domingo, 31 de agosto de 2014

Catequista:

aquele que primeiro ama a Cristo e o anuncia

Concluindo o mês das vocações, a Igreja neste domingo quer homenagear os catequistas, pessoas entregadas e fundamentais para a formação da fé.
Eu também sou catequista e tenho a alegria de poder trabalhar e apoiar diretamente vários catequistas da Crisma em duas paróquias. É muito edificante ver a entrega, a generosidade em doar o seu tempo para o anúncio da Boa Nova. Eles assumem a sua missão com muito amor.
Gostaria de neste dia falar um pouco sobre essa bonita missão e dar algumas dicas para que possamos exercer melhor esse importante serviço.
Uma catequese querigmática e mistagógica
A catequese está a serviço do crescimento do querigma, ou seja, aquele primeiro anúncio da fé, que deve ser cultivado e alimentado. Não podemos nos contentar com uma fé de criança, que se resuma apenas a ir à Missa aos domingos (quando vou) e “não fazer nada de mau”. “Cada ser humano precisa sempre mais de Cristo, e a evangelização não deveria deixar que alguém se contente com pouco, mas possa dizer com plena verdade: «Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20).” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 160).
Crescer e caminhar juntos
Nesse amadurecimento do querigma o catequista tem uma função fundamental. Ele ajuda a formar a fé dos seus catequizandos, o introduz na comunidade, ajuda a que cada um seja cada dia mais semelhante a Cristo. Essa catequese mais do que um passar uma doutrina deve comunicar uma vida, com ousadia, criatividade e entusiasmo. O catequista deve anunciar em primeira pessoa a Cristo. Por essa razão não gosto muito de chamar de aula de catequese e sim de encontro, porque é realmente isso que acontece: um encontro de todos com Cristo.
O Papa Francisco fala que na boca do catequista deve sempre ressoar esse primeiro anúncio. Esse é o “anúncio principal, aquele que sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra, durante a catequese, em todas as suas etapas e momentos.” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 164) É necessário que o catequizando volte sempre ao primeiro amor. A catequese e toda a formação cristã é na verdade um aprofundamento do querigma.
“Outra característica da catequese, que se desenvolveu nas últimas décadas, é a iniciação mistagógica, que significa essencialmente duas coisas: a necessária progressividade da experiência formativa na qual intervém toda a comunidade e uma renovada valorização dos sinais litúrgicos da iniciação cristã.” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 166)
O encontro catequético deve ser um anúncio da Palavra e deve estar centrado nela, mas deve ser feito sempre de uma forma adequada e com uma motivação atraente. O uso de símbolos eloquentes é importante para um anúncio eficaz da Palavra. Em outras palavras, a mensagem deve ser encarnada pelo catequizando, ele deve ser interpelado pela Palavra de Deus e ver que Deus realmente fala através de sua Palavra. Neste âmbito novamente a criatividade é muito importante.
O Papa Francisco propõe também para a catequese prestar atenção à via da beleza: “Anunciar Cristo significa mostrar que crer n’Ele e segui-Lo não é algo apenas verdadeiro e justo, mas também belo, capaz de cumular a vida dum novo esplendor e duma alegria profunda, mesmo no meio das provações” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 167)
Catequista: o que anuncia a Cristo em primeira pessoa
Uma característica fundamental que penso que deveria ter o catequista, que considero o segredo do êxito de toda catequese é que ele deve anunciar a Cristo em primeira pessoa. Ele deve ser o primeiro a se encontrar com Cristo, a amá-Lo e viver em coerência com aquilo que está falando para os catequizandos.
Cristo deve ser o centro da vida do catequista. Ao imitar a Cristo aprende a sair de si mesmo e ir ao encontro do outro. Quem coloca a Cristo no centro de sua vida, descentraliza-se! Quanto mais se une a Jesus mais Ele te faz sair de si mesmo e sair ao encontro dos outros. Este é o verdadeiro dinamismo do amor, esse é o movimento do próprio Deus.
“O trabalho do catequista é este: por amor, sair continuamente de si mesmo para testemunhar Jesus e falar de Jesus, anunciar Jesus. Isso é importante, porque é obra do Senhor [...] O coração do catequista vive sempre deste movimento de ‘sístole-diátole’: união com Jesus – encontro com o outro. Existem as duas coisas: eu me uno a Jesus e saio ao encontro dos outros. Se falta um desses dois movimentos, o coração deixa de bater, não pode viver. Perguntemos todos: É assim que bate o meu coração de catequista? [...] Alimenta-se na relação com Ele para O levar aos outros e não para O reter?” (Papa Francisco, A Igreja da misericórdia, pág. 21-22).
Caros catequistas, lembremos que temos uma grande vocação e missão, um grande dom que devemos comunicar. Parabéns pelo seu dia e que a alegria deste dia te impulsione a anunciar cada vez mais a Cristo com ardor, entusiasmo e criatividade.
                                                                                                 Ir. Gilberto Cunha
                                                                                                         Fonte: a12.com
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