22º Domingo do Tempo Comum
1ª Leitura: Jr 20,7-9 Salmo: 63(62) 2ª Leitura: Rm 12,1-2
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Evangelho: Mt 16,21-27
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A partir de
então, Jesus começou a mostrar aos discípulos que era necessário ele ir a
Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser
morto e, no terceiro dia, ressuscitar. Então Pedro o chamou de lado e começou a
censurá-lo: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!”
Jesus, porém, voltou-se para Pedro e disse: “Vai para trás de mim, satanás! Tu
estás sendo para mim uma pedra de tropeço, pois não tens em mente as coisas de
Deus, e sim, as dos homens!” Então Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quer
vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Pois quem quiser
salvar sua vida a perderá; e quem perder sua vida por causa de mim a
encontrará. De fato, que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a
própria vida? Ou que poderá alguém dar em troca da própria vida? Pois o Filho
do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a
cada um de acordo com a sua conduta”.
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Reflexão
Sem vencer o
medo da morte
não será possível ser livre para seguir o Senhor
O profeta
Jeremias viveu no período que, para Israel, foi como um buraco negro: o exílio
na Babilônia, no século VI a.C. É por ocasião desse acontecimento terrível que
Jeremias é chamado por Deus para ser “profeta das nações”. Jeremias resistiu o
quanto pôde a responder afirmativamente ao chamado do Senhor. Cedendo à vontade
de Deus, foi fiel até o fim. Sua missão fundamental foi a de denunciar a
idolatria e a infidelidade dos dirigentes do povo, e o mal das nações
estrangeiras. Em razão de sua fidelidade a Deus, ele foi perseguido e sua vida
ameaçada pelos membros do próprio povo eleito de Deus. O texto de hoje, dito
autobiográfico, retrata, por um lado, a angústia da perseguição e do abandono,
mas, de outro, a experiência do cuidado e proteção de Deus. A presença de Deus
na vida de Jeremias era como um fogo que queimava dentro do peito e não o
deixava desistir da missão recebida de Deus.
O evangelho de
hoje é a sequência da profissão de fé de Pedro. O anúncio da paixão, morte e
ressurreição de Jesus é uma prolepse que tem por finalidade esclarecer os
discípulos acerca do messianismo vivido por Jesus. A reação de Pedro revela o
seu desapontamento: Jesus não é exatamente o Messias que ele pensava ter
encontrado. A atitude de Pedro de dissuadir Jesus de prosseguir o seu caminho
não é preocupação com Jesus. Além da ideia distorcida do Messias, é preocupação
com a sua própria sorte. O Messias que Pedro segue não se exime do sofrimento.
A palavra de Jesus a Pedro é dura, semelhante à usada contra a sugestão de
satanás, quando das tentações no deserto (cf. Mt 4,1-11). Desejar sofrer é
insanidade, mas quando o sofrimento é consequência da adesão a Deus, ele deve
ser vivido na confiança, pois o Senhor permanece fiel, mesmo quando lhe somos
infiéis. Seguir Jesus impõe superar, pela mesma graça de Cristo que se entregou
pela humanidade, o medo da morte. Sem vencer o medo da morte não será possível
ser livre para seguir o Senhor.
Carlos Alberto Contieri, sj
Reflexão: paulinas.org.br Banner: cnbb.org.br Ilustrações: franciscanos.org.br
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