domingo, 30 de abril de 2023

Papa Francisco no voo de retorno da Hungria:

Santa Sé trabalhará para que
crianças ucranianas levadas à Rússia voltem para casa

“É um problema de humanidade.” Na coletiva de imprensa no avião de volta a Roma, Francisco falou de acolhimento e de paz, que se faz "sempre estendendo as mãos, nunca com o fechamento” e de uma missão em andamento para favorecer a trégua. E sobre sua recente internação no Hospital, diz: “Não perdi os sentidos”.

O trabalho da Santa Sé para facilitar o regresso à pátria das crianças ucranianas levadas para a Rússia durante a guerra, a paz, os contatos com o Kremlin e o diálogo ecumênico, com uma menção à sua saúde depois da internação no Hospital Gemelli na semana precedente ao Domingo de Ramos. E a restituição de fragmentos do Partenon à Grécia, um exemplo para novos futuros gestos semelhantes. Estes foram os temas tratados pelo Papa Francisco no breve diálogo durante o voo que, de Budapeste, o trouxe de volta a Roma.

Antal Hubai (Rtl Klub)  Qual foi a sua experiência pessoal dos encontros na Hungria?

Santo Padre - Eu vivi esta primeira experiência de encontro na década de 1960. Quando muitos jesuítas húngaros foram expulsos de seu país. Depois foram criadas escolas... havia uma escola a 20 km de Buenos Aires e eu a visitava duas vezes por mês. Depois, mantinha contatos também com uma instituição de leigos húngaros que trabalhavam em Buenos Aires. Não entendia o idioma. Mas duas palavras entendi bem: Gulash e Tokai (risos). Foi uma bela experiência. Impressionou-me muito a dor pelo fato de serem refugiados e não poderem voltar para casa. As freiras de Maria Ward permaneceram ali, escondidas em apartamentos para que o regime não as expulsasse. Depois fiquei sabendo mais detalhamento de todo o caso para convencer o cardeal Mindszenty a ir a Roma. E também vivi o entusiasmo breve do ano de 1956 e depois a desilusão.

Antal Hubai (Rtl Klub) - Mudou sua opinião desde então?

Santo Padre - Não mudou, se enriqueceu. No sentido de que os húngaros que conheci têm uma grande cultura….

Antal Hubai (Rtl Klub) - Que língua falavam?

Falavam normalmente alemão ou inglês. O húngaro não se fala fora da Hungria. Só no paraíso, porque dizem que é preciso uma eternidade para aprendê-lo (risos).

Eliana Ruggiero (AGI) - Santo Padre, o senhor lançou um apelo para abrir – reabrir – as portas do nosso egoísmo aos pobres, aos migrantes, a quem está clandestino. No seu encontro com o premiê húngaro Orbán, o senhor lhe pediu para reabrir as fronteiras da rota balcânica que ele fechou? Depois, nos dias passados, o senhor encontrou também o metropolita Hilarion: Hilarion e o próprio Orbán podem se tornar canais de abertura em relação a Moscou para acelerar um processo de paz para a Ucrânia, ou tornar possível um encontro entre o senhor e o presidente Putin? Obrigada.

Santo Padre - Creio que a paz se faça sempre abrindo canais, jamais se pode fazer a paz com o fechamento. Convido todos a abrir relações, canais de amizade… Isto não é fácil. O mesmo discurso que fiz no geral, fiz com Orbán e o fiz um pouco em todos os lugares. Sobre as migrações: creio que seja um problema que a Europa precisa assumir, porque são cinco os países que mais sofrem: Chipre, Grécia, Malta, Itália e Espanha, porque são os países mediterrâneos e a maioria desembarca ali. E se Europa não assumir esta questão, de uma distribuição équa dos migrantes, o problema será somente desses países. Creio que a Europa deva fazer sentir que é União Europeia também diante disso. Há outro problema que está ligado à migração, e é o índice de natalidade. Existem países como a Itália e a Espanha que não fazem filhos. No ano passado, eu falei num encontro das famílias sobre isto e ultimamente vi que também o governo e outros governos falam a respeito. A média de idade na Itália é de 46 anos, para a Espanha é mais alta ainda e existem pequenos vilarejos desertos. Um programa migratório, mas levado adiante com o modelo que alguns países tiveram com a migração – penso por exemplo na Suécia no tempo das ditaduras latino-americanas – possa ajudar também esses países que têm uma baixa porcentagem de nascimentos. Então, no final, qual era a última? Ah sim, Hilarion: Hilarion é alguém que eu respeito muito, e sempre tivemos um bom relacionamento. E ele teve a gentileza de vir me ver, depois esteve na Missa e eu o vi também ali, no aeroporto. Hilarion é uma pessoa inteligente com quem se pode conversar, e essas relações precisam ser mantidas, porque se falamos de ecumenismo - eu gosto disso, eu não gosto disso... temos que ter a mão estendida com todos, também receber a mão [deles?]. Falei com o patriarca Kirill apenas uma vez desde que a guerra começou, 40 minutos pelo zoom, depois por meio de Anthony, que agora está no lugar de Hilarion, que vem me ver: é um bispo que foi pároco em Roma e conhece o ambiente bem, e estou sempre em contato com Kirill por meio dele. Está em suspenso o encontro que deveríamos ter em Jerusalém em julho ou junho do ano passado, mas por causa da guerra foi suspenso: isso terá que ser feito. E depois, com os russos, tenho um bom relacionamento com o embaixador que agora está saindo, embaixador no Vaticano há sete anos, é um grande homem, um homem comme il faut. Uma pessoa séria, culta, muito equilibrada. A relação com os russos é principalmente com esse embaixador. Não sei se disse tudo. Foi isso? Ou eu pulei alguma coisa?

Eliana Ruggiero - Hilarion ou mesmo Orbán poderiam de alguma forma acelerar o processo de paz na Ucrânia e também possibilitar um encontro entre o senhor e Putin, se eles pudessem atuar – entre aspas – como intermediários?

Santo Padre - Você pode imaginar que nesse encontro não falamos só da Chapeuzinho Vermelho, não é mesmo? Falamos de todas essas coisas. Fala-se disso porque todos estão interessados no caminho da paz. Eu estou disposto. Estou disposto a fazer o que for preciso. Além disso, uma missão está em andamento agora, mas ainda não é pública. Vamos ver como... Quando for pública eu direi.

Aura Vistas - A próxima parada é Lisboa, como se sente em relação à sua saúde? Fomos pegos de surpresa quando foi para o hospital, disse que tinha desmaiado, portanto, tem energia para ir à JMJ? E gostaria de um evento com jovens ucranianos e russos, como um sinal para as novas gerações?

Santo Padre - Em primeiro lugar, a saúde. O que eu tive foi um forte mal-estar no final da audiência de quarta-feira, não tive vontade de almoçar, fiquei um pouco deitado, não perdi a consciência, mas sim, tive uma febre muito alta e às três da tarde o médico me levou imediatamente ao hospital. Tive uma forte pneumonia aguda, na parte inferior do pulmão, mas graças a Deus, posso lhes dizer, o corpo reagiu bem. Graças a Deus. Foi isso que eu tive. Sobre Lisboa: na véspera da minha partida falei com Dom Américo que veio ver como estão as coisas. Eu vou, eu vou. Espero conseguir, vocês veem que não é a mesma coisa de dois anos atrás, com o bastão agora está melhor e por enquanto a viagem não está cancelada. Depois tem a viagem a Marselha, depois tem a viagem à Mongólia, depois tem a última, nao me lembro para onde... ainda assim, o programa me mantém em movimento.

E sobre os jovens da Rússia e da Ucrânia?

Santo Padre - O Américo tem algo em mente, está preparando alguma coisa, me disse. Ele está preparando bem.

Nicole Winfield - Santo Padre, queria perguntar-lhe algo um pouco diferente: recentemente o senhor fez um gesto ecumênico muito forte, doou três fragmentos das esculturas do Partenon à Grécia em nome dos Museus Vaticanos. Este gesto também repercutiu fora do mundo ortodoxo, porque muitos museus ocidentais estão discutindo precisamente a restituição do período colonial, como um ato de justiça para com essas pessoas. Eu gostaria de perguntar se o senhor também está disponível para outras restituições. Penso nos povos e grupos indígenas do Canadá que solicitaram a devolução de objetos das coleções do Vaticano como parte do processo de reparação pelos danos sofridos no período colonial.

Santo Padre - Mas este é o sétimo mandamento: se você roubou, deve devolver. Mas há toda uma história, que às vezes as guerras e as colonizações levam a tomar decisões de pegar as coisas boas do outro. Este foi um gesto correto, devia ser feito: o Partenon, dar alguma coisa. E se amanhã os egípcios vierem pedir o obelisco, o que faremos? Mas ali deve ser feito um discernimento em cada caso. E depois a restituição das coisas indígenas está em andamento com o Canadá, pelo menos estávamos de acordo em fazê-lo. Agora vou perguntar em que ponto está. Mas a experiência com os aborígines do Canadá foi muito frutuosa.

Também nos Estados Unidos os jesuítas estão fazendo alguma coisa, com aquele grupo de indígenas dentro dos Estados Unidos. O Geral me contou outro dia. Mas voltemos à restituição. Na medida em que é possível restituir, que é necessário, que é um gesto, é melhor fazê-lo. Às vezes não é possível, não existe possibilidade política, real, concreta. Mas na medida em que pode ser restituir, por favor, que seja feito; isso faz bem a todos. Para não se acostumar a colocar a mão no bolso dos outros.

Eva Fernandez - O primeiro-ministro ucraniano pediu a sua ajuda para trazer de volta as crianças levadas à força para a Rússia.

Santo Padre - Penso que sim, porque a Santa Sé atuou como intermediária em algumas situações de troca de prisioneiros, e através da embaixada correu bem, penso que isto também pode correr bem. É importante, a Santa Sé está disposta a fazê-lo porque é justo, é uma coisa justa e nós devemos ajudar, para que isto não seja um casus belli, mas um caso humano. É um problema de humanidade antes de ser um problema de um saque de guerra ou movimento de guerra. Todos os gestos humanos ajudam, ao invés disso, os gestos de crueldade não ajudam. Temos de fazer tudo o que é humanamente possível.

Também estou pensando, quero dizer, nas mulheres que vêm para nossos países: Itália, Espanha, Polônia, Hungria, tantas mulheres que vêm com filhos e maridos, ou são esposas... ou estão lutando contra a guerra. É verdade que neste momento elas estão sendo ajudadas, mas não podemos perder o entusiasmo de fazer isso, porque se o entusiasmo diminuir, essas mulheres ficam sem proteção, com o perigo de cair nas mãos dos abutres que estão sempre procurando essas situações. Vamos tomar cuidado para não perder essa tensão de ajuda que temos com os refugiados, isso diz respeito a todos.

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Francisco na Hungria:

como Jesus, sejamos portas abertas

Neste quarto domingo da Páscoa, o Papa Francisco presidiu a celebração eucarística na Praça Kossuth Lajos, com a presença de milhares de fiéis húngaros.

"É isto o que faz um bom pastor: dá a vida pelas suas ovelhas." Com estas palavras inspiradas pelo evangelho de São João, neste quarto domingo do tempo pascal que o Papa iniciou sua homilia durante a Santa Missa presidida na Hungria para uma multidão de fiéis. 

A imagem do bom Pastor guiou a reflexão do Santo Padre que ressaltou duas ações que Jesus, segundo o evangelho, realiza por suas ovelhas: chama-as e depois fá-las sair.

"Irmãos e irmãs, estando aqui esta manhã, sintamos a alegria de ser povo santo de Deus: todos nascemos da sua chamada; foi Ele que nos convocou e, por isso, somos o seu povo, o seu rebanho, a sua Igreja. Reuniu-nos aqui para que, embora sendo diversos entre nós e pertencendo a comunidades diferentes, a grandeza do seu amor nos reúna a todos num único abraço." Deste modo, em primeiro lugar o Senhor chama as suas ovelhas, disse Francisco, convidando o povo a recordar o sentido da catolicidade e a fazer memória agradecida, do amor de Jesus por nós. 

“Todos nascemos da Sua chamada”

A segunda ação então seria, segundo o Pontífice, o movimento de saída. E o ilustra com a imagem da porta: "Este movimento – entrar e sair –, podemos captá-lo a partir doutra imagem que Jesus utiliza: a da porta. Diz Ele: «Eu sou a porta. Se alguém entrar por Mim, estará salvo; há de entrar e sair e achará pastagem» (Jo 10, 9). Ouçamos com atenção isto: há de entrar e sair. Por um lado, Jesus é a porta que se abriu de par em par a fim de nos fazer entrar na comunhão do Pai e experimentar a sua misericórdia; mas, como todos sabem, uma porta aberta serve não só para entrar, mas também para sair do lugar onde nos encontramos".

“Jesus é a porta que nos faz sair para o mundo”

Assim, ao final de sua homilia, o Santo Padre mais uma vez destacou que o movimento de viver "em saída" significa tornar-se como Jesus, uma porta aberta. E exortou: 

"Por favor, abramos as portas! Procuremos ser também nós – com as palavras, os gestos, as atividades quotidianas como Jesus: uma porta aberta, uma porta que nunca se fecha na cara de ninguém, uma porta que a todos permite entrar para experimentar a beleza do amor e do perdão do Senhor."

Irmã Grazielle Rigotti, ascj - Vatican News

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Papa Francisco:

um futuro de esperança,
não de guerra, cheio de berços, não de túmulos

Antes de rezar o Regina Coeli, o Papa pediu à Rainha da Paz para infundir "nos corações dos homens e dos líderes das nações o desejo de construir a paz, de dar às jovens gerações um futuro de esperança, não de guerra; um futuro cheio de berços, não de túmulos; um mundo de irmãos, não de muros."

“Um futuro de esperança, não de guerra; um futuro cheio de berços, não de túmulos; um mundo de irmãos, não de muros.”

Em pé, mas idealmente de joelhos diante do ícone de Nossa Senhora Magna Domina Hungarorum, venerada como protetora e padroeira da Hungria, o Papa eleva uma súplica universal à Mãe de Deus por um continente, o europeu, dilacerado por conflitos, divisões, tensões, perspectivas nefastas para o futuro.

Virgem Santa, olhai para os povos que mais sofrem. Olhai sobretudo para o vizinho povo ucraniano martirizado e para o povo russo, a Vós consagrados. Vós sois a Rainha da paz.

A causa da paz

Francisco reza o Regina Caeli com os 50 mil fiéis reunidos na Praça Kossuth Lajos, em Budapeste, último evento da manhã de domingo antes de seguir para a Nunciatura. Antes da oração mariana, ele se dirige a Nossa Senhora. Ao seu Imaculado Coração, em 25 de março de 2022, consagrou a Rússia e a Ucrânia, implorando o fim do conflito. Agora volta a pedir sua intercessão:

A partir desta grande cidade e deste nobre país, quero colocar no seu Coração a fé e o futuro de todo o Continente Europeu, sobre o qual tenho pensado nestes dias, e de modo particular a causa da paz.

Virgem Santa - é a súplica do Bispo de Roma - "infundi nos corações dos homens e dos líderes das nações o desejo de construir a paz, de dar às jovens gerações um futuro de esperança, não de guerra; um futuro cheio de berços, não de túmulos; um mundo de irmãos, não de muros”.

Reunião de diferentes religiões

A fraternidade, portanto, é o caminho que o Papa indica para prevenir as tragédias que tornam o mundo instável. A mesma fraternidade da qual são exemplo as religiões e confissões cristãs da Hungria:

Obrigado pela vossa presença! E obrigado porque, neste país, diferentes Confissões e religiões se encontram e apoiam mutuamente. 

Aqui, acrescenta o Pontífice, citando as palavras do cardeal Peter Erdö, arcebispo de Esztergom-Budapeste, “aqui se vive na fronteira oriental do cristianismo ocidental, há mil anos":

É belo que as fronteiras não representem confins que separam, mas áreas de contato; e que os crentes em Cristo ponham em primeiro lugar a caridade que une e não as diferenças históricas, culturais e religiosas que dividem. Une-nos o Evangelho e é voltando lá, às fontes, que o caminho entre os cristãos continuará segundo a vontade de Jesus, Bom Pastor que nos quer unidos num só rebanho.

Oração pela Igreja europeia

O Papa Francisco reza, portanto, pela Igreja de toda a Europa "para que reencontre a força da oração" e redescubra em Maria "a humildade e a obediência, o ardor do testemunho e a beleza do anúncio".

Daí as saudações à presidente Katalin Novák, ao primeiro ministro Viktor Orbán - ambos sentados nas primeiras filas -, bem como aos bispos e pessoas consagradas e a todo o querido povo húngaro "pela acolhida e afeto que senti nestes dias: " Aproximando-se agora o momento de regressar a Roma, desejo expressar meu reconhecimento...", diz o Papa Francisco, acrescentando:

Exprimo a minha gratidão a quantos vieram de longe e a quem trabalhou tanto e tão bem para esta visita. A todos digo: obrigado; Deus vos recompense.

Gratidão aos húngaros

Uma recordação especial vai para os doentes e idosos, para "quem se sente sozinho e quantos perderam a fé em Deus e a esperança na vida. Estou unido convosco, rezo por vós e vos abençoo."

Por fim, o desejo para que possa “espalhar a alegria de Cristo” e o agradecimento pelos três dias passados ​​na capital húngara: Levo-vos no coração e peço que rezeis por mim.

Isten éltessen! [Felicidades] Isten áld meg a magyart! [Deus abençoe os húngaros!]

Salvatore Cernuzio – Cidade do Vaticano

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Assista:
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                                                                                                                     Fonte: vaticannews.va

sábado, 29 de abril de 2023

Reflexão para o 4º Domingo da Páscoa:

A necessidade de um guia

José Antonio Pagola

Para os primeiros cristãos, Jesus não é só um pastor, mas o verdadeiro e autêntico pastor. O único líder capaz de orientar e dar verdadeira vida ao ser humano. Esta fé em Jesus como verdadeiro pastor e guia adquire uma atualidade nova numa sociedade massificada como a nossa, onde as pessoas correm o risco de perder sua própria identidade e ficar aturdidas diante de tantas vozes e reclamos.

A publicidade e os meios de comunicação social impõem ao indivíduo não só a roupa que deve vestir, a bebida que deve tomar ou a música que deve ouvir. Impõem também os hábitos, os costumes, as ideias, os valores, o estilo de vida e a conduta que deve adotar.

Os resultados são palpáveis. São muitas as vítimas desta “sociedade-aranha”. Pessoas que vivem “segundo a moda”. Pessoas que já não agem por própria iniciativa. Homens e mulheres que buscam sua pequena felicidade, esforçando-se para adquirir aqueles objetos, ideias e comportamentos que lhes são ditados de fora.

Expostos a tantos chamarizes e reclamos, corremos o risco de não escutar mais a voz do próprio interior. É triste ver as pessoas esforçando-se para viver um estilo de vida “imposto” de fora, que simboliza para elas o bem-estar e a verdadeira felicidade.

Nós, cristãos, cremos que só Jesus pode ser guia definitivo do ser humano. Só com Ele podemos aprender a viver. O cristão é precisamente aquele que, a partir de Jesus, vai descobrindo dia a dia qual é a maneira mais humana de viver. Seguir a Jesus como Bom Pastor é interiorizar as atitudes fundamentais que Ele viveu, e esforçar-nos para vivê-las hoje a partir de nossa própria originalidade, prosseguindo a tarefa de construir o reino de Deus que Ele começou.

Mas, enquanto a meditação for substituída pela televisão, o silêncio interior pelo ruído e o seguimento da própria consciência pela submissão cega à moda, será difícil escutarmos a voz do Bom Pastor que pode ajudar-nos a viver no meio desta “sociedade do consumo” que consome seus consumidores.

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JOSÉ ANTONIO PAGOLA cursou Teologia e Ciências Bíblicas na Pontifícia Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversas obras de teologia, pastoral e cristologia. Atualmente é diretor do Instituto de Teologia e Pastoral de São Sebastião. Este comentário é do livro “O Caminho Aberto por Jesus”, da Editora Vozes.

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Papa Francisco em Budapeste:

a fé nos faz sair ao encontro dos pobres
e a falar a linguagem da caridade

"A linguagem da caridade. Foi a língua falada por Santa Isabel, por quem este povo tem grande devoção e estima", disse Francisco em seu discurso, ressaltando que Santa Isabel da Hungria "não só gastou os seus bens, mas também a sua vida a favor dos últimos, dos leprosos, dos doentes até ao ponto de tratar deles pessoalmente e carregá-los nas costas. Esta é a linguagem da caridade".

O Papa Francisco encontrou-se com os pobres e os refugiados, na Igreja de Santa Isabel, em Budapeste, na Hungria, na manhã deste sábado (29/04), no âmbito de sua 41° viagem apostólica internacional.

"Os pobres e os necessitados – nunca o esqueçamos – estão no coração do Evangelho: de fato, Jesus veio «anunciar a Boa-Nova aos pobres». Assim eles indicam-nos um desafio apaixonante, para que a fé que professamos não fique prisioneira de um culto distante da vida, nem se torne presa de uma espécie de «egoísmo espiritual», isto é, de uma espiritualidade que eu mesmo construo à medida da minha tranquilidade interior e da minha satisfação", disse o Papa.

Santa Isabel sentiu o desejo de cuidar dos necessitados

Segundo Francisco, "a verdadeira fé é aquela que desinquieta, que arrisca, que faz sair ao encontro dos pobres e nos torna capazes de falar, com a vida, a linguagem da caridade".

Músicos ciganos tocam para o Papa na Igreja de Santa Isabel em Budapeste

A linguagem da caridade. Foi a língua falada por Santa Isabel, por quem este povo tem grande devoção e estima. Ao chegar esta manhã, vi na praça a sua estátua, com o sopé que a representa enquanto recebe o cordão da ordem franciscana e, contemporaneamente, oferece água a um pobre para lhe matar a sede. Santa Isabel, filha de um rei, crescera no conforto da vida de corte, num ambiente luxuoso e privilegiado; e contudo, tocada e transformada pelo encontro com Cristo, bem depressa sentiu que devia rejeitar as riquezas e vaidades do mundo, advertindo o desejo de se despojar delas e cuidar dos necessitados.

“Assim, não só gastou os seus bens, mas também a sua vida a favor dos últimos, dos leprosos, dos doentes até ao ponto de tratar deles pessoalmente e carregá-los nas costas. Esta é a linguagem da caridade.”

Acolhimento dos refugiados da Ucrânia

A seguir, o Papa comentou alguns testemunhos que ouviu antes de seu discurso. Sobre o que disse Brigitta, Francisco ressaltou que ela "experimentou a proximidade do Senhor graças à Igreja greco-católica, a tantas pessoas que se prodigalizaram para a ajudar, encorajar, encontrar um emprego e sustentá-la nas necessidades materiais e no caminho da fé. Eis o testemunho que nos é pedido: a compaixão para com todos, especialmente por quantos estão marcados pela pobreza, a doença e o sofrimento. Precisamos de uma Igreja que fale fluentemente a linguagem da caridade, idioma universal que todos escutam e compreendem, mesmo os mais afastados, mesmo aqueles que não acreditam".

E a propósito exprimo a minha gratidão à Igreja húngara pelo compromisso posto na caridade, um compromisso capilar: ela criou uma rede que liga muitos agentes pastorais, muitos voluntários, as caritas paroquiais e diocesanas, mas também grupos de oração, comunidades de fiéis, organizações pertencentes a outras Confissões, mas unidas na comunhão ecumênica que brota da caridade.

“Obrigado pela forma como vocês acolhem – não só com generosidade, mas também com entusiasmo – tantos refugiados da Ucrânia.”

A caridade preocupa-se com a pessoa e deseja reerguê-la

A seguir, o Papa comentou o testemunho de Oleg e sua família refugiados ucranianos na Hungria, onde Oleg trabalha como cozinheiro e encontrou hospitalidade generosa.

O Papa Francisco no encontro com os pobres e refugiados na Igreja de Santa Isabel da Hungria


"A lembrança do amor recebido reacende a esperança, encoraja a empreender novos caminhos de vida. Com efeito, mesmo na tribulação e no sofrimento, encontra-se coragem para continuar quando se recebeu o bálsamo do amor: é a força que ajuda a acreditar que nem tudo está perdido e que é possível um futuro diferente", disse ainda o Santo Padre.

Infelizmente, também aqui muitas pessoas estão literalmente privadas de um teto: muitas irmãs e irmãos marcados pela fragilidade – sozinhos, com várias limitações físicas e mentais, destruídos pelo veneno das drogas, saídos da prisão ou abandonados porque idosos – são afetados por formas graves de pobreza material, cultural e espiritual, e não têm um teto e uma casa para morar.

Zoltàn, diácono, e sua esposa Ana também deram o seu testemunho acerca desta grande chaga que os levou, com coragem e generosidade, graças à ação do Espírito Santo, a construir um centro para acolher as pessoas sem-teto.  A pessoa "renasce quando experimenta que, aos olhos de Deus, é amada e abençoada. Isto vale para toda a Igreja: não basta dar o pão que alimenta o estômago, é preciso nutrir o coração das pessoas! A caridade não é mera assistência material e social, mas preocupa-se com a pessoa inteira e deseja reerguê-la com o amor de Jesus: um amor que ajuda a readquirir beleza e dignidade".

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Assista:

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sexta-feira, 28 de abril de 2023

Em 1 minuto,

o primeiro dia do Papa na Hungria

O desembarque em Budapeste, saudado com aplausos e flores, depois o encontro com a presidente Novák e o primeiro-ministro Orbán no Palácio Sándor e o primeiro discurso às autoridades políticas e civis no antigo mosteiro carmelita, sede do governo, com o apelo à paz global. Por fim, o encontro com bispos, sacerdotes, religiosos e seminaristas na Catedral de Santo Estêvão, e o abraço com os fiéis na saída: todos os compromissos do primeiro dia da 41ª Viagem Apostólica.

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                                                                                                                     Fonte: vaticannews.va

4º Domingo da Páscoa:

Leituras e Reflexão
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1ª Leitura: At 2,14a.36-41

Leitura dos Atos dos Apóstolos:

No dia de Pentecostes, Pedro, de pé, no meio dos Onze apóstolos, levantou a voz e falou à multidão: “Que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes”.

Quando ouviram isso, eles ficaram com o coração aflito, e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, o que devemos fazer?”

Pedro respondeu: “Convertei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para o perdão dos vossos pecados. E vós recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar para si”.

Com muitas outras palavras, Pedro lhes dava testemunho, e os exortava, dizendo: “Salvai-vos dessa gente corrompida!”

Os que aceitaram as palavras de Pedro receberam o batismo. Naquele dia, mais ou menos três mil pessoas se uniram a eles.

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Responsório: Sl 22(23)
- O Senhor é o pastor que me conduz; para as águas repousantes me encaminha.
- O Senhor é o pastor que me conduz, para as águas repousantes me encaminha.

- O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha, e restaura as minhas forças.

- Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei; estais comigo com bastão e com cajado; eles me dão a segurança!

- Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo, e com óleo vós ungis minha cabeça; e o meu cálice transborda.

- Felicidade e todo bem hão de seguir-me por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos.

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2ª Leitura: 1Pd 2,20b-25

Leitura da Primeira Carta de São Pedro:

Caríssimos: Se suportais com paciência aquilo que sofreis por terdes feito o bem, isto vos torna agradáveis diante de Deus. De fato, para isto fostes chamados. Também Cristo sofreu por vós deixando-vos um exemplo, a fim de que sigais os seus passos. Ele não cometeu pecado algum, mentira nenhuma foi encontrada em sua boca. Quando injuriado, não retribuía as injúrias; atormentado, não ameaçava; antes, colocava a sua causa nas mãos daquele que julga com justiça.

Sobre a cruz, carregou nossos pecados em seu próprio corpo, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Por suas feridas fostes curados. Andáveis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes ao pastor e guarda de vossas vidas.

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Evangelho: Jo 10,1-10

Proclamação do Evangelho de São João:

Naquele tempo, disse Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. 

Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer. Então Jesus continuou: “Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.

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Reflexão do padre Johan Konings:

Salvação - Só por Cristo?

No evangelho, Jesus narra uma parábola. Naquele tempo, os povoados tinham seu curral (redil) comunitário. O curral tinha um portão, por onde os pastores entravam para chamar as suas ovelhas (que conheciam a voz de seu pastor), e por onde as ovelhas passavam para ir pastar. Mas também apareciam sujeitos que abriam uma brecha na cerca em vez de entrar pela porta: os ladrões. Até aí a parábola (versos 1-5). Depois, Jesus explica: ele mesmo é essa porta por onde pastores e ovelhas devem passar. Pastor que não passa por ele, não serve para os fiéis. E também os fiéis têm de passar por ele para encontrar a vida que procuram.

Pastor mesmo é quem passa através de Jesus e faz o rebanho passar por ele. Neste sentido, as pregações apostólicas apresentadas nas leituras de hoje são eminentemente pastorais. São obra de pastores que passaram por Cristo e nos conduzem a ele e – através dele – ao Pai. Veja só, na 1ª leitura o apelo à conversão e a entrada no “rebanho” mediante o batismo, depois da pregação de Pedro. E, na 2ª leitura Pedro lembra aos fiéis que, outrora ovelhas desgarradas, eles estão agora junto ao verdadeiro pastor, Jesus.

O sentido fundamental da pastoral é ir aos homens por Cristo e conduzi-los através dele ao verdadeiro bem. As maneiras podem ser muitas; antigamente, mais paternalista talvez; hoje, mais participativa. Mas pode-se chamar de pastoral uma mera ação social ou política associada a setores da Igreja ou a suas instituições? Isso ainda não é, de per si, pastoral. Para ser pastoral, a atuação precisa ser orientada pelo projeto de Cristo, que ele nos revelou dando sua vida por nós.

Nesta ótica, os pastores devem ir aos fiéis (não aguardá-los de braços cruzados), através de Cristo (não através de mera cultura ou ideologia), para conduzi-los a Deus ( e não apenas à instituição da Igreja), fazendo-os passar por Cristo, ou seja, exigindo adesão à prática de Cristo. E os fieis devem discernir se seus pastores não são “ladrões e assaltantes”. O critério para discernir isso é este: se eles chegam através de Cristo e fazem passar os fiéis por ele.

Pelas palavras do Novo Testamento, parece que toda salvação passa por Cristo. Mas isso deve ser entendido num sentido inclusivo, não exclusivo. Todo caminho que verdadeiramente conduz a Deus, em qualquer religião e na vida de “todos aqueles que procuram de coração sincero”(Concílio Vaticano II; Oração Eucarística IV), passa de fato pela porta que é Jesus. Portanto – e é isso que acentua o evangelho de João, escrito para pessoas que já aderiram à fé em Jesus: não precisam procurar a salvação fora desse caminho. Isso vale ser repetido para os cristãos de hoje. Por outro lado, não é preciso que todos confessem o Cristo explicitamente; basta que, nas opções da vida, eles optem pela prática que foi, de fato, a de Cristo. Agir como Cristo é a salvação. E é a isso que a pastoral deve conduzir.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella: 

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  Reflexão/banner: franciscanos.org.br   Banner: Fr. Fábio M. Vasconcelos  Imagem: vaticannews.va

Papa em missão de paz

Francisco chega à Hungria

O Santo Padre partiu do aeroporto romano de Fiumicino às 8h21min desta sexta-feira, com o voo A320 da ITA Airways.

O Papa Francisco chegou ao Aeroporto Internacional de Ferenc Liszt, em Budapeste, na Hungria, nesta sexta-feira (28/04).

O avião tocou o solo húngaro às 9h53, hora italiana, 4h53 no horário de Brasília. O Papa foi saudado pelo núncio apostólico, dom Michael Banach, e pelo embaixador húngaro junto à Santa Sé, Eduard Habsburg-Lotharingiai. A seguir, foi a pé, com o auxílio de uma bengala, até os presentes.

Enquanto o sol brilhava na pista de pouso, o Papa foi acolhido pelo vice-primeiro-ministro e por um menino e uma menina em trajes tradicionais que lhe ofereceram pão e sal, símbolos da vida, da bênção e da boa sorte. Francisco partiu uma pequena porção de pão com a mão direita e a experimentou, sob os aplausos dos presentes. Eram dezenas as crianças que seguravam as bandeiras da Cidade do Vaticano e da Hungria.

As crianças oferecem ao Papa pão e sal, símbolos da vida


Antes de ir para a sala Vip Lounge, houve a apresentação das delegações. Após esse breve encontro, o Papa se dirigiu ao Palácio Sàndor, a residência do presidente da República Húngara.

A segunda vez de Francisco em Budapeste

Na capital húngara respira-se todo o entusiasmo de uma comunidade ansiosa por voltar a receber o Papa, depois da primeira vez, dois anos atrás. Em 2021, houve um abraço por ocasião do Congresso Eucarístico Internacional. Francisco é o segundo Papa a fazer uma viagem apostólica à Hungria, depois das de João Paulo II em 1991 e 1996. Muita coisa mudou desde então. O país tinha acabado de se libertar do comunismo. Desde 2004, a Hungria faz parte da União Europeia. Registou um importante desenvolvimento econômico e a cidade de Budapeste tornou-se, ao longo dos anos, um importante destino turístico internacional. Hoje, porém, o olhar também está voltado para a fronteira nordeste, com a Ucrânia. De fato, mais de um milhão de ucranianos cruzaram a Hungria após o início da guerra, desde o final de fevereiro de 2022.

Alegria e gratidão

Em Budapeste, há alegria pela chegada de Francisco. Nos jornais húngaros, a notícia estava em todas as primeiras páginas, com a manchete "Onde está Pedro, está a Igreja". Os noticiários de rádio e TV dedicam a abertura a esta visita histórica. Também em Budapeste existe um forte sentimento de gratidão para com o Papa, peregrino da paz, portador de esperança não obstante os seus recentes problemas de saúde. A cidade dá as boas-vindas ao sucessor de Pedro num ano particularmente significativo: as fronteiras modernas de Budapeste foram de fato traçadas em 1873, exatamente 150 anos atrás, quando se uniram as cidades montanhosas de Buda e Obuda, a oeste, e Peste, na planície da margem leste do Danúbio.

Andrea De Angelis - Vatican News 

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                                                                                                                     Fonte: vaticannews.va