sábado, 22 de março de 2014

Leituras do 3º Domingo do


1ª Leitura: Ex 17,3-7                    Salmo: 95(94)                     2ª Leitura: Rm 5,1-2.5-8
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Evangelho:  Jo 4,5-42
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Chegou, pois, a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, perto da propriedade que Jacó tinha dado a seu filho José. Havia ali a fonte de Jacó. Jesus, cansado da viagem, sentou-se junto à fonte. Era por volta do meio-dia. Veio uma mulher da Samaria buscar água. Jesus lhe disse: “Dá-me de beber!” Os seus discípulos tinham ido à cidade comprar algo para comer. A samaritana disse a Jesus: “Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?” Jesus respondeu: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva”. A mulher disse: “Senhor, não tens sequer um balde, e o poço é fundo; de onde tens essa água viva? Serás maior que nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual bebeu ele mesmo, como também seus filhos e seus animais?” Jesus respondeu: “Todo o que beber desta água, terá sede de novo; mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede, porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna”. A mulher disse então a Jesus: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem tenha de vir aqui tirar água”. [...] A mulher disse-lhe: “Eu sei que virá o Messias (isto é, o Cristo); quando ele vier, nos fará conhecer todas as coisas”. Jesus lhe disse: “Sou eu, que estou falando contigo”. Nisto chegaram os discípulos e ficaram admirados ao ver Jesus conversando com uma mulher. Mas ninguém perguntou: “Que procuras?”, nem: “Por que conversas com ela?”. A mulher deixou a sua bilha e foi à cidade, dizendo às pessoas: “Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz. Não será ele o Cristo?” [...] Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram em Jesus por causa da palavra da mulher que testemunhava: “Ele me disse tudo o que eu fiz”. [...]
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Reflexão
A história dos patriarcas e de suas lutas pela sobrevivência no meio do deserto serve de horizonte para João narrar este encontro de Jesus com a samaritana. Tal como os pais da fé, que ergueram poços e cisternas no deserto e tornaram a vida possível, Jesus é apresentado como o portador de um dom tão precioso como a água. Mas o texto usa, igualmente, outros simbolismos bíblicos, tal como a mulher infiel anunciada pelo profeta Oséias (Os 2), figura do sincretismo e da idolatria religiosa da Samaria, ou as imagens da semeadura e da colheita como figuras do reino de Deus. Tudo isso culmina na profissão de fé que encerra o texto – “Nós cremos e conhecemos que este é realmente o Salvador do mundo” -, onde “crer” e  “conhecer” têm a dimensão de experiência profunda de fé.
A samaritana torna-se, assim, símbolo do(a) catecúmeno(a) e do(a) discípulo(a) de Jesus, de quem aceita o dom que o Senhor oferece, e que realiza em seu itinerário aquilo que o Senhor profetiza: aquele que beber da água que eu lhe darei nunca mais terá sede, e a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna. O discípulo torna-se o adorador em espírito e verdade e, exatamente por isso, detentor de um dinamismo missionário e evangelizador, tal como a mulher samaritana que dizia para todos: “Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz: será que ele não é o Cristo?”. Esta mulher, no início do evangelho, evoca a pessoa de Maria Madalena, que, na manhã da ressurreição, trará para o mundo a boa notícia da páscoa de Cristo.
O batismo, neste domingo, nos é apresentado, não como algo acabado, mas como uma relação a ser construída, tal como o diálogo vivido entre Jesus e a samaritana, que se estende a muitos. Por isso, é melhor dizer que somos batizados, mais do que fomos batizados. Toda celebração que participamos, seja molhando nossas mãos na pia de água benta, seja participando de um rito de aspersão, deixamos que o símbolo da água nos conduza para dentro do mistério do nosso batismo. Ela nos aponta para o espírito que deve animar continuamente a nossa existência batismal: lembremos que, tal como a água, o espírito é derramado. Mergulhados na água - e a palavra “batismo” significa “imersão” e “mergulho” -, somos mergulhados no Cristo, em sua morte e ressurreição, celebrada e realizada em nós em cada assembléia litúrgica.
Reflexão: revistadeliturgia.com.br     Banner: news.va      Ilustração: franciscanos.org.br
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