Papa Francisco:
Fofoca é pecado
Cidade do Vaticano (RV) – A audiência geral do Papa com os fiéis se realizou esta quarta-feira, 27, na Praça São Pedro, ao ar livre, sob um sol de verão e temperatura amena. Participaram do encontro, como sempre, grupos de vários países. Do Brasil, assinala-se a presença de peregrinos de Porto Alegre (RS) e de Santo André (SP).
A unidade e a santidade provêm de Deus |
Retomando o
ciclo de catequeses sobre a Igreja, Francisco refletiu junto aos 12 mil
presentes sobre a profissão de fé e o ‘Credo’, ressaltando a importância de
sermos “artífices de paz e reconciliadores” em nossas comunidades.
“A Igreja é una
e santa – como professamos no Credo –, mas esta unidade e santidade não são
obra nossa; elas vêm de Deus. Na verdade, Jesus, quando estava para oferecer a
sua vida por nós, rezou ao Pai pela unidade da Igreja, pedindo que todos os
seus discípulos vivessem unidos com a Santíssima Trindade e uns com os outros”,
iniciou o Papa.
“A Igreja também
é santa, pois è fundada em Jesus Cristo, animada pelo seu Espírito e repleta de
seu amor e de sua salvação. Ao mesmo tempo, porém, é composta por pecadores,
com suas fragilidades e misérias. Portanto, a fé que professamos deve nos levar
à conversão, a termos a coragem de viver todos os dias a unidade e a santidade
que provêm de Deus”.
Diz-se que os
crentes da Igreja primitiva formavam “um só coração e uma só alma” e São Paulo
não se cansava de lembrar aos fiéis das suas comunidades que todos são “um só
corpo”.
“Entretanto – lembrou
o Pontífice – a experiência mostra-nos que há tantos pecados contra a
unidade; e não pensemos apenas nas heresias ou nos cismas, mas em faltas muito
mais comuns, nos pecados “paroquiais”: com efeito, as nossas paróquias,
chamadas a ser lugares de partilha e comunhão, infelizmente parecem marcadas
por invejas, ciúmes, antipatias. Como se faz fofoca nas paróquias! Isto não é
Igreja, não se faz! É verdade que isso é humano, mas não é cristão!”.
"Sejamos artífices da paz e reconciliadores" |
Falando
diretamente aos fiéis, o Papa Francisco disse que “isto acontece quando
almejamos o primeiro lugar; quando colocamo-nos no centro de tudo e com nossas
ambições pessoais e nosso modo de ver as coisas, julgamos os outros; quando
olhamos aos defeitos de nossos irmãos, ao invés de suas virtudes; quando damos
mais peso ao que nos divide do que ao que nos une…”.
O Papa citou o
exemplo de uma senhora que conheceu em uma diocese em que esteve no passado.
Esta pessoa, que nunca falava mal de ninguém, “poderia ser canonizada amanhã”,
disse, sorrindo.
“A divisão é um
dos pecados mais graves numa comunidade cristã, porque a torna sinal, não da
obra de Deus, mas da obra do diabo. O diabo é, por definição, aquele que
divide, arruína as relações, insinua preconceitos e suspeitas; Deus, ao invés,
quer que cresçamos na capacidade de nos acolhermos, perdoarmos e amarmos, para
nos parecermos cada vez mais com Ele, que é comunhão e amor. Nisto está a
santidade da Igreja: reconhecer-se feita à imagem de Deus, repleta da sua
misericórdia e da sua graça”.
O amor gera alegria |
O Papa convidou
todos, no final da catequese, a pedir sinceramente perdão por todas as vezes “em
que criamos divisões ou incompreensões em nossas comunidades, bem sabendo que
não existe comunhão sem uma contínua conversão”.
Antes de
conceder a benção apostólica, o Papa se dirigiu aos peregrinos cubanos,
lembrando que quinta-feira, 28, será colocada nos Jardins do Vaticano uma imagem
da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira da ilha. Francisco cumprimentou
carinhosamente os fiéis presentes para esta ocasião, recomendando que levem sua
benção a todos os cubanos.
Enfim, dedicou
algumas palavras à memória de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, no dia de
sua festa litúrgica: “Que seu amor pelo Senhor indique a vocês, jovens, a
centralidade de Deus em sua vida; encoraje vocês, queridos doentes, a enfrentar
com fé os momentos de sofrimento e incentive vocês, queridos noivos, a educar de
modo cristão os filhos que o Senhor lhes doará”. (CM)
Fonte: radiovaticana.va
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