"O Espírito falou em mim"
Um ano atrás, a
maior parte dos jornalistas, e entre eles, a equipe da RV, não tinha a menor
idéia de quem seria o sucessor de Bento XVI. E ainda hoje, até alguns cardeais
admitem que a eleição de Jorge Mario Bergoglio foi substancialmente uma
surpresa. Talvez não tenha sido assim, e não obstante as fontes contem os fatos
de modos diferentes, uma só coisa é certa: que o Espírito Santo foi ajudado por
mãos humanas a realizar a sua obra. E que um papel central foi desempenhado
pelo cardeal brasileiro Cláudio Hummes.
“Sim, mas eu
também digo que foi apenas a minha boca que falou, mas o Espírito Santo que
disse. Isto para mim é muito claro. Não que eu não tivesse absoluta consciência
do que estava dizendo. Eu não havia preparado nada. Estava sentado ao lado dele,
segundo a precedência estabelecida pelo protocolo destas grandes ocasiões. O
processo foi chegando a uma conclusão.. e naquela contagem de votos, quando se
chegou ao número suficiente para ele estar eleito, houve um grande aplauso. Eu,
que estava sentado ao seu lado, o abracei, dei-lhe um beijo no rosto, e na hora
me veio de dizer no ouvido dele, não em voz alta: ‘não te esqueça dos pobres’”.
“Na hora, ele
estava muito concentrado, muito quieto porque a contagem dos votos prosseguiu
por mais ou menos 2 ou 3 minutos. O Papa diz que naquele meio tempo a questão
dos pobres lhe entrou na cabeça, no coração, lembrando-se dos pobres de Buenos
Aires, da América Latina. Aí lhe ocorreu São Francisco, homem dos pobres, mas
como disse aos jornalistas, também o homem da paz, da preservação da
natureza... e ele disse ‘É este o nome’”.
“Então ele foi
chamado lá no meio, onde o dirigente do conclave fez a pergunta ‘aceita?’, e
ele com uma expressão muito humilde disse que aceitava, e segundo o ritual,
anunciou o nome: Francisco, São Francisco de Assis, por causa dos pobres”.
“Isto foi uma
surpresa muito grande para todos nós, inclusive para mim. Ele escreveu
‘Francisco’. Eu não tinha feito a relação que este nome veio por causa da
sugestão que eu lhe havia dado em seu ouvido. Foi ele que o disse aos
jornalistas. Então eu de fato, para mim, tranquilamente, digo que minha boca
falou, mas quem falou mesmo foi o Espírito”.
Fonte: radiovaticana.va
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