Fé
e Vida
O discípulo de Jesus Cristo tem na fé uma
virtude fundamental. A fé, a esperança e a caridade são chamadas virtudes
teologais, pois “se referem diretamente a Deus” (CIC, n. 1.812). “O discípulo de Cristo não deve apenas guardar a fé e nela viver, mas
também professá-la, testemunhá-la com firmeza e difundi-la: (...)” (CIC, n. 1.816).
Ter fé significa seguir Jesus, conhecer e
praticar seus ensinamentos, dar plena adesão a sua proposta de amor
incondicional a Deus e aos irmãos. Ter fé implica conversão permanente aos
princípios cristãos.
Guardar a fé significa alimentá-la pela
oração, vida sacramental, pelo estudo e pela ação cristã na paróquia. Viver a
fé implica marcar todas as nossas atitudes em coerência com aquilo que
professamos. Professar e testemunhar a fé é ser discípulo e missionário de
Jesus Cristo.
Não basta, porém, a pessoa dizer que tem fé,
que faz parte da Igreja, se não transformar essa fé em atitudes concretas no
seu dia a dia. É pelas obras que se manifesta a fé verdadeira, conforme nos
ensina São Tiago: "Que aproveitará, irmãos meus,
se alguém diz que tem fé, e não tem obras? Porventura poderá salvá-lo tal fé?
(...) Assim também a fé, se não tiver boas obras, é morta em si mesma."
(Cf. Tg 2, 14 e 17).
Há muitos cristãos que ainda
separam a fé da vida, como se isso fosse possível. Ou a fé marca a vida toda do
cristão ou verdadeiramente não é fé, apenas algo vazio de sentido e de
conseqüências. Talvez por isso é que tantos católicos não se comprometem
verdadeiramente com os valores do evangelho e criam uma maneira alienada de
professar a sua fé. Atribuem certo valor apenas aos ritos e devoções sem
comprometerem de fato com a vivência dos ensinamentos cristãos.
O verdadeiro discípulo missionário
de Jesus Cristo é consciente de que a fé se professa na vida toda da pessoa: no
relacionamento conjugal, na relação pais e filhos, na vivência familiar, nas
relações com os vizinhos, no ambiente de trabalho, na atividade política e
social, em todas as circunstâncias enfim em que a pessoa vive e atua.
Numa sociedade em que o
individualismo, o consumismo, e a injustiça se fazem presentes de forma
ostensiva, é necessário e urgente que as pessoas sensatas e os cristãos em
particular encarnem sua fé no concreto da vida para que as transformações
sociais ocorram e um novo tempo marcado pela justiça social, pela partilha de
dons e de bens e pela paz favoreça a vida digna para todos, sem exceção.
Fonte: Discípulos e missionários na paróquia, de Luiz Gonzaga da
Rosa. Paulus, 2010
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