quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A propósito do Ano da Fé


Fé e Vida

O discípulo de Jesus Cristo tem na fé uma virtude fundamental. A fé, a esperança e a caridade são chamadas virtudes teologais, pois “se referem diretamente a Deus” (CIC, n. 1.812). “O discípulo de Cristo não deve apenas guardar a fé e nela viver, mas também professá-la, testemunhá-la com firmeza e difundi-la: (...)” (CIC, n. 1.816).
Ter fé significa seguir Jesus, conhecer e praticar seus ensinamentos, dar plena adesão a sua proposta de amor incondicional a Deus e aos irmãos. Ter fé implica conversão permanente aos princípios cristãos.
Guardar a fé significa alimentá-la pela oração, vida sacramental, pelo estudo e pela ação cristã na paróquia. Viver a fé implica marcar todas as nossas atitudes em coerência com aquilo que professamos. Professar e testemunhar a fé é ser discípulo e missionário de Jesus Cristo.
Não basta, porém, a pessoa dizer que tem fé, que faz parte da Igreja, se não transformar essa fé em atitudes concretas no seu dia a dia. É pelas obras que se manifesta a fé verdadeira, conforme nos ensina São Tiago: "Que aproveitará, irmãos meus, se alguém diz que tem fé, e não tem obras? Porventura poderá salvá-lo tal fé? (...) Assim também a fé, se não tiver boas obras, é morta em si mesma." (Cf. Tg 2, 14 e 17).
Há muitos cristãos que ainda separam a fé da vida, como se isso fosse possível. Ou a fé marca a vida toda do cristão ou verdadeiramente não é fé, apenas algo vazio de sentido e de conseqüências. Talvez por isso é que tantos católicos não se comprometem verdadeiramente com os valores do evangelho e criam uma maneira alienada de professar a sua fé. Atribuem certo valor apenas aos ritos e devoções sem comprometerem de fato com a vivência dos ensinamentos cristãos.
O verdadeiro discípulo missionário de Jesus Cristo é consciente de que a fé se professa na vida toda da pessoa: no relacionamento conjugal, na relação pais e filhos, na vivência familiar, nas relações com os vizinhos, no ambiente de trabalho, na atividade política e social, em todas as circunstâncias enfim em que a pessoa vive e atua.
Numa sociedade em que o individualismo, o consumismo, e a injustiça se fazem presentes de forma ostensiva, é necessário e urgente que as pessoas sensatas e os cristãos em particular encarnem sua fé no concreto da vida para que as transformações sociais ocorram e um novo tempo marcado pela justiça social, pela partilha de dons e de bens e pela paz favoreça a vida digna para todos, sem exceção.
             Fonte: Discípulos e missionários na paróquia, de Luiz Gonzaga da Rosa. Paulus, 2010

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