sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Santo Afonso, um homem a serviço

Descobriu Deus e as pessoas

A família redentorista celebra seu fundador no dia 1 de agosto. É um santo do passado, mas é atual. Nasceu dia 27 de setembro de 1696 em Nápoles, Itália. Fundou a Congregação no dia 09.11.1732. Foi bispo e morreu 1º de agosto de 1787.
Santo Afonso, rogai por nós!
Foi canonizado 26 de maio de 1839 e declarado doutor da Igreja (reconhecimento de sua doutrina) em 1871. O que fez este homem para ter tanta importância? Sua doutrina sobre o estudo da moral teve grande influência até pouco antes do Concílio Vaticano II, quando foi retomada por outros grandes homens, também redentoristas, e adaptada à linguagem atual.
Para quem o conhece, percebe que seu ensinamento e seus métodos são muito parecidos com os do Papa Francisco.
O que levou Afonso, nobre e advogado afamado, a deixar tudo para ser sacerdote e dedicar-se aos pobres da cidade e depois mudar sua vida para viver entre os abandonados do interior? Descobriu e aprofundou o amor de Deus. Fez uma caminhada muito forte a partir desse amor.
Quem se encontra com Deus, necessariamente encontra os amados de Deus, os necessitados. Vendo o abandono das populações pobres da cidade e depois as do campo, tomou atitudes concretas para ajudá-las no caminho da fé e da santificação.
O povo tem direito a viver intensamente sua fé e praticá-la. A santidade é aberta a todos, pois todos podem ser santos.
 Com sua doutrina moral e espiritual deu um golpe mortal no rigorismo jansenista que dominava a Igreja. Em seu ensinamento e doutrina não foi nem relaxado nem rigorista. Tomou o caminho do equilíbrio. Não foi uma moda, mas um estudo sério sobre a moral que influenciou beneficamente a Igreja.
Saber é dar soluções
Sendo um pensador teólogo passou à vida prática seus conhecimentos. O contato com o povo é uma condição para o ensino. Ele fez o melhor caminho para aprofundar seu argumento, pois diz: “Depois de 30 anos pregando missões, achei importante escrever para orientar seus padres no cuidado do povo”.
Criou métodos espirituais que ajudam o povo a crescer, como é o caso da meditação. Ligado a ele, exigiu de si e dos companheiros que pregassem de modo acessível a todos. A linguagem popular não é algo mal preparado, mas a ciência traduzida para o popular.
É preciso muita sabedoria. O povo gostava de ouvi-lo. Criou um modo de pregar missões que atingiam até os lugares mais humildes e abandonados. Seu modo de pensar a comunidade religiosa missionária era tê-las acessíveis ao povo.
Pregava retiro e o povo vinha para as igrejas para ouvir a palavra e se orientar. Não só pregava como também escrevia livros acessíveis que orientavam sua vida. Escreveu muitas obras de ciência teológica para ajudar os padres a se formarem bem para o bom atendimento do povo. A teologia moral de Afonso foi adotada em toda a Europa.
Aprendendo com sábio
Seu método era viver e ensinar o que vivia. Por isso é chamado o Doutor da oração. Repetia sempre: Quem reza se salva, quem não reza se condena.
A oração era uma prioridade de sua vida. Seus escritos estão cheios da Palavra de Deus e sempre concluía os tópicos com uma oração. Ocupado com Deus, era preocupado com as pessoas para dar-lhes o melhor do ensinamento.
Ocupava plenamente seu tempo. Por isso teve tempo de escrever 128 obras. Há obras menores que são sínteses populares de seu grande pensamento.
Estava sempre em contato com tudo que se escrevia pelo mundo. Era preocupado com a Igreja para que correspondesse sempre a sua missão. Chegou a escrever aos cardeais no conclave que elegeu Pio VI 1775-99, mostrando os problemas e indicando caminhos.
                                                                                  Padre Luiz Carlos de Oliveira, CSsR
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Regras de Santo Afonso para a conduta ética do bom advogado

Afonso de Ligório, aos 20 anos de idade, estava no auge de sua carreira como advogado, não tendo perdido uma única causa em Nápoles, Itália, no início do século XVIII. Era muito procurado por dedicar-se à ciência jurídica com desinteresse e ganhava todas as causas porque só defendia aquelas que julgava justas.
Santo Afonso e seus confrades
Preocupado com a malícia e a mentira que rondavam seus colegas de profissão, antes de desistir da carreira e ser ordenado sacerdote, Santo Afonso escreveu uma lista de condutas éticas que podem ser aplicadas até hoje. Confira:
1 – Não é lícito jamais aceitar causas injustas, porque são perniciosas para a consciência e o decoro.
2 – Não se deve defender causa com meios ilícitos.
3 – Não se deve agravar o cliente com despesas demasiadas, havendo então obrigação de restituir.
4 – As causas dos clientes devem ser tratadas com aquela dedicação com a qual se tratam as causas próprias.
5 – É necessário o estudo dos processos para dele se tirarem os argumentos precisos para a defesa da causa.
6 – Muitas vezes, a dilação e a incúria dos advogados prejudicam os clientes e os prejuízos devem ser reparados; do contrário, peca-se contra a justiça.
7 – O advogado deve implorar a Deus auxílio da defesa, porque Deus é o primeiro protetor da justiça.
8 – Não é digno de elogio um advogado que aceita muitas causas, superiores aos seus talentos, às suas forças e ao tempo que frequentemente lhe faltará a fim de preparar-se para a defesa.
9 – A justiça e honestidade nunca devem separar-se dum advogado; pelo contrário, devem sempre guardar-se como se guardam a pupilas dos olhos.
10 – Um advogado que perde uma causa por sua negligência, fica obrigado a reparar os danos.
11 – No defender as causas é preciso ser verdadeiro, sincero, respeitoso e razoável.
12 – Finalmente, os requisitos dum advogado são: ciência, diligência, verdade, fidelidade, justiça.
Fonte: Michelotto, João Batista. C.Ss. R. Peripécias de um Santo. 3ª ed. Editora Santuário. 1980.
                                                                                                    Fonte: a12.com
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