Cristo não anula culturas; combate divisão entre os povos
Cidade do
Vaticano (RV) – O Papa Francisco compareceu na manhã desta quarta-feira,
20, na Sala Paulo VI, para conceder a audiência geral, com fisionomia serena e
sorridente. O fuso horário e a fadiga da recente viagem à Coréia parecem não
ter deixado sequelas na condição física do Pontífice.
Chegando à Sala
Nervi a pé da Casa Santa Marta, onde reside, o Pontífice entrou às 10h (no
horário de Roma) no adro, lotado por mais de 2 mil peregrinos que não cabiam
mais na Sala, já completa com mais de 8 mil pessoas.
Depois de saudar
todos com o habitual carinho e espontaneidade, o Papa se sentou no centro do
palco e começou a sua catequese, focada integralmente na recente viagem à
Coréia: “Lá, encontrei uma Igreja jovem, fundada no testemunho dos mártires e
animada pelo espírito missionário”, disse.
Alegria contagiante |
Para Francisco,
esta viagem apostólica se condensa em três palavras: memória, esperança e
testemunho. No contexto coreano, a Igreja custodia a memória e a esperança:
“É uma família
espiritual onde os adultos transmitem aos jovens a chama da fé recebida por
seus antepassados; e a memória das testemunhas se torna um novo testemunho no
presente e esperança do futuro”, explicou. Para Francisco, este foi o enfoque
dos principais eventos da viagem: a beatificação dos 124 mártires coreanos e o
encontro com os jovens, por ocasião da VI Jornada Asiática da Juventude.
Em seguida, foi
ressaltado o papel primário desempenhado pelos leigos na Igreja coreana desde
os seus primórdios. O Papa contou aos fiéis que a comunidade cristã na Coréia
não foi fundada por missionários, mas por um grupo de jovens coreanos do século
XVIII que, fascinados por alguns escritos cristãos, os estudaram e os adotaram
como regra de vida.
“Um deles foi
enviado a Pequim para receber o Batismo e na volta, batizou seus companheiros.
A partir deste primeiro núcleo, se desenvolveu uma grande comunidade que desde
o início e durante cem anos, sofreu violentas perseguições e teve milhares de
mártires. Deste modo, a Igreja coreana se baseia na fé, no engajamento
missionário e no martírio dos leigos”.
O Papa continuou
recordando: “Assim como os primeiros cristãos coreanos praticaram o amor
fraterno que supera toda diferença social, encorajei os cristãos de hoje a
serem generosos com os mais pobres e excluídos”.
Concluindo a
catequese, Francisco afirmou que a história da fé na Coréia demonstra que
Cristo não anula as culturas, não cancela o caminho dos povos que buscam a
verdade e praticam o amor a Deus e ao próximo. Cristo não extingue o que é bom,
mas o completa.
“Cristo combate
e derrota o maligno, que semeia o perverso entre os homens e entre os povos,
que provoca exclusão em favor da idolatria do dinheiro; que espalha veneno no
coração dos jovens. Se, no entanto, ficarmos Nele, em Seu amor, nós também,
como os mártires, poderemos viver e testemunhar sua vitória. Com esta certeza,
rezemos por todos os filhos e filhas da Península Coreana que sofrem as
consequências de guerras e divisões, para que possam realizar um caminho de
fraternidade e plena reconciliação”.
Pedindo a
intercessão de Maria para que acompanhe o nosso caminho, nos ampare nas
fadigas, conforte os sofredores e mantenha aberto o horizonte da esperança, o
Papa concedeu a sua bênção a todos, rogando paz e prosperidade para os
coreanos. (CM)
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Papa recebe jogadores de seu time, San Lorenzo
Torcedor nº 1 |
“Cumprimento os
campeões da América, o meu time San Lorenzo, que faz parte da minha identidade
cultural”. Assim o Papa Francisco, saudou, em espanhol, o time de futebol
argentino San Lorenzo Almagro, que acaba de vencer a Copa sul-americana
Libertadores da América.
Chegando ao
palco, no início do encontro, o Papa saudou individualmente os jogadores. No final
da audiência, o grupo levou ao Pontífice uma camisa, o troféu original e uma
cópia, doada a Francisco. Enfim, tiraram uma foto de grupo, com o ‘torcedor
número 1’. (CM)
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Fiéis participam da dor do Papa, que agradece
O Papa recebeu na manhã desta quarta-feira (20) aplausos de solidariedade do público presente na Sala Paulo VI, quando o leitor espanhol recordou brevemente a morte de alguns familiares de Jorge Bergoglio em um acidente de carro ocorrido nesta terça-feira (19) na Argentina. Em seguida, também os leitores italiano, português e polonês apresentaram pêsames ao Pontífice.
"Agradeço muito por suas orações" |
Ontem, um
sobrinho do Papa, Emanuel Horacio Bergoglio, ficou gravemente ferido, enquanto
a esposa Valeria Carmona e os dois filhos, Antonio de meses, e José, de 2 anos,
faleceram.
Concluindo a
audiência, Francisco agradeceu pelas orações e os pêsames de todos “pelo que
aconteceu em sua família”:
“O Papa também tem
uma família. Nós éramos cinco irmãos; tenho 16 sobrinhos e um deles teve um
acidente automobilístico: sua esposa e os dois filhinhos morreram, e ele está
em estado crítico. Agradeço muito por suas orações”, finalizou Francisco. (CM)
Fonte: radiovaticana.va news.va
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