quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A Igreja recorda Santo Agostinho,

homem inquieto em busca da verdade

Cidade do Vaticano (RV) – A Igreja recorda hoje Santo Agostinho, homem inquieto em busca da verdade, filósofo e após Bispo de Hipona. Justamente a sua inquietação foi o traço destacado pelo Papa Francisco no ano passado, ao presidir a Missa de abertura do Capítulo Geral dos Agostinianos na Basílica romana de Santo Agostinho, no ‘Campo Marzio’. O patrologista agostiniano, Padre Pasquale Cormio, explicou à Rádio Vaticano quais foram os frutos amadurecidos a partir das palavras pronunciadas pelo Papa Francisco há um ano:
Inquietude que leva a Deus
Pe. Pasquale: “O Papa deixou a todos nós agostinianos uma tarefa, a de aprofundar o tema da inquietude, e a declinou em três modalidades: a inquietude da busca espiritual, a inquietude do encontro com Deus, a inquietude do amor. São três aspectos extrapolados da vida de Agostinho e que ainda hoje são válidos. A inquietude expressa o desejo de felicidade que está no coração do homem. E é o próprio Deus que coloca esta inquietude no coração do homem, para que ele possa mover-se, com o desejo mais do que com os pés, para poder buscar e possuir a verdade, isto é, Jesus Cristo. E como agostinianos nós procuramos nos mover ao longo desta linha que foi traçada justamente pelo nosso Santo Padre: a busca da verdade é busca da felicidade e posse da felicidade, mas a felicidade nós a podemos encontrar na pessoa de Jesus Cristo”.
RV: Agostinho recorda muito a inquietação do homem. Hoje, como aplacar a inquietude moderna?
Pe. Pasquale: “É um caminho. A inquietude para Agostinho é justamente isto: é seguir em frente. E a inquietude é alguma coisa que nos impele, porque num certo sentido, interiormente, nos faz sentir sempre insatisfeitos. É este sentido de insatisfação que nos permite também poder começar uma busca. Para Agostinho, a inquietude é estimulada pela beleza da natureza, da Criação: são traços de sua presença que Deus deixa no mundo. Assim como também, outra forma de inquietude é justamente aquele desejo, aquela busca de verdade, de felicidade, que nós encontramos hoje no coração das pessoas. Talvez, muitas vezes, não são capazes de encontrar aquilo que é o objeto, o significado da felicidade. A busca de Deus parte sempre da busca do homem, e o homem dentro de si encontra os sinais da presença de Deus. Desta forma, esta inquietude é um dom do Senhor, para que o homem possa mover-se justamente na busca de Deus. Podemos dizer assim: a beleza da natureza por um lado, e este sentido de insatisfação ou a busca da felicidade que está no coração do homem por outro, podem ser dois elementos que nos permitam também de aproximar – e muitas vezes assim ocorre – tantos jovens que nem sempre conseguem encontrar um sentido nas suas vidas e acabam, como o Agostinho dos primeiros tempos, por dissipar os dons que o Senhor nos deu. Um primeiro passo para nós é saber reconhecer os dons que o Senhor colocou na nossa vida e por isto louvá-lo”.
RV: Vocês, freis agostinianos, quiseram deixar um sinal visível da visita do Papa Francisco no ano passado, em 28 de agosto: por que este sinal?
Pe. Pasquale: “É seguramente também uma modalidade de agradecimento de nossa parte, pela atenção e a generosidade que o Papa Francisco teve em relação a nós, porque foi ele a nos propor presidir a celebração eucarística que abria o 184º Capítulo Geral da Ordem Agostiniana. Assim, também para recordar esta generosidade, esta atenção do Papa para com os agostinianos, quisemos colocar por escrito, em uma lápide colocada na entrada da Capela de Santa Monica, na Basílica de Santo Agostinho em Campo Marzio, Roma, justamente para deixar também para a posteridade esta memória da presença do Papa em meio a nós”. (JE)
                                                                                                Fonte: radiovaticana.va
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