A receita de Deus
1. Não sabemos explicar a dor, a morte e os
acidentes naturais. Escapam ao nosso julgamento. Não temos suficiente
perspectiva para julgar o que é muito maior do que nós. Não temos dados
suficientes para dizer se faz ou não faz sentido para todos os seres humanos.
Pode não fazer para nós, mas isso não quer dizer que não faz sentido para
todos. Muita gente encontra sentido onde nós não encontramos.
2. Imagine um construtor que cria o
projeto de um gigantesco prédio a ser construído aos poucos, parte por parte.
Na execução, os engenheiros e mestres de obra vão mudando o que podem e o que
não podem mudar e, no fim, o projeto já não segue mais o projeto original. Dá
outra coisa. Culpa de quem?
3. Imagine um criador de receitas
saudáveis e saborosas que cria um bolo extraordinário e passa a receita para
que seja multiplicada. Aí, centenas e milhares de confeiteiros resolvem
acrescentar suas porções, seus ingredientes e suas fórmulas. Resulta que
praticamente nenhum produto sai com o sabor e a consistência da criação
original. Alguns intoxicam. Culpa do criador, ou de quem modificou a receita?
4. É assim o mundo. Se saiu errado,
mudou de sabor e de consistência, não culpemos o Criador. Ele não sugeriu
terrorismo, nem 50 milhões de assassinatos, 30 mil atos de genocídio, torturas
e massacres, 15 milhões de km2 desmatados, 300 mil km de rios poluídos, 130 mil
km praias conspurcadas, extinção de rios e de animais. Nem sugeriu bombas,
venenos, exploração e má divisão do bolo, desvios do sexo, da fé ou da verdade.
Pequenos Adão e Eva foram chegando e brincando de deuses. Decidiram que era
certo o que faziam e quem devia lhes dar dinheiro e terras e riquezas. Se alguém
não dava, tomavam. Mudaram quase tudo! Agora culpam quem fez o projeto
original.
5. Não! Deus não criou, nem cria o mal.
Há forças naturais que Ele arquitetou. Quando elas acontecem, a gente até pode
e tem o direito de querer explicação porque às vezes não faz sentido. Mas na
maioria dos casos, nosso sofrimento é fruto de pessoas que brincaram de ser
deuses.
6. O mal existe e cremos que Deus não o
quis. Há quem creia que ele o quer. Mas aí já não estamos falando do mesmo
Deus. O Deus em quem cremos quer o bem e sabe o que é bom para nós, mesmo
quando nós achamos que não é. Perguntem aos pais se eles entendem isso!
Perguntem ao menino de oito anos e ao adolescente de treze, se eles entendem!
Fonte: www.padrezezinhoscj.com
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