domingo, 31 de agosto de 2014

Reflexão para o

22º Domingo do Tempo Comum

No Evangelho Jesus nos mostra a necessidade de assumirmos a cruz se quisermos segui-lo, o que inicialmente foi rejeitado por Pedro, como está escrito no Evangelho deste domingo.
Segundo Mateus, Pedro não aceita, para o Senhor, a cruz.
Ele que, há pouco, como vimos no domingo passado, se mostrou tão inspirado por ter reconhecido o Senhor como o Filho de Deus e ter recebido um grande elogio por parte de Jesus, permite-se contestar o Mestre. 
Seguir Jesus, esse é o caminho da salvação
Jesus não só discorda radicalmente dele, mas o chama de satanás, pedra de tropeço, porque não pensa as coisas sob o ângulo de Deus, e sim, dos homens! 
Mas por que Pedro muda tanto, o que move seu coração? Como todos nós, Pedro é bombardeado pelas idéias, ideologias e por seus afetos. Quando disse que Jesus era o Messias, Pedro escutava o Espírito Santo que habitava em seu coração; agora, ao rejeitar a possibilidade de seu Mestre sofrer, Pedro está seguindo as vozes do mundo que dizem não à derrota, ao sofrimento, a tudo aquilo que significa ausência de vantagem, de prazer. Ele está ouvindo o mundo com suas falácias e se deixou enganar. O Senhor veio em seu auxílio de um modo forte e absoluto.
Também nós, muitas vezes ficamos surdos à voz do Espírito Santo e damos ouvidos aos nossos temores e nos deixamos levar por vozes “amigas”, pelos meios de comunicação.
Que dizer do fato no qual um jornalista cristão, com formação católica, vai para o Iraque, um país onde neste momento os discípulos de Cristo são perseguidos, para lá cumprir sua vocação de levar ao mundo a voz dos que são calados pela força do fanatismo ignorante e cego? Segundo relataram, o jovem jornalista, degolado de modo bárbaro, como toda imprensa noticiou nas últimas semanas, rezava o terço todos os dias e deve ter contemplado muitas vezes a paixão de Jesus. Ele não se deixou levar pelos formadores de opinião pública, aliás ele mesmo era um deles, que agora forma todos com seu exemplo de profissional cristão.
Outubro está chegando e, com ele, as eleições. Por onde andam meus afetos? Sou levado por ideologias, por mensagens que leio no facebook, por “aparelhos de conversa”? Onde está a liberdade de minha consciência?
Meus candidatos representam os ideais cristãos ou são simulacros de cristãos?
A advertência de Jesus a Pedro de que ele não pensa nas coisas de Deus e sim nas dos homens, quer dizer que o pensamento e o coração dos discípulos ainda estão tomados pelas coisas mundanas e que por isso ele deseja fazer com que Deus mude de orientação. Para Pedro será Deus que deverá se tornar imagem e semelhança da sua criatura, e não o inverso. 
Consequentemente, aceitar a cruz e suas implicações, por este ser o seguimento de Jesus, é divinizar-se, é tornar-se imagem e semelhança de Deus, como quer o Criador. Por isso ela leva à ressurreição.
Seguir Jesus - e isso deve ser feito livremente pela adesão do coração - significa abrir mão de toda ambição pessoal, aceitar o que Deus enviar, significa assinar uma folha em branco e confiar absolutamente em Deus.
Não importa se seguir Jesus trará mais ou trará menos sofrimentos. Não é por aí que deveremos nos conduzir. Seguir Jesus é segui-lo por onde Ele for, livremente, por adesão do coração - dócil às sugestões do Espírito - e aceitando o que vier, por fidelidade e amor.
                                                                                           Pe. Cesar Augusto SJ
                         Fonte: cnbb.org.br      Ilustração: viverminhavocacao.blogspot.com.br
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