domingo, 31 de janeiro de 2021

Papa no Angelus:

Jesus fala com autoridade, o Filho de Deus que cura

O Papa Francisco pediu novamente aos fiéis que carreguem no bolso, na bolsa um pequeno Evangelho para lê-lo durante o dia, para ouvir aquela palavra com autoridade de Jesus. “Todos nós temos problemas, peçamos a Jesus a cura de nossos pecados de nossos males”.

Silvonei José – Vatican News"A passagem do Evangelho deste domingo narra um dia típico do ministério de Jesus; em particular, é um sábado, um dia dedicado ao descanso e à oração": assim iniciou o Papa Francisco a sua alocução neste domingo que precedeu a Oração mariana do Angelus, recitada, como nos domingos precedentes, na Biblioteca do Palácio Apostólico no Vaticano, devido à pandemia de coronavírus.

Na sinagoga de Cafarnaum, - continuou o Papa - Jesus lê e comenta as Escrituras. Os presentes são atraídos pela maneira como ele fala; eles se maravilham porque ele demonstra uma autoridade diferente da dos escribas. Além disso, Jesus se revela poderoso também nas obras. De fato, um homem na sinagoga se volta contra ele, questionando-o como o Enviado de Deus; Ele reconhece o espírito maligno, ordena-lhe que saia daquele homem, e assim o expulsa.

Francisco afirma sem seguida que “aqui vemos os dois elementos característicos da ação de Jesus: a pregação e a obra taumatúrgica de cura”.

“Ambos os aspectos se destacam na passagem do evangelista Marcos, mas o mais destacado é o da pregação; o exorcismo é apresentado como uma confirmação da singular "autoridade" de Jesus e de seu ensinamento. Ele prega com autoridade própria, como alguém que possui uma doutrina que deriva de si mesmo, e não como os escribas que repetiam tradições precedentes e leis promulgadas. Eles repetiam palavras, palavras, apenas palavras - como cantava a grande Mina; eles eram assim. Apenas palavras. Ao invés em Jesus, a palavra tem autoridade, Jesus tem autoridade. E isto toca o coração”. 

Por que? Pergunta o Papa. Porque a Sua palavra realiza o que Ele diz. Porque Ele é o profeta definitivo. Mas por que eu digo isto, - interrogou Francisco - que Ele é o profeta definitivo? Recordemos a promessa de Moisés: Moisés diz: "depois de mim, no futuro, virá um profeta como eu - como eu! - que ensinará vocês". Moisés anuncia Jesus como o profeta definitivo.

“O ensinamento de Jesus tem a mesma autoridade de Deus que fala; de fato, com um único comando, ele liberta facilmente o possuído do maligno e o cura. Por isso ele fala não com autoridade humana, mas com autoridade divina, porque tem o poder de ser o profeta definitivo, isto é, o Filho de Deus que nos salva, nos cura a todos”.

O Pontífice em seguida disse que o segundo aspecto, o da cura, mostra que a pregação de Cristo tem como objetivo derrotar o mal presente no homem e no mundo.

“Sua palavra - disse - aponta diretamente contra o reino de Satanás, o coloca em crise e o faz recuar, o obriga a sair do mundo. Aquele homem possuído, alcançada pelo comando do Senhor, é libertado e transformado em um nova pessoa. Além disso, a pregação de Jesus pertence a uma lógica oposta à do mundo e do mal: suas palavras se revelam como a perturbação de uma ordem errada de coisas. O demônio presente no homem possuído, de fato, grita quando Jesus se aproxima: "Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir"? Estas expressões indicam a total estranheza entre Jesus e Satanás: eles estão em planos completamente diferentes; não há nada em comum entre eles; são o oposto um do outro”.

"Jesus fala com autoridade, o Filho de Deus que cura". Nós ouvimos as palavras de Jesus que tem autoridade, "não se esqueçam - disse o Papa – carreguem no bolso, na bolsa um pequeno Evangelho para lê-lo durante o dia, para ouvir aquela palavra com autoridade de Jesus". “Todos nós temos problemas, peçamos a Jesus a cura de nossos pecados de nossos males”.

A Virgem Maria – concluiu o Papa - sempre conservou em seu coração as palavras e os gestos de Jesus, e o seguiu com total disponibilidade e fidelidade. “Que ela também nos ajude a ouvi-Lo e a segui-Lo, para que possamos experimentar em nossas vidas os sinais de sua salvação”.

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Assista:

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Novo programa da Igreja no Brasil,

o “Igreja em Saída”, estreia nas TVs Aparecida e Pai Eterno

Na próxima segunda-feira, dia 1º de fevereiro, véspera da Festa da Apresentação do Senhor, estreia o programa “Igreja em Saída – Igreja no Brasil”, nas TVs Aparecida e Pai Eterno. A atração também será transmitida por emissoras de rádios e redes sociais.

O programa será exibido de segunda a sexta-feira, de 11h35 às 11h45, com apresentação do jornalista Zé Eymard. A proposta, de acordo com ele, é apresentar aos telespectadores o trabalho realizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), seus regionais e o de leigos em diversas pastorais da Igreja no Brasil e movimentos.

“O grande objetivo é seguir realmente esta identidade do magistério do Papa Francisco – o de ser Igreja em Saída -, e mostrar todo o trabalho que acontece na Igreja presente no nosso país e que tem esse objetivo do encontro/do contato com o outro, então o programa tem essa questão de ser nestes 10 minutos um ponto de encontro da Igreja no Brasil para apresentar essa Igreja em saída em suas diversas atividades”.

Ainda, conforme o apresentador, o programa terá entrevistas ao vivo com bispos, coordenadores, leigos. “A própria CNBB, por meio de sua assessoria de imprensa, terá uma participação conosco trazendo as notícias em destaque da Conferência”, explicou Zé Eymard.

No próximo dia 02 de fevereiro, Dia da Vida Consagrada, Zé revelou que o programa contará com matérias especiais sobre histórias de congregações de religiosos e religiosas. “Nosso objetivo é mostrar a cara da Igreja no Brasil de diversas maneiras”, finalizou.

Comunicação Integrada

O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, dom Joaquim Giovani Mol, afirmou que o programa “Igreja em Saída – Igreja no Brasil” estará à disposição das Comissões Episcopais, dos Regionais, das Pastorais, dos GTs, dos Organismos que fazem viva a Igreja no Brasil.

Será um programa de notícias, informações, experiências, esclarecimentos, mobilizações, campanhas… todo ele permeado da espiritualidade cristã católica e o que ela tem de melhor e também da formação cristã para uma Igreja de adultos.

Dom Mol disse, ainda, que o programa pretender apresentar a Igreja em Saída, sob o magistério do Papa Francisco, dos Bispos do Brasil, iluminados pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.

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Reflexão para

o 4º Domingo do Tempo Comum

Podemos intuir que os escolhidos por Deus, para o serviço do povo, deverão ser pessoas que conheçam intimamente o próprio povo, com suas características e modo de atuar. Nesse serviço de embaixadores da Palavra de Deus, a fidelidade é exigida ao máximo.

Continuamos a refletir sobre a vocação e a missão dos líderes na condução do Povo de Deus ao Reino de Justiça e de Paz. Na primeira leitura de nossa liturgia para este domingo, encontramos como primeira leitura, a perícope extraída do Deuteronômio 18, 15-20, onde o grande Moisés comunica ao povo que o Senhor irá suscitar um profeta como ele, a quem deverão escutar. Como aprendemos com a Carta aos Hebreus, 5, 1:”todo sumo sacerdote, tirado do meio dos homens é constituído em favor dos homens em suas relações com Deus.”, também o profeta prometido por Moisés, será tirado do meio do povo.

Podemos intuir que os escolhidos por Deus, para o serviço do povo, deverão ser pessoas que conheçam intimamente o próprio povo, com suas características e modo de atuar. Nesse serviço de embaixadores da Palavra de Deus, a fidelidade é exigida ao máximo. Por isso, se vejo o missionário, o envidado de Deus, como um de nós, devo, contudo, ter consciência de que ele fala em nome do Senhor. Ouvi-lo, levam em consideração o que diz, será atitude salvadora, não ouvi-lo, será mortal!

O Evangelho, extraído de Marcos 1, 21-28 no fala que Jesus “ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei”. Jesus é mais que um simples missionário, que um vocacionado a liderar o Povo de Deus. Jesus é o Profeta, o Mestre, o Missionário, é a Palavra Viva do Pai, Palavra encarnada como um homem, para agir em favor de todos os homens, seus irmãos. Por isso, ele ensinava com autoridade e agia de modo livre, libertador, em favor de seus irmãos. A cura relatada neste trecho, nos mostra seu poder redentor.

Na segunda leitura, 1 Coríntios 7, 32-35, Paulo nos fala da praticidade de ser solteiro, em relação à missão. Os casados, por dever de estado deverão se preocupar com o cônjuge, contudo, o “não casado” só tem o zelo pelo Reino e pode viver sua missão, sem estar internamente divido. Como entendemos isso, se sabemos de pessoas consagradas ao Reino que são fechadas e não se abrem ao novo, por outro lado, muitos casados exercem brilhantemente a liderança comunitária e continuam sendo excelentes membros da família, cumprindo com suas obrigações?

Paulo se dirige a uma comunidade oriunda de um pensamento onde a vida celibatária era desprezada enquanto a de casados, altamente elogiada por causa da multiplicação de membros para compor as tribos e a posse da terra. De modo algum, Paulo não afirma que um estado é melhor que o outro. Afirma sim que a vida de casado tem obrigações que jamais poderão ser deixadas de lado e que a vida celibatária proporciona uma vida inteiramente consagrada ao serviço explicito do Senhor, testemunham isso. Por outro lado, ser casado, ser bem casado testemunha o amor de Deus na vida conjugal e na paternidade responsável e em nada difere em consagração ao Reino de Deus. Todos são batizados, todos foram ungidos com o óleo que os tornou semelhantes ao Cristo Sacerdote, Profeta e Pastor. Todos tem a mesma vocação, a mesma missão. Apenas, enquanto os casados testemunham a beleza de uma doação ao Cristo, através de seu cônjuge, o celibatário pelo Reino, testemunha a realidade que está por vir, onde todos serão tudo em Deus e não haverá nem marido e nem mulher, mesmo reconhecendo quem foi seu cônjuge e aqueles que foram seus filhos, mas apenas vivenciando eternamente a doação ao Cristo Senhor!

Portanto, nossa reflexão se conclui com a concretização da vocação, da missão, envolvendo o ser humano todo, inclusive sua vida afetiva.

                                                                                                             Pe. Cesar Augusto, SJ

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sábado, 30 de janeiro de 2021

CNBB promove na próxima terça-feira (2),

Dia de Oração diante da Pandemia do Covid-19

No próximo dia 2 de fevereiro, sob o mote central “Manter a luz da Esperança”, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza o Dia de Oração diante da pandemia da covid-19. Na liturgia da Igreja, o dia marca a festa da Apresentação de Jesus no templo e também é dedicado à memória de Nossa Senhora da Luz.

Segundo o bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, a data foi escolhida pela entidade para pedir a intercessão da virgem Maria e de São José para fortalecer a esperança dos brasileiros frente às incertezas provocadas pelo contexto imposto ao mundo pelo novo Coronavírus. “Queremos, com este dia de Oração, pedir a Deus para alimentar a nossa esperança e ânimo para nos mantermos firmes no enfrentamento à pandemia”, disse.

Como símbolo e para estar em comunhão, a CNBB pede que, durante a programação do dia, os fiéis acendam uma vela. À noite, durante a oração do terço, pede-se que a vela, protegida contra o vento, seja colocada em um lugar visível, em uma janela, por exemplo. A ideia, segundo dom Joel, é que, ainda que pequena, a luz se irradie para as outras pessoas como sinal de esperança. Pode-se compartilhar, nas redes sociais, uma foto com a hashtag #LuzdaEsperança.

Programação do Dia de Oração

A programação tem início às 9h, com uma Missa no Santuário Nossa Senhora da Piedade, na capital mineira, presidida pelo arcebispo da arquidiocese de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo. Às 17h, a CNBB realiza uma live que buscará refletir sobre as fontes que alimentam o ânimo e a esperança neste tempo de pandemia.

Participam desta live, o frei Paulo Batista, membro da Fraternidade São Francisco de Assis na providência de Deus; Salésio e Angelita, casal da Pastoral da Família de Santa Catarina; Mariana Azevedo, da Pastoral dos Surdos; Artur Vinícius e Estephany Maria da Silva, adolescentes da Infância Missionária; e a Cristiane Araújo Queiroz, secretária executiva do Regional Norte 2 da CNBB. O momento poderá ser acompanhado pelas redes sociais da CNBB.

Direto do Santuário Nacional de Aparecida (SP), às 19h, será realizado o Terço. Para este momento, a CNBB pede que em cada casa seja, dentro do possível, colocada uma vela acesa em uma das janelas. A oração do terço será transmitida, ao vivo, pela TV Aparecida. A programação encerra-se às 21h, com a Oração da Noite, rezada da Capela Nossa Senhora Aparecida, na sede da CNBB, em Brasília, pelo secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado e convidados. A atividade será transmitida ao vivo pelas redes sociais.

Momentos de Oração:

• 9h – MISSA do Santuário Nossa Senhora da Piedade, presidida pelo presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, gerada pela TV Horizonte e retransmitida pelas tvs católicas Evangelizar, Nazaré e Pai Eterno.
• 17h – LIVE sobre as fontes de ânimo em tempo de pandemia, com transmissão pelas redes sociais da CNBB.
• 19h – TERÇO do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, transmitido pela TV Aparecida. Para este terço, a CNBB pede que em cada casa seja, dentro do possível, colocada uma vela acesa em uma das janelas, de modo que, ainda que pequena, a luz irradie para as outras pessoas.
• 21h – ORAÇÃO DA NOITE, da Capela Nossa Senhora Aparecida, na sede da CNBB, em Brasília, com transmissão pelas redes sociais da CNBB.

SERVIÇO:
Dia de Oração diante da pandemia: “Manter a luz Esperança”
Data: 2 de fevereiro de 2021, terça-feira
Horários: Às 9h, 17h, 19h e 21h.
Contato: Assessoria de Comunicação da CNBB – Assessora de Comunicação: Manuela Castro – Contato: 61-61 9.8118-3978

Acompanhe nas redes sociais da CNBB:
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Baixe o roteiro e Celebre com sua Família

o 4º Domingo do Tempo Comum

Está disponível o roteiro Celebrar em Família para o 4º Domingo do Tempo Comum. O material é oferecido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Neste ano, o 4º Domingo Comum será celebrado no dia 31 de janeiro. A liturgia propõe a escuta da Palavra de Deus, que destaca nessa celebração a pregação de Jesus carregada de autoridade. O convite é que, ao ouvir Jesus, “possamos dar continuidade em sua missão salvadora e nos comprometermos com o seu Reino”.

Pandemia

O roteiro Celebrar em família tem ajudado diversas pessoas impossibilitadas por motivo de saúde ou idade, ou porque pertencem ao denominado ‘grupo de risco’ que necessitam se abster-se de participar das celebrações comunitárias dominicais durante a pandemia do novo coronavírus. Mesmo com os muitos os horários de transmissão de missas pela TV, rádio e internet, os fiéis são chamados a viver a dignidade de povo sacerdotal conferida pelo batismo. Assim, “podemos não só acompanhar, mas CELEBRAR com nossas famílias o Dia do Senhor”.

A Comissão para a Liturgia da CNBB orienta que seja escolhido na casa um local adequado para os membros da família celebrarem e rezarem juntos. E ainda: “Prepare sua Bíblia com o texto a ser proclamado, um vaso com flores, um crucifixo, uma imagem ou ícone de Nossa Senhora e uma vela a ser acesa no momento da celebração”.

BAIXE AQUI O ROTEIRO PARA A CELEBRAÇÃO EM FAMÍLIA

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Papa Francisco:

quem não segue o Concílio não está na Igreja

Um forte discurso com extensos acréscimos, foi dirigido pelo Papa Francisco àqueles que colaboram com o Escritório Catequético Nacional italiano no 60º aniversário de seu nascimento. Francisco enfatizou a necessidade de ação, lembrando que o Concílio é magistério da Igreja e deve ser seguido. Depois, o convite à Igreja italiana para lançar um Sínodo nacional.

Adriana Masotti, Silvonei José – Vatican NewsA ocasião da audiência do Papa Francisco, na manhã deste sábado (30), aos membros do Escritório Catequético da Conferência Episcopal Italiana é o 60º aniversário do início de sua atividade, destinada a apoiar a Igreja italiana no campo, precisamente, da catequese após o Concílio Vaticano II. Um aniversário não só serve como um lembrete, mas também é uma oportunidade para "renovar o espírito de anúncio", disse o Papa em seu discurso, e por esta razão ele disse querer "compartilhar três pontos que eu espero que os ajudem no trabalho dos próximos anos".

No coração da catequese, a pessoa de Jesus

O primeiro ponto é: catequese e kerygma. "A catequese é o eco da Palavra de Deus", afirmou o Papa, e através da Sagrada Escritura proclamada, cada pessoa entra a fazer parte "da mesma história de salvação" e com sua própria singularidade "encontra seu próprio ritmo". Francisco enfatizou que o coração do mistério da salvação é o kerygma, e que o kerygma é uma pessoa: Jesus Cristo. A catequese deve "favorecer o encontro pessoal com Ele" e, portanto, não pode ser feita sem relações pessoais.

Não existe uma verdadeira catequese sem o testemunho de homens e mulheres em carne e osso. Quem entre nós não se recorda de pelo menos um de seus catequistas? Eu me recordo. Recordo-me da irmã que me preparou para a minha primeira comunhão e me fez muito bem. Os primeiros protagonistas da catequese são eles, mensageiros do Evangelho, muitas vezes leigos, que se põem em jogo com generosidade para compartilhar a beleza de ter encontrado Jesus. "Quem é o catequista? Ele é aquele que guarda e alimenta a memória de Deus; ele a guarda em si mesmo – ele guarda a memória da história da salvação - e ele sabe como despertar essa memória nos outros. Ele é um cristão que põe esta memória a serviço do anúncio; não para ser visto, não para falar de si mesmo, mas para falar de Deus, de seu amor, de sua fidelidade".

O anúncio é o amor de Deus na linguagem do coração

O Papa então indicou algumas características que o anúncio deve possuir hoje, isto é, que saiba revelar o amor de Deus diante de toda obrigação moral e religiosa; que não se impõe, mas leva em conta a liberdade; que testemunha a alegria e a vitalidade. Para isso, aquele que evangeliza deve expressar "proximidade, abertura ao diálogo, paciência, acolhimento cordial que não condena". E falando do catequista, Francisco acrescentou, improvisando, que "a fé deve ser transmitida em dialeto", explicando que se referia ao "dialeto da proximidade", ao dialeto que é compreendido pelo povo ao qual se dirige:

Toca-me muito aquela passagem de Macabeus, dos Sete Irmãos. Duas ou três vezes eles disseram que sua mãe os apoiava, falando com eles em dialeto. É importante: a verdadeira fé deve ser transmitida em dialeto. Os catequistas devem aprender a transmiti-la em dialeto, ou seja, aquela linguagem que vem do coração, que nasce, que é a mais familiar, a mais próxima de todos. Se não houver dialeto, a fé não é transmitida totalmente e bem.

A catequese está sempre escutando o coração do homem

O segundo ponto indicado pelo Papa Francisco é: catequese e futuro. Recordando o 50º aniversário do documento "A Renovação da Catequese", com o qual a Conferência Episcopal Italiana recebeu as indicações do Concílio, celebrado no ano passado, Francisco citou algumas palavras do Papa Paulo VI nas quais convidava a Igreja italiana a olhar com gratidão para o Concílio, que dizia "será o grande catecismo dos novos tempos" e observou como a tarefa constante da catequese é "compreender estes problemas que surgem do coração do homem, para levá-los de volta à sua fonte escondida: o dom do amor que cria e salva". Francisco, portanto, reiterou que a catequese inspirada pelo Concílio é "sempre com um ouvido atento, sempre atento a renovar-se". E a propósito do Concílio, acrescentou uma extensa reflexão:

O Concílio é magistério da Igreja. Ou você está com a Igreja e, portanto, segue o Concílio, e se não segue o Concílio ou o interpreta à sua maneira, à sua própria vontade, você não está com a Igreja. Temos que ser exigentes e rigorosos neste ponto. O Concílio não deve ser negociado para ter mais destes... Não, o Concílio é assim. E este problema que estamos enfrentando, da seletividade do Concílio, se repetiu ao longo da história com outros Concílios. Para mim, isso me faz pensar tanto num grupo de bispos que depois do Vaticano I foram embora, um grupo de leigos, grupos ali, para continuar a "verdadeira doutrina" que não era a do Vaticano I. "Nós somos os verdadeiros católicos" ... Hoje eles ordenam mulheres. A atitude mais severa para custodiar a fé sem o magistério da Igreja, nos leva à ruína. Por favor, nenhuma concessão para aqueles que tentam apresentar uma catequese que não esteja de acordo com o Magistério da Igreja.

A catequese, disse o Papa, retomando a leitura do discurso, deve se renovar para afetar todas as áreas do cuidado pastoral. E recomendou:

Não devemos ter medo de falar a linguagem das mulheres e dos homens de hoje. Sim, de falar a linguagem fora da Igreja: disso, devemos ter medo. Não devemos ter medo de falar a linguagem do povo. Não devemos ter medo de ouvir suas perguntas, sejam elas quais forem, suas questões não resolvidas, de ouvir suas fragilidades e suas incertezas: disso, não temos medo. Não devemos ter medo de desenvolver instrumentos novos.

Redescobrir o sentido de comunidade

A catequese e a comunidade representam o terceiro ponto, um ponto de particular relevância em um tempo que, por causa da pandemia, tem visto um crescimento isolado e uma sensação de solidão. O vírus", disse o Papa, "escavou no tecido vivo de nossos territórios, especialmente os existenciais, alimentando medos, suspeitas, desconfianças e incertezas". Tem minado práticas e hábitos estabelecidos e assim nos provoca a repensar o nosso ser comunitário". Também nos fez compreender que só juntos podemos avançar, cuidando uns dos outros. O senso de comunidade deve ser redescoberto.

A catequese e o anúncio não podem deixar de colocar esta dimensão comunitária no centro. Este não é o momento para estratégias elitistas. E a grande comunidade: qual é a grande comunidade? O povo santo e fiel de Deus. (...) Este é o momento de sermos artesãos de comunidades abertas que sabem valorizar os talentos de cada um. É o tempo das comunidades missionárias, livres e desinteressadas, que não buscam importância e vantagem, mas que percorrem os caminhos do povo de nosso tempo, dobrando-se sobre aqueles que estão à margem. É o momento para as comunidades que olham nos olhos os jovens decepcionados, que acolhem os estranhos e dão esperança aos desanimados. É o momento para as comunidades que dialogam destemidamente com aqueles que têm ideias diferentes. É o momento para as comunidades que, como o Bom Samaritano, sabem como estar perto daqueles feridos pela vida, para enfaixar suas feridas com compaixão.

Uma catequese que acompanha e acaricia

Repetindo o que ele disse no Encontro Eclesial de Florença, Francisco reiterou seu desejo de uma Igreja "cada vez mais próxima dos abandonados, dos esquecidos, dos imperfeitos", uma Igreja alegre que "compreenda, acompanhe, acaricie". Isto, continuou, também se aplica à catequese. E fez um convite à criatividade para uma proclamação centrada no kerygma, "que olha para o futuro de nossas comunidades, para que sejam cada vez mais enraizadas no Evangelho, fraternas e inclusivas".

A Igreja italiana inicie um Sínodo nacional

Finalmente, cinco anos após o Encontro de Florença, Francisco convidou a Igreja italiana a iniciar um processo sinodal em nível nacional, comunidade por comunidade, diocese por diocese. "Também este processo será uma catequese. No Encontro de Florença há precisamente a intuição do caminho a ser percorrido neste Sínodo. Agora, retomou: é o momento. E começar a caminhar".

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

4º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: Dt 18,15-20

Leitura do Livro do Deuteronômio:

Moisés falou ao povo, dizendo: “O Senhor teu Deus fará surgir para ti, da tua nação e do meio de teus irmãos, um profeta como eu: a ele deverás escutar. Foi exatamente o que pediste ao Senhor teu Deus, no monte Horeb, quando todo o povo estava reunido, dizendo: ‘Não quero mais escutar a voz do Senhor meu Deus, nem ver este grande fogo, para não acabar morrendo’.

Então o Senhor me disse: ‘Está bem o que disseram. Farei surgir para eles, do meio de seus irmãos, um profeta semelhante a ti. Porei em sua boca as minhas palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu lhe mandar. Eu mesmo pedirei contas a quem não escutar as minhas palavras que ele pronunciar em meu nome. Mas o profeta que tiver a ousadia de dizer em meu nome alguma coisa que não lhe mandei ou se falar em nome de outros deuses, esse profeta deverá morrer’”. 

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 Salmo Responsorial: 94
- Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus!

- Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus!

- Vinde, exultemos de alegria no Senhor,/ aclamemos o Rochedo que nos salva!/ Ao seu encontro caminhemos com louvores,/ e com cantos de alegria o celebremos!

- Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra,/ e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!/ Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor,/ e nós somos o seu povo e seu rebanho,/ as ovelhas que conduz com sua mão.

- Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:/ “Não fecheis os corações como em Meriba,/ como em Massa, no deserto, aquele dia,/ em que outrora vossos pais me provocaram,/ apesar de terem visto as minhas obras”.

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2ª Leitura: 1Cor 7,32-35

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:

Irmãos: Eu gostaria que estivésseis livres de preocupações. O homem não casado é solícito pelas coisas do Senhor e procura agradar ao Senhor. O casado preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar à sua mulher e, assim, está dividido. Do mesmo modo, a mulher não casada e a jovem solteira têm zelo pelas coisas do Senhor e procuram ser santas de corpo e espírito. Mas a que se casou preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar ao seu marido.

Digo isto para o vosso próprio bem e não para vos armar um laço. O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações.

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Evangelho:  Mc 1,21-28
Leitura do Evangelho de São Mateus:

Na cidade de Cafarnaum, num dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei.

Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!” Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia.

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Reflexão do Pe. Johan Konings:

O profeta do reino de Deus

Jesus é o profeta do Reino de Deus. Mas que é um profeta? Conforme a 1ª leitura, o profeta é mediador e porta-voz de Deus. Os antigos israelitas, vivendo ao lado dos cananeus, estavam tentados a consultar, como estes, as divindades dos “lugares altos” por aí (que supostamente conheciam bem as necessidades locais). Consultavam os sortilégios, os búzios, os necromantes que evocavam espíritos etc. Não eram muito diferentes de muitos dos nossos contemporâneos.

Diante disso, Moisés lhes lembra que, quando da manifestação de Deus no monte Sinai (Ex 19), eles tiveram tanto medo que Deus precisou estabelecer um intermediário para falar com eles: o primeiro profeta bíblico, ele mesmo. Em vista disso, sempre haveria profetas em Israel para serem mediadores e porta-vozes de Deus, de modo que os israelitas não precisariam mais consultar os deuses de Canaã, nos santuários locais. O profeta é aquele que fala com a autoridade de Deus, que o envia. Muitas vezes, sua palavra é corroborada por Deus por meio de milagres, “sinais”.

No evangelho, Jesus é apresentado como porta-voz de Deus e de seu Reino. Deus mostra que está com ele. Dá-lhe poder de fazer sinais: na sinagoga de Cafarnaum, Jesus expulsa um demônio, e o povo reconhece sua autoridade profética: “Um ensinamento novo, dado com autoridade…” (Mc 1,27). Ora, os sinais milagrosos servem para mostrar a autoridade do profeta, mas não são propriamente sua missão. Servem para mostrar que Deus está com ele, mas sua tarefa não é fazer coisas espantosas. Sua tarefa é ser porta-voz de Deus. Jesus não veio para fazer milagres, e sim, para nos dizer e mostrar que Deus nos ama e espera que participemos ativamente de seu projeto de amor. Por outro lado, os sinais, embora não sejam sua tarefa propriamente, não deixam de revelar um pouco em que consiste o reino que Jesus anuncia. São sinais da bondade de Deus.

Jesus nunca faz sinais danosos para as pessoas (como as pragas do Egito que aconteceram pela mão de Moisés). O primeiro sinal de Jesus, em Mc, é uma expulsão de demônio. A obsessão demoníaco simboliza o mal que toma conta do ser humano sem que este o queira. Libertando o endemoninhado do seu mal, Jesus demonstra que o Reino por ele anunciado não é apenas apelo livre à conversão de cada um, mas luta vitoriosa contra o mal que se apresenta maior que a gente.

O mal que é maior que a gente existe também hoje: a crescente desigualdade social, a má distribuição da terra e de seus produtos, a lenta asfixia do ambiente natural por conta das indústrias e da poluição, a vida insalubre dos que têm de menos e dos que têm demais, a corrupção, o terror, o tráfico de drogas, o crime organizado, o esvaziamento moral e espiritual pelo mau uso dos meios de comunicação… Esses demônios parecem dominar muita gente e fazem muitas vítimas. O sinal profético de Jesus significa a libertação desse mal do mundo, que transcende nossas parcas forças. E sua palavra, proferida com a autoridade de Deus mesmo, nos ensina a realizar essa libertação.

Como Jesus, a Igreja é chamada a apresentar ao mundo a Palavra de Deus e o anúncio de seu Reino. Como confirmação dessa mensagem, deve também demonstrar, em sinais e obras, que o poder de Deus supera o mal: no empenho pela justiça e no alívio do sofrimento, no saneamento da sociedade e na cura do meio ambiente adoentado. Palavra e sinal, eis a missão profética da Igreja hoje.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atua como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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                                                      Fonte e ilustração: franciscanos.org.br       Banner: cnbb.org.br