19º Domingo do Tempo Comum
1ª Leitura: 1Rs 19,9.11-13a Salmo: 85(84) 2ª Leitura: Rm 9,1-5
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Evangelho: Mt 14,22-33
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Logo em seguida,
Jesus mandou que os discípulos entrassem no barco e fossem adiante dele para o
outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. Depois de despedi-las,
subiu à montanha, a sós, para orar. Anoiteceu, e Jesus continuava lá, sozinho.
O barco, entretanto, já longe da terra, era atormentado pelas ondas, pois o
vento era contrário. Nas últimas horas da noite, Jesus veio até os discípulos,
andando sobre o mar. Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, ficaram
apavorados e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. Mas Jesus logo lhes
falou: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” Então Pedro lhe disse: “Senhor, se
és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. Ele respondeu:
“Vem!” Pedro desceu do barco e começou a andar sobre a água, em direção a
Jesus. Mas, sentindo o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou:
“Senhor, salva-me!” Jesus logo estendeu a mão, segurou-o e lhe disse: “Homem de
pouca fé, por que duvidaste?” Assim que subiram no barco, o vento cessou. Os
que estavam no barco ajoelharam-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu
és o Filho de Deus!”
"Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!" |
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Reflexão
A travessia
A primeira
leitura, assim como o evangelho, fala de uma travessia. No caso de Elias, é uma
travessia pelo deserto. Os discípulos de Jesus fazem a travessia para a outra
margem do Mar da Galileia, depois do episódio dos pães. Jesus, a sós, vai à
montanha para rezar. Uma e outra travessia são símbolos da vida cotidiana em
que se dá o encontro com Deus. É o tempo em que Deus se aproxima do homem, como
se aproximou de Elias e dos discípulos, para revelar quem Ele é e quem é o
homem.
Elias atravessa
o deserto fugindo da perseguição de Jezabel, mulher do rei Acab, que pretendia
matá-lo, pois Elias havia degolado quatrocentos profetas de Baal que estavam a
serviço da rainha. No meio da travessia do deserto, Elias pede a Deus a morte;
deita-se, à sombra de um junípero, entregue às próprias forças.
Misteriosamente, aparece, ali, a comida que ele precisa para continuar o seu
caminho até o Monte de Deus. Lá chegando, refugiou-se numa gruta. Avisado que
Deus iria passar, se pôs à entrada da gruta e experimentou a presença de Deus
não como um vento impetuoso nem como um terremoto, mas como uma brisa suave.
Isso foi para Elias uma lição: O Deus de Israel não é um Deus que promove a
vingança, nem tampouco o ódio. O Deus que se revela sobre o Monte é um Deus
misericordioso, compassivo, bondoso, suave como a brisa da tarde.
A travessia dos
discípulos para a outra margem acontece depois do episódio dos pães. O lago de
Genesaré é, para o nosso texto de hoje, símbolo da vida cotidiana. Na
travessia, o barco é agitado pelas ondas, pois o vento era contrário. O mar é,
ainda, para a mentalidade do homem bíblico, símbolo do mal e da morte. O mal
agita e ameaça a vida humana e a Igreja. Ao longe, o Senhor vê o sofrimento dos
discípulos (cf. Ex 3,7ss) e sai em socorro dos seus caminhando sobre as águas.
Gesto simbólico que manifesta a divindade de Jesus. No Antigo Testamento é Deus
quem domina a fúria do vento e do mar (cf. Sl 89,10). O medo, a escuridão da
noite fazem os discípulos confundirem Jesus com um fantasma. Mesmo diante da
palavra de Jesus, “sou eu”, Pedro o desafia. À palavra de Jesus ele sai do
barco e caminha sobre a água, mas duvida e começa a afundar. O Senhor, no
entanto, o resgata. O que faz Pedro afundar é o medo, a dúvida, a falta de
confiança no Senhor. Mergulhado na sua fraqueza, em razão da sua incredulidade,
Pedro irá experimentar a força do braço do Senhor que o arrancou do poder do
mal e da morte.
Carlos Alberto Contieri, sj
Reflexão: paulinas.org.br Banner: cnbb.org.br Ilustrações: franciscanos.org.br
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