18º Domingo do Tempo Comum
1ª Leitura: Is 55,1.3 Salmo: 145(144) 2ª Leitura: Rm 8,35.37-39
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Evangelho: Mt 14,13-21
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Ao ser informado
da morte de João, Jesus partiu dali e foi, de barco, para um lugar deserto, a
sós. Quando as multidões o souberam, saíram das cidades e o seguiram a pé. Ao
sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e
curou os que estavam doentes. Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se dele
e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as
multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” Jesus porém lhes
disse: “Eles não precisam ir embora. Vós mesmos dai-lhes de comer!” Os
discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. Ele disse:
“Trazei-os aqui”. E mandou que as multidões se sentassem na relva. Então, tomou
os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a
bênção, partiu os pães e os deu aos discípulos; e os discípulos os distribuíram
às multidões. Todos comeram e ficaram saciados, e dos pedaços que sobraram
recolheram ainda doze cestos cheios. Os que comeram foram mais ou menos cinco
mil homens, sem contar mulheres e crianças.
O amor fraterno e a partilha multiplicam hoje o pão e o peixe |
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Reflexão
O alimento
abundante e gratuito é a Palavra de Deus
Nossa primeira
leitura é um trecho do último capítulo do Dêutero-Isaías (40–55). O tema
dominante dessa segunda parte do livro de Isaías é o novo êxodo, a volta dos
exilados da Babilônia para a terra de Israel. O trecho de hoje nos faz imaginar
um vendedor ambulante que sai à rua gritando os seus produtos. O que ele
oferece é uma mercadoria abundante e de boa qualidade. A novidade da oferta:
tudo de graça! O que ele dá de graça são os bens necessários da vida (trigo,
vinho, leite) e, enfim, a vida mesma (v. 3a). O último versículo do nosso texto
nos ajuda a compreender que esse alimento abundante e gratuito é a Palavra de
Deus. Como não ver, aqui, uma evocação de Dt 8,3? O sustento da vida humana não
está unicamente no alimento material. A palavra e os mandamentos de Deus é que
fazem viver (Dt 30,15-16). A Palavra de Deus ilumina, sustenta a vida na
esperança, dá sentido a todas as coisas.
A Eucaristia compromete-nos com Deus e os irmãos |
De Nazaré Jesus
volta para as margens do Mar da Galileia e de lá para um lugar afastado, para
estar a sós. Essa observação é importante: Jesus toma distância das muitas
atividades. E ainda que o texto não o diga, podemos considerar que é para
rezar; sua oração é sempre apostólica, pois o seu alimento é fazer a vontade
daquele que o enviou (Jo 4,34). Mesmo se retirando, Jesus não se recusa a
receber as multidões que o procuram e vão até ele. Compadecido, cura os
doentes. A compaixão é um sentimento divino que leva Jesus a socorrer as
pessoas em suas necessidades. A sugestão dos discípulos de despedir a multidão
é razoável: o lugar é distante, a hora avançada e não há o suficiente para
alimentar tanta gente. Jesus, no entanto, se recusa a fazê-lo. É ocasião para
que o próprio leitor do evangelho compreenda que o alimento do povo que o
Cristo reúne é de outra natureza. O texto da multiplicação dos pães tem uma
forte conotação eucarística. A vida do Senhor entregue para a salvação de todos
é o alimento espiritual que sustenta o povo de Deus em marcha. O alimento material
remete ao alimento espiritual. Esse é o alimento que sustenta abundantemente,
não se compra nem se vende e é dado gratuitamente para a vida do mundo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Reflexão: paulinas.org.br Banner: cnbb.org.br Ilustrações: franciscanos.org.br
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