quinta-feira, 13 de março de 2014

Cardeal Hummes:

 "O Espírito falou em mim" 

Um ano atrás, a maior parte dos jornalistas, e entre eles, a equipe da RV, não tinha a menor idéia de quem seria o sucessor de Bento XVI. E ainda hoje, até alguns cardeais admitem que a eleição de Jorge Mario Bergoglio foi substancialmente uma surpresa. Talvez não tenha sido assim, e não obstante as fontes contem os fatos de modos diferentes, uma só coisa é certa: que o Espírito Santo foi ajudado por mãos humanas a realizar a sua obra. E que um papel central foi desempenhado pelo cardeal brasileiro Cláudio Hummes. 
“Sim, mas eu também digo que foi apenas a minha boca que falou, mas o Espírito Santo que disse. Isto para mim é muito claro. Não que eu não tivesse absoluta consciência do que estava dizendo. Eu não havia preparado nada. Estava sentado ao lado dele, segundo a precedência estabelecida pelo protocolo destas grandes ocasiões. O processo foi chegando a uma conclusão.. e naquela contagem de votos, quando se chegou ao número suficiente para ele estar eleito, houve um grande aplauso. Eu, que estava sentado ao seu lado, o abracei, dei-lhe um beijo no rosto, e na hora me veio de dizer no ouvido dele, não em voz alta: ‘não te esqueça dos pobres’”. 
“Na hora, ele estava muito concentrado, muito quieto porque a contagem dos votos prosseguiu por mais ou menos 2 ou 3 minutos. O Papa diz que naquele meio tempo a questão dos pobres lhe entrou na cabeça, no coração, lembrando-se dos pobres de Buenos Aires, da América Latina. Aí lhe ocorreu São Francisco, homem dos pobres, mas como disse aos jornalistas, também o homem da paz, da preservação da natureza... e ele disse ‘É este o nome’”. 
“Então ele foi chamado lá no meio, onde o dirigente do conclave fez a pergunta ‘aceita?’, e ele com uma expressão muito humilde disse que aceitava, e segundo o ritual, anunciou o nome: Francisco, São Francisco de Assis, por causa dos pobres”.
“Isto foi uma surpresa muito grande para todos nós, inclusive para mim. Ele escreveu ‘Francisco’. Eu não tinha feito a relação que este nome veio por causa da sugestão que eu lhe havia dado em seu ouvido. Foi ele que o disse aos jornalistas. Então eu de fato, para mim, tranquilamente, digo que minha boca falou, mas quem falou mesmo foi o Espírito”.
                                                                                              Fonte: radiovaticana.va
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