homem inquieto em busca da verdade
Cidade do
Vaticano (RV) – A Igreja recorda hoje Santo Agostinho, homem inquieto em
busca da verdade, filósofo e após Bispo de Hipona. Justamente a sua inquietação
foi o traço destacado pelo Papa Francisco no ano passado, ao presidir a Missa
de abertura do Capítulo Geral dos Agostinianos na Basílica romana de Santo
Agostinho, no ‘Campo Marzio’. O patrologista agostiniano, Padre Pasquale
Cormio, explicou à Rádio Vaticano quais foram os frutos amadurecidos a partir
das palavras pronunciadas pelo Papa Francisco há um ano:
Inquietude que leva a Deus |
RV: Agostinho
recorda muito a inquietação do homem. Hoje, como aplacar a inquietude moderna?
Pe. Pasquale: “É
um caminho. A inquietude para Agostinho é justamente isto: é seguir em frente.
E a inquietude é alguma coisa que nos impele, porque num certo sentido,
interiormente, nos faz sentir sempre insatisfeitos. É este sentido de
insatisfação que nos permite também poder começar uma busca. Para Agostinho, a
inquietude é estimulada pela beleza da natureza, da Criação: são traços de sua
presença que Deus deixa no mundo. Assim como também, outra forma de inquietude
é justamente aquele desejo, aquela busca de verdade, de felicidade, que nós
encontramos hoje no coração das pessoas. Talvez, muitas vezes, não são capazes
de encontrar aquilo que é o objeto, o significado da felicidade. A busca de
Deus parte sempre da busca do homem, e o homem dentro de si encontra os sinais
da presença de Deus. Desta forma, esta inquietude é um dom do Senhor, para que
o homem possa mover-se justamente na busca de Deus. Podemos dizer assim: a
beleza da natureza por um lado, e este sentido de insatisfação ou a busca da
felicidade que está no coração do homem por outro, podem ser dois elementos que
nos permitam também de aproximar – e muitas vezes assim ocorre – tantos jovens
que nem sempre conseguem encontrar um sentido nas suas vidas e acabam, como o
Agostinho dos primeiros tempos, por dissipar os dons que o Senhor nos deu. Um
primeiro passo para nós é saber reconhecer os dons que o Senhor colocou na
nossa vida e por isto louvá-lo”.
RV: Vocês, freis
agostinianos, quiseram deixar um sinal visível da visita do Papa Francisco no
ano passado, em 28 de agosto: por que este sinal?
Pe. Pasquale: “É
seguramente também uma modalidade de agradecimento de nossa parte, pela atenção
e a generosidade que o Papa Francisco teve em relação a nós, porque foi ele a
nos propor presidir a celebração eucarística que abria o 184º Capítulo Geral da
Ordem Agostiniana. Assim, também para recordar esta generosidade, esta atenção
do Papa para com os agostinianos, quisemos colocar por escrito, em uma lápide
colocada na entrada da Capela de Santa Monica, na Basílica de Santo Agostinho
em Campo Marzio, Roma, justamente para deixar também para a posteridade esta
memória da presença do Papa em meio a nós”. (JE)
Fonte: radiovaticana.va
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