Nova Evangelização, um desafio
Os trabalhos da 13ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização foram abertos na manhã desta segunda, 08, com a oração das Laudes, presidida pelo Papa, na Sala Paulo VI. Bento XVI se dirigiu aos 262 padres sinodais de todo o mundo com as seguintes palavras: “O cristão não deve ser morno; este é o mais grave perigo para o cristianismo de hoje: a tepidez desacredita o cristianismo” – refletiu o Papa.
Logo após, teve início a primeira sessão solene, com a saudação dos
presidentes-delegados e a introdução do Secretário-Geral do Sínodo, Dom Nikola
Eterovic. Ele destacou que um dos desafios para a Nova Evangelização é o
individualismo. “A nossa cultura exalta o indivíduo e minimiza a relação
necessária entre as pessoas. Exaltando a liberdade individual e a autonomia, é
fácil perder de vista a nossa dependência dos outros e a responsabilidade
diante do outro.”
A Nova Evangelização não é um programa, disse Dom Eterovic. Trata-se de
um modo de pensar, de ver e de agir. “É como uma lente através da qual vemos as
oportunidade de proclamar novamente o Evangelho. É também um sinal de que o
Espírito Santo continua a trabalhar ativamente na Igreja.”
Para o Secretário-Geral do Sínodo, no centro da Nova Evangelização está
a renovada proposta do encontro com o Senhor Ressuscitado, o seu Evangelho e a
sua Igreja àqueles que não acham mais atraente a mensagem da Igreja.
Foi apresentado o "Relatório antes da discussão", apresentado
pelo relator-geral da Assembleia sinodal, o arcebispo de Washington, Cardeal
Donald Wuerl. Em seguida, o arcebispo de Hong Kong, Cardeal John Tong Hon,
dirigiu aos Padres sinodais palavras vibrantes: recordou o temor do regime
comunista vivido por parte de tantas famílias da diocese, antes da anexação da
cidade à China, 1997.
Depois, o Cardeal Tong Hon recordou três princípios fundamentais da
evangelização: a comunhão tanto com Deus quanto como os homens, em particular,
com os pobres; o serviço entendido como doação de si e a doutrina, ou seja,
aquele encontro pessoal com Cristo que nos leva a ser suas testemunhas:
"Devemos ser testemunhas zelosas da nossa fé" – concluiu o
bispo de Hong Kong.
Ao término da primeira sessão dos trabalhos, realizou-se na Sala de
Imprensa da Santa Sé, no Vaticano, um encontro do qual participaram o arcebispo
de Washington e relator-geral do Sínodo, Cardeal Donald Wuerl, e o presidente
do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli.
"Anunciar o Evangelho num contexto caracterizado pelas novas
tecnologias. Esse é um dos principais desafios da nova evangelização",
afirmou Dom Celli ressaltando com precisão um dos temas mais difíceis que os
Padres sinodais deverão abordar na definição dos objetivos da nova
evangelização.
Por sua vez, o Cardeal Wuerl disse que dentre os principais temas
evidenciados pelo Sínodo encontra-se o da recuperação de uma correta identidade
católica: tanto entre os jovens adultos, quanto naqueles que se distanciaram da
fé.
O purpurado explicou que uma escassa consciência de identidade torna
difícil também a relação e o diálogo em âmbito ecumênico. Uma das bases das
quais partir novamente no complexo percurso da nova evangelização nos é dada
pelo Catecismo da Igreja Católica, do qual estamos para celebrar o 20º
aniversário.
Mas como transmitir corretamente a mensagem evangélica, a Palavra de
Jesus no atual contexto social, como encontrar o método justo? Dom Celli falou
aos jornalistas de uma Igreja que por sua natureza deve anunciar o Evangelho, e
se não o faz, trai a sua vocação.
O problema não é tecnológico, mas de método: "É preciso entender
como a Igreja pode dialogar com os homens e as mulheres de hoje, entrando em
sintonia com eles, partilhando alegrias, esperanças, dificuldades e
tensões", explicou o presidente do Pontifício Conselho das Comunicações
Sociais.
Fonte: Site da CNBB
Fonte: Site da CNBB
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