Deus chama você à felicidade
Deus nos chama à
santidade. A todos nós e a cada um. Essa é a nossa vocação comum e fundamental,
ou seja, todos devemos ser santos. Para que a santidade se efetive realmente em
nossa vida, Deus tem um chamado especial para seus filhos e filhas. Esse
chamado ou vocação (do latim vocare = chamar) é feito em vista da realização de
cada um de nós. Pede, por isso, uma resposta livre e consciente. A
concretização do chamado e da resposta realiza-se na e para a comunidade. É
nela e só nela que toda vocação se concretiza e é para a comunidade, a serviço
dela, que a vocação tem sentido.
Que nossa resposta seja generosa! |
A Igreja
convida-nos, especialmente no mês de agosto de cada ano, a refletir sobre os
diferentes chamados que Deus faz, todos eles com a mesma importância e
dignidade, pois provêm de Deus e à construção do Reino se direcionam. A
primeira semana do mês é dedicada à vocação sacerdotal, a segunda, à vocação
familiar, a terceira, à vocação religiosa e, a quarta, à vocação do leigo com
destaque para a missão do catequista.
Vocação
sacerdotal: chamado que Deus faz àquele que sente o desejo de doar sua vida ao
sacerdócio, ministério de serviço ao Povo de Deus em diversas frentes de
atuação, especialmente o trabalho pastoral nas paróquias. O sacerdote,
presbítero ou padre, deixa sua família e seus projetos pessoais para viver
inteiramente a serviço da comunidades cristã como lemos na Carta
aos Hebreus: “Todo
sumo
sacerdote,
escolhido
entre os homens,
é constituído para o bem dos homens nas coisas que se referem a Deus. Sua função é oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Desse modo, ele é capaz de sentir justa compaixão por aqueles que ignoram e erram, porque também ele próprio está cercado de fraqueza; e, por causa disso, ele deve oferecer sacrifícios, tanto pelos próprios pecados como pelos pecados do povo” (Hb,
5, 1-3).
Vocação familiar:
chamado de Deus a mulheres e homens que desejam construir uma relação
humano-divina fundamentada no amor de Deus e no amor recíproco. É também uma
vocação ao serviço à comunidade cristã, que se efetiva pela abertura à vida e
pela valorização da família, na geração e educação dos filhos para serem
felizes, para Deus e para a sociedade. A família exerce papel fundamental para
o desabrochar das vocações. Um ambiente familiar, em que os valores humanos e
cristãos são vivenciados, proporciona as condições favoráveis para o despertar
de vocações, à própria vocação familiar e às demais vocações desde os primeiros
anos de vida dos seus filhos.
Vocação religiosa:
chamado que Deus faz a pessoas que aspiram à entrega total da vida ao Reino por
meio da vivência dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência.
Essa vocação realiza-se em comunidades de oração, estudo e trabalho, na forma
contemplativa, e em atividades diversas a favor do povo, de modo preferencial,
junto aos pobres e sofridos do mundo. A respeito da vida religiosa, afirma de
maneira muito sábia e bonita o Papa João Paulo II: “torna-se um dos rastos
concretos que a Trindade deixa na história, para que os homens possam sentir o
encanto e a saudade da beleza divina” (VC, 20).
Vocação laical:
chamado de Deus a todos que, nas diversas esferas sociais e nas mais diferentes
atividades profissionais devem testemunhar Jesus Cristo, sendo “o coração da
Igreja no mundo e o coração do mundo na Igreja” (DAp, 209). O vocábulo leigo
tem sua origem na palavra grega laos, que significa povo. É, portanto, como
membro do povo santo de Deus que o cristão leigo se realiza e realiza sua
missão na família, na profissão e nos mais diferentes campos de atuação da
sociedade. É chamado a ser “fermento na massa” (Cf. Mt 13, 33), vivendo os valores do evangelho, sendo
sal, que dá sabor ao tecido social, e luz, que clareia o caminho para os irmãos
(Cf. Mt 5, 13-16) e faz a sociedade ser
mais justa e fraterna.
O chamado divino
é sempre rico em bondade e amor. Dignifica o vocacionado e enobrece sua vida.
Deus quer contar conosco, em uma das dessas vocações para nos fazer felizes e
tornar feliz também a vida de suas filhas e filhos queridos. Toda vocação é dom
é graça e se fundamenta no amor, em nome do qual deve ser vivida. Você já
pensou nisso? Nunca é tarde para responder ao chamado de Deus, é preciso,
porém, que valorizemos o tempo presente e demos generosamente nossa
resposta.
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Luiz Gonzaga da
Rosa
Ilustração: arquidiocesedepelotas.org
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