sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Papa Francisco na missa desta manhã:

"Acompanhar, e não condenar, casais que fracassam no amor" 

Cidade do Vaticano (RV) – A capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, estava repleta na manhã desta sexta-feira, 28, como todos os dias em que o Papa celebra a missa da manhã. Comentando a leitura do Evangelho, Francisco dedicou sua homilia à beleza do matrimônio e advertiu que se deve acompanhar – e não condenar – aqueles que fracassam no amor. 
O Pontífice iniciou relatando que no Evangelho de Marcos, os fariseus vão a Jesus e lhes apresentam o problema do divórcio, questionando se era lícito ou não.
Estejamos próximos
dos casais que fracassaram no amor
“Jesus respondeu explicando aos fariseus porque Moisés havia feito aquela lei. Deixando a casuística de lado, ele vai ao centro do problema e chega aos dias da Criação. A casuística é uma armadilha: por detrás da mentalidade de reduzir tudo a casos, existe sempre uma armadilha contra as pessoas e contra Deus, sempre!”. 
O Papa citou depois a referência ao Gênesis: “Desde o princípio da Criação, ele os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará o seu pai e a sua mãe, e os dois serão uma só carne”. 
“Deus – disse o Papa – não queria que o homem ficasse sozinho, queria uma companheira para seu caminho. O encontro de Adão com Eva é ‘momento poético’. Por outro lado, esta obra de arte do Senhor não acaba ali, nos dias da Criação, porque o Senhor escolheu este ícone para explicar o seu Amor pelo povo”. 
“Quando Paulo deve explicar o mistério de Cristo, se refere à sua Esposa, porque Cristo é casado, casado com a Igreja, seu povo. Como o Pai havia se casado com o Povo de Israel, Cristo se casou com o seu povo. Esta é a história do amor, e diante deste caminho de amor, deste ícone, a casuística decai e se transforma em dor. “Quando deixar o pai e a mãe e unir-se numa só carne se transforma num fracasso – e isso pode acontecer – devemos acompanhar as pessoas que sofrem por terem fracassado no próprio amor. Não condenar, mas caminhar com eles e não fazer casuística com eles”. 
“Deus abençoou esta obra de arte de sua Criação, e nunca retirou a sua benção.. nem o pecado original a destruiu! Quando se pensa nisso, se vê “como é lindo o amor, o matrimônio, a família; como é bonito este caminho e como devemos estar próximos de nossos irmãos e irmãs que tiveram a desgraça de um fracasso no amor”. (CM)
                                                                                              Fonte: radiovaticana.va
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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Reflexão muito oportuna

Vestir a fantasia da caridade neste carnaval

O bem aventurado Papa João Paulo II na sua Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte afirmava no nº 50: "É hora de uma nova fantasia da caridade que se manifeste não só na eficácia dos socorros prestados, mas na capacidade de pensar e ser solidário com quem sofre, de tal modo que o gesto de ajuda seja sentido, não como esmola humilhante, mas como partilha fraterna". 
Nestes dias de carnaval que se aproximam não podemos esquecer que nossa fantasia e nossa veste é o amor cristão que nos leva a tratar as pessoas como preciosas, e por isso mesmo a abstermos de todo abuso, exploração, manipulação ou violência. Isto implica o cuidado amoroso e fraterno, a compaixão e a mansidão como expõe São Paulo na Carta aos Colossenses 3,12, que nos torna para os outros em sinal de proteção e respeito generoso.
Seria um aberrante anti testemunho, que um cristão se deixasse levar pela devassidão, a irresponsabilidade e as artimanhas do inimigo. Pelo contrário cabe aos seguidores de Cristo mostrar o sentido da verdadeira alegria, que a festa que nos faz experimentar a felicidade passa pela vivência da ternura, da bondade e do saber conviver e compartilhar juntos.
O Evangelho é sempre Boa Nova, para todas as circunstâncias e situações, especialmente aquelas que anseiam pela espontaneidade, completude e inteireza do ser, manifestando a pessoa humana, como festeira e chamada a participar do Banquete do Reino. Que possamos como São João Batista pular de júbilo diante do Senhor, dançar como o Rei Davi diante da Arca, celebrar a vida com Jesus Mestre da comensalidade solidária, mas sempre louvando a Deus com nossas palavras, atitudes e gestos.
Que sejamos portadores e promotores da cultura da paz, do cuidado e da dádiva para todos/as no Carnaval deste ano. Deus seja louvado!
                                  Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo de Campos (RJ)
                                                                                                          Fonte: a12.com
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Papa na homilia desta quinta-feira:

"Cristãos incoerentes, escândalo que mata"

Cidade do Vaticano (RV) – “Um cristão incoerente dá escândalo, e escândalos matam”, disse o Papa Francisco na homilia da manhã desta quinta, 27, na Casa Santa Marta. 
“Ser cristão significa dar testemunho de Jesus Cristo; ser cristão é pensar, sentir e agir como cristão. Uma pessoa pode até dizer que tem fé, mas se falta uma destas coisas, não é cristã. Algo não está certo, é incoerente. E os cristãos que vivem ordinariamente na incoerência fazem muito mal”, continuou. 
Tenhamos a humilldade de pedir perdão
“Ouvimos o que o Apóstolo Tiago disse aos incoerentes que se diziam cristãos, mas exploravam seus empregados: ‘Lembrai-vos de que o salário, do qual privastes os trabalhadores que ceifaram os vossos campos, clama; e os gritos dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor’. Ouvindo isso, pode-se pensar que quem o disse é um comunista! Não, foi o Apóstolo Tiago! Quando não há coerência cristã e se vive na incoerência, se faz escândalo. E os cristãos que não são coerentes dão escândalo”. 
Francisco prosseguiu sua homilia refletindo: “Muitas vezes ouvimos dizer ‘Padre, eu acredito em Deus, mas não na Igreja porque vocês cristãos dizem uma coisa e fazem outra...’. Isto é incoerência!”
“Se você encontrar um ateu que diz não acreditar em Deus, você pode ler a ele todos os livros de uma biblioteca, onde se diz que Deus existe; pode também provar que Deus existe... mas o ateu não terá fé. Mas, se você der a este ateu um testemunho de coerência de vida cristã, alguma coisa vai acontecer no coração dele; o seu testemunho o inquietará. Todos nós, toda a Igreja, devemos pedir: Senhor, sejamos coerentes”. 
“Assim – concluiu o Papa – é necessário rezar para viver na coerência cristã, que é um dom de Deus e devemos pedi-lo!. Senhor, que eu seja coerente! Senhor, que eu não escandalize nunca, que eu pense como cristão, sinta como cristão, aja como cristão. E quando cairmos, por nossas fraquezas, peçamos perdão”. 
“Todos somos pecadores, mas temos a capacidade de pedir perdão, e Ele nunca se cansa de perdoar! Temos que ter a humildade de pedir perdão! Prosseguir a vida com coerência, testemunhando como quem crê em Jesus, que sabe que é pecador, mas que tem coragem de pedir perdão quando erra e que tem medo de escandalizar. Que o Senhor nos dê esta graça, a todos nós”. (CM)
                                                                                              Fonte: radiovaticana.va
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Cardeal Raymundo Damasceno:

Papa canonizará Beato Anchieta no início de abril

José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil
Cidade do Vaticano (RV) - O Beato José de Anchieta, Apóstolo do Brasil, será declarado Santo pelo Papa Francisco no início do próximo mês de abril: foi o que disse nesta quinta-feira à Rádio Vaticano o Arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno, durante entrevista nos estúdios da Rádio do Papa. 
“José de Anchieta deixou marcas profundas no início da colonização do Brasil, como também na sua evangelização. Eu creio que ele merece ser cultuado por toda a Igreja”, disse o Cardeal Damasceno.
                                                                                                 Fonte: radiovaticana.va
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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Monsenhor José Carlos de Souza

é nomeado bispo da diocese de Divinópolis

O papa Francisco nomeou hoje, 26 de fevereiro, monsenhor José Carlos de Souza Campos como bispo da vacante diocese de Divinópolis (MG). Natural de Itaúna, em Divinópolis, monsenhor José Carlos nasceu em 3 de janeiro de 1968. Desde 2012, era administrador da própria diocese.
Mons. José Carlos
Formação
Estudou Filosofia na Pontifícia Universidade Católica de Belo Horizonte e Teologia no Instituto Dom João Rezende Costa, também na capital mineira. Recebeu ordenação presbiteral em 30 de maio de 1993. Fez mestrado no curso de Teologia Fundamental na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (2000-2002)
Atuação
Ao regressar à diocese, foi professor de Filosofia no Seminário Diocesano e de Ciências da Religião no curso de pós-graduação em Divinópolis, pároco da paróquias Sant’Ana de Itaúna e da catedral de Divinópolis, administrador da paróquia São Judas Tadeu, também em Divinópolis, chanceler e vigário geral da mesma diocese. Foi, ainda, representante diocesano dos sacerdotes, membro do Conselho de Formadores, do Conselho Presbiteral e do Colégio de Consultores da diocese
Atuou na área de formação dos leigos nas escolas de Teologia da diocese e no Centro Franciscano de Formação e Cultura, em Divinópolis.
                                                                                                    Fonte: cnbb.org.br
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Papa Francisco:
"Doença e morte não podem nos separar de Cristo" 

Cidade do Vaticano (RV) – A Unção dos Enfermos foi o tema da reflexão do Papa Francisco na audiência geral desta quarta-feira, na Praça São Pedro. Segundo a Prefeitura da Casa Pontifícia, cerca de 30 mil pessoas receberam bilhetes de ingresso para o encontro.
No meio do povo
Jorge Mario Bergoglio completou a já tradicional volta da Praça com seu jipe aberto, parando diversas vezes para cumprimentar turistas e peregrinos. Muitas crianças estavam fantasiadas. Havia guardas suíços, palhaços, abelhas e joaninhas, e no meio deles, um menino de cerca de 4 anos, vestido de Papa, a quem Francisco sorriu e deu um beijo. 
Depois de meia hora de contato com os fiéis, o Papa iniciou sua catequese. O Sacramento da Unção dos Enfermos era conhecido antigamente como “Extrema Unção”, pois se dizia que oferecia um conforto espiritual na iminência da morte. Hoje, o nome “Unção dos Enfermos” nos ajuda a estender o alcance à experiência da doença e do sofrimento, no horizonte da misericórdia de Deus. 
Pastor e Rebanho
Para explicar a profundidade do mistério da Unção, Francisco citou a parábola do Bom Samaritano, como está descrita no Evangelho de Lucas. O Bom Samaritano cuida de um homem ferido derramando sobre as suas feridas óleo e vinho. 
“É o óleo abençoado pelos Bispos a cada ano, na missa do Crisma de Quinta-feira Santa, utilizado na Unção dos enfermos. O vinho, por sua vez, é o sinal do amor e da graça de Cristo, que se expressam em toda sua riqueza na vida sacramental da Igreja”. 
A parábola prossegue narrando que o Bom Samaritano, sem olhar a gastos, confia o homem ferido aos cuidados do dono de uma pensão: este representa a Igreja, a quem Jesus confia os atribulados no corpo ou no espírito. 
“É à Igreja, à comunidade cristã, somos nós, a quem cotidianamente o Senhor confia os aflitos no corpo e no espírito para que possamos continuar a lhes doar, sem medida, toda a sua misericórdia e salvação”. 
Continuando a catequese, Francisco lembrou que também a Carta de São Tiago recomenda que os doentes chamem os presbíteros, para que rezem por eles ungindo-os com o óleo. “É uma praxe que já se usava no tempo dos Apóstolos”, completou o Papa.
De fato, Jesus ensinou aos seus discípulos a mesma predileção que Ele tinha pelos doentes e atribulados, difundindo alívio e paz, e lhes transmitiu a capacidade e o dever de continuar a dispor da graça especial deste Sacramento. “No entanto, isto não nos deve levar a uma busca obsessiva do milagre ou à presunção de poder obter sempre a cura”, ressalvou Francisco. 
Pertencemos a Jesus
“O problema, disse o Papa, é que este Sacramento é pedido cada vez menos, e a razão principal reside no fato que muitas famílias cristãs, devido à cultura e à sensibilidade atuais, consideram o sofrimento e a morte como um tabu, como algo a esconder ou sobre o qual falar o menos possível. É verdade que o sofrimento, o mal e a própria morte continuam sendo um mistério, e diante dele, nos faltam palavras. É o que acontece no rito da Unção, quando de modo sóbrio e respeitoso, o sacerdote impõe as mãos sobre o corpo do doente, sem dizer nada”. 
“Existe uma certa convicção de que chamar o sacerdote dá azar, que é melhor não chamá-lo para não assustar o doente”, disse o Papa, improvisando. “Há a ideia que depois do sacerdote, vem a agência funerária...”. 
Por isso, diante daqueles que consideram o sofrimento e a morte como um tabu, deixando de se beneficiar com esse Sacramento, é preciso lembrar que “no momento da dor e da doença, devemos saber que não estamos sozinhos. O sacerdote e aqueles que estão presentes representam toda a comunidade cristã, que ao redor do enfermo, alimentam nele e em sua família a fé e a esperança, amparando-os com a oração e o calor fraterno”.
O maior conforto, finalizou o Papa, é que na Unção dos enfermos, Jesus nos mostra que pertencemos a Ele e que nem a doença, nem a morte poderão nos separar Dele. (CM)
                                                                               Fonte: radiovaticana.va       news.va
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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Papa Francisco escreve às famílias do mundo:

"Unamo-nos em oração pelo Sínodo"

Cidade do Vaticano (RV) – “Unamo-nos todos em oração para que a Igreja realize um verdadeiro caminho de discernimento e adote os meios pastorais adequados para ajudarem as famílias a enfrentar os desafios atuais”: com uma carta, o Papa Francisco se dirige às famílias de todo o mundo, pedindo orações em vista do Sínodo extraordinário de outubro próximo.
O texto foi assinado por Francisco em 2 de fevereiro – festa da Apresentação do Senhor –, mas foi divulgado esta manhã pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
O Papa cita outros eventos que envolverão as famílias nos próximos anos, como a Encontro Mundial das Famílias na cidade de Filadélfia, nos Estados Unidos e a Assembleia ordinária, ambos em 2015, nos meses de setembro e outubro respectivamente.
Família: tesouro da humanidade
Todavia, Francisco se dirige às famílias pedindo orações principalmente em vista do Sínodo deste ano, cujo tema será “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”. 
“O apoio da oração é muito necessário e significativo, especialmente da vossa parte, queridas famílias; na verdade, esta Assembleia sinodal é dedicada de modo especial a vós, à vossa vocação e missão na Igreja e na sociedade, aos problemas do matrimônio, da vida familiar, da educação dos filhos, e ao papel das famílias na missão da Igreja. Por isso, peço-vos para invocardes intensamente o Espírito Santo, a fim de que ilumine os Padres sinodais e os guie na sua exigente tarefa.”
Escreve ainda o Pontífice: “Queridas famílias, a vossa oração pelo Sínodo dos Bispos será um tesouro precioso que enriquecerá a Igreja. Eu vo-la agradeço e peço que rezeis também por mim, para que possa servir o Povo de Deus na verdade e na caridade”.
O tema do Sínodo foi debatido durante o Consistório da semana passada, em que o Papa denunciou que hoje a família é “desprezada e maltratada”.
“A nossa reflexão terá sempre presente a beleza da família e do matrimônio, a grandeza desta realidade humana, tão simples e ao mesmo tempo tão rica, feita de alegrias e esperanças, de fadigas e sofrimentos, como o é toda a vida”, disse o Papa na ocasião.
Leia a íntegra da mensagem de Francisco às famílias:
Queridas famílias, 
Apresento-me à porta da vossa casa para vos falar de um acontecimento que vai realizar-se, como é sabido, no próximo mês de Outubro, no Vaticano: trata-se da Assembleia geral extraordinária do Sínodo dos Bispos, convocada para discutir o tema «Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização». Efetivamente, hoje, a Igreja é chamada a anunciar o Evangelho, enfrentando também as novas urgências pastorais que dizem respeito à família.
Este importante encontro envolve todo o Povo de Deus: Bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e fiéis leigos das Igrejas particulares do mundo inteiro, que participam ativamente, na sua preparação, com sugestões concretas e com a ajuda indispensável da oração. O apoio da oração é muito necessário e significativo, especialmente da vossa parte, queridas famílias; na verdade, esta Assembleia sinodal é dedicada de modo especial a vós, à vossa vocação e missão na Igreja e na sociedade, aos problemas do matrimônio, da vida familiar, da educação dos filhos, e ao papel das famílias na missão da Igreja. Por isso, peço-vos para invocardes intensamente o Espírito Santo, a fim de que ilumine os Padres sinodais e os guie na sua exigente tarefa. Como sabeis, a esta Assembleia sinodal extraordinária, seguir-se-á – um ano depois – a Assembleia ordinária, que desenvolverá o mesmo tema da família. E, neste mesmo contexto, realizar-se-á o Encontro Mundial das Famílias, na cidade de Filadélfia, em Setembro de 2015. Por isso, unamo-nos todos em oração para que a Igreja realize, através destes acontecimentos, um verdadeiro caminho de discernimento e adote os meios pastorais adequados para ajudarem as famílias a enfrentar os desafios atuais com a luz e a força que provêm do Evangelho.
Estou a escrever-vos esta carta no dia em que se celebra a festa da Apresentação de Jesus no templo. O evangelista Lucas conta que Nossa Senhora e São José, de acordo com a Lei de Moisés, levaram o Menino ao templo para oferecê-Lo ao Senhor e, nessa ocasião, duas pessoas idosas – Simeão e Ana –, movidas pelo Espírito Santo, foram ter com eles e reconheceram em Jesus o Messias (cf. Lc 2, 22-38). Simeão tomou-O nos braços e agradeceu a Deus, porque tinha finalmente «visto» a salvação; Ana, apesar da sua idade avançada, encheu-se de novo vigor e pôs-se a falar a todos do Menino. É uma imagem bela: um casal de pais jovens e duas pessoas idosas, reunidos devido a Jesus. Verdadeiramente Jesus faz com que as gerações se encontrem e unam! Ele é a fonte inesgotável daquele amor que vence todo o isolamento, toda a solidão, toda a tristeza. No vosso caminho familiar, partilhais tantos momentos belos: as refeições, o descanso, o trabalho em casa, a diversão, a oração, as viagens e as peregrinações, as ações de solidariedade... Todavia, se falta o amor, falta a alegria; e Jesus é quem nos dá o amor autêntico: oferece-nos a sua Palavra, que ilumina a nossa estrada; dá-nos o Pão de vida, que sustenta a labuta diária do nosso caminho.
Queridas famílias, a vossa oração pelo Sínodo dos Bispos será um tesouro precioso que enriquecerá a Igreja. Eu vo-la agradeço e peço que rezeis também por mim, para que possa servir o Povo de Deus na verdade e na caridade. A proteção da Bem-Aventurada Virgem Maria e de São José acompanhe sempre a todos vós e vos ajude a caminhar unidos no amor e no serviço recíproco. De coração invoco sobre cada família a bênção do Senhor.
                         Vaticano, 2 de Fevereiro – festa da Apresentação do Senhor – de 2014
                                                                                                    Fonte: radiovaticana.va
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Papa Francisco na missa desta terça:

Crianças famintas nos campos de refugiados, enquanto fabricantes de armas fazem festa

Cidade do Vaticano (RV) – Crianças famintas nos campos de refugiados, enquanto os fabricantes de armas fazem festa: na missa celebrada esta manhã na Casa Santa Marta, o Papa falou da paz e do escândalo da guerra.
“De onde vêm as guerras e as lutas entre vós?”, este versículo da primeira leitura, extraída da Carta do Apóstolo Tiago, inspirou a homilia do Papa, em que os discípulos de Jesus brigam para esclarecer quem era o maior entre eles. O Pontífice evidenciou que quando “os corações se afastam, nasce a guerra”. Todos os dias, constatou, “encontramos nos jornais guerras que produzem vítimas”:
Vítima da injustiça
E os mortos parecem fazer parte de uma contabilidade cotidiana. Estamos acostumados a ler essas coisas! E se tivéssemos a paciência de contar todas as guerras que neste momento existem no mundo, certamente teríamos muitas folhas escritas. Parece que o espírito da guerra se apoderou de nós. Fazem-se atos para comemorar o centenário daquela Grande Guerra, tantos milhões de mortos… E todos escandalizados! Mas hoje é a mesma coisa! Ao invés de uma grande guerra, há pequenas guerras em todos os lugares, povos divididos... E para preservar o próprio interesse, se matam entre si.
“De onde vêm as guerras e as lutas entre vós?”, repetiu o Papa. “As guerras, o ódio, a inimizade – respondeu – não se compram no mercado: estão aqui, no coração.” E lembrou que quando criança, no catecismo, “explicavam a história de Caim e Abel e todos ficavam escandalizados”, não se podia aceitar que alguém matasse o irmão. Hoje, porém, “tantos milhões se matam entre irmãos, entre si, mas estamos acostumados”. A Primeira Guerra Mundial, disse ainda, “nos escandaliza, mas esta grande guerra um pouco escondida, em todos os lugares, não! E tantas pessoas morrem por um pedaço de terra, por uma ambição, por ódio, por ciúme racial. Os prazeres nos levam à guerra, ao espírito do mundo”: 
Habitualmente, mesmo diante de um conflito, nos encontramos numa situação curiosa: brigamos para resolvê-lo. Com a linguagem da guerra. A linguagem de paz não vem antes! E as consequências? Pensem nas crianças famintas nos campos de refugiados… Pensem somente nisto: este é o fruto da guerra! E se quiserem, pensem nas festas que fazem os que são os proprietários das indústrias das armas, que fabricam as armas, as armas que acabam lá. A criança doente, faminta, num campo de refugiados e as grandes festas, a vida boa que fazem os que fabricam as armas.
“Que acontece no nosso coração?”, insistiu o Papa, que propôs o conselho do Apóstolo Tiago: “Aproximem-se de Deus e Ele se aproximará de vocês”. E advertiu que “espírito de guerra, que nos afasta de Deus, não está distante de nós, mas em nossa casa”: 
Quantas famílias destruídas porque o pai, a mãe não são capazes de encontrar o caminho da paz e preferem a guerra, fazer causa… A guerra destrói! ‘De onde vêm as guerras e as lutas entre vós?’. No coração! Eu lhes proponho que rezem hoje pela paz, por aquela paz que se tornou somente uma palavra, nada mais. Para que esta palavra tenha a capacidade de agir, sigamos o conselho do Apóstolo Tiago: ‘Reconheçais vossa miséria!’
Aquela miséria da qual provêm as guerras, explicou Francisco: “As guerras nas famílias, as guerras no bairro, as guerras em todos os lugares”. “Quem de nós chora quando lê um jornal, quando vê aquelas imagens na tv? Tantos mortos”. Retomando o Apóstolo, disse: “Transforme-se o vosso riso em luto e vossa alegria em desalento …”. Isso é o que deve fazer hoje, 25 de fevereiro, um cristão diante de tantas guerras, em todos os lugares”: “Chorar, fazer luto, humilhar-se”. “Que o Senhor nos faça entender isso e nos salve do habituar-nos às notícias de guerra”. (BF)
                                                                                                    Fonte: radiovaticana.va
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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Papa Francisco na missa desta segunda-feira:

Jesus jamais nos deixa sós. A nossa casa é a Igreja.

Cidade do Vaticano (RV) – Seguir Jesus não é “uma ideia”, mas um “contínuo permanecer em casa”, a Igreja. Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa desta manhã, na capela da Casa Santa Marta.
Na homilia, o Pontífice comentou o Evangelho do dia, da cura do epilético endemoninhado que agitou a multidão. Jesus expulsa o espírito e ajuda o menino a se levantar:
"Jesus sempre nos faz regressar à casa.
Jamais nos deixa sós na estrada."
Toda aquela desordem, aquela discussão acaba num gesto: Jesus que se abaixa e pega o menino. Esses gestos de Jesus nos fazem pensar. Jesus quando cura, quando vai em meio à multidão e cura uma pessoa, jamais a deixa só. Não é um mago, um bruxo, um curandeiro que vai, cura e continua: a cada um leva de volta ao seu lugar, não o abandona pelo caminho. E são gestos belíssimos do Senhor.
Eis o ensinamento, explicou o Papa: “Jesus sempre nos faz regressar à casa. Jamais nos deixa sós na estrada”. O Evangelho, recorda ele, está repleto desses gestos: a ressurreição de Lázaro, a vida doada à filha de Jairo e aquela ao jovem de uma mãe viúva. Mas também a ovelha perdida levada de volta ao ovil ou a moeda perdida e encontrada pela mulher:
Porque Jesus não veio sozinho do Céu, é Filho de um povo. Jesus é a promessa feita a um povo e a sua identidade é também pertença àquele povo, que de Abraão caminha rumo à promessa. E esses gestos de Jesus nos ensinam que cada cura, cada perdão sempre nos faz voltar ao nosso povo, que é a Igreja.
Jesus sempre perdoa – prosseguiu o Papa – e os seus gestos se tornam também “revolucionários” ou “inexplicáveis” quando o seu perdão alcança quem se afastou “muito”, como o publicano Mateus ou o seu colega Zaqueu. Além disso, repetiu Francisco, Jesus sempre “quando perdoa, faz regressar à casa. Deste modo, não se pode entender Jesus sem o povo de Deus. É “um absurdo amar Cristo sem a Igreja, sentir Cristo mas não a Igreja, segui-Lo à margem da Igreja”, reiterou o Papa Francisco, citando e parafraseando mais uma vez Paulo VI. “Cristo e a Igreja estão unidos”, e “toda vez que Cristo chama uma pessoa, a leva à Igreja”. Por isso, acrescentou, é importante que uma criança seja batizada na Igreja, a Igreja mãe:
E esses gestos de tanta ternura de Jesus nos fazem entender isso: que a nossa doutrina, digamos assim, ou o nosso seguir Cristo, não é uma ideia, é um contínuo permanecer em casa. E se cada um de nós tem a possibilidade e a realidade de sair de casa por um pecado, um erro – Deus sabe –, a salvação é voltar para casa, com Jesus na Igreja. São gestos de ternura. Um por um, o Senhor nos chama assim, ao seu povo, dentro da sua família, a nossa mãe, a Santa Igreja. Pensemos nesses gestos de Jesus.
                                                                                                    Fonte: radiovaticana.va
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domingo, 23 de fevereiro de 2014


Papa Francisco:
Rezem por mim e pelos novos cardeais

Cidade do Vaticano (RV) - Após a solene concelebração da Santa Missa com os novos Cardeais e com os membros do Colégio Cardinalício, na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco se dirigiu ao último andar do Palácio Apostólico, de onde assomou à janela, que dá para a Praça São Pedro, para rezar a oração do Angelus, com os numerosos peregrinos e fiéis.
Em sua alocução mariana, o Santo Padre retomou a passagem da liturgia de hoje, onde o apóstolo Paulo se defronta com as divisões da comunidade de Corinto e explica que este modo de pensar e agir é errado, porque toda a comunidade de fiéis não pertence aos Apóstolos, mas são eles que pertencem a ela e, por sua vez, toda a comunidade pertence a Deus.
De tais comunidades, explicou o Papa, derivam as comunidades cristãs de hoje: dioceses, paróquias, associações, movimentos eclesiais. Todas elas, pelo Batismo, têm a mesma dignidade de filhos de Deus.
Todos aqueles que receberam um ministério para ser guia, fazer pregação, administrar os Sacramentos não devem achar que são donos de poderes especiais, mas devem se colocar a serviço da comunidade, ajudando-a a percorrer, com alegria, o caminho da santidade.
A Igreja, disse ainda o Papa, confia o testemunho deste estilo de vida pastoral aos novos Cardeais. O Consistório e a celebração Eucarística nos oferecem uma ocasião preciosa para experimentar a catolicidade, a universalidade da Igreja, bem representada pelas várias proveniências dos membros do Colégio Cardinalício, reunidos em íntima comunhão com o Sucessor de Pedro. Que o Senhor nos dê a graça de trabalhar e de construir a unidade da Igreja. E o Santo Padre concluiu:
“Os momentos litúrgicos e festivos, que tivemos a oportunidade de viver nestes dias, reforcem em todos nós a fé, o amor a Cristo e à sua Igreja. Por isso, convido-lhes a sustentarem e assistirem estes Pastores com a oração, a fim de que eles possam guiar, sempre, com zelo, o povo a eles confiado, para que sejam bons servidores e não bons patrões”.
Todos juntos, disse por fim o Papa aos fiéis reunidos na Praça São Pedro, devemos dar testemunho de uma Igreja fiel a Cristo, animada pelo desejo de servir aos irmãos e pronta a ir ao encontro, com coragem profética, às expectativas e exigências espirituais dos homens e mulheres do nosso tempo. Que Nossa Senhora nos acompanhe neste caminho!
Enfim, o Santo Padre cumprimentou e agradeceu a todos, inclusive as delegações oficiais, que vieram a Roma para acompanhar a cerimônia do Consistório, para a criação dos seus respectivos Cardeais. E a todos concedeu sua bênção apostólica e desejou bom domingo e bom apetite! (MT)
                                                                               Fonte: radiovaticana.va       news.va
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Papa Francisco na missa deste domingo:

O Cardeal entra na Igreja de Roma, não entra numa corte 

Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre presidiu, na manhã deste domingo, na Basílica Vaticana, à solene concelebração Eucarística, com os novos Cardeais e com os membros do Colégio Cardinalício, presentes em Roma.
Durante a homilia, que pronunciou durante a Santa Missa, Papa Francisco partiu da oração da coleta da liturgia de hoje: “A vossa ajuda, Pai misericordioso, sempre nos torne atentos à voz do Espírito”. Esta oração convida-nos a uma atitude fundamental: a escuta ao Espírito Santo, que vivifica a Igreja e a anima.
“Com a sua força criativa e renovadora, frisou o Papa, o Espírito sustenta sempre a esperança do Povo de Deus, que caminha na história e sempre sustenta, como Paráclito, o testemunho dos cristãos. Neste momento, juntamente com os novos Cardeais, queremos ouvir a voz do Espírito, que nos fala através das Escrituras proclamadas”.
A seguir, o Pontífice citou a passagem da primeira Leitura, do Levítico, na qual ressoa este apelo do Senhor ao seu povo: “Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” e a frase de Jesus que ecoa no Evangelho: “Haveis, pois, de ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”. 
“Estas palavras interpelam a todos nós, discípulos do Senhor, e hoje são dirigidas especialmente a mim e, de modo particular, a vocês, queridos Irmãos Cardeais, que, desde ontem, começaram a fazer parte do Colégio Cardinalício. Imitar a santidade e a perfeição de Deus pode parecer uma meta inatingível; contudo, a primeira Leitura e o Evangelho sugerem os exemplos concretos para que a atitude de Deus se torne a regra do nosso agir”.
Lembremo-nos, porém, afirmou o Santo Padre, que o nosso esforço, sem o Espírito Santo, seria vão! A santidade cristã não é, primeiramente, obra nossa, mas fruto da docilidade – deliberada e cultivada – do Espírito de Deus, três vezes Santo. 
E, recordando ainda o texto do Levítico, onde se lê: “Não odieis um irmão vosso no íntimo do coração...; não vos vingueis; não guardeis rancor, mas Amai o vosso próximo”, o Bispo de Roma esclareceu:
“Estas atitudes nascem da santidade de Deus. Nós, porém, somos tão diferentes, tão egoístas e orgulhosos...; no entanto, a bondade e a beleza de Deus nos atraem e o Espírito Santo pode nos purificar, transformar, moldar, dia após dia”. 
O Papa recorda que, no Evangelho, Jesus nos fala também da santidade e explica e transmite a sua nova lei, através de algumas antíteses entre a justiça imperfeita dos escribas e fariseus e a justiça superior do Reino de Deus. A primeira antítese do texto de hoje tem a ver com a vingança: “Olho por olho e dente por dente”. ... se alguém bater na sua face direita, dá-lhe também a outra”. Não só não devemos restituir ao outro o mal que nos fez, mas temos também que nos esforçar em fazer o bem, de modo exemplar.
O Pontífice retomou, depois, a segunda antítese, que se refere aos inimigos: “Deveis amar o vosso próximo e odiar o vosso inimigo”. Mas, está escrito: “Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem”. A quem quer segui-Lo, Jesus pede para amar a pessoa que não merece, sem retribuição, a fim de preencher as lacunas de amor que há nos corações, nas relações humanas, nas famílias, nas comunidades, no mundo. 
Neste sentido, o Papa recordou que “Jesus não veio para nos ensinar as boas maneiras, as cortesias; para isso, não era preciso descer do Céu e morrer na cruz. Cristo veio para nos salvar, para nos mostrar o caminho, o único caminho de saída das areias movediças do pecado: este é o caminho da misericórdia. Ser santo não é um luxo, mas é necessário para a salvação do mundo. E o Papa exortou:
“Queridos Irmãos Cardeais, o Senhor Jesus e a mãe Igreja nos pedem para dar testemunho, com maior zelo e ardor, destas atitudes de santidade. É precisamente neste suplemento de oblatividade gratuita que consiste a santidade de um Cardeal”. 
Por conseguinte, o Papa Francisco exortou os Cardeais: amemos aqueles que nos são hostis; abençoemos quem fala mal de nós; saudemos com um sorriso quem, talvez, não merece; não aspiremos a fazer valer o nosso poder, mas oponhamos a mansidão à prepotência; esqueçamos as humilhações sofridas. Deixemo-nos guiar sempre pelo Espírito de Cristo: Ele se sacrificou na cruz, para podermos ser "canais" por onde passa a sua caridade. Eis o comportamento e a conduta de um Cardeal:
“O Cardeal entra na Igreja de Roma, não entra em uma corte. Ajudemo-nos, mutuamente, a evitar hábitos e comportamentos de corte: intrigas, críticas, facções, favoritismos, preferências. A nossa linguagem deve ser a do Evangelho: ‘Sim, sim; não, não’; as nossas atitudes devem ser as das bem-aventuranças; e o nosso caminho, o da santidade”.
Hoje, disse o Pontífice, o Espírito Santo nos fala que “somos templos, onde se celebra uma liturgia existencial: a da bondade, do perdão, do serviço”. Em uma única palavra, onde se celebra “a liturgia do amor”. E ponderou:
“Este nosso templo se torna, de certo modo, profanado, quando descuidamos dos deveres para com o próximo; quando, o menor dos nossos irmãos, encontra lugar no nosso coração, é o próprio Deus que nele habita; mas, quando excluímos este irmão, não acolhemos o próprio Deus. Um coração vazio de amor é como uma igreja dessacralizada, subtraída ao serviço de Deus e destinada a outro fim”. 
O Papa Francisco concluiu sua homilia, dirigindo-se, mais uma vez, aos Cardeais presentes, exortando-os a “permanecerem unidos em Cristo e entre nós”! E lhes pediu para o acompanhem de perto, com suas orações, conselhos e colaboração.
Por fim, o Santo Padre convidou os bispos, presbíteros, diáconos, pessoas consagradas e leigos a se unirem, na invocação ao Espírito Santo, para que o Colégio dos Cardeais seja cada vez mais abrasado de caridade pastoral, cada vez mais cheio de santidade, para servir o Evangelho e ajudar a Igreja a irradiar pelo mundo o amor de Cristo. (MT)
                                                                               Fonte: radiovaticana.va       news.va
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Reflexão para este

7º Domingo do Tempo Comum

“Sede perfeitos como vosso Pai dos Céus é perfeito” (Mt 5,48). Esta frase do Evangelho é incômoda, podendo até ser aplicada com um peso indevido. Sim, pois quem é perfeito nesta vida? E quantos, em busca de um ideal de perfeição, acabaram sucumbindo no meio do caminho ou ficaram paralisados diante de suas culpas demasiadas. É interessante observar que esta palavra de Jesus se dá depois de um longo discurso sobre o amor ao próximo. Isso indica que a perfeição exigida por Cristo não é uma exortação à impecabilidade do culto ou de uma construção aparente de pureza; nem tão pouco, significa uma relação vertical com Deus. A nossa busca pela perfeição é, sim, um crescimento no amor, que se concretiza por um novo modo de se relacionar com nossos irmãos. “Ao lermos as Escrituras, fica bem claro que a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. E a nossa res­posta de amor também não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pes­soais a favor de alguns indivíduos necessitados, o que poderia constituir uma ‘caridade por re­ceita’, uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus (cf. Lc 4,43); trata-se de amar a Deus, que reina no mundo. Na medida em que Ele conseguir reinar entre nós, a vida social será um espaço de fraternidade, de justiça, de paz, de dignidade para todos” (Evangelii Gaudium 180).
"Amai os vossos inimigos e rezai pelos que vos perseguem"
“Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem. Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos” (Mt 5,44-45). As palavras de Jesus devem nos incomodar, tirando-nos do comodismo, fazendo-nos dar mais do que aquilo que é justo, mais do que se pode calcular pela lógica da retribuição humana. É preciso entrar na dinâmica da gratuidade, que tem a sua força na encarnação: Deus se torna humano e ama os pecadores, não retribui com mal, mas dá a vida também pelos seus agressores. Ele faz chover sobre maus e bons, não ama apenas os santos. Jesus nos ensina a amar de modo gratuito, sem focar no limite do irmão, pois somos todos falhos, pequenos, participantes da solidariedade do pecado.
Diante dos enfrentamentos humanos, o primeiro movimento costuma ser a vingança. Parece ser justo retribuir o mal com o mal, destruir o agressor. É preciso ter consciência dos movimentos de nosso coração, com a clareza de que somos capazes de agredir, vingar, bater e até matar. A consciência de que somos também agressores ajuda-nos a crescer no amor. É preciso que se tenha clareza de que é muito fácil e espontâneo a vida narcísica, egoísta. Proclama a poetisa Cecília Meireles: “É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste. É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada. É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre”.
Diante do movimento de ódio e ressentimento, Jesus nos dá o remédio da oração. Não é possível orar por alguém sem que haja algum movimento positivo no coração. Quando oramos por alguém, amamos esta pessoa em Deus. Por isso, este é o primeiro passo para destruir a corrente de vingança e ódio. Dar a face, não significa uma atitude ingênua, mas sim a capacidade de dar uma nova chance. Todos, inclusive nós, queremos sempre uma nova oportunidade para tentar ser bom, para reconstruir o que foi destruído.
É preciso viver o amor genuíno. Viver na dinâmica do ódio e da vingança é paganismo. Assim, o Evangelho nos questiona sobre o sentido mais profundo de nossa religião. Somos realmente seguidores de Jesus? Que atitudes demonstram esta sintonia com as exigências da Palavra de Deus? Só pela fidelidade no amor é que podemos nos considerar de filhos do Pai celeste.
                                                                                            Padre Roberto Nentwig
                  Fonte: catequeseebiblia.blogspot.com.br     Ilustração: fradescarmelitas.org.br
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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Papa Francisco:
"A Igreja precisa de artesãos da paz"

Cidade do Vaticano (RV) – O Colégio Cardinalício ganhou neste sábado 19 novos membros e o Brasil, mais um Cardeal: Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro.
O Consistório realizou-se na Basílica Vaticana, numa cerimônia rica não só de tradições e símbolos, mas também de uma surpresa inédita: a presença durante toda a celebração do predecessor de Francisco, Bento XVI. Depois da procissão de entrada, os dois Pontífices se abraçaram.
Dom Orani perante o Papa
O primeiro dos novos purpurados, Pietro Parolin, Secretário de Estado, dirigiu em nome de todos os outros cardeais a saudação ao Pontífice. 
Diante dos novos e antigos membros do Colégio Cardinalício, de autoridades (como a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff), delegações oficiais e inúmeros fiéis, o Pontífice inspirou toda a sua homilia no Evangelho de S. Marcos. Comentando a frase “Jesus ia à frente deles”, o Papa afirmou que também neste momento Jesus caminha diante de nós, Ele nos precede e nos abre o caminho. 
“Isto é uma coisa que impressiona nos Evangelhos: Jesus caminha muito e instrui os seus discípulos ao longo do caminho. Isto é importante. Jesus não veio para ensinar uma filosofia, uma ideologia... mas um «caminho», uma estrada que se deve percorrer com Ele.” 
A estrada, acrescentou, se aprende percorrendo-a, caminhando. “Esta é a nossa alegria: caminhar com Jesus.”
Mas isso não é fácil, não é cômodo, advertiu o Pontífice, pois a estrada que Jesus escolhe é a da cruz. Ao contrário dos discípulos de então, “nós sabemos que Jesus venceu e não deveríamos ter medo da cruz, ou melhor, na cruz depositamos a nossa esperança. E, contudo, sendo também nós humanos, pecadores, estamos sujeitos à tentação de pensar à maneira dos homens e não de Deus”.
E quando se pensa de maneira mundana, prosseguiu o Papa, há indignação. “Se prevalece a mentalidade do mundo, sobrevêm as rivalidades, as invejas, as facções.... Por isso, a Palavra que hoje o Senhor nos dirige é tão “saudável! Nos purifica interiormente, ilumina as nossas consciências e nos ajuda a nos sintonizar plenamente com Jesus, e a fazê-lo juntos, no momento em que o Colégio de Cardeais aumenta com o ingresso de novos membros”.
Outro gesto de Jesus é chamar os discípulos a Si. “Deixemo-nos ‘con-vocar’ por Ele”, disse o Papa dirigindo-se aos novos cardeais e acrescentando que a Igreja necessita deles, de sua colaboração, de sua coragem para anunciar o Evangelho, de sua oração e compaixão, “sobretudo neste momento de dor e de sofrimento em tantos países do mundo”.
Francisco expressou solidariedade às comunidades eclesiais e a todos os cristãos que sofrem discriminações e perseguições. “A Igreja necessita de nossa oração por eles, para que sejam fortes na fé e saibam reagir ao mal com o bem. E esta nossa oração estende-se a todo o homem e mulher que sofre injustiça por causa das suas convicções religiosas”.
Por fim, uma menção à paz e um convite à união: “A Igreja precisa de nós também como homens de paz, precisa que façamos a paz com as nossas obras, os nossos desejos, as nossas orações. Fazer a paz. Artesão da paz. Por isso invocamos a paz e a reconciliação para os povos que, nestes tempos, vivem provados pela violência e a guerra. Caminhemos juntos atrás do Senhor e deixemo-nos cada vez mais convocar por Ele, no meio do povo fiel, da Santa Mãe Igreja”.
Bento XVI e Francisco
Na sequência, houve um dos momentos mais característicos da cerimônia: o Santo Padre nomeou os Cardeais e anunciou a Ordem Presbiteral ou Diaconal que lhes foi atribuída. 
Os novos purpurados juraram fidelidade e obediência ao Santo Padre e aos seus sucessores, com a fórmula: “Prometo e juro permanecer, a partir de agora e para sempre enquanto tiver vida, fiel a Cristo e ao seu Evangelho, constantemente obediente à Santa Apostólica Igreja Romana”, diz um trecho. 
No momento da imposição do barrete, o Santo Padre lembrou aos cardeais que se trata de um símbolo de compromisso, de “estar prontos a agir com fortaleza, até à efusão do sangue, pelo aumento da fé cristã, pela paz e a tranquilidade do povo de Deus e para a liberdade e a propagação da Santa Igreja Romana”.
Cada cardeal, de acordo com a ordem da criação, se ajoelhou diante do Pontífice para receber o solidéu e o barrete vermelhos.
Por sua vez, a entrega do anel foi acompanhada pelas palavras: “Recebe o anel das mãos de Pedro e saiba que, com o amor do Príncipe dos Apóstolos, se reforça o teu amor para com a Igreja”.
O Santo Padre atribuiu a cada cardeal uma igreja em Roma, como um sinal de participação no cuidado pastoral do Papa na cidade. Ele entregou a bula de criação cardinalícia e o título correspondente a cada um, antes de trocar com o novo cardeal um abraço de paz.
Ao Cardeal Orani foi atribuída a Igreja Santa Maria Mãe da Providência, no bairro de Monteverde (parrocchiaprovvidenza.it)
A celebração se encerrou com o Pai-Nosso e a bênção apostólica, seguida da antífona mariana. (BF)
                                                                              Fonte: radiovaticana.va       news.va
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Leituras do 7º Domingo do Tempo Comum


1ª Leitura: Lev 19,1-2.17-18             Salmo: 103(102)            2ª Leitura: 1Cor 3, 16-23
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Evangelho:  Mt 5, 38-48
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"Sede perfeitos como o vosso pai celeste é perfeito"
“Ouvistes que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Ora, eu vos digo: não ofereçais resistência ao malvado! Pelo contrário, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a acompanhá-lo por um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir, e não vires as costas a quem te pede emprestado. Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ Ora, eu vos digo: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem! Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus; pois ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos. Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os publicanos não fazem a mesma coisa? E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? Sede, portanto, perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.”
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Reflexão
Jesus interpreta a lei, buscando e propondo aos discípulos os valores que ela defende, muito mais do que a simples execução da norma. Hoje ele se refere a dois mandamentos: a lei do dente por dente e o amor aos inimigos.
O primeiro é a lei de talião, que previa uma pena proporcional ao dano causado (Ex 21,23-24). Visava evitar vinganças exageradas, colocando um freio à espiral da violência. Jesus exorta seus seguidores a se absterem até mesmo do que é permitido pela lei, e assim interromperem totalmento o ciclo de vingança.
O segundo mandamento, sobre o amor aos inimigos, retoma a tradição conhecida em Levítico 19,17-18 que manda “não guardar rancor contra os concidadãos”. Jesus radicaliza esta tradição e propõe aos discípulos que amem não só os membros de seu grupo, mas até mesmo os inimigos. Essa nova exigência baseia-se não na natureza humana. De fato, não é fácil amar os inimigos; a tendência natural do ser humano é guardar ódio do inimigo. Por isso, não bastam motivações psicológicas; são necessárias razões teológicas: sermos bons como Deus é bom. A palavra final deste evangelho é justamente esta: “Sede perfeitos como o Pai de vocês é perfeito”.
Com estes dois mandamentos, Jesus propõe não a resignação ou a indiferença diante da violência e da injustiça, mas uma resistência ativa, não violenta. O que desarma o inimigo é o amor, não a passividade ou a indiferença. O evangelho de hoje retoma as bem-aventuranças dos que promovem a paz, recordando a nossa vocação de construtores da paz. 
Não podemos buscar esta meta sozinhos(as). A comunidade é o ambiente favorável que nos lembra constantemente esta vocação. Cada um(a) de nós é responsável por criar este ambiente espiritual, no qual não serve a lógica da competição e da luta pelo poder. Imitar a integridade de Deus é justamente buscar qualidade interior e uma conduta de vida capaz de modificar o lugar onde habitamos.
Na liturgia somos a assembléia dos que foram santificados por Deus. Não porque sejamos pessoas boas, puras, perfeitas, mas porque Deus, que é perfeito, nos agraciou e nos chama a imitar a sua santidade.
                                             Reflexão: revistadeliturgia.com.br      Banner: cnbb.org.br
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