Cidade do
Vaticano (RV) – A misericórdia foi o tema do encontro do Papa Francisco
com os párocos de sua Diocese, a Diocese de Roma, nesta quinta-feira, na Sala
Paulo VI.
Num clima
descontraído, com anédotas e experiências pessoais, o Papa afirmou que hoje se
esquece de tudo com muita facilidade, inclusive do Magistério da Igreja. Mas os
grandes conteúdos e as grandes intuições devem se manter vivas, como a divina
misericórdia, impulsionada por Santa Faustina Kowalska.
“Cabe a nós,
como ministros da Igreja, manter viva esta mensagem, sobretudo na pregação e
nos gestos, nos sinais e nas escolhas pastorais. Por exemplo a escolha de
restituir prioridade ao sacramento da Reconciliação e, ao mesmo tempo, às obras
de misericórdia.”
Os padres se
comovem diante das ovelhas assim como Jesus, quando via as pessoas cansadas e
exaustas como ovelhas sem pastor. “Jesus tem as ‘vísceras’ de Deus: é repleto
de ternura pelas pessoas, especialmente pelos excluídos, pelos pecadores e
pelos doentes que ninguém quer cuidar... Como o Bom Pastor, o padre é homem de
misericórdia e de compaixão, próximo à sua gente e servidor de todos.”
Esta atitude
misericordiosa, disse ainda o Pontífice, o padre a demonstra principalmente ao
ministrar o sacramento da Reconciliação, no modo de acolher, de ouvir, de
aconselhar e de absolver.
“O coração do
sacerdote tem que se comover”, afirmou Francisco. Os padres “ascéticos” não
ajudam a Igreja, assim como os padres “de laboratório”. “Podemos pensar na
Igreja hoje como um ‘hospital de campo’, é preciso curar as feridas. Há tantas
pessoas feridas, pelos problemas materiais, pelos escândalos, inclusive na
Igreja... Pessoas feridas pelas ilusões do mundo… Nós padres devemos estar ali,
perto dessa gente. Misericórdia significa, antes de tudo, curar as feridas.
Quando alguém está ferido, precisa imediatamente disso, não de exames; o
tratamento especializado fica para depois, antes é preciso curar as feridas
abertas.”
O Papa então
pergunta: “Vocês conhecem as feridas de seus paroquianos? Estão próximos a
eles?”.
O sacerdote não
deve ser nem permissivista nem rigoroso. O primeiro é somente aparentemente
misericordioso, mas na realidade minimiza o pecado. O segundo se concentra
somente na lei, compreendida de modo frio e rígida.
“A verdadeira
misericórdia leva em consideração a pessoa, a ouve atentamente, se põe com
respeito e com verdade à sua situação e a acompanha no caminho da
reconciliação. O sacerdote verdadeiramente misericordioso se comporta como o
Bom Samaritano.”
Laicismo e
rigorismo não fazem crescer a santidade, recordou ainda o Pontífice, mas sim o
sofrimento pastoral, que é uma forma de misericórdia. Isso significa sofrer por
e com as pessoas, assim como um pai e uma mãe sofrem pelos filhos. Para
explicar o sofrimento pastoral, Francisco propôs algumas perguntas:
Você chora? Ou
perdemos as lágrimas?
Chora por seu povo? Quando uma criança adoece, quando morre…
Faz a oração de intercessão diante do Tabernáculo?
Luta com o Senhor pelo seu povo?
Como conclui o seu dia? Com o Senhor? Ou com a televisão?
Como é a sua relação com os aqueles que ajudam a ser mais misericordiosos? Crianças, idosos, doentes. Sabe acariciá-los?
Chora por seu povo? Quando uma criança adoece, quando morre…
Faz a oração de intercessão diante do Tabernáculo?
Luta com o Senhor pelo seu povo?
Como conclui o seu dia? Com o Senhor? Ou com a televisão?
Como é a sua relação com os aqueles que ajudam a ser mais misericordiosos? Crianças, idosos, doentes. Sabe acariciá-los?
“Não se deve ter
vergonha da carne do seu irmão”, exortou Francisco. No final, seremos julgados
sobre como soubemos nos aproximar de “cada carne”. E concluiu: “No final dos
tempos, será admitido a contemplar a carne glorificada de Cristo somente que
não terá tido vergonha da carne do seu irmão ferido e excluído”. (BF)
Fonte: radiovaticana.va news.va
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