segunda-feira, 31 de março de 2014

Francisco aos Salesianos:

"Essencial falar aos jovens com o coração" 

Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã desta segunda-feira, 31, o Papa recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 250 participantes do Capítulo Geral da Sociedade Salesiana de São João Bosco.
Os salesianos elegeram há poucos dias o seu novo Conselho Geral, que deverá orientar, acompanhar e apoiar a Congregação em seu caminho nos próximos anos. Com o seu novo Reitor-mor, Angel Fernàndez Artime, o grupo ouviu o Papa, que abriu seu discurso citando o lema de Dom Bosco, “Dai-me almas e ficai com o resto”.
Trabalho com jovens: Atento discernimento
e constante acompanhamento
O Papa lembrou que o fundador reforçou este programa com dois elementos: trabalho e temperança. Trabalho exclusivamente para chegar a Deus, e temperança para se contentar, para ser simples. “A pobreza de Dom Bosco e de Mãe Margarida inspire todos os salesianos e suas comunidades a uma vida essencial e austera, de proximidade aos pobres, transparência e responsabilidade na gestão dos bens”.
Francisco desenvolveu seu discurso a partir de três pontos, começando pela missão própria dos salesianos: a evangelização dos jovens, unida à educação. “Na atual emergência educativa, disse, é fundamental aplicar com o “sistema preventivo” de Dom Bosco e experimentar novas linguagens, bem sabendo que a do coração é a mais direta para se aproximar e ser amigos dos jovens”. 
Em seguida, o Papa mencionou a dimensão vocacional, particularmente em destaque em 2015, Ano dedicado à Vida Consagrada. O zelo vocacional requer atenções como a oração, atividades e percursos pessoais, coragem para propor, acompanhar e envolver as famílias. “É preciso evitar visões parciais para não suscitar respostas vocacionais frágeis, com motivações vacilantes”, recomendou. 
Em segundo lugar, o Papa citou o mundo da exclusão juvenil e do desemprego e suas consequências. Falou do problema das dependências e de suas raízes, que derivam da falta de amor; e disse que trabalhar com jovens marginalizados requer coragem, maturidade e muita oração. “Por isso, é necessário um atento discernimento e um constante acompanhamento”.
No último ponto, Francisco lembrou o papel de trabalhar em comunidade, mesmo que estas vivam, por vezes, tensões causadas pelo individualismo e pela dispersão: “Acolhimento, respeito, ajuda recíproca, compreensão, cortesia, perdão e alegria”, aconselhou, ressaltando que o espírito de família deixado por Dom Bosco ajuda neste sentido, pois favorece a perseverança e cria atrativos para a vida consagrada. 
Antes de se despedir, o Papa fez votos que o bicentenário de nascimento de Dom Bosco seja um momento propício para repropor o carisma do Fundador. (CM)
                                                                                            Fonte: radiovaticana.va
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