Papa na Missa, em Daejeon, referindo-se Maria:
"Mãe da nossa
Esperança"
Daejeon (RV) –
O Papa Francisco iniciou, nesta sexta-feira, o segundo dia da sua Viagem
internacional à Coréia, com uma solene concelebração Eucarística, em Daejeon,
por ocasião da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu, que a liturgia
celebra hoje, 15 de agosto. Hoje se festeja também na Coréia o dia nacional da
Libertação da República.
Daejeon, que
dista 137 km. da capital coreana, é a quinta cidade da Coréia, com mais de um
milhão e meio de habitantes. Ali, o Papa celebrou a Santa Missa no Estádio da
Copa do Mundo, construído por ocasião da Copa do Mundo 2002, que se realizou na
Coréia e Japão.
Liturgia Eucarística |
Participaram da
celebração, entre outros, diversos sobreviventes e familiares das vítimas do
naufrágio do ferry boat Se-Wol, ocorrido no último dia 16 de abril,
nas costas do país, que causou a morte de 293 pessoas e 10 desaparecidos.
Em sua homilia,
o Bispo de Roma refletiu, em união com toda a Igreja, sobre a Assunção de Nossa
Senhora, em corpo e alma, à glória do Paraíso. A Assunção de Maria, disse,
mostra-nos o nosso destino como filhos adotivos de Deus e membros do Corpo de
Cristo: como Maria, nossa Mãe, somos chamados a participar plenamente da
vitória do Senhor sobre o pecado e a morte e a reinar com Ele no seu Reino
eterno.
O “grande
sinal”, que encontramos na primeira leitura, “uma mulher vestida de sol e
coroada de estrelas”, disse o Papa, convida-nos a contemplar Maria, entronizada
na glória junto do seu divino Filho; convida-nos a tomar consciência do futuro
que se abre diante de nós, graças ao Senhor Ressuscitado. E acrescentou:
“Tradicionalmente,
os coreanos celebram esta festa à luz da sua experiência histórica,
reconhecendo a amorosa intercessão de Maria, que atua na história da nação e na
vida do povo”.
Felizes por serem o Povo de Deus |
Hoje, ao
venerarmos Maria, Rainha do Céu, disse o Pontífice, nós nos dirigimos a Ela
como “Mãe da Igreja”, pedindo-lhe que nos ajude a ser fiéis à liberdade régia,
que recebemos no dia do nosso Batismo; que ela guie os nossos esforços de
transformar o mundo segundo o plano de Deus; que ela torne a Igreja, neste
país, capaz de ser, de forma mais plena, fermento do Reino de Deus na sociedade
coreana.
Aqui, o Santo
Padre fez uma exortação aos cristãos coreanos para que sejam uma força generosa
de renovação espiritual, em todas as esferas da sociedade; combatam o fascínio
do materialismo, que sufoca os autênticos valores espirituais e culturais, como
também o espírito de competição desenfreada, que gera egoísmo e conflitos;
rejeitem os modelos econômicos desumanos, que suscitam novas formas de pobreza
e marginalizam os trabalhadores, bem como a cultura da morte, que desvaloriza a
imagem de Deus, o Deus da vida, e viola a dignidade de cada homem, mulher e
criança. E exortou:
“Como católicos
coreanos, herdeiros de uma nobre tradição, vocês são chamados a valorizar esta
herança e transmiti-la às gerações futuras. Isto implica a necessidade de uma
renovada conversão à Palavra de Deus e uma intensa solicitude para com os
pobres, os necessitados e os fracos, que vivem entre nós”.
Rebanho com seu Pastor |
Com a celebração
da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, recordou o Papa, nós nos unimos a
toda a Igreja, espalhada pelo mundo, e olhamos para Maria como “Mãe da nossa
esperança”. Ao entrar na glória, ela nos mostra que a nossa esperança é real e
que, desde já, ela se apresenta “como uma âncora segura e firme das nossas
vidas.
O Papa Francisco
concluiu sua homilia chamando a atenção dos fiéis coreanos para esta esperança,
oferecida pelo Evangelho, que é o antídoto contra o desespero, que parece se
alastrar como um câncer no meio da sociedade, que, aparentemente, é rica,
apesar de, muitas vezes, experimentar amarguras e vazios interiores.
Aos numerosos
jovens, que nestes dias se reúnem naquele país, com alegria e confiança, o Papa
fez sua exortação final: “Nunca deixem roubar a esperança!”. (MT)
Papa reza o
Angelus em Daejeon:
oração pelas vítimas do naufrágio na Coreia
Ao término da celebração Eucarística, na
Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, por volta do meio dia, hora local, o
Bispo de Roma rezou a oração do Ângelus.
Em sua alocução
mariana, ele convidou, mais uma vez, os fiéis presentes a dirigir-se a Nossa
Senhora, Rainha do Céu, oferecendo-lhe as suas alegrias, os seus sofrimentos e
as suas esperanças; a confiar-lhe, de modo particular, todos aqueles que
perderam a vida no naufrágio do ferry boat Se-Wol e os que ainda
sofrem pelas consequências deste grande desastre nacional.
Maria, mãe da esperança |
O Papa pediu aos
fiéis coreanos que rezem, para que o Senhor acolha os defuntos na sua paz,
console as pessoas que choram e continue a sustentar os que, com tanta
generosidade, socorreram seus irmãos e irmãs. Que este trágico acontecimento,
que uniu todos os coreanos na dor, confirme no compromisso de trabalhar juntos
e solidários para o bem comum.
O Pontífice
concluiu a alocução mariana exortando todos a rezar a Nossa Senhora para que
ela dirija seu olhar misericordioso aos que estão sofrendo, especialmente os
doentes, os pobres e os que não têm emprego digno. E, referindo-se ao Dia
Nacional da Libertação do país, o Papa disse:
“Neste dia, em
que a Coreia celebra a festa nacional da sua Libertação, peçamos a Nossa
Senhora que vele sobre nobre a nação coreana e seus cidadãos; confiemos à sua
proteção todos os jovens aqui reunidos, provenientes de toda a Ásia. Que eles
possam ser jubilosos arautos da alvorada de um mundo de paz, segundo os
desígnios de Deus!”.
Ao término da
celebração Eucarística, por ocasião da Solenidade da Assunção de Maria ao Céu,
o Papa Francisco se deslocou, de helicóptero, para o Seminário Maior de Daejeon,
a 37 km., onde almoçou com um grupo de jovens.
O almoço durou
pouco mais de uma hora. Participaram 18 jovens de diversas localidades da Ásia.
O clima foi muito alegre e animado, conforme a descrição do Padre Federico
Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé. Muitos deles falaram ao Papa
sobre a realidade de suas Igrejas locais. Enfim, os jovens cantaram o hino da
Jornada Mundial da Juventude e entregaram ao Papa algumas lembrancinhas,
típicas de suas regiões. (MT)
Fonte: radiovaticana news.va
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