaticano".

Essa é a 111ª vez que Francisco chega a Santa Maria Maior por ocasião de uma viagem apostólica. No país asiático, Francisco permanecerá cerca de quatro dias, considerando a diferença de horário com a Itália, que é de 6 horas a mais. Seu retorno ao Vaticano está previsto para a tarde de segunda-feira, 4 de setembro.

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                                                                                                                     Fonte: vaticannews.va

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Reflita com o padre Zezinho:

PASSARAM DOS LIMITES. QUEM? NÓS, OU ELES ?

Pe. Zezinho scj |||||||||||||||||||||||||||

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Um psiquiatra, amigo meu, disse uma verdade que dói para toda as Igrejas Cristãs.

Disse que há psicopatas usando microfones e câmeras de todas as igrejas.

E, se não são psicopatas, são pessoas desequilibradas e extremamente vaidosas. Não medem as consequências do que dizem na internet.

Pedi provas. Mostrou-me seu celular com algumas pregações de pregadores de seis igrejas, entre elas a Católica. Ele estuda o assunto!

Doeu em mim. Tive que concordar com ele.

Eram shows de vaidade, agressões à outras igrejas e afirmações sem pé nem cabeça, mostrando um Deus vingativo e castigador. Era forçação de barra! Era “ou” “ou”. Ou vc adere a nós, ou vc não será feliz! E não faltam os que mandam o “não fiel” para o inferno!

Pregavam que só sua Igreja salva, porque as suas são igrejas Oásis; e as outras, não!

Um pregador até afirmou que já estamos “dominados” … Só não terminou a calúnia, mas visava os padres católicos e a CNBB.

Cheios de invectivas contra o pecado e os pecadores, eles, sim, estavam salvos porque tinham encontrado Jesus! Eles estão certos, o resto está errado!

E alguns davam a entender que o Espírito Santo está em todos eles, mas não está em nós que ainda não conhecemos o Cristo.

Foram 50 minutos de tristes constatações.

O que poucos sabem é que há muitos adversários da nossa Igreja que gravam estes sermões.

Alguma coisa eles querem com tais registros! O doutor as chama de “igrejas arrecadadoras”.

E, como há centenas de pregadores com influência nas suas igrejas, e como algumas dão endereço e conta bancária on line , acaba que microfones, câmeras , celulares são armas para os adversários da religião .

Na verdade, quem prega na internet muitas vezes se expõe ingenuamente. Diz coisas que jamais provam! Vivem do “Céu está dizendo” “Jesus está dizendo” “Jesus quer” “Deus quer” …

Toda prudência ainda é pouca! Em alguns casos, as emissoras religiosas, a depender da ingenuidade do pregador, fornecem munição para os que duvidam da fé cristã, judia ou muçulmana.

E, no Brasil, quem mais arrasta multidões, usa câmeras, microfones e grandes palcos são os pregadores cristãos! É ali que se ouve este tipo de linguagem impositiva que está longe de ser “positiva” ...

Será que todos os mestres em comunicação religiosa já estudaram isto?

A linguagem usada no microfone está se tornando cada dia mais agressiva e impositiva!

Grave o que eles pregam, constate e analise! …

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                                                                                        Fonte: facebook.com/padrezezinhoscj

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Francisco aos jesuítas:

ainda há resistências na Igreja,
mas a porta está sempre aberta a todos

Foi publicada pela La Civiltà Cattolica a conversação completa de Francisco com os jesuítas de Lisboa, durante sua viagem a Portugal para a JMJ. Uma conversa espontânea, intercalada com perguntas, na qual o Pontífice expressa preocupação com as guerras, reitera o apelo para dar a "todos" um lugar na Igreja, incluindo homossexuais e pessoas trans, e reitera que o Sínodo não é uma "invenção" sua nem uma "busca de votos".

O Papa no encontro com os jesuítas em Lisboa (Vatican Media)

"Todos, todos, todos". O apelo lançado e relançado ao longo da JMJ de Lisboa por uma Igreja acolhedora, onde haja espaço para "todos, todos, todos", incluindo pessoas homossexuais e transexuais, o Papa Francisco reiterou e aprofundou em sua conversa com os jesuítas de Portugal. O Papa se reuniu com seus confrades em 5 de agosto no Colégio de São João de Brito, uma escola dirigida pela Companhia de Jesus, durante sua viagem à capital lusitana para a Jornada Mundial da Juventude.

Preocupação com as guerras

A conversa - publicada na íntegra pela prestigiosa revista jesuíta La Civiltà Cattolica - foi direta e espontânea, incitada pelo próprio Papa, que disse: "Perguntem o que quiserem. Não tenham medo de ser imprudentes ao perguntar". Vários tópicos foram abordados: dos desafios geracionais ao testemunho dos religiosos, das questões sobre a sexualidade humana ao desenvolvimento da doutrina, às preocupações com as guerras: "Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, as guerras têm sido incessantes em todo o mundo. E hoje vemos o que está acontecendo no mundo".

Resistências e atitudes reacionárias

As tensões intra-eclesiais foram outro tema principal da conversa. Portanto, o "indietrismo" (voltar-se para o passado, ndr), a "atitude reacionária" em algumas realidades eclesiais e a resistência ao Concílio Vaticano II. "Muitos colocam em discussão o Vaticano II sem nomeá-lo. Questionam os ensinamentos do Vaticano II", diz o Papa. Em seguida, ele responde a um religioso que conta ter estado nos Estados Unidos por um ano e ter ficado impressionado por ter visto "tantos, até mesmo bispos, criticando sua maneira de conduzir a Igreja". "O senhor verificou que nos Estados Unidos a situação não é fácil: há uma atitude reacionária muito forte, organizada, que estrutura uma adesão até mesmo afetiva", diz o Pontífice. E "a essas pessoas" ele lembra "que o indietrismo é inútil" e que há "uma justa evolução" na compreensão das questões de fé e moral: "Também a doutrina progride, se consolida com o tempo, se expande e se torna mais firme, mas sempre progredindo". Os exemplos da história são concretos: "Hoje é pecado possuir bombas atômicas; a pena de morte é um pecado, não pode ser praticada, e antes não era assim; quanto à escravidão, alguns Pontífices antes de mim a toleravam, mas hoje as coisas são diferentes. Então se muda, se muda, mas com esses critérios".

Uma doutrina em evolução

"Para cima", é a imagem que o Papa usa em seguida. "A mudança é necessária", repete ele; depois acrescenta: "A visão da doutrina da Igreja como um monólito está errada. Mas alguns saem fora, voltam para trás, são o que eu chamo de 'indietristas'. Quando se retrocede, forma-se algo fechado, desconectado das raízes da Igreja e perde-se a seiva da revelação".

A advertência do Papa é clara: "Se você não muda para cima, você retrocede, e então assume critérios de mudança diferentes daqueles que a própria fé lhe dá para crescer e mudar. E os efeitos sobre a moral são devastadores". Os problemas que os "moralistas" devem examinar hoje são, para o Pontífice, "muito sérios"; o risco é ver a ideologia suplantar a fé: "Pertencer a um setor da Igreja substitui a pertença à Igreja... E quando na vida você abandona a doutrina para substituí-la por uma ideologia, você perdeu, perdeu como na guerra".

O mundanismo, o pior mal

Na conversação, o Papa amplia seu olhar para a sociedade atual, que ele vê como excessivamente "mundanizada", algo que o preocupa muito, sobretudo "quando a mundanidade entra na vida consagrada". Jorge Mario Bergoglio se refere à sua recente carta aos sacerdotes de Roma, na qual adverte contra o clericalismo e o mundanismo espiritual como armadilhas nas quais se deve evitar cair. "Uma coisa é se preparar para dialogar com o mundo... outra coisa é se comprometer com as coisas do mundo, com a mundanidade", enfatiza, exortando mais uma vez para ler as quatro páginas finais da Meditação sobre a Igreja, na qual de Lubac afirma que a mundanidade espiritual "é o pior mal que pode penetrar na Igreja, pior até do que a época dos Papas 'libertinos'".

Sociedade erotizada

Não ceder ao mundanismo, entretanto, não significa não dialogar com o mundo: "Não se pode viver em conserva", recomenda o Papa. "Vocês não devem ser religiosos introvertidos, sorrindo para dentro, falando para dentro, protegendo seu ambiente sem convocar ninguém". Pelo contrário, é preciso "sair para este mundo", com os valores e desvalores que ele tem. Entre eles, o de uma vida demasiadamente "erotizada". A esse respeito, Francisco reitera o problema da pornografia e seu fácil acesso por meio celulares, convidando os sacerdotes a pedir ajuda e a falar sobre esses problemas, porque, ao contrário do passado, quando essas questões não eram tão agudas e eram até mesmo escondidas, "hoje a porta está escancarada, e não há razão para que os problemas permaneçam escondidos". "Se você esconde seus problemas, é porque escolhe fazer assim, mas não é culpa da sociedade, e nem mesmo de sua comunidade religiosa", afirma.

Acolhimento a "todos"

Ainda sobre a questão da sexualidade, o Papa reitera o apelo para acolher as pessoas homossexuais na Igreja. "É evidente que hoje a questão da homossexualidade é muito forte, e a sensibilidade a esse respeito muda de acordo com as circunstâncias históricas", esclarece. "Mas o que não me agrada nem um pouco, em geral, é que olhemos para o chamado 'pecado da carne' com uma lupa, assim como se fez por tanto tempo com relação ao sexto mandamento. Se se explorava os trabalhadores, se mentia ou trapaceava, isso não importava e, em vez disso, os pecados abaixo da cintura eram relevantes."

"Todos são convidados" na Igreja, repete Francisco, "a atitude pastoral mais apropriada deve ser aplicada a cada um. Não se deve ser superficial e ingênuo, forçando as pessoas a fazer coisas e adotar comportamentos para os quais elas ainda não estão maduras ou não são capazes. Acompanhar as pessoas espiritualmente e pastoralmente requer muita sensibilidade e criatividade. Mas todos, todos, são chamados a viver na Igreja: nunca se esqueçam disso".

O encontro com um grupo de pessoas transgênero

Em uma entrevista recente a uma revista espanhola, o Papa Francisco também relembra seu encontro com um grupo de pessoas transgênero, trazido pela primeira vez e depois várias outras vezes à audiência geral de quarta-feira pela irmã Geneviève, de 80 anos, "capelã" do Circo de Roma com outras duas irmãs. "A primeira vez que vieram, estavam chorando. Eu lhes perguntei o motivo. Uma das mulheres me disse: 'Eu achava que o Papa não poderia me receber! Então, depois da primeira surpresa, adquiriram o hábito de vir. Algumas me escrevem, e eu as respondo por e-mail. Todos são convidados! Percebi que essas pessoas se sentem rejeitadas, e isso é muito difícil".

A "alegria" pelo Sínodo

Não faltam perguntas mais pessoais na conversação, como: "Santo Padre... o que está pesando em seu coração e que alegrias o senhor está experimentando neste período?" Francisco responde de imediato: "A alegria que mais tenho em mente é a preparação para o Sínodo, mesmo que às vezes eu veja, em algumas partes, que há falhas na maneira como está sendo conduzida. A alegria de ver como, a partir dos pequenos grupos paroquiais, dos pequenos grupos de igrejas, surgem reflexões muito bonitas e há um grande fermento. É uma alegria".

"O Sínodo não é uma invenção minha", o Papa Francisco faz questão de dizer, lembrando que foi Paulo VI, no final do Concílio, "que percebeu que a Igreja católica havia perdido a sinodalidade". Desde então, houve um "progresso lento" e, às vezes, "de maneira muito imperfeita". Hoje, portanto, há uma tentativa de dar novo vigor à sinodalidade, que, esclarece o Pontífice, "não está indo em busca de votos, como faria um partido político, não é uma questão de preferências, de pertencer a este ou àquele partido". Em um Sínodo – insiste - o protagonista é o Espírito Santo. Ele é o protagonista. Portanto, devemos nos assegurar de que é o Espírito que guia as coisas".

Salvatore Cernuzio – Vatican News

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                                                                                                                     Fonte: vaticannews.va

Reflita com o padre Zezinho:

BRIGAS E BIRRAS DE CASAL !

Pe. Zezinho scj |||||||||||||||||||||||||||||||||||

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O mundo tem milhares de pessoas que oram, creem em Jesus e o louvam, mas não conseguiram viver com a pessoa com quem se casaram.

É que para casar é preciso sintonia de corações.

É como ensaiar um duo entre homem e mulher e um deles desafinasse no palco da vida.

Às vezes o casal não consegue mais cantar juntos, ou porque um não ouve o outro, ou porque um deles sempre tem razão; sinal de que o sabichão já faz tempo que perdeu a razão!

Então, a pessoa, por mais afinada que seja, desiste de subir ao palco ou à cama, nem sentar - se no sofá ou à mesa, porque o parceiro “sabe tudo” escolheu pensar pelos dois!

Conheço centenas de casais em que ou ela, ou ele não conseguiu conviver sob o mesmo teto.

Em geral o parceiro mais culpado é o que mais culpa o outro!

Isto não quer dizer que a parte inocente deixa de crer e rezar ou de amar. Mas o grau de tolerância vai diminuindo até que vem a ruptura!

Quando um deles, ou até os dois, não conseguem dormir sob o mesmo teto, o casal se torna INCOMPATÍVEL. Simplesmente não dá mais.

Aí, não há parente ou padre, ou pastor ou conselheiro ou psicólogo que una os dois lados ou junte os cacos do que sobrou daquela relação!

Acharam que se ajustariam, mas se não ajustaram. Um tornou-se a decepção e a solidão do outro !

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O que fazem as igrejas? Como todo corpo social, as igrejas têm normas. E quando fica impossível morar na mesma casa, todas as Igrejas permitem a separação, mas diferem na questão do divórcio e do sacramento!

É por isto que todas as igrejas têm conselheiros matrimoniais. Quando todos os esforços de ajustes ou reajustes não funcionam, só um milagre salvará estes corações despedaçados!

Álcool, tóxicos, traição, indiferença, agressividade, violência e desrespeito são parte da lista de ofensas que costuma ser longa .

E tudo começou com as birras de um deles ou de ambos. Birra de casal é muito mais infantil do que birra de criança. Ao menos, a criança acaba dormindo no colo da mesma mãe com quem acaba de brigar…

Birra de casal acaba em escaramuça. Criam uma trincheira na mesma casa. E quem tenta ajudar também leva chumbo!…

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                                                                                        Fonte: facebook.com/padrezezinhoscj

domingo, 27 de agosto de 2023

Papa Francisco no Angelus deste domingo:

Jesus está ao nosso lado,
nos acompanha nos caminhos mais difíceis

Jesus está vivo e nos acompanha, está ao nosso lado, oferece-nos a sua Palavra e a sua graça, que nos iluminam e restauram no caminho: Ele, guia experiente e sábio, tem a satisfação em nos acompanhar nos caminhos mais difíceis e nas subidas mais inacessíveis: disse Francisco este 27 de agosto, no Angelus deste XXI Domingo do Tempo Comum.

Jesus não quer ser um protagonista da história, mas do seu hoje, do meu hoje; não um profeta distante, Jesus quer ser o Deus próximo! Foi o que disse o Papa no Angelus ao meio-dia deste Domingo, XXI do Tempo Comum, em que refletiu sobre o Evangelho do dia.

Quem sou eu para vós agora?

Na alocução que precedeu a oração mariana rezada com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, Francisco apresentou a pergunta que Jesus faz a seus discípulos: "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?"

Essa é uma pergunta que também podemos nos fazer: o que as pessoas dizem sobre Jesus? Em geral, coisas boas - ressaltou Francisco: muitos o veem como um grande mestre, como uma pessoa especial: boa, justa, coerente, corajosa... Mas isso é suficiente para entender quem é e, sobretudo, é suficiente para Jesus? Não.

De fato, prosseguiu o Pontífice, se Ele fosse apenas um personagem do passado - como as figuras mencionadas no Evangelho, João Batista, Moisés, Elias e os grandes profetas eram para as pessoas da época -, seria apenas uma bela lembrança de um tempo que se foi. E isso não agrada a Jesus. Por isso, logo em seguida, o Senhor faz aos discípulos a pergunta decisiva: "Mas vós, quem dizeis que eu sou?" Quem sou eu para vós agora?

Jesus está vivo e nos acompanha

Cristo não é uma lembrança do passado, mas o Deus do presente. Se fosse apenas um personagem histórico, imitá-lo hoje seria impossível: nós nos encontraríamos diante da grande vala do tempo e, sobretudo, diante de seu modelo, que é como uma montanha altíssima e inalcançável, querendo escalá-la, mas sem a capacidade e os meios necessários.

Em vez disso, ressaltou o Santo Padre, Jesus está vivo e nos acompanha, está ao nosso lado, oferece-nos a sua Palavra e a sua graça, que nos iluminam e restauram no caminho: Ele, guia experiente e sábio, tem a satisfação em nos acompanhar nos caminhos mais difíceis e nas subidas mais inacessíveis.

Queridos irmãos e irmãs, na estrada da vida não estamos sozinhos, porque Cristo está conosco e nos ajuda em nosso caminho, como fez com Pedro e os outros discípulos. É justamente Pedro, no Evangelho de hoje, que entende isso e, pela graça, reconhece em Jesus "o Cristo, o Filho do Deus vivo": não um personagem do passado, mas o Cristo, ou seja, o Messias, aquele que é esperado no presente; não um herói morto, mas o Filho do Deus vivo, feito homem e que veio compartilhar as alegrias e as fadigas do nosso caminho.

Estendamos a mão uns aos outros

Não desanimemos, portanto, se às vezes o cume da vida cristã parecer muito alto e o caminho muito íngreme. Olhemos para Jesus, que caminha ao nosso lado, que acolhe nossas fragilidades, compartilha nossos esforços e apoia seu braço firme e gentil em nossos ombros fracos. Com Ele por perto, também nós estendamos a mão uns aos outros e renovemos nossa confiança: com Jesus, o que sozinhos parece impossível não o é mais!

Hoje nos fará bem repetir a pergunta decisiva que sai de sua boca: "Vós quem dizeis que eu sou?". Em outras palavras: quem é Jesus para mim? Um grande personagem, um ponto de referência, um modelo inatingível? Ou o Filho Deus, que caminha ao meu lado, que pode me levar ao topo da santidade, onde não posso chegar sozinho? Jesus está realmente vivo em minha vida, Ele é meu Senhor? Eu me confio a Ele em momentos de dificuldade? Cultivo sua presença por meio da Palavra e dos Sacramentos? Deixo-me guiar por Ele, junto com meus irmãos e irmãs, na comunidade?

Maria, Mãe do caminho, ajude-nos a sentir seu Filho vivo e presente ao nosso lado, concluiu o Papa.

Raimundo de Lima – Vatican News



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sábado, 26 de agosto de 2023

Reflexão para o 21º Domingo do Tempo Comum:

Na face de Jesus, o rosto de Deus

“E vós, quem dizeis que eu sou?”

Frei Almir Guimarães

Todos os cristãos, em qualquer lugar e situação que se encontrem, estão convidados a renovar hoje mesmo seu encontro pessoal com Jesus Cristo, ou ao menos, a tomar a decisão de deixar-se encontrar por ele, de procurá-lo dia a dia, sem cessar. (Papa Francisco, A alegria do Evangelho, n.3)

 Jesus, Jesus Cristo, Cristo Jesus… quem ignora este nome? Trata-se de um nome e de uma figura familiar. Muitos de nós viemos ao mundo cercados de símbolos que para ele apontavam. Talvez, mesmo inconscientemente, deitados em nosso berço de bebê, fomos nos acostumando com um crucifixo diante dos olhos no quarto em que dormíamos. Depois nos disseram que era o “Papai do céu” (sic). Missas, quadros, crucifixos, imagens do Coração de Jesus. Ele foi entrando em nossas vidas. Bem ou não tão bem compreendido. Afeiçoamo-nos a ele. Talvez tenhamos vivido a vida toda de sua lembrança, como uma pessoa excepcional que vivera no passado e que com seus nascimento dividira as eras.

 Meio rapidamente fomos sendo levados a afirmar, no final da infância, que era Deus, poderoso, capaz de fazer milagres. Essa ideia daquele que opera gestos excepcionais talvez tenha ficado dentro de nós por um bom tempo. Quem sabe tenhamos nos acostumado a comungar todos os domingos. Algumas vezes com convicção. Outras vezes por costume e fomos perdendo o encanto com sua figura. Ele passou entrar na rotina da vida. Diria, quem dera que esteja enganado, muitos ficaram por ai num catolicismo de rotina, de ritos, de obrigações religiosas…em o encanto de terem abraçado a fé em Cristo.

 Nesse contexto é que surge a urgência de um encontro pessoal com Cristo Jesus. Verdade é que não poucos cristãos e não cristãos, em certos momentos cruciais de suas vidas, encontraram e encontram dentro de si uma sede louca de um Absoluto que apenas vislumbram. Passam a ser buscadores. Muitos encontram-se com o Evangelho e por detrás de suas páginas, dos eventos, encontros desencontros de seus personagens, começam a sentir um fascínio por Cristo Jesus e pelo Pai do qual ele fala com muito carinho. Querem conhecê-lo, juntam-se a pessoas que sinceramente buscam esse rabi da Galileia que tem palavras tão fortes, no dizer de Simão Pedro, “palavras de vida eterna”.

 Uns se deixam impressionar pelo diálogo de Jesus com a samaritana. Jesus insinua que tem uma água. Outros são daqueles que, como Zaqueu sobem a uma árvore para verem Jesus passar e esperam seu convite de entrar em nosso interior. Outros ainda sussurram a Jesus como o ladrão crucificado a seu lado: “Lembra-te de mim quando estiveres no teu reino”. Não posso deixar de lembrar a importância da parábola do Filho pródigo na vida de tantos e tantas. Sentem vontade de receber abraço apertado do Pai bondoso a convite da parábola contado por Jesus. Homem humano como ele não existiu. Digo bem humano: abraça as crianças, interrompe o caminho para atender a cegos, paralíticos, presta atenção na mulher que enterra seu filho único, chora a morte de Lázaro. Transpira suor e sangue. Humano. Não etéreo, não indiferente aos homens. Mas humano ao extremo. Alguém que ama, sai de si, anda atrás.

 Na sua fala mostra que vem do Pai, que ele e o Pai são um. Chora, dorme, senta-se à mesa, mas seu “lugar” é no Pai, com o Pai. Defende o homem, anda atrás do homem, humaniza a história porque foi mandado pelo amor do Pai. É caminho, verdade, água, pastor, pão. No alto da cruz é homem e Deus que dá a vida pelo homem. Amando até o fim diz a Adão, ali, elevado entre o céu e a terra: “Adão, homem, onde tu estás? Vê até que ponto te amo!”

 Somos cristãos, discípulos. Nossa vida está escondida no Ressuscitado. Vivemos, amamos, choramos, trabalhamos, sofremos, batalhamos por um mundo segundo o coração de Deus, alegram-nos com sua companhia na Palavra e no Pão, no rosto do irmãos. Ele vive…nossa vida se confunde com sua vida. Vemos em seu rosto, em seus gestos o rosto do PAI. A que teríamos a pretensão de ir se só ele tem palavras de vida eterna? Fazemos nossas as afirmações de Paulo que tem como lixo tudo o que não é Cristo Jesus e que afirma: “Pra mim, viver e Cristo”.

 “Antes de tudo, nós, crentes, devemos reavivar nossa adesão profunda à pessoa de Jesus Cristo. Só quando vivemos “seduzidos” por ele e trabalhados pela força regeneradora de sua pessoa, poderemos transmitir também hoje seu espírito e sua visão de vida. Do contrário, proclamaremos com os lábios doutrinas sublimes, mas continuaremos vivendo uma fé medíocre e pouco convincente” (Pagola, Mateus, p. 204).

Oração
Já que ressuscitou

Já que Cristo ressuscitoupodemos começar uma vida nova de mulheres e de homens ressuscitados, e irmãos agora mesmo.
Já que Cristo ressuscitoutemos seu Espírito entusiasta, e queremos trazê-lo bem visível para que contagie muitos.
Já que Cristo ressuscitouestamos em sua renovação permanente; é preciso transformar o mundo a partir dos fundamentos.
Já que Cristo ressuscitoué preciso construir uma cidade solidária onde o homem não seja lobo, mas companheiro e irmão.
Já que Cristo ressuscitoucremos numa terra nova onde haverá amor e casa para todos.

P.Loidi

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FREI ALMIR GUIMARÃES, OFM, ingressou na Ordem Franciscana em 1958. Estudou catequese e pastoral no Institut Catholique de Paris, a partir de 1966, período em que fez licenciatura em Teologia. Em 1974, voltou a Paris para se doutorar em Teologia. Tem diversas obras sobre espiritualidade, sobretudo na área da Pastoral familiar. É o editor da Revista “Grande Sinal”.

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                                                                          Reflexão: franciscanos.org.br     Banner: vaticannews.va

Vocação dos cristãos leigos e dos catequistas:

Os ministérios leigos na Igreja

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Neste mês vocacional, não poderíamos deixar de recordar e celebrar as vocações aos ministérios leigos na vida da Igreja, tendo presente que eles são os grandes protagonistas da vida da Igreja nas nossas comunidades. Neste ano em que celebramos o 3º Ano Vocacional da Igreja no Brasil, com o tema: “Vocação: Graça e Missão”, e o lema: “Corações ardentes, pés a caminho”, queremos louvar a agradecer a Deus pela participação ativa dos leigos e leigas na ação e na missão evangelizadora nas comunidades da nossa Diocese. 

O Documento de Aparecida diz que “todos os homens e mulheres batizados devem tomar consciência de que foram configurados com Cristo Sacerdote, Profeta e Pastor, através do sacerdócio comum do Povo de Deus. Devem sentir-se corresponsáveis na construção da sociedade segundo os critérios do Evangelho, com entusiasmo e audácia, em comunhão com seus Pastores” (DAp. p. 264). 

Quando visito as nossas comunidades, percebo sempre mais a importância dos ministérios leigos para manter viva a vida de fé do Povo de Deus, e o quanto contribuem na ação evangelizadora, para que a Igreja seja viva e atuante na sua missão. Sem o envolvimento dos leigos, o próprio apostolado dos sacerdotes não teria o êxito desejado ou teria um alcance bem mais reduzido. Por isso, quero manifestar a minha gratidão aos batizados que, vivendo a graça do Batismo, procuram testemunhar a fé em Cristo Jesus, através de uma vida de oração, mas também assumindo responsabilidades, vivendo a vocação aos ministérios na vida da comunidade. Para que uma comunidade possa crescer e fortalecer os vínculos de comunhão e fé entre os seus participantes, é necessário reconhecer a diversidade de carismas e dons que Deus deu a cada um. Mas é igualmente importante que estes carismas e dons sejam vividos no serviço e nos ministérios dos leigos, tendo presente o bem da comunidade e o compromisso de todo batizado com o Reino de Deus. 

A Igreja precisa constantemente cuidar da formação dos leigos, para que eles possam, à luz do Evangelho, ser também os protagonistas de uma Igreja em saída, sinodal, missionária e solidária. Tendo presente que, pelo batismo, eles também são chamados para levar ao mundo o testemunho de Jesus Cristo, sendo fermento do amor de Deus na sociedade. E o fazem com espírito de amor, de fé, de esperança e na gratuidade, por causa de Cristo Jesus. 

Mas os leigos também são chamados a descobrir e alimentar uma espiritualidade apropriada à sua vocação. Não se trata de fugir das realidades temporais para encontrar Deus, mas de encontrá-lo ali, em seu trabalho, junto à sua família e na sua comunidade. Não podemos esquecer que a espiritualidade cristã sempre terá por fundamento os mistérios da encarnação e da redenção de Jesus Cristo. 

Dom José Gislon - Bispo de Caxias do Sul (RS)

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Dia do Catequista 2023

A celebração do Dia do Catequista, designado pela Igreja para o quarto domingo de agosto, está se aproximando. No contexto da ação pastoral da vida eclesial, destaca-se a relevância da missão do catequista, que atua como autêntico propagador do Evangelho. Tal importância é ilustrada pelo próprio Jesus, que, antes de iniciar seu ministério de pregação, selecionou doze discípulos. Estes discípulos foram encarregados de disseminar a mensagem da boa nova, ou seja, de efetuar a evangelização global. 

O valor do número doze é evidentemente simbólico nas Escrituras Sagradas, representando totalidade e plenitude. A propagação desses doze discípulos cresceu de forma exponencial, e dentre eles emergiram os catequistas, homens ou mulheres que se dispõem a transmitir a mensagem de Cristo a diversas faixas etárias: crianças, adolescentes, jovens e adultos. O objetivo é promover uma catequese renovada, alinhada com os princípios do Concílio Ecumênico Vaticano II. 

Catequistas assemelham-se a Jesus Cristo, não apenas por compartilharem o projeto do Pai com os outros, mas também por aspirarem a formar discípulos missionários. O paralelo com Jesus se estende à abordagem de evangelização, catequese e apostolado. Assim como Ele, que inicialmente abordava aspectos cotidianos da vida para conduzir as pessoas à compreensão do Evangelho, os catequistas também seguem métodos similares. 

Quando Jesus instruiu seus discípulos a “ide e pregai o Evangelho a toda criatura”, estava, de fato, inaugurando um processo de catequese, um legado que permanece vigente até os tempos contemporâneos, replicado por sucessivas gerações. Em um mundo assolado por conflitos, violência e ambição desmedida, a receptividade à Palavra de Deus é escassa. Por essa razão, o trabalho árduo dos catequistas é altamente admirável atualmente. Eles desempenham um papel vital ao despertar a consciência das pessoas para a relevância contínua da Palavra de Deus, independentemente da era. 

O papel fundamental do catequista como educador da fé cristã é uma das principais missões dos batizados. O Papa Francisco enfatiza que ser catequista requer um amor crescente por Cristo e pelo povo. Ele também relembra a famosa frase de São Francisco: “Pregai sempre o Evangelho e, se necessário, use palavras”, destacando a importância do exemplo. Neste mês vocacional, é um momento oportuno para agradecer aos catequistas por seu serviço generoso e pedir que o Senhor envie mais operários para a messe da Igreja.  

Nossa esperança repousa sobre a dádiva de Deus, que concede suas bênçãos generosas aos catequistas, que se voluntariam para transmitir os princípios cristãos. Que eles continuem perseverando em sua missão de evangelização e alcancem êxito na formação de novos indivíduos comprometidos com a obra do Senhor. Assim, contribuirão para a construção de uma nova geração de discípulos-missionários por meio da escola da nova evangelização. Parabéns aos catequistas por sua contribuição valiosa! 

Saudações em Cristo Jesus!  

Dom Eurico dos Santos Veloso - Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

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sexta-feira, 25 de agosto de 2023

21º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e Reflexão
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1ª Leitura: Is 22,19-23

Leitura do Profeta Isaías:

Assim diz o Senhor a Sobna, o administrador do palácio: 19“Eu vou te destituir do posto que ocupas e demitir-te do teu cargo. 20Acontecerá que nesse dia chamarei meu servo Eliacim, filho de Helcias, 21e o vestirei com a tua túnica e colocarei nele a tua faixa, porei em suas mãos a tua autoridade; ele será um pai para os habitantes de Jerusalém e para a casa de Judá. 22Eu o farei levar aos ombros a chave da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém poderá fechar; ele fechará, e ninguém poderá abrir. 23Hei de fixá-lo como estaca em lugar seguro e aí ele terá o trono de glória na casa de seu pai”.

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Responsório: Sl 137

- Ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Completai em mim a obra começada!

- Ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Completai em mim a obra começada!

- Ó Senhor, de coração eu vos dou graças,/ porque ouvistes as palavras dos meus lábios!/ Perante os vossos anjos vou cantar-vos/ e ante o vosso templo vou prostrar-me.

- Eu agradeço vosso amor, vossa verdade,/ porque fizestes muito mais que prometestes;/ naquele dia, em que gritei, vós me escutastes/ e aumentastes o vigor da minha alma.

- Altíssimo é o Senhor, mas olha os pobres,/ e de longe reconhece os orgulhosos./ Ó Senhor, vossa bondade é para sempre!/ Eu vos peço: não deixeis inacabada/ esta obra que fizeram vossas mãos!

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2ª Leitura: Rm 1,33-36 
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:

Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus! Como são inescrutáveis os seus juízos e impenetráveis os seus caminhos! De fato, quem conheceu o pensamento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem se antecipou em dar-lhe alguma coisa, de maneira a ter direito a uma retribuição? Na verdade, tudo é dele, por ele e para ele. A ele a glória para sempre. Amém!

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Evangelho: Mt 16,13-20

Proclamação do Evangelho de São Mateus:

Jesus chegou à região de Cesareia de Filipe, e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?» Eles responderam: «Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros ainda, que é Jeremias, ou algum dos profetas.» Então Jesus perguntou-lhes: «E vocês, quem dizem que eu sou?» Simão Pedro respondeu: «Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.» Jesus disse: «Você é feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que lhe revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu lhe digo: você é Pedro, e sobre essa pedra construirei a minha Igreja, e o poder da morte nunca poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu, e o que você ligar na terra será ligado no céu, e o que você desligar na terra será desligado no céu.» Jesus, então, ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Messias.

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Reflexão do padre Johan Konings:

O poder das chaves

O Papa detém o “poder das chaves”, dizemos. Mas que significa isso? A liturgia de hoje nos proporciona maior compreensão a respeito. Pela 1ª leitura aprendemos que “o poder das chaves” significa a administração da casa ou da cidade. O administrador do palácio do rei, Sobna, será substituído por Eliacim, o qual receberá “as chaves da casa de Davi”. No evangelho, Pedro, em nome dos doze apóstolos, proclama Jesus Messias e Filho de Deus. Jesus, em compensação, proclama Pedro fundamento da Igreja e confia-lhe “as chaves do Reino dos Céus”. Dá-lhe também o poder de “ligar e desligar”, o que significa obrigar e deixar livre, ou seja, o poder de decisão na comunidade (em Mt 18,18, este poder é dado à Igreja como tal).

“As chaves do Reino dos Céus” é uma figura que significa o ministério/serviço pastoral, portanto, uma realidade no nível da fé. Nesta expressão, “Reino dos Céus” não é o céu como vida do além, mas o Reino de Deus (os judeus chamavam a Deus de “os Céus”). Trata-se do Reino de Deus entendido como comunidade, contraproposta às “portas do inferno”, a cidade do Satanás, que não prevalecerá contra a comunidade da qual Pedro recebe as chaves. Trata-se, pois, de duas cidades que se enfrentam aqui na terra. Pedro é o prefeito da cidade de Deus aqui na terra.

Pedro, respondendo pelos Doze, administra as responsabilidades da fé e da evangelização. Na medida em que a Igreja realiza algo do Reino de Deus neste mundo, Jesus pode dizer que Pedro tem “as chaves do Reino dos Céus”, isto é, do domínio de Deus. Ele administra a comunidade de Deus no mundo. Quem exerce este serviço hoje é o Papa, bispo de Roma e sucessor de Pedro.

Mas já os antigos romanos diziam: o prefeito não deve se meter nas mínimas coisas. Pedro e seus sucessores não exercem sua responsabilidade sozinhos. A responsabilidade ordinária está com os bispos como pastores das “igrejas particulares” (= dioceses). Pedro e seus sucessores devem cuidar especificamente dos problemas que dizem respeito a todas as igrejas particulares. O Papa é o “servo da Unidade”.

Há quem não gosta de que se fale em “poder” na Igreja; muito menos, no poder papal. Mas quem já teve de coordenar um serviço sabe que precisa de autoridade, pois, senão, nada acontece. No desprezo da “administração pastoral” da Igreja pode haver um quê de antiautoritarismo juvenil. Aliás, os jovens de hoje, pelo menos de modo confuso, já estão cansados do antiautoritarismo e percebem a falta de autoridade. Sem cair no autoritarismo de épocas anteriores, convém ter uma compreensão adequada da autoridade como serviço na Igreja. O evangelho nos ensina que essa autoridade tem um laço íntimo com a fé. Pedro é responsável pelo governo porque “respondeu pela fé” dos Doze.

Por outro lado, se é verdade que Pedro e seus sucessores têm a última palavra na responsabilidade pastoral, eles devem também escutar as “penúltimas” palavras de muita gente. Devemos chegar a uma obediência adulta na Igreja: colaborar com os responsáveis num espírito de unidade, sabendo que se trata de uma causa comum, que não é nossa, mas de Deus. Nem mistificação da autoridade, nem anarquia.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella:

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